"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, julho 27, 2013

Como estamos empobrecidos, aburguesados e silenciados – e o que fazer acerca disso

resistir info – 27 jul 2013

por John Pilger

Manifestação contra a privatização dos correios britânicos.Conheço o meu carteiro há mais de 20 anos. Consciencioso e bem-humorado, ele é a encarnação do serviço público no seu melhor aspecto. Noutro dia, perguntei-lhe: "Por que é que você se posta frente a cada porta como um soldado numa parada?"
"Novo sistema", respondeu. "Já não me pedem para simplesmente postar as cartas através da porta. Tenho de abordar cada porta de um certo modo e enfiar as cartas através dela de um certo modo".
"Por que?"
"Pergunte-lhes".
Do outro lado da rua estava um jovem solene, com prancheta na mão, cujo trabalho era seguir carteiros e ver se eles cumprem as novas regras, sem dúvida como preparativo para a privatização. Eu disse ao seguidor de carteiros que o meu era admirável. A sua cara permaneceu imutável, excepto por um momentâneo piscar confuso.
Em "Admirável mundo novo revisitado", Aldous Huxley descreve uma nova classe condicionada à normalidade que não é normal "porque eles estão tão bem ajustados ao nosso modo de existência, porque sua voz humana foi silenciada tão prematuramente nas suas vidas, que nem mesmo lutam ou sofrem ou desenvolvem sintomas como acontece com o neurótico".
A vigilância é normal na Era da Regressão – como revelou Edward Snowden. Câmaras por toda a parte são normais. Liberdades subvertidas são normais. A discordância pública efectiva é agora controlada pela polícia, cuja intimidação é normal.
A corrupção de nobres palavras como "democracia", "reforma", "bem-estar" e "serviço público" é normal. Primeiros-ministros que mentiram abertamente acerca de lobbystas e objectivos de guerra são normais. A exportação de armas britânicas no valor de 4 mil milhões de libras [€ ], incluindo munições para controle de multidão, para o estado medieval da Arábia Saudita, onde a apostasía é um crime capital, é normal.
A destruição deliberada de instituições públicas eficientes e populares, como a Royal Mail, é normal. Um carteiro já não é mais um carteiro, a fazer o seu trabalho decente; ele é um autómato a ser observado, um ítem de formulário a ser assinalado. Huxley descreveu esta regressão como insana e o nosso "perfeito ajustamento àquela sociedade anormal" como sinal de loucura.
Estaremos nós "perfeitamente ajustados" a isto? Não, ainda não. O povo defende hospitais do encerramento, o Reino Unido íntegro força agências bancárias a fecharem e seis corajosas mulheres escalam o mais alto edifício da Europa para mostrar a devastação provocada no Árctico pelas companhias de petróleo. Aqui, a lista começa a desvanecer-se.
No festival de Manchester deste ano, a épica peça
"A máscara da anarquia", de Percy Bysshe Shelley – com todos os 91 versos escritos em cólera após o massacre de Lancashire, em 1819, do povo que protestava contra a pobreza – é uma peça teatral aplaudida e absolutamente divorciada do mundo externo. Em Janeiro último, a Comissão da Pobreza da Grande Manchester revelou que 600 mil habitantes de Manchester estavam a viver em "extrema pobreza" e que 1,6 milhão, ou aproximadamente a metade da população da cidade, estavam "a deslizar para pobreza mais profunda".
A pobreza foi aburguesada (gentrified). O Parkhill Estate, em Sheffield, era outrora um edifício de habitação pública – pouco apreciado por muita gente devido ao seu brutalismo Le Corbusier, à fraca manutenção e falta de instalações. Com o programa Heritage Grade II, ele foi renovado e privatizado. Dois terços das velhas habitações renasceram como apartamentos modernos vendidos a "profissionais", incluindo designers, arquitectos e um historiador social. No gabinete de vendas podem-se comprar canecas e almofadas de designer. Esta fachada não apresenta nem um indício de que, devastada pelos cortes de "austeridade" do governo, Sheffield tem uma lista de espera para habitação social de 60 mil pessoas.
Parkhil é um símbolo dos dois terços da sociedade que é a Grã-Bretanha de hoje. O terço aburguesado vai bem, alguns deles extremamente bem, um terço luta para sobreviver a crédito e o resto desliza para a pobreza.
Embora a maioria dos britânicos seja da classe trabalhadora – que se considere desse modo ou não – uma minoria aburguesada domina o parlamento, a administração superior e os media. David Cameron, Nick e Ed Milliband são os seus autênticos representantes, com apenas diferenças técnicas menores entre os seus partidos. Eles estabelecem os limites da vida e do debate político, ajudados pelo jornalismo aburguesado e da indústria da "identidade". A maior transferência de sempre da riqueza, para cima, é um dado. A justiça social foi substituída pela "justeza" ("fairness") sem significado.
Enquanto promove esta normalidade, a BBC concede um prémio de quase um milhão de libras a um funcionário superior. Embora se considere como o equivalente nos media à Igreja da Inglaterra, a corporação agora tem uma ética comparável àquela das companhias de "segurança" G4S e Serco as quais, diz o governo, cobraram a mais por serviços públicos dezenas de milhões de livros. Em outros países isto se chama corrupção.
Tal como a liquidação das companhias de água, gás, água e das ferrovias, a venda do Royal Mail está a ser obtida com subornos e a colaboração da liderança sindical, pouco importando o seu protesto vocal. Ao abrir a sua série de documentários de 1983, "Questions of Leadership", Ken Loach mostra líderes sindicais a exortarem as massas. Os mesmo homens são mostrados a seguir, mais velhos e enfeitados, adornados com arminho na Casa dos Lordes. Na recente homenagem pelo Aniversário da Rainha, o secretário-geral da [central sindical] TUC, Brendan Barber, recebeu o seu título de nobreza.
Por quanto tempo os britânicos podem assistir aos levantamentos por todo o mundo e pouco mais fazer do que chorar o defunto Partido Trabalhista? As revelações de Edward Snowden mostram a infraestrutura de uma polícia de estado a emergir na Europa, especialmente na Grã-Bretanha. Contudo, o povo está mais consciente do que nunca; e os governos temem a resistência popular – razão pela qual os que dizem a verdade são isolados, caluniados e perseguidos.
Mudanças grandiosas quase sempre começam com a coragem de pessoas que põem em causa suas próprias vidas contra todas as adversidades. Não há outra saída agora. Acção directa. Desobediência civil. Infalível. Leiam Percy Shelley – "Vocês são muitos; eles são poucos". E tenham êxito.

25/Julho/2013

O original encontra-se no New Statesman e em johnpilger.com/...

Lígia Bahia e Mário Scheffer: Atuação frouxa e perniciosa da ANS

viomundo - publicado em 25 de julho de 2013 às 16:25

por Lígia Bahia e Mário Scheffer, na Folha de S. Paulo

No jargão dos planos de saúde, sinistro é a perda financeira a cada demanda de um cliente doente. Já a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi tomada pelo sinistro no sentido popular do termo –ou seja, aquilo que é pernicioso.

Dois ex-executivos de planos de saúde –um serviu à maior operadora do país e outro, à empresa líder no Nordeste– acabam de ser nomeados diretores da ANS.

