"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, setembro 05, 2008

Grampo legal

Instituto Humanitas Unisinos - 05/09/08

"Ainda que o futuro possa lhe reservar algum tipo de constrangimento, o governo só tem a comemorar com a escandalização do uso de escutas telefônicas", escreve Melchiades Filho, jornalista, no jornal Folha de S. Paulo, 05-09-2008.

Eis o comentário.

Confira o que de concreto ocorreu desde o começo das denúncias de desrespeito às liberdades individuais e das reações indignadas:

1) Foi escanteado o delegado que pretendeu investigar os negócios de Daniel Dantas, as relações íntimas do empresário com o Planalto e o acordo de indenização que permitiu ao governo levar adiante a idéia de criar a supertele nacional.

2) A Polícia Federal repaginou a Operação Satiagraha. Fechou foco nos indícios de fraude financeira do Banco Opportunity e esqueceu outras ambições do inquérito original, como tráfico de influência e a fusão da Brasil Telecom com a Oi.

3) Dantas e seus principais assessores saíram da prisão. Não têm mais motivos para abrir a boca.

4) Lula conseguiu nomear o quinto conselheiro da Anatel para dar o voto de minerva em favor da BrOi.

5) Foi afastado o diretor que construiu a "PF republicana", aplaudida por não discriminar investigados -o que possibilitou que o irmão do presidente caísse num grampo pedindo "dois pau pra eu".

6) A pretexto de impedir exageros de arapongagem, a PF recebeu ordens para tratorar a corporação e centralizar a inteligência. A apuração do dossiê produzido na Casa Civil contra FHC foi abandonada.

7) Um ex-funcionário de Dantas assumiu o comando da Abin.

Resumo: o Planalto não só preservou a negociação (e os negociadores) da BrOi como diminuiu a possibilidade de voltar a ser incomodado por escutas telefônicas.

Judiciário, Legislativo e sociedade civil exigiram o direito à privacidade. Com a degola de Lacerda e Protógenes, Lula garantiu o dele.

Talvez esteja aí a explicação para a reação enérgica e rápida de um presidente que costuma defender os colegas pilhados em atos ilegais e recomendar paciência nas crises.

China vira o maior cliente de produtos agrícolas brasileiros

Instituto Humanitas Unisinos - 05/09/08

A China se consolida como principal destino dos produtos agropecuários do Brasil. De janeiro a agosto deste ano, as vendas para o mercado chinês cresceram 97,3%. Isoladamente, a China já concentra 13,1% das exportações brasileiras do agronegócio. Em segundo e terceiro lugares, aparecem os Países Baixos, com participação 9,4%, e os Estados Unidos, com 8,5%.

A reportagem é de Fabíola Salvador e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 05-09-2008.

Considerando blocos econômicos, a União Européia continua como principal destino, comprando 33,2% das exportações brasileiras do agronegócio. Em seguida, vêm a Ásia, com 24,9%, o Nafta (9,7%), e a Europa Oriental (7,9%).

As informações foram distribuídas ontem pelo Ministério da Agricultura, em nota sobre o desempenho da balança comercial do agronegócio. Segundo a nota, a demanda mundial por alimentos continua favorecendo as exportações do setor.

De janeiro a agosto, as vendas externas de produtos agrícolas renderam US$ 48,5 bilhões, um crescimento de 28% em relação ao faturamento de US$ 37,897 bilhões no mesmo período de 2007. O setor teve um superávit de US$ 40,6 bilhões, 25% maior do que os US$ 32,398 bilhões de janeiro a agosto de 2007.

Os cinco principais setores que colaboraram para o bom resultado das exportações foram o complexo soja (+71,4%), carnes (+36,9%), produtos florestais (+11,2%), complexo sucroalcooleiro, (+5,4%) e café (+16%).

Em relação ao destino das exportações, além da China, destaca-se o crescimento dos valores para os seguintes destinos: Aladi (66,5%, excluindo os países do Mercosul), Ásia (60,8%), Europa Oriental (44,9%), Mercosul (24,5%) e União Européia (22,7%).

Em agosto, as exportações do agronegócio somaram US$ 6,8 bilhões, aumento de 15,7% em relação a agosto de 2007. O superávit alcançou US$ 5,7 bilhões. Em 12 meses, as vendas externas atingiram a marca histórica de US$ 69 bilhões.

As exportações do complexo soja em agosto resultaram numa receita de US$ 1,8 bilhão, 44% a mais do que no mesmo período do ano passado, resultado puxado pela alta dos preços internacionais.

De acordo com o ministério, o preço da soja exportada foi 81% maior que o de agosto de 2007, e os de farelo de soja e óleo de soja, 63% e 61,3% superiores, respectivamente.

Lula dá sinal verde para privatizar aeroportos de Galeão e Viracopos

Instituto Humanitas Unisinos - 05/09/08

O Ministério da Defesa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão antecipar os planos para a reformulação da infra-estrutura aeroportuária do País e incluir nos estudos, por ordem do presidente da República, a possibilidade de privatizar os aeroportos do Galeão (Rio) e de Viracopos (Campinas/SP). O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), pressiona abertamente em favor da idéia da privatização do Galeão, mas os estudos também avaliam a proposta de uma parte considerável do governo, que sugere como melhor alternativa a abertura do capital da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária).

