"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, março 01, 2012

Brasil de Fato: É preciso mudar a atual política econômica


Azenha - 29 de fevereiro de 2012 às 22:52

Combate à desigualdade exige mudanças estruturais
Oxalá em 2012 haja maior participação popular nas mobilizações e no debate sobre os verdadeiros desafios que estão postos para a sociedade brasileira
Terminando o carnaval e as medíocres noticias propagadas pela grande imprensa, sempre em torno de algum acidente, das artimanhas dos carnavalescos etc, a pauta política volta a ter importância na sociedade. Ou seja, passada a fase do circo, é hora da realidade tomar conta do Brasil.
Superávit e a política econômica
O governo anunciou o corte de 55 bilhões de reais do orçamento que havia sido aprovado pelo Congresso algumas semanas antes. Segundo o que a grande imprensa noticiou muitos cortes se referem a emendas parlamentares, que se destinam a municípios, mas também a verbas de saúde, educação… Por outro lado, na época da aprovação do orçamento, os parlamentares renovaram a medida que autoriza a Presidência a destinar a seu juízo, nada menos do que 20% de todo orçamento da União. Ou seja, o governo, se quiser, tem um poderoso instrumento com total liberdade para aplicar os recursos públicos orçamentários, nas políticas que possam resolver de fato os problemas prioritários do povo. Mas infelizmente os sinais que vêm do Planalto não são esses, e o governo mantém uma visão estreita, vesga, preocupado apenas com as contas públicas, com a inflação, tal qual outros governos.
A questão fundamental não é o valor do orçamento nem seus cortes. A questão fundamental é que o governo precisa abandonar a política de juros altos (os maiores do mundo) e a transferência de renda de todos os brasileiros via superávit primário para os bancos.
Nenhum país do hemisfério norte pratica a política de superávit. E todos eles têm déficit nos seus orçamentos. Por que o Brasil insiste com essa política burra, que beneficia apenas 5 mil famílias de ricos brasileiros e estrangeiros que especulam seu capital financeiro aplicando em títulos do governo federal, que têm maior segurança do mundo, e as mais alta taxas de juros?
Combate à desigualdade social
A presidenta Dilma disse no Fórum Social Temático em Porto Alegre — e com frequência volta a repetir em espaços públicos — que a meta prioritária de seu governo é o combate a desigualdade social. Todos concordam. Aliás, será a única forma de dar um passo mais a frente do que já foram as políticas de assistência social do governo Lula.
Os movimentos sociais estão convencidos de que se o governo está mesmo interessado em perseguir o combate à desigualdade social, é necessário mudar a atual política econômica. Começando pelo superávit primário e pela taxa de juros. E, junto com a mudança dos atuais critérios de superávit primário, será necessário implementar uma reforma tributaria, que deixe de penalizar os mais pobres e penalize os mais ricos. Como bem explicou, em entrevista ao Brasil de Fato da semana passada, o assessor especial do Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), Rodrigo Thompson.
Não é possível pensar em combater a desigualdade social, sem aplicar mais recursos para educação, como pedem os movimentos para que seja de no mínimo 10% do PIB (Venezuela aplica 9%, Cuba e Coreia do Sul cerca de 16% do PIB).
Não é possível combater a desigualdade social no meio rural, sem promover a democratização da propriedade da terra com uma vigorosa reforma agrária.
Não será possível combater a desigualdade social nas grandes cidades, sem um programa virtuoso de geração de empregos industriais, de maiores salários, e de uma reforma urbana, que combata a especulação imobiliária, que inviabiliza o acesso a moradia digna pelos mais pobres.
As vozes conservadoras do governo já têm a frase pronta. Mas não há correlação de forças políticas para fazer essas mudanças. Pois então promova-se a reforma política, que vai democratizar o processo eleitoral brasileiro e criar condições de maior democracia, de maior participação popular. Assim como é necessário que o governo tome em conta que somente a mobilização popular pode ajudá-lo a fazer reformas estruturais. E o que se vê dentro do governo é um medo das mobilizações, como se elas não fossem parte do processo democrático. As massas têm nas mobilizações sua única forma de exercer pressão e poder político.
Oxalá em 2012 haja maior participação popular, nas mobilizações, no debate sobre os verdadeiros desafios que estão postos para a sociedade brasileira, se quisermos caminhar para uma democracia verdadeira e combater a desigualdade social.
Muitos movimentos sociais têm anunciado mobilizações para as próximas semanas, que devem começar com atos unitários em torno do dia da mulher trabalhadora (8 de março). Depois haverá mobilizações unitárias de professores em todo o país, além de mobilizações no meio rural, com o Movimento de Atingidos por Barragens, o MST, os povos indígenas, etc.
Se o povo sair às ruas, 2012 será muito mais quente e conturbado do que se pode imaginar.
PS do Viomundo: Nem a vitória eleitoral, nem a imensa maioria governista, nem a fortalecida bancada do PT foram suficientes para que o governo avançasse. O governo Dilma toca de lado, quando não recua a bola perigosamente. E os conservadores, supostamente derrotados em 2010, avançam livremente no campo do adversário.