Desde sua criação, há 13 anos, a agência foi capturada pelo mercado que ela deveria fiscalizar. As medidas sugeridas para coibir o conflito de interesses na ANS –frise-se, um órgão público sustentado com recursos públicos– sempre foram contestadas sob o argumento de que tais pessoas “entendem do setor”.

Assim, a agência instalou em suas entranhas uma porta giratória, engrenagem que destina cargos a ex-funcionários de operadoras que depois retornam ao setor privado.

A atuação frouxa da ANS, baseada no lucro máximo e na responsabilidade mínima das operadoras, tem a ver com essa contaminação. Impunes e protegidos pela fiscalização leniente, os planos de saúde ao fim restringem atendimentos e entregam emergências lotadas e filas de espera para consultas, exames e cirurgias.

As empresas deixaram de vender planos individuais, pois têm o aval da ANS para comercializar planos coletivos a partir de duas pessoas, com imposição de reajustes abusivos e rescisão unilateral de contrato sempre que os usuários passam a ter problemas de saúde dispendiosos. Sob o olhar complacente da ANS, dão calote no SUS, pois não fazem o ressarcimento quando seus clientes são atendidos em hospitais públicos.

Os planos de saúde doam recursos para candidatos em tempo de eleição que, depois de eleitos, devolvem a mão amiga com favores e cargos. Há coincidências que merecem explicação.

Em 2010, as operadoras ajudaram na eleição de 38 deputados federais, três senadores, além de quatro governadores e da própria presidente da República. Da empresa que doou legalmente R$ 1 milhão para a campanha de Dilma Rousseff, saiu o nome que presidiu a ANS até 2012.

O plano de saúde que doou R$ 100 mil à campanha de um aliado –o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral– emplacou um diretor da agência que, aliás, acaba de ser reconduzido ao cargo.

Em 1997, o texto do que viria a ser a lei nº 9.656/98, que regula o setor, foi praticamente escrito por lobistas dos planos. Em 2003, na CPI dos Planos de Saúde, as empresas impediram investigações. Em 2011, um plano de saúde cedeu jatinho para o então presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), em viagem particular.

Quase mil empresas de planos de saúde que atendem 48 milhões de brasileiros faturaram R$ 93 bilhões em 2012. Com tal poder econômico, barram propostas de ampliação de coberturas, fecham contratos com ministérios e estatais para venda de planos ao funcionalismo público, definem leis que lhes garantem isenções tributárias. E se beneficiam da “dupla porta” (o atendimento diferenciado de seus conveniados em hospitais do SUS) e da renúncia fiscal de pessoas físicas e jurídicas, que abatem do Imposto de Renda os gastos com planos privados.

Agora as operadoras bateram às portas do governo federal, pedindo mais subsídios públicos em troca da ampliação da oferta de planos populares de baixo preço –mas cobertura pífia.

No momento em que os brasileiros foram às ruas protestar contra a precariedade dos serviços essenciais, num rasgo de improviso os problemas da saúde foram reduzidos à falta de médicos. O que falta é dotar o SUS de mais recursos, aplicar a ficha limpa na ocupação de cargos e eliminar a promiscuidade entre interesses públicos e privados na saúde, chaga renitente no país.

MÁRIO SCHEFFER, 46, é professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); LÍGIA BAHIA, 57, é professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro

ESTAGIÁRIO NEGRO: CINISMO DE GURGEL FOI LONGE DEMAIS

conversa afiada - Publicado em 27/07/2013

 

Dantas, Randolphe, Aecio, Demóstenes, Cachoeira, Lista de Furnas, Privataria, Propinoduto, o Caneta – uma folha de servicos ao Brasi!

Saiu no Estadão:

ESTAGIÁRIO PERDE BATALHA CONTRA MINISTRO

Gurgel pede arquivamento do caso em que rapaz teve crachá arrancado pelo então presidente do Superior Tribunal de Justiça e acabou demitido
Felipe Recondo – O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu o arquivamento da ação movida pelo ex-estagiário do Superior Tribunal de Justiça Marco Paulo dos Santos contra o ministro da Corte Ari Pargendler. A decisão foi tomada na quinta-feira após o processo ficar parado nas mãos de Gurgel por quase três anos. O episódio envolvendo o agora ex-estagiário e o ainda ministro do STJ ocorreu no dia 19 de outubro de 2010, época em que o magistrado presidia a Corte.
Segundo relato do rapaz à Polícia Civil do Distrito Federal, ele aguardava sua vez de utilizar um caixa eletrônico no prédio do tribunal quando foi advertido pelo ministro do STJ, que estava usando o caixa naquela hora. “Quer sair daqui que eu estou fazendo uma transação pessoal?”, disse o magistrado, segundo contou o rapaz à polícia. Na sequência, o estagiário afirmou ter respondido: “Senhor, estou atrás da faixa de espera”.
Ainda de acordo com a denúncia do ex-estagiário, o ministro retrucou exigindo que ele utilizasse outro caixa. O rapaz, então com 24 anos, respondeu dizendo que somente naquele caixa poderia fazer a operação desejada. Ainda segundo Santos, o ministro, então, afirmou: “Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido”. Em seguida, perguntou o nome do rapaz e arrancou o crachá de seu pescoço.
Na opinião do procurador-geral da República, o ministro do STJ puxou o crachá de Santos só para ver o nome do estagiário. “Pelo que se extraí das declarações do noticiante (o ex-estagiário), a conduta do magistrado de puxar o crachá em seu pescoço não teve por objetivo feri-lo ou humilhá-lo, mas apenas o de conhecer a sua identificação”, afirmou Gurgel em seu parecer encaminhado na quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal, responsável pelo caso.
Para Gurgel, não houve ofensa. “Do próprio relato feito pelo noticiante não se extrai da conduta do magistrado a intenção de ofendê-lo de qualquer modo, tendo agido movido pelo sentimento de que o noticiante encontrava-se excessivamente próximo, não mantendo a distância necessária à preservação do sigilo da operação bancária que realizava”, escreveu o procurador.
Ainda segundo Gurgel, o fato de Pargendler ter demitido o estagiário em razão do episódio “não alcança relevância penal”. Apesar de haver câmeras de segurança próximas ao caixa, que poderiam ter gravado o incidente, fontes do STJ e o ofício de Gurgel indicam que as imagens não foram requisitadas.
O pedido de arquivamento feito por Gurgel ainda será analisado pelo relator do processo no Supremo, ministro Celso de Mello. Mas, como cabe ao Ministério Público promover a investigação, o arquivamento do caso é dado como certo.