A reportagem é de Tânia Monteiro e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 05-09-2008. A notícia também é destaque do jornal O Globo, 05-09-2008.

A Infraero teme perder mais de 20% da receita da empresa, se os dois aeroportos forem mesmo privatizados - no primeiro semestre deste ano, o resultado operacional alcançou R$ 350 milhões, sendo R$ 60 milhões provenientes do Galeão (R$ 12 milhões) e de Viracopos (R$ 48 milhões).

São dois dos aeroportos mais rentáveis da infra-estrutura administrada pela estatal pelo País afora. “Será uma perda de receita muito grande”, admitiu ontem o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, depois de uma reunião com o ministro Jobim, na pasta da Defesa.

A pressão em torno da privatização do Galeão e Viracopos, entre outros motivos, tem a ver com a necessidade de acelerar os investimentos para aprontar a infra-estrutura de aeroportos para a Copa de 2014. No caso do Rio, o governador Cabral avalia que a Infraero não tem orçamento para fazer as reformas necessárias no decadente Galeão, e ainda construir os novos terminais.

Depois do anúncio do governador Cabral, feito em Londres, o ministro Nelson Jobim (Defesa) confirmou no final da tarde, em Brasília, que o presidente Lula autorizou os estudos para fazer as privatizações do Galeão e de Viracopos. “Uma coisa parece certa: será uma concessão da União ao setor privado”, disse Jobim. Em seguida o ministro demonstrou que a decisão ainda não está fechada em um modelo só: “O presidente pediu para examinar a conveniência da concessão do Galeão e Viracopos”.

Ao ser questionado especificamente sobre a privatização, Jobim acrescentou: “É uma possibilidade. Mas tem de ver a formatação, e é isso que vamos discutir ainda”.

Gaudenzi disse que não vai brigar. “Os aeroportos são do Estado, são da União, não são de propriedade da Infraero”. Sua posição é que a proposta de abertura de capital da empresa “é uma opção mais segura”. Ele costuma fazer uma pergunta para se contrapor à privatização: “Se a privatização der errado, quem terá de retomar os aeroportos e administrá-los?”. Ele mesmo responde: “O ônus caberá, claro, ao governo”.

Ontem, Gaudenzi disse que as obras que estão sendo realizadas nos dois aeroportos pela Infraero não deverão ser interrompidas por conta da nova orientação em relação às concessões.

EM QUEM VOCÊ ACREDITA: EM LACERDA, MENDES, JOBIM OU NA VEJA?

Conversa Afiada - 05/09/08



Lacerda: A Abin não grampeou e a Veja é um lixo


Em seu segundo depoimento à CPI dos Grampos, no dia 20 de agosto deste ano, o ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda disse que os advogados de Daniel Dantas conseguiram transformar os investigadores em investigados.

“Eu conheço muito pouco o Sr. Daniel Dantas. Eu o conheço da mídia. Aliás, pessoalmente, eu nunca o vi. Eu acho que isso aí só pode ser uma tese de brilhantes advogados que ele tem. Talvez a única que justifique tentar mudar o foco das apurações. Ninguém mais está discutindo aqui questões de mérito relacionadas a essa investigação. Estamos discutindo os investigadores. Então, parabéns aos advogados que o orientaram nesse sentido. Mas eu não o conheço, não tenho, nunca tive nada contra nem a favor”, disse Lacerda.

O relator da CPI dos Grampos, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), questionou o ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda sobre reportagens de alguns órgãos de imprensa (Veja) que divulgaram suspeitas de agentes da Abin terem realizado escutas telefônicas no gabinete dos assessores do Ministro Gilmar Mendes.

O ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda repondeu: “A matéria da revista Veja, Edição nº 2.073, sob o título Espiões fora de controle, foge ao padrão de isenção jornalística que há muitos anos mantém a credibilidade daquele importante veículo da mídia nacional... Eu desafio esses repórteres que fizeram essa matéria que apresentem à CPI. Já que eles não apresentam à ABIN, eles não acreditam que a ABIN tem uma Corregedoria que tenha pessoas sérias lá, ou então o próprio Gabinete de Segurança Institucional, eles não acreditam. Então, tragam a esta CPI algum elemento. Venham aqui, sentem aqui. Tragam esses elementos aqui que apontem: ‘Olha, aconteceu isso, por causa disso. A testemunha é fulano’. Ou se quiserem preservar as fontes. Mas sejam dignos, venham aqui e apresentem elementos concretos... Sejamos sérios, não sejamos levianos. Tem algumas matérias que, lamentavelmente, beiram o ridículo. São ilações. Então, objetivamente, não aconteceram monitoramentos telefônicos da ABIN de maneira nenhuma, notadamente em tribunais, no Palácio. Não existe a menor possibilidade de isso ter acontecido”.