Cerra faz campanha em Recife. Sem Casa Sem Vida !

 conversa afiada - Publicado em 29/02/2012

O dinheiro vai direto ao comprador

Como se sabe, o megalô do Cerra quer “nacionalizar” a campanha a prefeito de São Paulo.

(Quanto ao pré-sal, ele preferia “desnacionalizar” e dar à Chevron, como demonstrou o WikiLeaks.)

Ele não quer tratar do piscinão que, como prefeito e governador, deixou de construir na Zona Leste.

Ele quer falar de “câmbio”.

Então, se é para nacionalizar, o Conversa Afiada, sempre com o elevado intuito de ajudar, sugere que ele vá fazer campanha em Recife.

Para dar uma ideia da recepção que teria o megalô, veja, amigo navegante, o que aconteceu com a visita da JK de Saias a Recife.

Ela foi levar R$ 2 bilhões para o transporte urbano e entregar 480 moradias do Minha Casa Minha Vida.

Na platéia, um cartaz dá boas vindas ao Cerra a Recife:

“Sem Casa Sem Vida ” !

Dilma assegurou que o Minha Casa Minha Vida vai durar até que todos os pobres tenham casa.

E qual a diferença entre a Dilma e os tucanos de São Paulo ?

É que a Dima está do outro lado.

“Do lado de cá”,  como diz o mestre Fernando Lyra, pernambucano de Caruaru:

“O dinheiro do Minha Casa Minha Vida não vai para os construtores,” disse ela.

“Mas, para os que compram casa. O dinheiro da Caixa vai direto para o comprador !”

Que horror, amigo navegante !

Tomara que o Cerra vá a Recife com o Jarbas Vasconcelos.

Em tempo: aos intrigantes do PiG (*) e do PT. Quem esteve ao lado da JK de Saias, o tempo todo, foi o governador Eduardo Campos, presidente do Brasil, depois do segundo mandato da Dilma, e candidato a vice, com ela, em 2014.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Pesquisa indica que maioria dos brasileiros é favorável ao emprego das Forças Armadas no combate ao crime

29/02/201215h56

Alex Rodrigues
Da Agência Brasil, em Brasília 

A maioria dos brasileiros ouvidos por pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) considera que as Forças Armadas devem ser empregadas no combate ao crime. É o que aponta a terceira edição da pesquisa do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), dedicada à defesa nacional, divulgada hoje (29), com o objetivo de avaliar a relação dos militares com a sociedade.
A pesquisa mostrou que 91,7% das 3.796 pessoas consultadas em todas as unidades da Federação consideram que Exército, Marinha e Aeronáutica devem colaborar com as polícias militar e estadual, atuando também na segurança pública. Os entrevistados só se dividem quanto à frequência com que isso deve ocorrer. Quase metade (47%) diz que o emprego dos militares deve ser constante, enquanto os demais defendem que isso ocorra apenas em algumas situações específicas.

A ideia de que as Forças Armadas atuem cotidianamente contra os criminosos comuns é mais bem aceita entre as pessoas mais velhas, as de menor faixa de renda familiar e as com menor grau de escolaridade. Os resultados, no entanto, não divergem muito dos obtidos entre aqueles que defendem o uso de militares apenas em situações específicas.

A maioria dos entrevistados também respondeu considerar que os militares respeitam a democracia. Para 20,8% dos consultados, contudo, os integrantes das Forças Armadas têm pouco ou nenhum respeito pela democracia. Os demais se dividiram entre os que acreditam que o respeito é total (42,6%) ou razoável (35,3%). O percentual de entrevistados que percebem um respeito apenas razoável à democracia é maior entre os mais escolarizados.

