"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, maio 31, 2007

Instituto Humanitas Unisinos - 25/05/07

IBGE vê 2007 'frio' para emprego

O elevado número de pessoas à procura de uma vaga no mercado de trabalho manteve a taxa de desemprego em 10,1% em abril, mesmo nível apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março. A manutenção de 1,13 milhão de desempregados em busca de emprego em São Paulo impediu uma queda da taxa na média das seis regiões metropolitanas pesquisadas. A notícia é de Jacqueline Farid e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-05-2007.

No total das seis regiões, 2,3 milhões de pessoas estavam desempregadas e em busca de trabalho em abril. O gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, avalia que o ano de 2007 'está frio' para o mercado de trabalho e a ocupação não cresce como se esperava. 'Há uma tendência de perda de postos de trabalho num momento em que vagas deveriam estar sendo criadas', disse.

Para Azeredo, a expectativa era de que a queda dos juros e o lançamento do Programa de Aceleração Econômica (PAC) já estivessem mostrando reflexos no emprego. 'Não ocorreu ainda o esperado ponto de inflexão na taxa. Parece que o cenário econômico não está aquecido o suficiente para melhorar o mercado de trabalho', afirmou.

Para ele, 'precisam acontecer grandes obras para gerar uma entrada forte (de pessoas) no mercado de trabalho, para reduzir a taxa de desocupação'. Azeredo ressaltou que a melhora qualitativa do mercado, com aumento da formalidade e do rendimento, continua, mas 'é necessário que haja resultados mais expressivos em termos quantitativos'.

Na comparação com março, o número de ocupados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas caiu 0,3% em abril, com menos 68 mil vagas. Para Azeredo, a variação porcentual não é estatisticamente significativa 'mas é preocupante, pois pode significar uma tendência de queda' no momento em que se esperava a geração de vagas.

SÃO PAULO

A região metropolitana de São Paulo, que responde por 40% do emprego nas seis regiões pesquisadas, registrou desemprego de 11,6% em abril, ante 11,5% em março. Azeredo considera que é 'preocupante' que o número de desocupados em São Paulo, que tinha aumentado 10,4% em março em relação a fevereiro, não tenha cedido em abril, mantendo elevado o número dos que procuram uma vaga.

Para ele, o lado positivo do mercado de trabalho paulista é a formalização. Em abril, ante março, o número de empregados com carteira na região aumentou 1,8%. Houve redução de 5,2% dos trabalhadores considerados informais.

Apesar do elevado número de desempregados, o rendimento médio real dos trabalhadores prosseguiu em alta em abril e chegou a R$ 1.114,00, com aumento de 0,3% ante março e 5% na comparação com abril de 2006. Segundo Azeredo, o aumento está relacionado ao reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 350 para R$ 380 em abril, à manutenção da inflação em um nível baixo.

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