Em tempo: O Conversa Afiada republica texto do Diário do Centro do Mundo:

GURGEL E O CASO DO PRESIDENTE DO STJ QUE DEMITIU UM ESTAGIÁRIO

O procurador-geral da República escreveu uma das páginas mais vergonhosas do judiciário brasileiro.
Uma das páginas mais vergonhosas da história jurídica brasileira foi escrita ontem pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Gurgel pediu ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento do processo movido em Brasília em outubro de 2010 por Marco Paulo dos Santos contra o juiz Ari Pargendler, então presidente do STJ.
Marco era estagiário do STJ. No dia 19 de outubro de 2010, ele esperava para sacar dinheiro num dos caixas eletrônicos localizados no STJ.
Pargendler fazia uma operação no mesmo local. O estagiário contou que estava atrás da faixa pintada no chão, que estabelecia a distância entre um usuário e outro.
O relato foi confirmado por duas testemunhas.
Segundo Marco, que é evangélico, Pargendler lhe disse:  ”Quer sair daqui que eu estou fazendo uma transação pessoal?” Marco afirma ter respondido: “Senhor, eu estou atrás da faixa de espera”.
Sempre segundo Marco, o ministro disse para ele se dirigir a outro caixa. Mas somente naquele caixa ele podia fazer a operação desejada.
Aí veio a pior parte.
“Eu sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido”, disse o magistrado. O estagiário contou que Pargendler perguntou o nome dele e arrancou o crachá que estava em seu pescoço.
Essa história ficou associada inapelavelmente à biografia de Pargendler. Você põe seu nome no Google e lá vem o caso.
Mas, juridicamente, não deu em nada. Evangélico, Marco comentou a interminável demora com que o processo se moveu da seguinte forma: “Isso está nas mãos de Deus.”
Houve racismo? Você deduz. Marco é negro.
Logo depois o caso foi encaminhado à Procuradoria Geral, e entraria em cena Gurgel.
De acordo com seu parecer, Pargendler puxou o crachá apenas para ver o nome do estagiário.
“Pelo que se extrai das declarações do noticiante (o estagiário), a conduta do magistrado de puxar o crachá em seu pescoço não teve por objetivo feri-lo ou humilhá-lo, mas apenas o de conhecer a sua identificação”, afirmou Gurgel num parecer encaminhado ao Supremo nesta quinta-feira.
Para Gurgel, Pargendler não ofendeu o estagiário. “No caso, do próprio relato feito pelo noticiante não se extrai da conduta do magistrado a intenção de ofendê-lo de qualquer modo, tendo agido movido pelo sentimento de que o noticiante encontrava-se excessivamente próximo, não mantendo a distância necessária à preservação do sigilo da operação bancária que realizava”, escreveu Gurgel. Para ele, o fato de Pargendler ter demitido o estagiário em razão do episódio “não alcança relevância penal”.
O processo estava com Gurgel desde dezembro de 2010 sem que ele fizesse nada. Havia câmeras de segurança próximas ao caixa, que poderiam ajudar a esclarecer o incidente, mas as imagens não foram requisitadas.
Parjendler não desrespeitou apenas o estagiário. Insultou o Código de Ética dos Magistrados.
Veja o que dizem os artigos 15 e 16 do código: “A integridade de conduta do magistrado fora do âmbito estrito da atividade jurisdicional contribui para uma fundada confiança dos cidadãos na judicatura.”
“O magistrado deve comportar-se na vida privada de modo a dignificar a função, cônscio de que o exercício da atividade jurisdicional impõe restrições e exigências pessoais distintas das acometidas aos cidadãos em geral.”
Dignificar a função.
Bem, pausa para riso.
O processo ainda será examinado pelo STF, mas o arquivamento é dado como certo.
Pargendler se aposentou em agosto de 2012.
Ao presidir pela última vez uma sessão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, ele foi homenageado.
O decano da corte, ministro Cesar Asfor Rocha, falou em nome dos demais ministros.
“Vossa excelência, ao seu modo e do seu jeito, com os recursos da sua inventividade e do seu talento, criou e manteve entre nós o clima que nos propiciou o desenvolvimento equilibrado dos trabalhos da Corte”, disse ele.
O advogado Gerardo Grossi também cumprimentou, da tribuna, o ministro. “Vossa Excelência deixará sua marca perene neste tribunal. Um magistrado sempre cordial, alerta e cioso”, disse.
Este é o nosso Judiciário

Navalha

Faltam 20 dias para Gurgel descer à planície e encontrar o Luis Moreiraclique aqui para ver o que o CNMP quer saber da jestão Gurgel  – e o Collor, que o chamou de prevaricador da tribuna do Senado.

Este é o Gurgel, o Torquemada do mensalão (do PT) !

Clique aqui para ler “MP é o DOI-CODI da Democracia !”.

O Gurgel das “provas tênues” contra petista.

Mas, dispensa câmeras de segurança quando o estagiário é negro e o outro, branco e magistrado.

Paulo Henrique Amorim

Será que o IARA vai se movimentar nesse caso, ou só atua contra escritores mortos?

sexta-feira, julho 26, 2013

Chanceler alemã não dá carona ao marido

pernosa mulher - 09/07/2013

 

Em viagem à Itália, o marido de Angela Merkel voou em avião de carreira

Angela Merkel, chanceler alemã, não permite que o marido pegue carona no avião oficial. Ela passou a Páscoa na cidade de Nápoles, a fim de descansar. Viajou no avião cedido pelo governo para se hospedar em residência alugada com dinheiro próprio. Cerca de quatro horas depois do desembarque de Merkel em Nápoles, chegou o seu marido, que pegou um voo comercial Berlim-Roma e depois uma conexão para Nápoles.

Segundo a legislação alemã, a carona em voo oficial, chega a custar dez vezes o preço de um bilhete aéreo comercial. Por isso, o casal viajou separado, cumprindo a lei e fazendo economia. No retorno, a situação se repetiu. Merkel voltou no avião oficial e o marido em um voo de carreira, com passagem paga por ele e não pelo cidadão alemão.

O fato não passou em branco na mídia italiana que, à época, dava especial cobertura ao escândalo envolvendo o senador Umberto Bossi, líder do partido político da Liga Norte e a vice-presidente do Senado da República italiana, Rosi Mauro. O senador pagava as despesas familiares com dinheiro público. Além disso, a Liga Norte pagava um mensalão para a vice-presidente do Senado. Bossi alega que não sabia de nada. Não controlava o tesoureiro do partido e, num atentado à inteligência italiana, coloca-se em panos de quem não percebia nada.

Igual no Brasil…

quinta-feira, julho 25, 2013

Israel nuclear: a arma clandestina












resistir info - 25 jul 2013

por Frederico Carvalho [*]


A posse por Israel da arma nuclear é um segredo de polichinelo. A posição continuada dos sucessivos governos de Israel tem sido até hoje a de não confirmar nem desmentir a posse por Israel da arma nuclear, ainda que amigos e inimigos do Estado israelita considerem há já várias décadas que Israel é um estado nuclear.

Do arsenal da chamada Força de Defesa Israelita (IDF) consta, de acordo com diversas fontes, um número de explosivos nucleares pré-operacionais avaliado em pelo menos oitenta unidades. Este número é da mesma ordem daqueles que são atribuídos a outros dois Estados não signatários do Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares (TNP), a saber, Índia e Paquistão [1] . O sentido dado a "pré-operacional" é o de que se trata de dispositivos que requerem algum trabalho prévio de montagem ou de adaptação a sistemas de lançamento do qual depende o serem considerados "operacionais". É naturalmente difícil ter um conhecimento seguro sobre a complexidade e a demora desse trabalho prévio. Por isso mesmo é grande a incerteza sobre as implicações políticas e militares que efectivamente decorrem da posse desses dispositivos. 

A questão dos sistemas de lançamento dos explosivos nucleares, seu tipo e alcance é decisiva. 