O Conversa Afiada decidiu publicar a íntegra do segundo depoimento do ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda à CPI dos Amigos de Dantas, cognominada CPI dos Grampos. O depoimento do ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda é a única manifestação de uma autoridade em que se pode confiar neste Golpe do “Estado de Direita”.

Leia esse documento histórico, que é o depoimento do ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda à CPI dos Grampos, no dia 20 de agosto de 2008, às 14h43

UMA AULA DE POLÍTICA QUE SÓ UMA MULHER SERIA CAPAZ DE DAR

Site do Azenha -Atualizado em 04 de setembro de 2008 às 13:28 | Publicado em 04 de setembro de 2008 às 13:04

O Lula deveria ler esse artigo e aprender a fazer política, em vez de se esconder atrás da saia da Dilma:

PALIN: A MULHER ERRADA, A MENSAGEM ERRADA

por Gloria Steinem, no Los Angeles Times, 04/09/2008

Aqui está a notícia boa: as mulheres se tornaram politicamente tão poderosas que mesmo a direita anti-feminista -- os caras que tomaram conta do Partido Republicano -- estão tentando atraí-las com a primeira mulher vice presidente. Devemos isso às mulheres -- e muitos homens, também -- que fizeram piquetes, greve de fome e enfrentaram violência nas urnas para que as mulheres pudessem votar. Devemos à Shirley Chislom, que primeiro arrancou a placa "só homem branco" da Casa Branca, e à Hillary Rodham Clinton, que manteve a luta apesar de ridicularizada e da misoginia e obteve 18 milhões de votos.

Mas aqui está a notícia melhor: não vai funcionar. Não é a primeira vez que um chefe escolhe uma mulher não qualificada só porque ela concorda com ele e se opõe a tudo o que as mulheres querem e precisam. Feminismo nunca foi para arrumar emprego para uma mulher. Tem o objetivo de tornar a vida mais justa para as mulheres em todo lugar. Não é a briga por um pedaço de torta; há muitas de nós para isso. É sobre fazer uma nova torta.

Escolher Sarah Palin, que foi promovida durante todo o verão por Rush Limbaugh, não é a forma de atrair as mulheres, inclusive as fãs mais ardentes de Clinton. Palin só tem um cromossomo em comum com Clinton. O discurso divisivo e enganoso não fez nada para maquiar que a Convenção Republicana tem duas vezes mais delegados do que delegadas, um candidato presidencial que é possuído e manipulado pela direita e uma plataforma que se opõe a quase tudo o que a candidatura de Clinton era a favor -- que conta com o apoio de Barack Obama. Votar em protesto para McCain-Palin seria o mesmo que dizer: "Alguém roubou meus sapatos, sendo assim vou amputar minhas pernas".

Não estou batendo na Palin. Defendo o direito dela de estar errada, mesmo nas questões mais importantes para mim. Lamento que haja gente que diga que ela não dará conta do trabalho por causa dos filhos que precisam de cuidados, especialmente se essas pessoas não dizem o mesmo a respeito de um pai. Não tenho prazer de imaginá-la cobrada sobre questões políticas nacionais e internacionais nas quais não tem experiência, com um mês para aprender e competir com os 37 anos de experiência do senador Joe Biden.

Palin tem sido honesta sobre o que ela não sabe. Quando perguntaram a ela há um mês sobre a vice-presidência ela disse: "Ainda não posso responder até que alguém me responda: o que faz um vice-presidente exatamente, todos os dias?" Quando perguntaram a ela sobre o Iraque ela disse "ainda não me concentrei muito na guerra do Iraque".

Ela foi eleita governadora principalmente por causa da impopularidade do adversário e conquistou a maioria dos votos ao usar a riqueza do petróleo para dar um desconto de 1.200 dólares nos impostos de cada residente. Agora ela é elogiada por McCain como cortadora de impostos, apesar do fato de que no Alasca não há impostos estaduais ou ICMS. Ou McCain talvez esteja seguindo o hábito do governo Bush que, no Departamento de Justiça, colocou a visão dos candidatos sobre "Deus, armas e gays" adiante da competência. A diferença é que McCain está dando um emprego que está a uma batida de coração -- de 72 anos de idade -- da presidência.


Sejamos claros: o culpado é John McCain. Ele pode ter escolhido Palin com inveja da proposta de mudança ou a crença de que as mulheres não conseguem distingüir a diferença entre forma e conteúdo, mas o motivo principal foi para agradar aos ideólogos da extrema-direita; os mesmos que vetam qualquer um que não apóie a liberdade de reprodução. Se não fosse esse o caso, McCain teria escolhido uma mulher que sabe o que o vice-presidente faz e que pensou sobre o Iraque; alguém como a senadora Kay Bailey Hutchison, do Texas, ou a senadora Olympia Snowe, do Maine. McCain poderia ter dado um passo de bebê que fosse para se distanciar dos patriarcas da extrema-direita que determinam as ações dele, como a de se opor à Lei da Violência contra as Mulheres.

