"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, janeiro 22, 2008

Instituto Humanitas Unisinos - 22/01/08

Pânico derruba bolsas no mundo

O mercado financeiro enterrou ontem a tese do “descolamento”, segundo a qual a economia global seria hoje menos dependente dos Estados Unidos. A percepção, agora, é de que o mundo poderá sofrer, e muito, com uma eventual recessão americana, o que provocou uma onda de pânico entre os investidores. A reportagem é de Leandro Modé e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 22-01-2008.

As bolsas de valores despencaram na Ásia, na Europa e na América Latina. Nos EUA, o mercado não funcionou por causa do feriado de Martin Luther King Jr.

O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) recuou 6,60%, maior queda desde 27 de fevereiro de 2007. O Índice Merval, da Bolsa de Buenos Aires, perdeu 6,27%. Na Bolsa de Lima, a queda de 8,38% do Índice IGRA foi a maior desde 1995.

“Os recentes dados das economias desenvolvidas, como Japão e União Européia, colocaram em dúvida a tese do decoupling”, disse o economista do banco JP Morgan Julio Callegari, citando a palavra inglesa que tem sido usada para descolamento.

“A economia japonesa, que já teve um fraco desempenho em 2007, está desacelerando ainda mais”, afirmou. “Na Europa, a inflação está em nível elevado, o que impede o banco central de cortar o juro (o que estimularia a atividade econômica).” Nesse cenário, disse Callegari, “crescem as incertezas sobre os países emergentes”.

Os analistas que defendem a idéia do “descolamento” têm argumentado que o crescimento global seria pouco afetado pela desaceleração dos EUA graças ao vigor dos emergentes. A economia chinesa, por exemplo, avançou, em média, 11% nos últimos anos.

Apesar do pânico entre os investidores, Alexandre Póvoa, economista do Banco Modal, não se impressionou. “Havia um claro descompasso entre os preços dos ativos financeiros e os resultados dos indicadores econômicos”, disse. Segundo ele, os investidores abraçaram várias teses nas últimas semanas, que acabaram não se confirmando. “Acreditava-se que os preços das commodities não cairiam, o que segurou um pouco a Bovespa”, exemplificou. “Agora já se aceita essa idéia.”

Em Brasília, o presidente Lula disse que está de olhos “bem abertos” e garantiu que, se necessário, tomará medidas para evitar reflexos da crise dos EUA no Brasil.

Nesta manhã, os portais dos principais jornais do mundo, noticiam uma nova queda nas principais bolsas da Ásia e da Europa.

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