Quase seis em cada dez entrevistados disseram considerar difícil apresentar uma reclamação ou denúncia contra um membro das Forças Armadas. Para 57,6%, isso seria difícil. Já para 12,8%, a dificuldade seria razoável. Para 23% seria fácil, enquanto 6,5% não souberam ou não responderam à questão. A percepção varia de região para região do país. No Sul, a soma entre os que consideraram a dificuldade como razoável e os que consideraram que não existe tal dificuldade, foi 46,7%. Já no Centro-Oeste, quase 70% consideraram difícil encaminhar uma reclamação ou denúncia contra militares.

Para a maior parte dos entrevistados, o serviço militar deve continuar sendo obrigatório. Mesmo entre esses, no entanto, mais de um terço (38,3%) defendem que o jovem deveria poder escolher entre a opção militar ou um serviço civil, como a prestação de serviços comunitários e de apoio a populações carentes.

Apenas 8,1% consideraram que as mulheres não deveriam ingressar nas Forças Armadas. Os outros se dividem entre os que concordam com o ingresso, inclusive participando de combates (51%), e aqueles que acham que elas só não devem participar de batalhas (40,4%).

Já no que diz respeito à participação de homossexuais nas Forças Armadas, 63,7% disseram não ver nenhum problema. A maior resistência é encontrada entre os homens. Além de estarem em menor número entre os que concordam com tal hipótese, são a maioria entre os entrevistados que discordam dela. Mais da metade (52%) dos que se dizem contrários vivem na Região Sul, enquanto 67,5% dos que concordam moram na Região Centro-Oeste.

Pouco mais de 41,2% dos entrevistados acreditam que os militares das Forças Armadas dispensam um tratamento igual a todos os cidadãos, sem efetuar discriminações de qualquer espécie. Trinta e nove por cento discordam dessa percepção, que é mais fraca nas regiões Sudeste e no Nordeste, nas quais menos de 40% dos consultados concordam que os militares não fazem nenhum tipo de discriminação.

Ao serem perguntados se a carreira militar, atualmente, é atrativa aos jovens, a maioria, 64,7%, disse que é, ao menos, razoavelmente atraente, enquanto 34,9% disseram se tratar de uma carreira pouco ou nada atraente.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Um Tempo Sem Nome

 recebido por e-mail - 27 fev 2012

O namoro do Chico Buarque com a cantora ruiva Thais Gulin rendeu para o público brasileiro um blues:  ESSA PEQUENA. Mas rendeu também a interessante crônica UM TEMPO SEM NOME da escritora Rosiska Darcy de Oliveira sobre “o novo conceito de envelhecer”. 