O valor de Palin para os patriarcas é claro: ela se opõe a praticamente todas as posições que as mulheres apóiam por maioria ou pluralidade. Ela acredita que o criacionismo deve ser ensinado em escolas públicas mas não acredita no aquecimento global; ela se opõe ao controle das armas mas apóia o controle do governo sobre o útero das mulheres; ela se opõe às pesquisas com células-tronco mas aprova os programas exclusivos de abstinência sexual, que resultam em aumento de crianças indesejadas, doenças sexualmente transmissíveis e abortos; ela tentou usar milhões do contribuinte para apoiar um programa estadual que mata lobos mas não gastou o suficiente para melhorar um sistema escolar que tem as piores notas da nação; ela forma chapa com um candidato que se opõe à Lei do Pagamento Justo mas que apóia dar 500 milhões de dólares de subsídios para fazer um gasoduto que atravessa o Alasca; ela apóia procurar petróleo na Reserva Nacional do Ártico, embora McCain tenha optado pelo menos ruim, buscar petróleo na costa. Ela é uma Phyllis Schlafly mais jovem.

Não coloco em dúvida a sinceridade dela. Como integrante da Associação Nacional dos Rifles ela não apóia apenas matar animais de helicópteros, ela mesma faz isso. Ela não apenas fala sobre aumentar o uso de combustíves fósseis mas coloca uma usina que queima carvão em sua pequena cidade de origem. Ela não apenas faz eco a McCain ao prometer criminalizar o aborto e derrubar a decisão da Suprema Corte que o sustenta; diz que se uma filha dela fosse engravidada por estupro ou incesto, teria o filho. Ela não apenas se opõe à liberdade de reprodução como um direito humano mas sugere que essa liberdade obriga ao aborto, quando também protege o direito de ter uma criança.

Até agora o grande apoio obtido por Palin é o de James Dobson, do grupo Foco em Família. Naturalmente. Para Dobson, "mulheres estão apenas esperando que seus maridos assumam a liderança", de maneira que o voto dele será para o marido de Palin.

Sendo uma esperançosa, no entanto, posso ver duas vantagens nessa disputa.

Os republicanos poderão aprender que não podem apelar ao mesmo tempo para os patriarcas da direita e a maioria das mulheres. Uma perda em novembro poderia fazer a maioria centrista dos republicanos retomar o controle do partido, que foi o primeiro a apoiar a Emenda dos Direitos Iguais e deveria ser o último a convidar o governo a entrar no útero das mulheres.

E as mulheres americanas, que sofrem mais por terem dois trabalhos em horário integral do que por qualquer outra injustiça, finalmente podem obter apoio nacional de líderes -- homens -- que sabem que as mulheres não podem ser iguais fora de casa enquanto os homens não foram iguais dentro. Barack Obama e Joe Biden fazem campanha na crença de que os homens deveriam estar, podem estar e querem estar em casa para os seus filhos.

Isso será muito importante

Gloria Steinem is an author, feminist organizer and co-founder of the Women's Media Center. She supported Hillary Clinton and is now supporting Barack Obama

Barbie e o politicamente correto

Blog do Luis Nassif - 04/09/08

Da Comunidade do Blog

Barbie não é politicamente correta?!? Então vamos lá...


Publicado por Jane Chiesse Zandonade

Recebi hoje por e-mail:

“No último dia 18 de agosto, o Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, encaminhou representação ao Ministério Público do Estado de São Paulo contra a Mattel do Brasil Ltda., pedindo a retirada de toda a comunicação mercadológica televisiva e em site na Internet dos produtos da linha Barbie”. Vejam aqui na íntegra.

O Instituto Alana não deixa de ter uma certa razão. Concentração do interesse em maquiar-se, vestir-se inadequadamente para a idade, concentrar-se no gosto exagerado pela moda e modismos PODEM levar a uma distorção dos interesses reais na infância, juventude e além (pois muito poucos adultos passam da adolescência emocional mesmo...).

Mas outras coisas são prioritárias. A educação da criança em casa, por exemplo. Os culpados por tais distorções são bem outros, sabemos disto (continua).

Jobim mentiu

Blog do Luis Nassif - 04/09/08

O Globo

Exército nega que equipamento de varredura da Abin faça grampo

Comandante da Força contesta informação passada por Jobim a Lula

Jailton de Carvalho, Cristiane Jungblut e Chico de Gois (clique aqui)

BRASÍLIA. O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, confirmou ontem que o Exército comprou, a pedido do Gabinete de Segurança Institucional, um equipamento de varredura de grampos telefônicos usado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Seria o equipamento mencionado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, em reunião segunda-feira com o presidente Lula, para defender a demissão da direção da Abin, sob a alegação de que a agência faz escutas. O general, que é subordinado a Jobim, garantiu, no entanto, que o equipamento só detecta grampos e não pode fazer escutas telefônicas. Ontem, Jobim não quis falar sobre o assunto.

O Oscor 5000, importado dos EUA, é composto por um computador portátil do tamanho de uma maleta 007.

— (O equipamento) foi comprado pelo Exército para o GSI . É para varredura — disse o comandante do Exército, depois da posse no STJ.

