"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, outubro 29, 2008

Coutinho recua e diz que BNDES não é hospital

Instituto Humanitas Unisinos - 28/10/08

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem, durante evento realizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, em Campinas, que o governo não vai socializar os prejuízos das empresas que perderam com operações de derivativos cambiais. “Quero deixar bem claro que o BNDES não está fazendo operações de socorro. O BNDES não é hospital. Nós não estamos bancando prejuízo”, afirmou. “Quando afirmei, na sexta, que o BNDES atuaria para apoiar as empresas que estavam perdendo com operações com derivativos, deixei muito claro que as empresas que tiverem prejuízo terão de arcar com eles. É algo difícil que terão de equacionar com o sistema bancário privado, que já se mostrou disposto a refinanciar”, disse Coutinho.

A reportagem é de Tatiana Fávaro e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 28-10-2008.

Ele afirmou que o papel do BNDES será, após as empresas equacionarem seus prejuízos, o de ajudar e examinar tipos de reforços a programas de exportação e expansão das companhias afetadas. Mas sem taxas ou operações privilegiadas e dentro das condições de mercado, garantiu. “Eu não posso falar de apoio nem forma de apoio a nenhuma empresa de capital aberto, porque estaria infringindo normas de governança.”

Coutinho disse que o País tem fundamento econômico para passar por possíveis reflexos da crise internacional e estimou crescimento de até 4% em 2009, ante 5,5% previstos por ele para este ano. “Há uma discussão muito firme do governo de sustentar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de sustentar o investimento em infra-estrutura, e essa sustentação dos investimentos dará o suporte mínimo para o crescimento da economia. De maneira que a gente precisa ficar tranqüilo, deixar a ansiedade passar.”

Ele reiterou que o BNDES continua a operar linhas de apoio a investimentos, inovação tecnológica e infra-estrutura, consideradas prioridades. “O que fizemos de novo e já foi anunciado foi a ampliação da linha de pré-embarque (para US$ 5 bilhões) para apoiar a exportação de manufaturados e de bens de capital.”

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