"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, outubro 29, 2008

BELLUZZO: ESPERO QUE O FMI NÃO FAÇA ESTUPIDEZ

Conversa Afiada - 28/10/2008 13:35



FMI: fim da crise existencial

“Primeiro, o FMI deixou o mercado aproveitar a festa e fazer estripulias, agora ele deve atuar para amenizar a saída de capital privado. Só espero que ele não faça a estupidez de colocar restrições à tomada de empréstimos”. Assim, Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular de economia da Unicamp, falou ao Conversa Afiada sobre a criação de uma possível Linha de Liquidez de Curto Prazo, planejada pelo FMI para amenizar os efeitos da crise de crédito e de liquidez das balanças de pagamento.

A ausência de financiamento privado e o caos financeiro tiraram o FMI da crise existencial. Finalmente, o órgão voltou a desempenhar o seu papel principal. Passada a época de calmaria (desde a crise dos anos 90), o FMI reencontra seus eixos impulsionado pelos países do leste europeu e pelos emergentes. Sexta-feira (31/10), o Fundo discutirá uma Linha de Liquidez de Curto Prazo, para amenizar os efeitos da crise de crédito e de liquidez das balanças de pagamento.

Em entrevista ao Conversa Afiada, Belluzzo explica que a futura discussão do fundo em relação aos países afetados pela crise se deu por conta do boom de capitalização do mercado privado. Belluzzo conta que o FMI está somente desempenhando o seu papel principal. “Não existe nenhuma outra instituição que esteja apta a fazer isso no momento. Eles são sucumbidos de amenizar a saída de capital e socorrer a crise das balanças de pagamentos”. Questionado sobre uma alienação em relação à chegada da crise, o professor rebate: “o FMI, no World Economic Fórum soltou um relatório que já chamava a atenção para o boom imobiliário dos Estados Unidos. A questão é que ele (FMI) é sempre mais otimista que realista”.

Sem citar os possíveis tomadores de empréstimos, o FMI divulga que serão recursos da ordem de US$ 255 bilhões. O New York Times, porém, citou Coréia do Sul, México e Brasil. Belluzzo discorda. “O Brasil está, por enquanto, em uma situação confortável. Não acredito que deverá recorrer ao Fundo. Talvez ,eventualmente, para ajustes”, diz o professor, apontando Coréia do Sul, Turquia e países do leste europeu – como a Hungria, por exemplo – como possíveis alvos do radar da instituição.

Hoje, o FMI liberou uma linha de US$ 2 bilhões à Islândia. O país recentemente passou por um colapso bancário e acaba de aumentar os de juros da taxa básica de 12% para 18%. Clique aqui para ler.

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