"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, novembro 01, 2008

Os alertas de Martin Wolff

Blog do Luis Nassif - 29/10/08

Martins Wolff, no Valor de hoje

Todo o possível deve ser feito para evitar que a inescapável recessão se transforme em algo pior. Um grande número destas ações necessárias foi apresentado na coluna de Jeffrey Sachs, da Universidade de Colúmbia, anteontem (Valor, Finanças, 26 de outubro de 2008). Eu destacaria cinco pontos.

Primeiro, (...) a deflação é letal para as economias endividadas. Hoje, as taxas de juros de curto prazo parecem demasiado elevadas na zona do euro e no Reino Unido. Os bancos centrais precisam reexaminar as suas economias e reduzir taxas em pelo menos um e, idealmente, em dois pontos percentuais.



Segundo, a única forma de deixar o setor privado se desalavancar, sem falências em massa e enormes quedas nos gastos, é substituindo o ativo que todos querem: dívida do governo.

Terceiro, é crucial que a concessão de empréstimos seja mantida tanto dentro como entre economias. Depois de terem passado por tantos problemas para recapitalizar os bancos, os governos deveriam insistir que seus recursos sejam usados para suprir linhas de crédito aos mais propensos a permanecer solventes. Se os bancos se recusarem a fazer isso, os bancos centrais deverão substituí-los, como o Federal Reserve está fazendo agora.

Quarto, está no vital interesse próprio dos países de alta renda afetados manter as duramente castigadas economias emergentes solventes durante a crise.

(...) O dia das bolhas habitacionais e de enormes déficits em conta corrente nos gastadores países de alta renda acabou. Aqueles que dependem de superávits em conta corrente para sustentar a demanda precisam pensar de novo.

Decisões tomadas ao longo dos próximos meses provavelmente moldarão o mundo por uma geração. A legitimidade da própria economia de livre mercado pode estar em risco. Aqueles que consideram a liquidação dos excessos passados como a solução não compreendem os riscos. O mesmo se aplica aos que sonham com novas ordens mundiais. Atravessemos primeiro essa crise. O perigo continua imenso e o tempo é curto.

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