"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, dezembro 02, 2008

Presidente Saakachvili reconhece desencadeamento de ataque contra Ossétia do Sul

darussia.blogspot.com - 28/11/08



O Presidente da Geórgia, Mikhail Saakachvili, reconheceu, pela primeira vez publicamente, que as forças armadas georgianas deram início às acções militares na Ossétia do Sul, mas defendeu se ter tratado de “medidas adequadas e justificadas”.
“A questão não reside em saber por que é que a Geórgia começou as acções militares, nós reconhecemos que começámos essas acções, mas teríamos outra possibilidade quando começaram a liquidar os nossos cidadãos?”, perguntou o dirigente georgiano ao falar na reunião da Comissão Parlamentar de Investigação da Crise de Agosto no Cáucaso.
“Chegou ao nosso conhecimento de que armamentos pesados e tropas russas estavam concentradas junto do Túnel de Rokski (que liga a Ossétia do Norte à do Sul). A parte russa violou ilegalmente a fronteira georgiana. Este facto foi depois negado pela parte russa. Na véspera da intervenção em grande escala, no dia 06 de Agosto, mataram nossos soldados da dorça de manutenção da paz, bombardearam aldeias georgianas e não georgianas”, continuou o dirigente georgiano.
“Nessas condições, continuou, não devem fazer perguntas se realizámos acções militares, mas se o governo de algum país democrático aceitaria a exterminação cruel da sua própria população civil”.
“Nós tentámos impedir uma intervenção e lutámos no nosso território, nem um soldado pôs o pé em território alheio. Por isso não é preciso colocar a questão de se tínhamos ou não direito de defender os nossos cidadãos”, acrescentou.
“As questões devem ser colocadas da seguinte forma: não foi a Rússia que realizou a intervenção contra a Geórgia, não foi a Rússia que abandonou o Tratado sobre redução de tropas na Europa, não foi a Rússia que concedeu passaportes aos nossos cidadãos, o país que preparou a agressão durante muitos anos, que se recusou às conversações de paz no quadro da OSCE?”, interrogou Saakachvili.
“A Rússia não respondeu sequer a uma pergunta e quero dizer que uma grande ameaça paira não só sobre nós, mas sobre todo o mundo”, frisou ele.
Saakachvili declarou também que recebeu qualquer sinal de Washington para dar início às acções militares na Ossétia do Sul.
“Não compreendo de que “luz verde” falam, isso não corresponde à realidade”, considerou.
“Avisámos várias vezes os nossos parceiros de que a Rússia preparava um ataque contra a Geórgia, mas eles calaram essa questão. Verificámos várias vezes a informação de que os militares russos já estavam a entrar no território da Geórgia”, esclareceu.
Mikhail Saakachvili desmentiu também a notícia difundida por vários órgãos de informação de que teria insultado Vladimir Putin, primeiro-ministro, chamando-lhe “liliputo”.
Respondendo à pergunta da comissão de investigação se esse insulto não detriorou as relações russo-georgianas, o Presidente respondeu: “Isso é um tema inventado, as relações entre os nossos países começaram a deteriorar-se na época do Presidente Eduard Chevarnadzé.
“Vou reconhecer-vos que, depois da primeira visita à Rússia, nutri grande simpatia para com Putin, gostava muito dele”, concluiu.

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