A distinção entre armas nucleares tácticas e estratégicas tem a ver, originariamente, com o alcance, o poder explosivo e a precisão no ataque ao alvo. Com o passar do tempo, a evolução tecnológica das armas e dos sistemas de transporte tornaram, em boa medida, fluida aquela distinção. A arma nuclear táctica destina-se, em princípio, a ser usada num teatro de guerra regional, ao passo que o conceito de arma nuclear estratégica está normalmente associado a um poder explosivo superior e a vectores (ou veículos) de transporte de longo alcance, pelo menos, alguns milhares de quilómetros. 
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No caso de Israel, diversas fontes referem que a IDF dispõe de capacidade de lançamento de bombas nucleares por gravidade, isto é, explosivos que são transportados em aviões e largados sobre o alvo. Foi o que aconteceu em Hiroshima e Nagasaki. Crê-se que os aparelhos preparados para transportar explosivos nucleares são caças-bombardeiros F16. A partir de 1980 até ao presente, estima-se que Israel adquiriu cerca de 300 a 400 destes aparelhos de fabrico americano. Ao longo dos anos, foram sendo adquiridas variantes aperfeiçoadas do modelo inicial que dispõem de armamento variado e podem ser abastecidas de combustível em voo. Julga-se que um pequeno número destes aparelhos foi modificado em Israel com vista a transportar com segurança explosivos nucleares. Na "folha de serviços" do F16 convencional inclui-se o ataque ao reactor nuclear iraquiano Osirak, em 1981, e diversas acções na faixa de Gaza. O raio de acção dos F16 é de cerca de 1600 km.

A partir de 1998, Israel adquiriu vários bombardeiros pesados F-15E ("Strike Eagle") com um raio de acção de 4450 km o que lhe confere capacidade estratégica. O aparelho é fabricado nos EUA (Boeing) e, aí, tem capacidade nuclear. Ignora-se se foi modificado nessa perspectiva pelas Forças de Defesa Israelitas. 
Hoje em dia o sistema privilegiado de lançamento de engenhos explosivos nucleares é o míssil, em cuja cabeça é incorporado o explosivo. Crê-se que a IDF dispõe de pelo menos 50 mísseis terra-terra do tipo Jericho II com um alcance estimado de mais de 1500 km. O míssil Jericho II foi desenvolvido em Israel a partir de uma primeira geração de características menos evoluídas — o Jericho I — projectado pela empresa Dassault e adquirido aos franceses ainda nos anos 60. O Jericho II é um míssil balístico cujas características levam alguns especialistas a considerar só ter sentido se destinado a transportar uma carga nuclear. 

Trilhando o caminho aberto pela realização do míssil Jericho II, Israel desenvolveu um foguetão de três andares denominado Shavit com capacidade para colocar em órbita terrestre um satélite de reconhecimento e vigilância. Surge assim a família de satélites denominados Ofek, progressivamente mais pesados e dotados de equipamento de maior sofisticação. O mais recente — o Ofek-9 — terá sido lançado em Junho de 2010, admitindo-se que possui uma capacidade de resolução de imagem de objectos ao nível do solo inferior a 50 cm. Os satélites Ofeq são projectados e construídos pela empresa IAI (Israeli Aerospace Industries) para o Ministério Israelita da Defesa. 


No contexto do armamento nuclear, interessa assinalar que o foguetão Shavit pode ser convertido num míssil balístico de longo alcance, portanto com características de arma estratégica, capaz de transportar uma carga até cerca de 7000 km de distância, conforme o peso do engenho explosivo colocado no "nariz" do foguetão. 

.Israel dispõe também de submarinos de propulsão híbrida (diesel-eléctrica) convencional, isto é, não nuclear, com capacidade para o lançamento de torpedos, minas e mísseis de cruzeiro. Sabe-se que se trata de submarinos da classe Dolphin, julga-se que em número de três, fabricados na Alemanha, adquiridos para o "braço naval" da Força Israelita de Defesa. O Dolphin possui 10 tubos de lançamento de meio metro de diâmetro. Os mísseis usados são americanos do tipo Harpoon projectados para o ataque a navios. Entretanto os Harpoon podem ser modificados para transportar cabeças nucleares para ataque mar-terra. Essa modificação envolveria o desenvolvimento de uma cabeça nuclear própria e um sistema de orientação para o ataque a alvos terrestres. Desconhece-se se esse passo foi dado por Israel, mas sabe-se que o governo israelita tentou obter dos EUA o fornecimento de mísseis de cruzeiro de longo alcance, Tomahawk, para lançamento por submarinos, de que existe uma versão capaz de transportar uma cabeça nuclear. Embora se julgue saber que os EUA terão recusado o fornecimento, o episódio é significativo quanto ao empenho da IDF em desenvolver uma capacidade nuclear operacional efectiva. [2]

No que respeita à posse de armas nucleares tácticas não há informações seguras. Entretanto há indicações de que Israel possa ter desenvolvido e tenha em armazém, granadas de artilharia e minas terrestres equipadas com explosivos nucleares. 


O Estado de Israel não possuía até meados do século passado uma indústria nuclear nem qualquer reactor nuclear. Em fins da década de 50, no âmbito do chamado "Programa de Átomos para a Paz" lançado pelos EUA, recebeu um pequeno reactor do tipo piscina, para fins experimentais e de investigação, que ainda hoje está em funcionamento, com uma potência de 5 MW térmicos — o Reactor IRR 1 instalado no Centro de Investigação Nuclear de Sorek [3] . É comparável na origem e características ao reactor que funciona próximo de Sacavém, também obtido no quadro daquele programa, ainda que o reactor português tenha uma potência de apenas 1 MW. 

Desde 1963, Israel dispõe de um segundo reactor — IRR 2 —, classificado como de "teste". Trata-se de um reactor moderado e arrefecido por água pesada, que é uma das instalações principais e porventura o coração do Centro de Investigação Nuclear de Negev (CINN), próximo de Dimona, no deserto de Negev. As actividades desenvolvidas no CINN, não são controladas pela AIEA e o centro está fechado às inspecções da Agência. Inicialmente a potência térmica do IRR 2 era de 16 MW. Desconhece-se a potência actual mas alguns observadores admitem que poderá ser superior a 100 MW. 

Um reactor nuclear com as características do IRR 2 permite produzir quantidades importantes de plutónio por conversão do urânio natural que é o combustível nuclear em regra usado nos reactores moderados e arrefecidos por água pesada. A posse de plutónio abre a porta à fabricação de explosivos nucleares seguindo um caminho muito menos exigente nos planos técnico e financeiro do que se a escolha recaísse sobre o urânio [4] De qualquer modo, a via que, com toda a probabilidade, Israel terá seguido para fabricar explosivos nucleares, pressupõe a disponibilidade de urânio natural e de água pesada. Trata-se de uma exigência incontornável que, no caso de Israel, há poucas dúvidas de ter sido satisfeita graças à colaboração de governos estrangeiros. 