Dois representantes da empresa americana Research Eletronic International (REI), a fabricante do Oscor, também afirmaram que o aparelho não faz escutas telefônicas. A intervenção de Jobim na reunião com Lula foi decisiva para o afastamento do delegado Paulo Lacerda do comando da Abin. Jobim mencionou a existência de uma maleta e citou os nomes de dois assessores de Lacerda, um deles o delegado Renato da Porciúncula, ex-diretor de Inteligência da PF.

A partir daí, Lula teria concordado com o afastamento temporário de Lacerda.

Anteontem, quando soube que Jobim falou da maleta para pôr a Abin como suspeita do suposto grampo no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, Lacerda reagiu: — O Jobim deu um tiro no pé. O Exército tem este equipamento.

A Procuradoria Geral da República tem dois Oscors. O STF, o Superior Tribunal de Justiça e o Senado, entre outros órgãos, também têm o equipamento.

Dirigentes de duas grandes empresas de equipamentos de espionagem confirmaram as explicações da Abin sobre o Oscor. O equipamento capta transmissões de rádio e TV, mas não decodifica conversas em telefones fixos ou celulares. Os especialistas informaram, no entanto, que existe outro equipamento, conhecido como maleta do grampo, que pode fazer escutas de celular de cem metros a um quilômetro de distância do aparelho.

O equipamento custa entre R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão e só pode ser vendido para instituições policiais. Para fazer a escuta, basta saber o número e a localização aproximada do celular. O sistema indica na tela todos os celulares em uso em determinada área.

Famílias gastam mais com saúde do que o poder público

Instituto Humanitas Unisinos - 04/09/08

Ao contrário do que acontece na maioria dos países desenvolvidos, onde a administração pública financia grande parte das despesas em saúde, no Brasil, de cada R$ 10 gastos no setor, as famílias pagaram R$ 6,02 e o governo R$ 3,88, de acordo com dados de 2005. O restante vem de instituições sem fins lucrativos. O padrão nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico é de, no mínimo, 70% de financiamento público, com exceção dos Estados Unidos e México, onde é de 45%.

A reportagem é de Fabiana Cimieri e Felipe Werneck e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 04-09-2008.

A pesquisa Economia da Saúde, Perspectiva Macroeconômica do Setor entre 2000-2005, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o gasto médio das famílias brasileiras com saúde correspondeu a 8,2% de tudo o que elas consumiram em 2005. Essas despesas foram principalmente com remédios (35%) e outros serviços relacionados, como consultas e exames feitos fora do ambiente hospitalar (34%). O crescimento dos serviços ambulatoriais, em detrimento das internações hospitalares (só 1,9% do consumo das famílias) é uma tendência mundial.

O total das despesas com saúde em 2005, incluindo famílias, governos e instituições, foi de R$ 171,6 bilhões - 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados sobre despesa média mensal familiar com saúde revela que os 10% mais ricos da população gastam R$ 376, quase 13 vezes mais do que os 40% mais pobres, que consomem R$ 28. A pesquisa indica também uma diferença na forma de gastar esse recurso. A maior despesa no grupo dos mais ricos foi com planos e seguros de saúde (R$ 144,41), remédios (R$ 97,78) e consultas e tratamentos dentários (R$ 43,98). Já os mais pobres gastaram com remédios (R$ 19,19). Planos de saúde e consulta vêm em seguida, com valor mínimo.

As despesas com saúde somaram 15,6% (R$ 66,6 bilhões) de tudo o que o governo gastou em 2005. Mas esses dados ainda serão detalhados. A maior parte (R$ 56,6 bilhões) foi consumida pela saúde pública, que inclui desde atendimentos individuais pelo Sistema Único de SaúdeSUS) até distribuição e produção de medicamentos. O estudo também não calculou os indicadores gerados pelos hospitais universitários, militares e penitenciários. (

MERCADO DE SAÚDE

Uma análise do mercado nos cinco anos do estudo mostra que em 2002 e 2003 o setor cresceu menos do que a média da economia. Entre 2004 e 2005, há uma tendência de recuperação, com uma taxa de crescimento real de 3% e 5,9%, respectivamente. Neste período foram criados 660 mil novos postos de trabalho, cuja média salarial foi de R$ 15,9 mil, superior à média nacional. No total, são 3,9 milhões de postos de trabalho ocupados por profissionais de saúde, que correspondem à 4,3 % do total de vagas do País.

A pesquisa também mediu o valor econômico do setor, que gerou R$ 97,3 bilhões em 2005. A atividades de maior valor foi a saúde pública, que participou com 33,4%. “A saúde não é só uma gastadora de recursos, mas uma mola propulsora do desenvolvimento”, disse Elias Jorge, diretor de Economia da Saúde e Desenvolvimento do Ministério da Saúde.

Para a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz Angélica Borges dos Santos, que trabalhou na publicação, as famílias estão gastando mais porque houve aumento de renda e vêem o setor como um bem de consumo. “Acredito que haja um componente razoável de medicina estética (no gasto da família).” Para ela, o SUS tem insuficiências em algumas áreas, mas em outras, como na distribuição de remédios para aids e hepatite, consegue atender a todos.

