"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Instituto Humanitas Unisinos - 25/02/07

'O crime ambiental compensa', afirma fiscal do Ibama

Em mesmo a iminência de uma megaoperação de fiscais do governo, anunciada com alarde no estado, intimidou os devastadores da floresta em Mato Grosso, que continuam a desrespeitar a lei e derrubar e vender árvores ilegalmente, na véspera da chegada de um pelotão de agentes da Polícia Federal. Para fugir da fiscalização, os infratores agem e cometem crime ambiental na calada da noite. A reportagem é de Evandro Éboli e publicada pelo jornal O Globo, 25-02-2008.

Na madrugada de domingo, O Globo acompanhou uma ação dos fiscais do Ibama. Eles flagraram um caminhão carregando 12 toras de madeira cambará, ilegalmente. Sem documento de origem da madeira e sem licença para transportar as árvores, o caminhoneiro Waldir Nelio Michel foi autuado, teve seu caminhão e as toras apreendidos e pagará uma multa de R$ 800 a R$ 5 mil. O valor é calculado pelo volume de madeira, em metros cúbicos.

"O crime ambiental compensa", diz um dos fiscais do Ibama que atuou na operação e prefere não ser identificado.

Por sua vez, a governadora do Pará, Ana Julia Carepa (PT), diz que seu Estado não pode pagar sozinho o preço do combate ao desmatamento da floresta amazônica no Pará — que chega, segundo ela, a R$ 2 bilhões ao ano. A governadora quer criar alternativas econômicas nas cidades madeireiras e evitar que se repitam fatos como os ocorridos em Tailândia, terça-feira passada, quando mil manifestantes impediram o confisco de 13 mil metros cúbicos de madeira ilegal.

A extração ilegal de madeira é o principal crime ambiental combatido pela gerência do Ibama em Sinop (MT), responsável pela fiscalização de 31 municípios. Esse tipo de ilegalidade responde por 40% do total de autuações. Em 2007, fiscais do Ibama de Sinop aplicaram 869 multas, num total de R$ 281,4 milhões. Cerca de R$ 113 milhões se referem à derrubada de árvores sem autorização. Até agora, o governo recebeu 10% das multas. O infrator recorre à Justiça e consegue protelar o pagamento. O dinheiro das multas vai para o Fundo Nacional do Meio Ambiente e para a União

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