Crê-se que os EUA mantiveram uma posição de passividade face ao desenvolvimento de uma indústria nuclear militar israelita. Não terão intervindo, não se terão oposto e não terão mesmo tido durante vários anos conhecimento dos esforços israelitas para se dotar de armamento nuclear. Quando se convenceram de que eles estavam em curso, não os aprovaram mas também não se lhes opuseram [5] . Nos anos 60, o Centro de Dimona foi visitado várias vezes por inspectores americanos que não encontraram sinais de actividades nucleares "não autorizadas". As visitas eram anunciadas e os israelitas foram ao ponto de montar falsas salas de comado do reactor e obstruir com painéis de tijolo as entradas de ascensores de acesso aos pisos inferiores onde se processavam as operações de reprocessamento do plutónio gerado no reactor IRR 2; entretanto, não escapou aos inspectores o facto de que a elevada potência do reactor e outras características, não pareciam justificar-se unicamente para fins civis [6]

O principal parceiro de Israel no seu propósito de se dotar dos meios necessários à fabricação de explosivos nucleares foi a França. A parceria teve início ainda antes da chegada ao poder de Charles de Gaulle, como presidente da França, e manteve-se até 1964. 

Em 1957 foi assinado um acordo entre a França e Israel em que a França se comprometia a construir um reactor do tipo do IRR 2 com uma potência de 24 MW. Os sistemas de arrefecimento e processamento de resíduos eram todavia previstos para um valor de potência três vezes superior. Em protocolos adicionais não passados a escrito, o governo de Paris comprometia-se a construir uma instalação de reprocessamento do combustível irradiado, isto é, de separação do plutónio. Tratava-se aqui de um complexo industrial construído em segredo, por técnicos franceses e israelitas, em Dimona no deserto do Negev, fora do sistema de inspecção da AIEA. Cerca de quatro toneladas de água pesada sem a qual o reactor não funcionaria foi adquirida pelos franceses na Noruega com o compromisso de não ser transferida para outro país. Na realidade a água pesada foi transportada secretamente para Israel pela Força Aérea Francesa [7] . Quando os americanos, graças aos voos dos aviões espião U2, repararam em que estava a surgir no deserto do Negev uma complexo industrial importante, receberam do então primeiro-ministro de Israel, David Ben-Gurion, diferentes explicações sobre a sua natureza: falou-se que se trataria de uma fábrica têxtil, de um centro de desenvolvimento agrícola, ou uma unidade de investigação metalúrgica! Finalmente, em fins de 1960. Ben-Gurion afirmou que o complexo de Dimona era um centro de investigação nuclear com "fins pacíficos"[8] . A par de David Bem-Gurion, Shimon Peres foi o principal responsável pelo projecto de construção do Complexo de produção de armamento nuclear de Dimona [9]

A partir de Maio de 1960, o governo francês, então presidido por De Gaulle, viu conveniência em alterar a sua política de cooperação nuclear com Israel, por receio de ver comprometida a posição da França no contexto internacional sobretudo porque viria inevitavelmente a saber-se que França apoiara a construção da instalação de reprocessamento de combustível irradiado que permitiria a Israel constituir uma reserva de plutónio utilizável para fins militares. De Gaulle tentou convencer Ben-Gurion a não prosseguir a construção usando como moeda de troca o fornecimento de aviões de combate às Forças Armadas Israelitas. Finalmente chegou-se a um compromisso cujos aspectos essenciais eram: de um lado, a promessa de que Israel não tinha a intenção de fabricar armas nucleares, não faria o reprocessamento de plutónio e tornaria pública a existência do reactor; do outro lado, a França forneceria os elementos de combustível nuclear necessário ao arranque do IRR 2 e não insistiria em que o complexo nuclear fosse sujeito a inspecções internacionais. O reactor arrancou em 1964. 

Sem dispor de uma importante instalação para a separação do plutónio e sem uma fonte ou fontes de abastecimento de urânio natural, não seria possível a Israel desenvolver um programa nuclear militar. Conforme referido, a instalação de separação do plutónio foi secretamente construída com o apoio francês no subsolo do complexo de Dimona. No que respeita ao urânio, sabe-se que Israel tentou o processamento de minerais de fosfato de que existem importantes depósitos na região, para extrair o urânio contido no mineral designado por fosforite. Daí, procuraria chegar a um óxido de urânio susceptível de ser utilizado em elementos de combustível nuclear. 

Entretanto esta via para a obtenção de urânio é demasiado cara quando comparada com o custo de extracção a partir de minério de urânio em jazidas como as que foram exploradas em Portugal. 

Os esforços israelitas orientaram-se então para a compra de urânio em países estrangeiros que se prestassem a isso, sempre debaixo do maior segredo. 

Hoje sabe-se de fontes seguras que Israel comprou à Argentina 80 a 100 toneladas do produto chamado "yellowcake" [10] que é uma mistura de óxidos de urânio. [11]

Em meados de 1968, uma segunda compra "discreta" terá tido lugar. Desta feita tratar-se-ia de 200 toneladas de "yellowcake" adquiridos à Bélgica no quadro de uma operação clandestina complexa que teria envolvido uma empresa italiana controlada pelos serviços secretos israelitas e a transferência em alto mar do urânio de um cargueiro europeu para um barco israelita [12]

A importância do significado destas compras está no facto de que são, em si mesmo, um comprovativo forte da existência em Israel de uma instalação de reprocessamento de materiais radioactivos de grande porte, condição indispensável ao desenvolvimento de um programa nuclear militar. A existência de uma tal instalação foi denunciada em 1986 por Mordechai Vanunu, um judeu israelita formado na Universidade Ben-Gurion no Negev, que trabalhou como técnico nuclear no Complexo de Dimona. [13]

Segundo o Institute for Science and International Security (Mass.,USA), em fins de 2003, o stock de plutónio para fins militares, de Israel, atingia o montante de 560 kg, um pouco superior ao da União Indiana. [14]

Uma última questão que se coloca e que tem muito a ver com a preocupação das potências nucleares em proibir a realização de ensaios nucleares e por essa via assegurar a não-proliferação da arma atómica, é a de saber se Israel procedeu ou não ao ensaio de explosivos nucleares. Há vários tipos de ensaios possíveis sendo que alguns, ditos de "potência zero" ou de implosão, são dificilmente detectáveis a grande distância. Algumas fontes admitem que um ensaio deste tipo terá tido lugar no deserto do Negev em 1966. Há também quem admita que uma explosão nuclear que se suspeita ter ocorrido em 1979 no Índico sul, tenha sido fruto de uma parceria entre Israel e a África do Sul (do apartheid). [15]

