"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, setembro 30, 2008

Invesidores da China e do Oriente Médio são vitais no socorro aos EUA

Instituto Humanitas Unisinos - 29/09/08

O sucesso do pacote de US$ 700 bilhões depende tanto do Congresso americano quanto dos bancos centrais da China e do Oriente Médio. Embora os congressistas já tenham fechado um acordo para aprovar o plano de ajuda, os Estados Unidos precisarão de governos e investidores estrangeiros interessados em comprar uma boa parte do déficit que vai surgir para financiar a recuperação financeira proposta, segundo artigo publicado ontem pelo Wall Street Journal.

A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 29-09-2008.

Por meio século, os Estados Unidos venderam a idéia de um sistema financeiro global no qual o dinheiro migrava dos que tinham para aqueles que precisavam dele, sem se importar com as fronteiras, prossegue o artigo. A atual crise poderia representar o triunfo dessa política, não fosse pelo fato de que o sistema financeiro global previa que os bancos e as firmas financeiras americanos seriam o salva-vidas do mundo. Hoje, essas instituições se parecem com exaustos nadadores prestes a sofrer um ataque cardíaco ou a se afogar, diz o jornal.

A crise financeira deixou claro o quanto os investidores estrangeiros se tornaram vitais para Washington. O Federal Reserve, o banco central, e o Tesouro decidiram salvar as gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac para garantir à China, que detém algo próximo a US$ 1 trilhão em débitos americanos, de que ações dos Estados Unidos eram seguras.

China, Arábia Saudita e outros grandes investidores estrangeiros provavelmente não devem adotar medidas que ameacem o dólar porque eles detêm muito da dívida americana, avalia o jornal. No entanto, não se espera que fundos soberanos saudáveis saiam comprando partes adicionais de firmas financeiras. A China Investment Corp, por exemplo, ficou bastante cautelosa em aumentar sua participação no Morgan Stanley após ter sido criticada internamente por ter investido em companhias americanas a perigo.

Grandes fundos de investimentos no Kuwait, Qatar e em Abu Dabi já informaram que não planejam participar do resgate de bancos ameaçados de Wall Street, mas os americanos esperam que fundos de menor porte se interessem em procurar por barganhas nos mercados imobiliário, financeiro e de seguros, acrescenta o artigo.

Como nesse momento os Estados Unidos precisam de capital estrangeiro, o Tesouro deveria promover um “road show” para explicar o plano de resgate a investidores de outros países que já consideram investir no euro. No ano passado, os congressistas americanos estavam preocupados na influência política que os investidores estrangeiros teriam ao comprar fatias de companhias de seu país. Agora, a preocupação é de que os mesmos estrangeiros não se interessem mais em comprar coisa alguma.

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