"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, junho 25, 2010

O futuro energético da Europa deve subir o telhado

Instituto Humanitas Unisinos - 25 jun 10

O futuro energético europeu deve subir o telhado, mas no melhor sentido: um novo levantamento da Associação Europeia da Indústria Fotovoltaica (AEIF) calcula que 40% da energia consumida na Europa até 2020 poderia ser produzida por paineis solares em telhados e fachadas dos 27 países do bloco.

A reportagem é de Eric Camara e publicada pela BBC Brasil, 24-06-2010.

A associação estima a área aproveitável em nada menos que 22 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 40% de todos os telhados e 15% das fachadas europeias. Com o aproveitamento dessa área, a Europa instalaria 1,5 mil GW de capacidade.

Para se ter uma ideia, o Brasil tem apenas cerca de 20 MW de capacidade instalada - um gigawatt (GW) equivale a mil megawatts (MW) - atualmente. A Alemanha, um dos líderes mundiais no setor de energias renováveis tem 9 GW instalados, e no mundo tudo a capacidade instalada gira em torno de 20 GW.

A Associação Europeia da Indústria Fotovoltaica quer incentivos dos governos para que prédios deixem de ser consumidores passivos de energia e passem a produzir eletricidade também. "É essencial que sejam criadas condições favoráveis na Europa para apoiar um largo uso de células fotovoltaicas integradas aos prédios, que terão um grande impacto no desenvolvimento de construções na Europa", disse o secretário-geral da AEIF, Adel El Gammal.

O Vaticano há alguns anos entrou nessa onda e aproveitou para instalar paineis solares em uma parte do telhado que precisava de novas telhas. No Brasil, a ideia de integrar paineis solares à construção civil ganha força. Recentemente, o governo recomendou a instalação de sistemas solares de aquecimento d'água para as casas do programa "Minha Casa, Minha Vida".

Para a Copa do Mundo de 2014, estuda-se a instalação de paineis fotovoltaicos na cobertura de estádios para reduzir e até zerar o consumo de eletricidade da rede. E onde você mora, será que o futuro também está na energia solar?


Temos que ter cuidado com as comparações. A questão energética europeia é totalmente diferente da brasileira. A necessidade de substituição da matriz energética do petróleo para fontes "limpas" como a solar na Europa se define pela ausência ou escassez de matrizes como a hidreletricidade (abundante no Brasil). Realizar uma mudança deste porte no Brasil, com os custos inerentes às fontes alternativas e consequente aumento do valor das contas do consumidor, seria uma irresponsabilidade.

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