A pesquisadora Ligia Bahia, do Laboratório de Economia Política da Saúde da Universidade Federal do Rio discorda que o consumo das famílias com saúde tenha a ver com o crescimento de clínicas de estética. “A maior causa de morte são as doenças crônicas e os maiores gastos, com remédios”, disse. Inédito, o estudo compilou pesquisas de indústria e comércio, assistência médico-sanitária, sistema de conta nacional e dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Gazprom quer entrar em Portugal através da Nigéria

darussia.blogspot.com - 04/09/08




A empresa gasífera russa Gazprom e a Nigerian National Petroleum Corporation (NNPC) assinaram ontem em Moscovo um memorando sobre a criação de um empresa conjunta, que se irá dedicar a estudos geológicos, extracção, transporte de hidrocarbonetos, construção de infraestruturas energéticas na Nigéria.
Especialistas citados pela imprensa russa consideram que a cooperação com a Nigéria permitirá à Gazprom entrar nos mercados de Espanha e Portugal, onde a empresa russa ainda praticamente não está presente.
A Nigéria é um dos maiores produtores de hidrocarbonetos em África. As reservas de petróleo conhecidas são superiores a 9 mil milhões de toneladas, as de gás – 5,2 biliões de metros cúbicos. Essa país africano condensa 40 por cento do gás extraído (24,1 mil milhões de três cúbicos por ano).
Em Janeiro passado, tornou-se conhecida a existência de conversações entre a Gazprom e a NNPC e a empresa russa mostrou-se pronta a investir 2,5 mil milhões de dólares na extracção e transporte do gás no delta do rio Níger.
Em Junho, o Governo nigeriano convidou o consórcio russo a participar na construção de um gasoduto de 4300 quilómetros, através do deserto do Sara, que se poderá transformar no maior meio de fornecimento de gás à Europa. A concretização do projecto deverá custar cerca de 13 mil milhões de dólares e o gasoduto entrará em funcionamento em 2015.
Por enquanto, a Gazprom não tem pressa em revelar a sua posição face a essa proposta.
“Para começar, é preciso criar uma empresa conjunta, as questões posteriores serão alvo de conversações”, declaram fontes da Gazprom ao diário económico russo Rbc-daily.
“Se a Gazprom conseguir o direito de exploração de hidrocarbonetos na Nigéria e de participar no gasoduto através do Sara, isso reforçará significativamente as suas posições no mercado europeu. Nomeadamente, permitirá entrar nos mercados de Espanha e Portugal, onde a empresa russa praticamente não está presente”, declrou Serguei Pravossudov, director do Instituto da Energia Nacional.
Svetlana Savtchenko, directora do Departamento de Investimentos da empresa 2K Audit, considera que, tendo em conta a instabilidade política na Nigéria e o envolvimento da Gazprom em numerosos projectos na Rússia, a empresa russa não deverá fazer investimentos de imediato.
“A julgar por tudo, o memorando sobre a cooperação foi assinado a olhar para o futuro. Devido ao esgotamento das reservas de gás, dentro em breve, os jazigos nigerianos tornar-se-ão muito atraentes”, sublinha.
Natalia Ovsiannikova, do Instituto dos Problemas dos Monopólios Naturais, considera que esses projectos poderão provocar uma reacção muito negativa da União Europeia, “que já está demasiadamente preocupada com a sua dependência em relação ao gás da Gazprom”.
“À luz do que foi dito, a Rússia poderá utilizar a Nigéria para exercer pressão sobre o mercado do gás dos países da UE”, sublinhou.