  
          Um tempo sem nome
Rosiska Darcy de Oliveira, O Globo, 21/01/12
 
Com seu cabelo cinza, rugas novas e os mesmos olhos verdes, cantando madrigais para a moça do cabelo cor de abóbora, Chico Buarque de Holanda vai bater de frente com as patrulhas do senso comum. Elas torcem o nariz para mais essa audácia do trovador. O casal cinza e cor de abóbora segue seu caminho e tomara que ele continue cantando “eu sou tão feliz com ela” sem encontrar resposta ao “que será que dá dentro da gente que não devia”.
Afinal, é o olhar estrangeiro que nos faz estrangeiros a nós mesmos e cria os interditos que balizam o que supostamente é ou deixa de ser adequado a uma faixa etária. O olhar alheio é mais cruel que a decadência das formas. É ele que mina a autoimagem, que nos constitui como velhos, desconhece e, de certa forma, proíbe a verdade de um corpo sujeito à impiedade dos anos sem que envelheça o alumbramento diante da vida .
Proust, que de gente entendia como ninguém, descreve o envelhecer como o mais abstrato dos sentimentos humanos. O príncipe Fabrizio Salinas, o Leopardo criado por Tommasi di Lampedusa, não ouvia o barulho dos grãos de areia que escorrem na ampulheta. Não fora o entorno e seus espelhos, netos que nascem, amigos que morrem, não fosse o tempo “um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho“, segundo Caetano, quem, por si mesmo, se perceberia envelhecer? Morreríamos nos acreditando jovens como sempre fomos.
A vida sobrepõe uma série de experiências que não se anulam, ao contrário, se mesclam e compõem uma identidade. O idoso não anula dentro de si a criança e o adolescente, todos reais e atuais, fantasmas saudosos de um corpo que os acolhia, hoje inquilinos de uma pele em que não se reconhecem. E, se é verdade que o envelhecer é um fato e uma foto, é também verdade que quem não se reconhece na foto, se reconhece na memória e no frescor das emoções que persistem. É assim que, vulcânica, a adolescência pode brotar em um homem ou uma mulher de meia-idade, fazendo projetos que mal cabem em uma vida inteira.
Essa doce liberdade de se reinventar a cada dia poderia prescindir do esforço patético de camuflar com cirurgias e botoxes — obras na casa demolida — a inexorável escultura do tempo. O medo pânico de envelhecer, que fez da cirurgia estética um próspero campo da medicina e de uma vendedora de cosméticos a mulher mais rica do mundo, se explica justamente pela depreciação cultural e social que o avançar na idade provoca.
Ninguém quer parecer idoso, já que ser idoso está associado a uma sequência de perdas que começam com a da beleza e a da saúde. Verdadeira até então, essa depreciação vai sendo desmentida por uma saudável evolução das mentalidades: a velhice não é mais o que era antes. Nem é mais quando era antes. Os dois ritos de passagem que a anunciavam, o fim do trabalho e da libido, estão, ambos, perdendo autoridade. Quem se aposenta continua a viver em um mundo irreconhecível que propõe novos interesses e atividades. A curiosidade se aguça na medida em que se é desafiado por bem mais que o tradicional choque de gerações com seus conflitos e desentendimentos. Uma verdadeira mudança de era nos leva de roldão, oferecendo-nos ao mesmo tempo o privilégio e o susto de dela participar.
A libido, seja por uma maior liberalização dos costumes, seja por progressos da medicina, reclama seus direitos na terceira idade com uma naturalidade que em outros tempos já foi chamada de despudor. Esmaece a fronteira entre as fases da vida. É o conceito de velhice que envelhece. Envelhecer como sinônimo de decadência deixou de ser uma profecia que se autorrealiza. Sem, no entanto, impedir a lucidez sobre o desfecho.
”Meu tempo é curto e o tempo dela sobra”, lamenta-se o trovador, que não ignora a traição que nosso corpo nos reserva. Nosso melhor amigo, que conhecemos melhor que nossa própria alma, companheiro dos maiores prazeres, um dia nos trairá, adverte o imperador Adriano em suas memórias escritas por Marguerite Yourcenar.
Todos os corpos são traidores. Essa traição, incontornável, que não é segredo para ninguém, não justifica transformar nossos dias em sala de espera, espectadores conformados e passivos da degradação das células e dos projetos de futuro, aguardando o dia da traição.Chico, à beira dos setenta anos, criando com brilho, ora literatura , ora música, cantando um novo amor, é a quintessência desse fenômeno, um tempo da vida que não se parece em nada com o que um dia se chamou de velhice. Esse tempo ainda não encontrou seu nome. Por enquanto podemos chamá-lo apenas de vida.
ROSISKA DARCY DE OLIVEIRA é escritora. 

domingo, fevereiro 26, 2012

O Carnaval Já Foi Bom...

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 26 de fevereiro de 2012.

Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.
Romanos. 13:13-14

O estudo da etimologia da palavra Carnaval nos leva a buscar sua origem no latim tardio, “carnem levare”, ou “carne levare”, que significa: “Adeus a Carne” ou “Abstinência de Carne”. Este termo, por volta do século XI, foi usado para designar a véspera da quarta-feira de cinzas, dia em que se iniciava a exigência da abstenção de carne, ou jejum quaresmal. As festas carnavalescas surgiram, portanto, a partir da implantação da Semana Santa pela Igreja Católica, precedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. O prenúncio de um longo período de privações motivou a população a se mobilizar realizando grandes festejos gastronômicos nos dias que antecediam a quarta-feira de Cinzas.

Ao encerrarem-se os festejos carnavalescos parece-me oportuno recordar o polêmico e sempre atual texto, de um ano atrás, da jornalista paraibana Rachel Sheherazade, levado ao ar no Programa Tambaú Notícias da TV Tambaú, Grupo SBT. A jornalista teceu, na época, comentários corajosos e muito lúcidos sobre o Carnaval, período em que uma massa totalmente anestesiada comete os mais loucos excessos sob o aplauso e benemerência das autoridades.

- TV Foco Entrevista Rachel Sheherazade Ancora do SBT Brasil

Para alguns ela é ingrata e chega depressa demais. Eu acho que até ela demorou muito, mas antes tarde do que nunca. Finalmente é quarta-feira de cinzas, e agora sim, dois meses depois do réveillon o ano de fato vai começar. Agora que as fantasias se rasgaram, que os trios e as batucadas se calaram, agora que a maquiagem manchou, que as máscaras caíram e a folia terminou agora que o efeito inebriante do carnaval já passou é hora de viver a vida real. (Rachel Sheherazade)

O TV foco, um dos maiores sites especializados em audiência da TV, entrevistou a jornalista:

TV FOCO: você acreditava que sua critica sobre o carnaval teria a grande repercussão que teve, chegando até a conquistar a atenção de Silvio Santos?

Rachel Sheherazade: Quando fiz o comentário sobre o carnaval no meu programa, o Tambaú Notícias acreditava que ele teria certa repercussão, assim como outros temas que levantei em outras oportunidades de opinar. Mas, achava que a repercussão seria local, dentro da Paraíba mesmo. Não esperava que alguém fosse postar o comentário na internet e que esse vídeo pudesse se espalhar tão amplamente, chegando ao conhecimento do Sílvio Santos.

TV FOCO: como foi que sua família e amigos reagiram quando ficaram sabendo que você tinha sido convidada a ser a ancora de um dos principais telejornais do Brasil?

Rachel Sheherazade: Ficaram muito felizes e assustados ao mesmo tempo. Nunca esteve nos meus planos deixar a Paraíba, e mudar tão radicalmente de vida. (...)

- As Verdades das Fantasias do Carnaval

Rachel Sheherazade, quarta-feira, 2 de março de 2011.

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=T1MKkGYRQzM

Ontem foi quarta-feira de fogo, e eu não vejo a hora de chegar a quarta-feira de cinzas.

Não, não é que eu seja inimiga do carnaval. Até já brinquei muito: em clubes, nos blocos, nas prévias... fui até a Olinda em plena terça-feira de carnaval... Portanto, vou falar com conhecimento de causa.

E revelar algumas verdades que encontrei por trás da fantasia do carnaval.

A primeira delas: o carnaval é uma festa genuinamente brasileira.

Não, não é. O carnaval, tal como nós o conhecemos, ele surgiu na Europa, durante a era vitoriana, e se espalhou pelo mundo afora, adaptando-se a outras culturas.

Segunda falsa verdade: é uma festa popular.

Balela! O carnaval virou negócio – e dos ricos. Que o digam os camarotes VIP, as festas privadas e os abadás caríssimos, chamados "passaportes da alegria".

E quem não tem dinheiro para comprar aquela roupinha colorida não tem, também, o direito de ser feliz??? Tem não!

E aqui, na Paraíba, onde se comemoram as prévias não é muito diferente. A maioria dos blocos vive às custas do poder público e nenhuma atração sobe em um trio elétrico para divertir o povo só por ser, o carnaval, uma festa democrática.

Milhões de reais são pagos a artistas da terra e fora dela para garantir o circo a uma população miserável que não tem sequer o pão na mesa.

Muitas coisas, hoje, me revoltam no carnaval.

Uma delas é ouvir a boa música ser calada à força por "hits" do momento como o "Melô da Mulher Maravilha", e similares que eu não ouso nem citar.

Eu fico indignada quando vejo a quantidade de ambulâncias disponibilizadas num desfile de carnaval para atender aos bêbados de plantão e valentões que se metem em brigas e quebra-quebra.

Onde estão essas mesmas ambulâncias quando uma mãe que precisa socorrer um filho doente? Quando um trabalhador está enfartando? Quando um idoso no interior precisa se deslocar de cidade para se submeter a um exame?

Eu me revolto em ver que os policiais estão em peso nas festas para garantir a ordem durante o carnaval, e, no dia a dia, falta segurança para o cidadão de bem exercitar o simples direito de ir e vir.

Mas o carnaval é uma festa maravilhosa! Dizem até que faz girar a economia. Que os pequenos comerciantes conseguem vender suas latinhas, seu churrasquinho....

Ora se esses pais de família dependessem do carnaval para vender e viver passariam o resto do ano à míngua.

Carnaval só dá lucro para donos de cervejaria, para proprietários de trio elétrico e para uns poucos artistas baianos. No mais, é só prejuízo.

Alguém já parou para calcular o quanto o estado gasta para socorrer vítimas de acidentes causados por foliões embriagados? Quantos milhões são pagos em indenizações por morte ou invalidez decorrentes desses acidentes?

Quanto o poder público desembolsa com os procedimentos de curetagem que muitas jovens se submetem depois de um carnaval sem proteção que gerou uma gravidez indesejada?

Isso sem falar na quantidade de DST’s que são transmitidas durante a festa em que tudo é permitido!

Eu até acho que o carnaval já foi bom... Mas, isso foi nos tempos de outrora.

- Livro

O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre.

Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:

http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Vice- Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB - RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

Blog: http://www.desafiandooriomar.blogspot.com