09/Julho/2013

1. Relativamente à Coreia do Norte, outro estado que se mantém fora do TNP, a informação disponível é muito escassa e não permite saber se dispõe armamento nuclear pré-operacional e em que quantidade. Algumas fontes apontam como possível a existência de 6 a 8 engenhos explosivos nucleares. 
2. Os dois submarinos recentemente adquiridos para a Armada portuguesa são duas unidades da Classe Tridente, baseada no modelo alemão U-214 que é o mesmo adoptado nos Dolphin israelitas com adaptações acordadas com Israel. Os Trident dispõem de um sistema de lançamento para 6 misseis Harpoon UGM 84 e 12 torpedos. 
3. O reactor IRR 1 arrancou em 1960; entre 1960 e 1975 os EUA exportaram para Israel 19 kg de combustível nuclear de urânio de alto enriquecimento sendo a maior parte destinada ao IRR 1. O IRR 1 está integrado no sistema de salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) com sede em Viena, Áustria. 
4. O urânio natural só pode ser utilizado na fabricação de explosivos após prévio enriquecimento no isótopo U-235, operação que exige conhecimentos e infra-estruturas técnicas a que não é fácil aceder nem criar e que, no presente, envolvem questões de relacionamento internacional, muito delicadas. 
5. Em 1975, o governo Americano desclassificou um grande número de documentos, antes altamente secretos, que mostram que, por essa altura, os Estados Unidos estavam convencidos de que Israel dispunha de armas nucleares. 
6. Doc. da Federation of Atomic Scientists (USA) ( http://www.fas.org/nuke/guide/israel/nuke/index.html
7. Ver referência anterior. 
8. Idem, ibidem 
9. “Israeli Nuclear Program Pioneered by Shimon Peres”, The Risk Report, Vol. 2 No.4 (July-August 1996), Wisconsin Project on Nuclear Arms Control ( http://www.wisconsinproject.org/countries/israel/Israel-nuclear-peres.html
10. A substância designada por “yellowcake” é um pó constituído no essencial por uma mistura de óxidos de urânio, em que predomina o óxido de urânio com a fórmula química U3O8.. O “yellowcake” é obtido do minério de urânio tal como existe na natureza, mediante uma sequência de operações de tratamento físico (ou mecânico) e químico. O produto final não é amarelo, mas antes acastanhado ou preto. 
11. William Burr, Avner Cohen, “Israel's Secret Uranium Buy. How Argentina fueled Ben-Gurion's nuclear program”, Foreign Policy, July 1, 2013 
12. Idem, ibidem 
13. Em 1986, Vanunu, na altura com 32 anos de idade, revelou informação secreta e entregou imagens fotográficas de instalações nucleares do Centro de Dimona, ao Sunday Times durante uma estadia em Londres. Daí foi levado para Roma sob falsos pretextos e depois, pelos serviços secretos israelitas, de volta a Israel onde foi julgado e condenado por traição. Esteve preso durante 18 anos dos quais 12, incomunicável. Foi libertado em 2004 e vive em Israel sob vigilância, limitação de movimentos e contactos, e proibição de deixar o país. É um “lança-alerta” (whistleblower) da maior notoriedade nos dias de hoje (http://www.guardian.co.uk/world/2004/apr/21/israel3 ). Imagem: The US Campaign to free Mordechai Vanunu (http://www.vanunu.com/uscampaign/photos.html
14. David Albright and Kimberly Kramer, Plutonium Watch-Tracking Plutonium Inventories, ISIS, August 2005 ( http://isis-online.org/uploads/isis-reports/documents/plutonium_watch2005.pdf
15. in Global Security Org, Weapons of Mass Destruction, Nuclear Weapons Testing, page last modified July 24, 2011 (http://www.globalsecurity.org/wmd/world/israel/nuke-test.htm

[*] Físico 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Nuvens tempestuosas?







resistir info - 24 jul 2013

por Zoltan Zigedy

Quando o pânico sobre o destino do programa de "facilidade quantitativa" (quantitative easing) do Federal Reserve atinge proporções histéricas, anomalias económicas extraordinariamente bizarras vêm à superfície. Na última semana de Junho, a notícia de que o crescimento interno do Produto Interno Bruto dos EUA no primeiro trimestre fora reduzido dramaticamente de 2,4% para 1,8% deparou-se com um igualmente dramático, mas paradoxal, salto positivo nos mercados de acções.

Normalmente, uma queda particularmente inesperada na estimativa do PIB dispararia perdas no mercado de acções – a confiança do investidor seria abalada. Mas verificou-se o oposto.

O que está a acontecer? 

Sabichões e investidores saudaram as más notícias porque esperam que isso venha a manter o compromisso do Federal Reserve com a compra de US$85 mil milhões por mês de títulos no projecto alcunhado "facilidade quantitativa". Eles acreditam que o Fed não ousaria reduzir o programa devido ao fraco desempenho económico. 

E reconhecem que sem o pé do Fed a pressionar fortemente o acelerador, a economia capitalista estagnará ou declinará. O programa do Federal Reserve é realmente uma máquina para manter viva (life-support system) a nossa economia e os apologistas do capitalismo reconhecem que sem ela estariam em perturbação profunda. Portanto, os investidores saúdam a queda do crescimento do PIB. 

Mesmo Paul Krugman, a voz popular da teoria social-democrata nos EUA, foi contagiado pelo medo. Num apelo no fim de Junho em The New York Times (Et tu, Ben?) ao chefe do Federal Reserve, Ben Bernake, Krugman conclama o Fed a manter o pé agressivamente sobre o pedal da gasolina. 

Apesar de ser um firme advogado de uma opção política alternativa, com estímulos fiscais (gastos em infraestrutura, obras públicas, etc), Krugman tapou o seu nariz e incitou à continuação do programa de estímulo monetário do Fed de imprimir dinheiro a fim de comprar títulos. 

Então por que é que não podemos todos nós simplesmente concordar em avançar assim e estimular o Federal Reserve a continuar a imprimir dólares? 

Em primeiro lugar, a política promíscua do Fed de impressão de dólares está a perder seus poderes curativos. O efeito da compra de dívida do governo – notas do Tesouro – a fim de restringir taxas de juro e rendimentos (yields) de títulos tem diminuído desde meados de 2012. 

Além disso, o remédio do Fed perdeu inteiramente a sua magia em Maio e Junho deste ano, com a yield da nota do Tesouro a 10 anos a subir em dois terços, as taxas de hipotecas a saltarem cerca de 27% entre Março e o fim de Junho, e o mercado de títulos dos EUA e europeu (excepto a Alemanha) experimentando uma venda ao desbarato. Todos estes indicadores demonstram que a facilidade quantitativa, como política de estímulo, está simplesmente a perder a sua força. 

O Federal Reserve encara a sua injecção mensal de US$85 mil milhões na economia como uma protecção contra a temida deflação, uma companhia óbvia à estagnação ou ao crescimento negativo. Eles observam para ver quando a inflação transpõe o seu alvo de 2% a fim de dar uma patada nos travões a fim de evitar uma economia super aquecida. 

Mas não há razão para que o Fed se preocupe: a inflação está bem abaixo do seu alvo, um sinal claro de que sem estímulo monetário estaríamos num período deflacionário. As corporações estão a entesourar cash ao invés de investir: elas estão a manter 5,6% do seu total de activos em cash, contra uma média de 40 anos de 4,4%. Foi o fraco investimento nos negócios, em parte, que causou a revisão baixista de 25% no crescimento do PIB no primeiro trimestre. 

A média móvel de três meses do índice de Actividade Nacional do Federal Reserve de Chicago permaneceu em território negativo, sublinhando os efeitos decrescentes da facilidade quantitativa. 

À parte a sua ineficácia, a facilidade quantitativa coloca problemas mais graves, mais fundamentais. A promiscuidade monetária do Fed distorce mercado e mascara processo económicos subjacentes. Uma vez que a economia capitalista é um organismo enormemente complexo composto de actores, mercadorias e processos mutuamente interactivos, manipular alguns dos elementos centrais tais como taxas de juro, oferta de moeda, crescimento da dívida, etc tem repercussões imprevistas e danosas em outros sectores da economia. Falham mecanismos e são rompidos equilíbrios. Uma terapia torna-se um ferimento. 