Ucrânia mergulha em profunda crise interna com consequências internacionais

Darussia.blogspot.com - 01/09/08




O Presidente da Ucrânia, Victor Iuschenko, considera que os acontecimentos na Rada Suprema (Parlamento do país) deram início a uma nova coligação e que, se ela não for formalizada nos prazos legais, poderá dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.
Ontem, a Rada Suprema aprovou, com os votos do Partido das Regiões, Partido Comunista (forças políticas pró-russas) e do Bloco de Iúlia Timochenko ( chefiado pela primeira-ministra e aliada de Iuschenko na revolução “laranja" de 2004), uma lei que facilita o afastamento do Presidente da República desse cargo, reduz os poderes presidenciais e alarga as prerrogativas do Governo.
“De facto, na Rada Suprema foi criada uma nova coligação parlamentar. O Bloco de Iúlia Timochenko passou a cooperar com o Partido das Regiões e os comunistas, recusou as propostas de trabalho contrutivo com o bloco Nossa Ucrânia – Autodefesa Popular”, lê-se num comunicado publicado pela Presidência ucraniana.
“Quero que cada um de nós entenda: ontem, teve lugar não um acontecimento comum, nem uma simples votação técnica. Trata-se de um momento da verdade.: para cada um de nós e para o país em geral”, considera Iuschenko.
O Presidente ucraniano considera mesmo que “no Parlamento começou um golpe de Estado político e constitucional”.
Victor Iuschenko lamentou também o facto de “as forças democráticas não terem conseguido fazer uma avaliação consolidada dos acontecimentos na Geórgia. Isso é um desafio a todo o povo, uma humilhação para o povo ucraniano, porque é a humilhação das nossas fronteiras”.
Enquanto que Iuschenko apoiou abertamente a Geórgia na disputa com a Rússia na Ossétia do Norte, Iúlia Timochenko não se pronunciou sobre o conflito.
O Bloco Iúlia Timochenko respondeu a Iuschenko, considerando que as suas posições são o início da campanha presidencial.
“Trata-se de um disparate. Considero que ele, desse modo, deu início à luta pela Presidência”, comentou Andrei Kojemiakin, deputado do Bloco de Iúlia Timochenko, aos jornalistas ucranianos.
“A intervenção do Presidente é fraca, anti-estatal e não abre perspectivas ao sua futura carreira política”, declarou Anna Guerman, dirigente do grupo parlamentar do Partido das Regiões.
A Ucrânia mergulha numa grave crise política interna, que poderá ser agravada pela luta internacional em redor desse país, entre a Rússia, por um lado, e a UE e Estados Unidos, por outro.

Putin foi ao Uzbequistão comprar mais gás para pressionar UE

Darussia.blogspot.com - 01/09/08



O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, visitou, na terça-feira, o Uzbequistão e assinou acordos que podem provocar séries alterações no mercado do gás natural.
Os dirigentes russos e uzbeques acordaram construir um novo sistema de gasodutos, que irão atravessar o território do Uzbequistão.
Putin justificou essa decisão com o “crescimento do potencial e exportação do Uzbequistão e do Turquemenistão”.
Isto permitirá a Moscovo controlar mais uma via de fornecimento de gás natural da Ásia Central para a Europa através da Rússia.
Vladimir Purin e Islam Karimov, Presidente uzbeque, decidiram também que o gás será adquirido por Moscovo a Tachkent “a preços europeus”.
Economistas contactados pela Lusa em Moscovo consideram que estas decisões têm uma forte carga política.
Os novos preços poderão ser utilizados para exercer pressão política sobre a Ucrânia, pois o seu aumento brusco poderá ter sérias consequências negativas na economia ucraniana. Em troca de gás barato, Moscovo poderá exigir cedências políticas.
Se, em 2008, Kiev recebia gás, através de gasodutos russos, da Ásia Central a 179,5 dólares por mil metros cúbicos, no próximo ano, o preço poderá subir para 370 dólares.
Estes acordos significam também que o Uzbequistão se decidiu por uma maior aproximação com a Rússia, em prejuízo de semelhante processo em relação à Europa e Estados Unidos.
As posições da Rússia na Ásia Central são reforçadas pelo facto de a China não estar disposta a pagar preços tão altos pelo gás natural.
“Hoje, tornou-se conhecido que o Turquemenistão não conseguiu obter da China preços comaráveis aos russos. Por conseguinte, a Gazprom (o maior exportador russo de gás) tem possibilidades bem maiores de conseguir todo o gás possível desse países da Ásia Central no futuro”, considera Vitali Gromadin, perito da empresa financeira Arbat Kapital.
Segundo ele, isso ajudará a empresa russa a ocupar posições ainda mais sólidas no mercado europeu, “porque a dependência da UE dos fornecimentos da Rússia continuará a ser muito grande”.
“Provavelmente, essa circunstância será utilizada pela direcção russa nas conversações com a UE, que critica a Rússia pelas acções na Ossétia do Sul”, concluiu.

Moscovo propõe embargo à venda de armas a Tbilissi

Darussia.blogspot.com - 01/09/08




Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, propôs hoje a proibição da venda de armas à Geórgia até à queda do actual regime do Presidente Saakachvili.
“Para começar, seria correcto impor a proibição do fornecimento de armas a este regime, enquanto outro poder não transformar a Geórgia num Estado normal”, declarou Lavrov durante uma palestra no Instituto de Relações Internacionais de Moscovo.
O ministro russo sublinhou que “para proteger a região da repetição da violência, a Rússia deve continuar a tomar medidas para castigar os culpados, para que este regime nunca mais faça mal”.
Peritos russos ouvidos pela Lusa consideram que se trata de um sinal dirigido principalmente a Washington, que é acusado por Moscovo de estar a reorganizar e a reaquipar as forças armadas georgianas, e a Kiev, que, recentemente, manifestou a intenção de continuar a fornecer armas à Geórgia
“Estamos interessados na mais estreira cooperação com a OSCE, com a ONU, para dar garantias de segurança firmes à Ossétia do Sul e da Abkházia, tal como está previsto nos seis princípios avançados pelos Presidentes Medvedev e Sarkozy”, acrescentou.
O chefe da diplomacia russa considerou que “a opção pelo regime de Saakachvili em prejuízo dos interesses russos será um erro histórico dos Estados Unidos e seus aliados”.
Após declarar que a Rússia, no conflito na Ossétia do Sul e Abkházia, mostrou que “ela regressou à arena internacional como Estado responsável, que pode defender os seus cidadãos”, Lavrov frisou: “a Rússia e as suas forças de manutenção da paz seguiram “a tradição profundamente cristã de dar a vida pelos seus amigos”.
“A América, continuou Lavrov, tem de reconhecer o chamado mundo post-americano e começar a adaptar-se ao novo mundo. Nós iremos falar com Washington enquanto existir a mais pequena esperança de que nos entenderemos e chegaremos a acordo”.
E deixou um aviso: “Não nos deixaremos envolver de forma alguma no confronto, os amantes de configurações de confronto terão de passar sem nós. Se os nossos parceiros não estiverem para acções conjuntas, a Rússia será obrigada, a fim de defender os interesses nacionais, a agir independentemente, mas sempre na base do Direito Internacional”.

