"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

segunda-feira, agosto 03, 2009

O QUE SERÁ DE NOSSAS CRIANÇAS

Estamos em um momento de grandes decisões, e grandes decisões requerem grandes líderes que assumam o controle de forma ampla.

A situação de quarentena imposta pela gripe “A(H1N1)” convoca a sociedade, e principalmente seus líderes a repensar o nosso modelo econômico.

As escolas, corretamente, tomaram a decisão de paralisar suas atividades por mais quinze dias, permitindo que os alunos fiquem nos seus lares durante esse período por ser o ambiente mais seguro no momento. Mas, o que acontecerá com essas crianças?

Os pais, diferentemente dos filhos, não terão quinze dias de dispensa. Os mais abonados contratarão, ou já tem contratadas, pessoas que permaneçam com as crianças em casa. Os mais desafortunados devem estar em desespero, em busca de uma solução para o caso.

Os adolescentes, bem, essa é uma situação diferente. Não ficam em casa pois já apresentam uma maior liberdade de ir e vir. Lotam shoppings, cinemas, bares, lanchonetes, casas de shows, etc. Mas, nesse caso, isso não contraria toda a ideia por trás da paralisação das escolas, uma vez que a idéia por trás da atitude da área educacional não é evitar aglomerações?

É exatamente nesse momento que penso entrar a atuação dos líderes. O Estado (em todas as suas esferas) deveria ter uma atitude mais impositiva. Se o clima é realmente preocupante como afirma a área de Saúde, então o Estado deveria impor o isolamento de tais áreas. Apesar de vivermos em uma sociedade que sobrevive a base da produção, essa produção não deve se sobrepor à vida humana.

No caso dos genitores, o Estado deveria, em legislação provisória e emergencial, determinar que um dos pais (no caso de ambos trabalharem) fique em casa com os filhos com o objetivo de realmente atender a paralisação da área educacional.

As grávidas, bom, essas nem deveriam estar sendo citadas aqui, pois pelo bom senso e como integrantes do já demonstrado grupo de risco, há muito teriam de ter sido liberadas do trabalho pelo próprio empregador.

Se em épocas de “vacas magras” na indústria se dá férias coletivas objetivando a redução dos custos do empresariado, por que não fazê-lo agora com o objetivo de salvar vidas?

Nesse caso, penso que o Estado (em todas as esferas) poderia contribuir em demasia com redução de impostos nesse período não sobrecarregando, assim, somente o empregador.

Repassar o problema para as famílias é confortável, mas nem um pouco correto tampouco justo. Nesse momento necessitamos que nossos líderes cumpram sua principal função: prover a sociedade de saúde, segurança e educação.


Paulo Sergio Vieira Sindeaux

Professor de Geografia - Colégio Militar de Porto Alegre