Isto é uma lição que a liderança da República Popular da China está a aprender a partir da volatilidade criada pelo seu sector bancário sombra (shadow banking sector). Mesmo com maioria de propriedade pública dos maiores bancos, o sector privado informal distorce o impacto de decisões políticas. 

Em termos marxistas, a intervenção maciça do Federal Reserve em mercados financeiros viola a lei do valor. Ou seja, substitui o intercâmbio de equivalente-por-equivalente em mercados financeiros com intercâmbios determinados independentemente de forças de mercado pelos responsáveis do Fed. 

Aqueles intercâmbios devem, em algum ponto, ser reconciliados; mas nesse meio tempo distorcem relacionamentos de intercâmbio em outros sectores da economia. Criam uma desconexão entre o sector financeiro e os sinais enviados à economia produtiva. Distorcem a taxa de lucro no sector financeiro, canalizam capital para a especulação e criam excesso de confiança no crédito barato [NT] . Não é de admirar que corporações entesourem cash e procurem retornos mais altos sobre os capitais retidos e o capital facilmente disponível. 

Na realidade, a facilidade quantitativa chama as próprias condições que levaram ao colapso de 2007-8. 

E agora estamos a ver os presságios nos dados económicos. 

O exuberante mercado de acções de 2013 está a sofrer uma retracção e, ainda mais ameaçadoramente, a demonstrar volatilidade crescente. No ano passado, o pequeno investidor afastou-se do mercado, um sinal seguro de que um mercado deprimido (bear market) estava à vista. Grande parte da volatilidade vem de manipuladores do mercado a aproveitarem-se de traders amadores. Tal como os jogadores aventureiros de fim-de-semana em Vegas, eles estão prontos para serem depenados. Pode-se observar isso acompanhando a compra e venda no fim do dia; eles não sabe quando entrar ou quando caírem fora. 

As exportações dos EUA estão a retroceder 

O recorde de lucros pós II Guerra Mundial verificado em 2012 está ameaçado. De 108 companhias que se previa relatarem lucros no segundo trimestre de 2013, 87 apresentaram orientação negativa aos seus accionistas. Lucros em queda, ao contrário das teorias subconsumistas, são um melhor prognosticador de uma retracção do que a queda no consumo. O consumo geralmente cai em consequência e como um ampliador do declínio económico. 

Hoje, o consumo nos EUA está na dependência de um equilíbrio precário. Enquanto as poupanças estão em declínio, os salários estão em queda livre. No ano finalizado em Setembro de 2012 verificou-se um declínio salarial de 1,1%. Estimativas para o primeiro trimestre [de 2013] auguram um declínio chocante. O consumidor está simplesmente a ficar sem dinheiro, poupanças e crédito disponível. 

E os números do desemprego anunciados em Junho mostram realmente um aumento no cálculo U6 do desemprego para 14,3%. Essa taxa inclui aqueles que se retiraram do mercado de trabalho e aqueles a trabalharem em tempo parcial mas que desejam um trabalho a tempo inteiro. 

Um quadro não alvissareiro. 

Na maior parte dos países do mundo capitalista, os movimentos trabalhistas e os partidos política de esquerda ainda têm de desligar o seu destino daquele do capital monopolista, conduzido pelo lucro, do sistema governado pelo mercado. Eles são como navios em águas turbulentas relutantes em levarem suas embarcações e tripulações para o porto. Eles estão simplesmente a confiar em que a tempestade se acalme. Não estão preparados nem para a expectativa de um novo furacão nem para um naufrágio. 

Após cinco anos desastrosos, poder-se-ia esperar que líderes de esquerda e trabalhistas começassem a procurar alternativas para o capitalismo, um lugar seguro para os seus passageiros 

07/Julho/2013


[NT] Ver por exemplo o comportamento da Apple : apesar de nadar em US$145 mil mihões acumulados, esta empresa monopolista decidiu endividar-se no mercado de obrigações dos EUA. 
O original encontra-se em mltoday.com/.... Tradução de JF.

Recentemente duas notícias vindas dos EUA foram bem interessantes: 1- A falência de Detroit; 2- As notícias de criminalidade em Cleveland.
Vou perguntar novamente algo que já postei. Será que existe de fato a tal recuperação dos EUA? Ou é um balão de ensaio para esconder a nova onda de crise que vários analistas previram que iria ocorrer por esses anos?

Para entender a lógica de Dilma


Autor: 
 
Coluna Econômica
As manifestações de junho pegaram o governo desprevenido. Até então, tinha-se a ilusão de que os indicadores de popularidade superavam qualquer deficiência. Agora, sabe-se que, até o final do mandato de Dilma, vai haver luta ferrenha e diuturna.
Mesmo assim, em círculos próximos a Dilma, considera-se que ela já teria superado a fase mais difícil, que era sair das cordas após as manifestações.
O governo Dilma sempre enfrentou problemas com a base de apoio.
Ao propor o plebiscito e a ênfase nos serviços públicos, considera-se que tenha passado a bola para frente. Com todas as ressalvas que se possa fazer, o tema reforma política saiu do Congresso e ganhou as discussões gerais.

***
O clamor das ruas fez também com que, nas últimas semanas, Dilma se abrisse para a interlocução geral. E colocasse na agenda os temas preferidos dos manifestantes, como a mobilidade urbana.
Mas não se deve esperar mudanças ministeriais. Menos ainda no Ministério da Fazenda.
No segundo governo Lula, cogitou-se na demissão do presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Lula foi demovido com a justificativa de que, faltando um ano e meio para o fim do governo, seria impossível construir um novo discurso econômico.
Foi-lhe lembrado o segundo governo FHC. Após a crise do câmbio, caiu o presidente do BC, Francisco Lopes, substituído por Armínio Fraga. Depois da mudança, o Ministro da Fazenda Pedro Malan teria sido completamente apagado. Até o final do governo, o discurso econômico nunca mais foi refeito.

***

No caso de Guido Mantega ocorreria o mesmo com o sucessor, estimam esses analistas. Considera-se que, apesar de erros pontuais, especialmente o da distribuição indiscriminada de isenções fiscais, as linhas gerais da política econômica estariam corretas. E nenhum sucessor teria tempo de refazer o discurso.
Há a visão de que as críticas contra Guido originam-se da redução da taxa Selic, que teria prejudicado inclusive os empresários do setor produtivo.
De minha parte, não vejo assim. Mas, enfim, é a visão que prevalece no governo.

***

Do mesmo modo, não se deve esperar por reforma ministerial que, segundo essas análises, mais levanta poeira do que ajuda a assentar. Será possível esperar alguns ajustes pontuais, de troca de Ministros. Mas nada de muito drástico.

***

Nessa avaliação, Dilma já teria batido no fundo do poço, mas em um quadro bastante favorável para a recuperação. Especialmente porque preservou a base original do PT, no nordeste e junto aos setores de menor renda. Nos setores mais esclarecidos, quem cresceu foi Marina Silva. Mas assim que for instada a expor suas opiniões – sobre os mais diversos assuntos – se perceberá um discurso em conflito com o que pensam os setores mais alfabetizados da população.

