"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, maio 14, 2008

Instituto Humanitas Unisinos - 14/05/08

Após saída de Marina, Câmara aprova MP que pode aumentar desmatamento

Medida Provisória amplia de 500 para 1.500 hectares áreas cedidas sem licitação na Amazônia. Pela lei, proprietários podem desmatar até 20% das terras na Amazônia, para produção. A notícia é do sítio amazônia.org.br 13-05-2008.

No dia em que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entregou sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Câmara aprovou uma medida provisória que pode contribuir para o desmatamento na Amazônia, na visão de ambientalistas. Governistas dizem que a MP apenas regulariza uma situação já comum na região.

A MP 422 ampliou de 500 para até 1,5 mil hectares a área que pode ser concedida pela União na Amazônia Legal sem licitação. Aprovada pela Câmara, a proposta vai agora ao Senado.

O líder do PV, Sarney Filho (MA), afirma que a MP pode aumentar o desmatamento, porque permite ao proprietário desmatar até 20% de sua propriedade na Amazônia. "Isso vai aumentar o desmatamento, não tenho dúvidas."

A aprovação da MP no dia da demissão de Marina é simbólica porque o projeto sequer foi discutido com o Ministério do Meio Ambiente, segundo o deputado do PV. "O ministério não foi ouvido, houve muita reclamação", afirmou Sarney Filho.

O relator da MP, deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), nega que a MP possa aumentar o desmatamento. Ele afirma que o objetivo é apenas regularizar situações de proprietários de terras na Amazônia. "Mais de 92% dessas terras já estão ocupadas, algumas há até 30 anos."

Plágio A MP 422 foi alvo de uma polêmica por se tratar de um plágio de um projeto idêntico de Bentes. Na época da edição, o Congresso chegou a cogitar a devolução da MP e dar prioridade para o projeto do deputado. Por fim, o próprio Bentes assumiu a relatoria e a situação foi solucionada.

"Não estou olhando meu interesse mesquinho de ser o autor do projeto. O que interessa é o objetivo da região, que deseja esse projeto", afirmou o parlamentar.

Nenhum comentário: