"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, setembro 05, 2008

Salário médio do jovem brasileiro aumentou 10,50%, mostra a FGV

Instituto Humanitas Unisinos - 03/09/08

O salário médio da população de 15 a 29 anos aumentou, em média, 10,5% por ano entre 2004 e 2008, de com acordo com estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e elaborado com base nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. "É um nível de crescimento chinês, que teve ajuda de programas sociais, ao contrário do que acontece no país asiático", afirmou Marcelo Neri, coordenador do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

A notícia é do jornal O Globo, 03-09-2008.

Em 2004, o jovem brasileiro recebia salário médio de R$ 277,73, que chegou a R$ 414,05 em abril deste ano. Neri disse que o aumento de ganho do jovem está atrelado ao maior nível de estudo. Há quatro anos, o brasileiro de 15 a 29 anos tinha, em média, 9,7 anos de estudos. Em abril deste ano, o tempo médio já chega a 10,4 anos. "O maior tempo de estudo explica o aumento da renda do jovem."

Neri argumenta que desde 1992 há um aumento substancial nos anos de estudo dos jovens entre 15 e 29 anos. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicíliosPNAD), o estudo da FGV mostra que entre 1992 e 2006 houve aumento de 2,63% ao ano no tempo médio de estudo da população nessa faixa etária. A renda decorrente de todas as fontes, no entanto, subiu apenas 1,21% ao ano no período. "O aumento dos anos de estudo não se refletiu em crescimento dos rendimentos. Mas a partir de 2004 esse quadro mudou", ressalta Neri. (

Entre 2004 e 2008, os anos de estudo subiram, em média, 2,74% ao ano, ao passo que as rendas de todas as fontes cresceram 7,90% ao ano. "A pesquisa mostra que, dos últimos 16 anos, os 12 primeiros anos foram anos de estagnação trabalhista, quando o jovem estava indo muito mais à escola, investindo no seu futuro, embora não estivesse colhendo esse resultado no mercado de trabalho. De 2004 em diante a cena muda, e o jovem continua investindo em educação, mas começa a colher resultados", ressalta Neri.

Ele atribui a essa melhora parte da expectativa positiva do jovem em relação aos próximos cinco anos, detectada pelo Índice de Felicidade Futura (IFF), medido no país pela FGV e em outros 131 países pelo Gallup World Poll.

"A pesquisa mostra que o dado sobre otimismo em relação ao futuro surpreende, mas os últimos quatro anos dão margem para a idéia de que o Brasil melhorou e que o país, pelo investimento em educação que já aconteceu, pode melhorar no futuro", diz Neri.

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