***

Considera que, primeiros alvos das manifestações foram os governantes da linha de frente. A maioria se reposicionou atendendo ao clamor das ruas.
Em situação mais difícil fica o poder legislativo e alguns grandes órgãos de mídia, como a TV Globo.
Assim como Dilma, ela terá que se reinventar para fugir ao desgaste. Terá comando para tanto?

Alta da taxa de desemprego em junho preocupa governo


Sugerido por Marcia
Da Reuters 
Desemprego maior em junho preocupa governo sobre futuro da economia, dizem fontes quarta-feira, 24 de julho de 2013 21:55 BRT

Por Jeferson Ribeiro e Patrícia Duarte

SÃO PAULO, 24 Jul (Reuters) - A surpreendente alta do desemprego no Brasil em junho fez soar ainda mais alto o alarme dentro do governo da presidente Dilma Rousseff, que já vem sofrendo com a baixa confiança da população e dos empresários, com preocupações sobre o futuro da economia neste segundo semestre.

Já há avaliações, tanto dentro da equipe econômica quanto no Palácio do Planalto, que a atividade pode perder força no terceiro trimestre --o oposto da visão que prevalecia há poucos meses.

"Acho que pode ser um sinal (de piora da economia no terceiro trimestre), mas é difícil concluir olhando só esse comportamento na margem. Mas é mais um sinal", afirmou à Reuters um importante integrante da equipe econômica, sob condição de anonimato, acrescentando que este terceiro trimestre pode ter desempenho pior do que os dois primeiros.

A fonte referia-se à divulgação nesta quarta-feira da taxa de desemprego de 6 por cento no mês passado que, apesar de baixa se comparada com outros momentos, marcou o sexto mês seguido sem ceder, ao mesmo tempo em que o rendimento da população caiu pela quarta vez seguida.

O mercado de trabalho é considerado por assessores da presidente Dilma como o "fio de esperança do governo" num cenário de indicadores econômicos cada vez mais deteriorados, e o resultado de agora causou preocupação.

Segundo uma fonte do Executivo, que também pediu anonimato, o aumento do desemprego era esperado, mas preocupa à medida que pode se tornar uma tendência, já que essa "era a bóia de salvação" ou "fio de esperança" de Dilma, num momento em que o governo passa por forte instabilidade política e está pressionado por indicadores de inflação e crescimento econômico ruins.

A fonte disse desconhecer novas medidas para estímulos ao mercado de trabalho e argumentou que, apesar do crescimento do desemprego, o atual nível ainda é baixo, especialmente considerando-se o cenário internacional. "Mas não vamos ver níveis de geração de emprego como o que ocorreu em 2010, quando a economia estava superaquecida", afirmou.

Na véspera, o governo já havia tido uma indicação de que o mercado de trabalho continuava dando sinais de cansaço, com a divulgação de que o país havia fechado o semestre passado com a menor geração de empregos formais desde 2009, auge da crise internacional, segundo dados do Ministério do Trabalho.

Na terça-feira, uma outra fonte do governo havia afirmado à Reuters que o desemprego era uma "preocupação real do governo" e que esperava por uma piora da situação apenas no último trimestre deste ano.

Para o cientista político da FGV Cláudio Couto, se o desemprego continuar mostrando resistência, pode haver problemas para o governo nas eleições de 2014.

"O problema é se continuar a trajetória (de alta) ao longo dos próximos meses, se chegar nas eleições nesse quadro, num patamar mais elevado de 9 por cento", afirmou ele, acrescentando que, como há muitas notícias ruins para o governo acontecendo ao mesmo tempo, há um cenário de perda das expectativas.

"O cenário para o governo é muito ruim neste momento e há fortes motivos para acreditar que vai piorar", afirmou. "Mas não colocaria todas minhas fichas nessa aposta."

ALIADOS

Entre os aliados no Congresso, terreno onde a presidente também enfrenta fortes dificuldades, a notícia sobre o desemprego causou preocupação, apesar de considerarem que o nível atual ainda não atinge em cheio a popularidade do governo.

"O ideal era ficarmos em 4 por cento", disse o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT-PI), para quem a taxa de desemprego no país não deve ceder e ficar entre 6 e 6,5 por cento.

Um dos temores do governo é que o desemprego cresça não só na indústria por causa da atividade econômica mais fraca, mas também na construção civil, setor em que muitas obras para a Copa do Mundo de 2014 serão concluídas até o final do ano.

"Mas outras obras serão iniciadas nos projetos de infraestrutura, como aeroportos e portos", argumentou Dias. Essa realmente é uma das apostas do governo para o segundo semestre, e não só pelo emprego.

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse que a alta do desemprego é um dado preocupante. "Mas comparado ao que está acontecendo no restante do mundo ainda é um desemprego baixo", argumentou.

Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), as medidas adotadas pelo governo para incentivar o mercado de trabalho, como a desoneração de impostos sobre a folha de pagamento, não "se mostraram eficazes".

"Lamentavelmente, o governo está emparedado. Estamos chegando numa situação de entrar no processo de ladeira abaixo", disse.

Mais Médicos tem 46% dos municípios brasileiros inscritos


Sugerido por Luiz Eduardo Brandão
Da Agência Brasil

Programa Mais Médicos já tem 2.552 municípios inscritos


25/07/2013 - 1
2h14
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um total de 2.552 municípios estão inscritos no Programa Mais Médicos. O número representa cerca de 46% das cidades brasileiras, com maior concentração na Região Nordeste. O prazo para inscrição termina hoje (25) à meia-noite.  
Do total de municípios inscritos, 867 estão na Região Nordeste, 652 no Sudeste, 620 no Sul, 207 no Norte e 206 no Centro-Oeste. Os dados são do último balanço do Ministério da Saúde que contabiliza as inscrições feitas até ontem (24). Todos os municípios do país podem participar do programa indicando as unidades básicas de saúde de suas regiões em que há falta de médicos.
Lançado por medida provisória, o Programa Mais Médicos tem como meta levar médicos para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil. O Mais Médicos também prevê a possibilidade de contratar profissionais estrangeiros para trabalhar nessas regiões carentes. A ampliação do número de vagas em cursos de medicina e da residência médica também faz parte dos objetivos do programa.
Veja a tabela com a distribuição por estado dos municípios inscritos no programa:
 
Programa Mais Médicos*
Estado
Municípios Inscritos
Total de Municípios no Estado
Acre
17
22
Amapá
8
16
Amazonas
48
62
Alagoas
21
102
Bahia
233
417
Ceará
115
184
Espírito Santo
31
78
Goiás
109
246
Mato Grosso
60
141
Mato Grosso do Sul
37
78
Maranhão
91
217
Minas Gerais
372
853
Paraná
208
399
Pará
73
143
Paraíba
62
223
Pernambuco
90
185
Piauí
135
223
Rondônia
52
52
Roraima
7
15
Rio Grande do Norte
62
167
Rio Grande do Sul
294
496
São Paulo
215
645
Santa Catarina
118
293
Sergipe
31
75
Tocantins
43
139
Rio de Janeiro
34
92
O Distrito Federal também registrou inscrição no Mais Médicos
*As inscrições foram registradas até a última quarta-feira (24). Os dados são do último balanço do Ministério da Saúde.
Edição: Denise Griesinger