"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, março 30, 2007

Instituto Humanitas Unisinos - 29/03/07

A venda do Grupo Ipiranga. Fundo dos EUA teve lucro de R$ 1,1 milhão

A maior parte dos 26 investidores investigados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Ministério Público Federal por suspeita de uso de informação privilegiada no caso da venda do Grupo Ipiranga é formada por pessoas físicas. Mas é do fundo de investimentos norte-americano, cujo nome não foi ainda divulgado, a maior aplicação e lucro nominal mais vultoso com a operação até agora. A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 29-03-2007.

Segundo o procurador da República Sady Assumpção Torres Filho, que coordena a ação do Grupo de Mercado de Capitais do Ministério Público, o fundo investiu R$ 2,5 milhões e teve ganho de 44%, o que equivale a R$ 1,1 milhão. O dinheiro faz parte dos quatro lotes bloqueados judicialmente. 'Já temos elementos para o pedido de ação civil pública', disse ontem Torres Filho.

Ele detalhou as operações do fundo com sede no Estado norte-americano de Delaware, que diluiu as aplicações por três dias. 'No dia 14 (cinco dias antes do anúncio da compra da Ipiranga pelo consórcio Petrobrás, Braskem e Ultra), o fundo bancou uma pequena alta nas ações (ordinárias da Refinaria Ipiranga). No dia 15, voltou a promover alta, com nova compra. E no dia 16 apostou todas as fichas. O ganho foi de 44%', comentou Torres. Outros investidores, com aplicações menores, chegaram a ganhar 69%, comprando e vendendo os papéis num prazo de três dias.

O diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, disse ontem, em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, que a estatal terá uma posição 'muito forte' em relação ao suposto vazamento de informações. Um dos suspeitos de ter se beneficiado da informação privilegiada é, justamente, um gerente do grupo estatal, mais especificamente, da BR Distribuidora.

Na audiência na Câmara, representantes dos trabalhadores manifestaram preocupação com a concentração no setor petroquímico depois da venda do Grupo Ipiranga. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul, Carlos Eitor Rodrigues, também manifestou preocupação dos trabalhadores do setor com possíveis demissões.

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