"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

domingo, novembro 02, 2008

Evo suspende ações da DEA na Bolívia

Instituto Humanitas Unisinos - 02/11/08

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem a “suspensão indefinida” das operações da agência antidrogas dos EUA (DEA) em seu país, acusando seus funcionários de “espionagem” e de tentar “desestabilizar” seu governo.

A notícia é dos jornais O Estado de S. Paulo e Página/12, 02-11-2008.

“Quero comunicar a vocês uma decisão pessoal. A partir de hoje está suspensa qualquer atividade da DEA (na Bolívia)”, afirmou Evo, num quartel da região cocaleira de Chapare, no centro do país, onde participou de um ato para a divulgação dos resultados das campanhas de erradicação da coca na região. “Existem agentes da DEA que trabalham com espionagem política, financiando grupos delinqüentes para que atentem contra a vida das autoridades - para não dizer do presidente”, justificou o líder boliviano.

O governo boliviano acusa a agência americana de fomentar um “golpe civil” em seu país. Segundo Evo, a DEA estaria por trás de alguns protestos organizados pela oposição regional em setembro, como o bloqueio de aeroportos para impedir que autoridades de La Paz visitassem cidades no leste da Bolívia.

Evo chegou a citar o nome de um agente dos EUA que trabalha em Santa Cruz e, segundo ele, teria viajado para as cidades de Trinidad e Riberalta para “financiar os civis” envolvidos nas manifestações.

Em Washington, o porta-voz da DEA, Garrison Courtney, disse que a decisão cria uma “situação indesejada”, mas a agência encontrará outras formas de combater o tráfico de drogas na região. Recentemente, os EUA decidiram não renovar um acordo de preferências tarifárias com a Bolívia alegando a falta de cooperação de La Paz no combate ao tráfico.

Em setembro, logo depois da intensificação dos protestos da oposição em quatro departamentos (Estados), o governo Evo expulsou o embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg, acusando-o de tentar interferir em assuntos internos.

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