Putin diversifica tubos

Darussia.blogspot.com - 01/09/08




A Rússia não tenciona limitar as suas exportações de petróleo e gás para a Europa, mas vai “diversificá-las”, declarou no domingo Vladimir Putin, primeiro-ministro russo, numa entrevista ao programa televisivo Vesti Nedeli (Notícias da Semana).
“Não tencionamos limitar o que quer que seja. Vamos respeitar estritamente as nossas obrigações contratuais, mas vamos alargar e diversificar as nossas possibilidades de exportação desses produtos tão necessários à economia mundial”, declarou ele, na véspera de uma cimeira da UE extraordinária consagrada à crise georgiana.
A Rússia fornece cerca de um quarto do gás consomido pela UE e 60 por cento do petróleo.
Em visita de trabalho ao Extremo Oriente russo, Putin exigiu que não haja atrasos na construção do oledoduto Sibéria Oriental – Oceano Pacífico.
Nikolai Tokarev, presidente da Transnefti, a empresa pública que detém o monopólio da construção de tubos para transportar combustíveis, declarou que, ainda este ano, entrarão em funcionamento 500 quilómetros do novo oleoduto.
Moscovo tenciona levar, através desse novo tubo, que deverá entrar em funcionamento pleno depois de 2010, petróleo até à China, Coreia do Sul e Japão.
O primeiro-ministro russo declarou também que o seu país tenciona suspender alguns programas de ingressão na Organização Mundial do Comércio, nomeadamente no campo da indústria e agricultura.
“Por enquanto, não somos membros da OMC, vamos esperar e suspender alguns programas. Mas voltaremos a eles logo que nos tornemos membros de pleno direito dessa organização”, sublinhou.

Cinco princípios da política externa do Kremlin

Darussia.blogspot.com - 30/08/08




O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, revelou os “cinco princípios” em que se irá basear a sua política externa.
Numa entrevista transmitida por três canais televisivos russos, o Presidente Medvedev enunciou, pela primeira vez depois do reconhecimento da independência da Abkházia e da Ossétia do Sul, os cinco princípios da política russa no campo internacional.
”Antes de tudo, a Rússia reconhece a primacia dos princípios fundamentais do Direito Internacional que definem as relações entre os povos civilizados”, começou Dmitri Medvedev.
“Segundo, continua o Presidente russo, o mundo deve ser multipolar. A unipolaridade é inaceitável”.
“A Rússia jamais aceitará uma organização do mundo em que todas as decisões sejam tomadas apenas pelos Estados Unidos. Semelhante mundo só provocará conflitos”, explicou o dirigente russo.
“Terceiro, a Rússia não quer confronto com nenhum país. A Rússia não tenciona isolar-se. Nós iremos desenvolver, até onde for possível, as nossas relações de amizade com a Europa, os EUA e outros países do mundo”, acrescentou.
“Quarto, a defesa da vida e da dignidade dos cidadãos russos, estejam onde estiverem, é uma prioridade incondicional da nossa política externa”, declarou Medvedev.
“O quinto princípio são os interesses da Rússia nas regiões amigas”, juntou.

Por "regiões amigas", o Kremlin tem em vista os países da Comunidade de Estados Independentes.
Dmitri Medvedev ameaçou que “a Rússia, em caso de necessidade, está pronta a aprovar leis sobre sanções contra outros Estados, mas isso não é produtivo”.

Sanções económicas russas começam pelas "coxas de Bush"

Darussia.blogspot.com - 25/08/08




A exclusão de 19 empresas norte-americanas da lista de empresas autorizadas a exportar carne de frango para a Rússia terá lugar no dia 01 de Setembro, lê-se num comunicado do Controlo Agrícola da Rússia hoje publicado.
Essa decisão foi anunciada ontem por Vladimir Putin, primeiro-ministro russo, numa entrevista ao canal televisivo CNN.
Putin sublinhou que essa decisão não está ligada à posição dos Estados Unidos face ao conflito entre a Geórgia e a Rússia, mas ao não cumprimento das normas sanitárias e veterinárias por parte das empresas norte-americanas.
O primeiro-ministro russo acrescentou que nessa lista poderão ser incluídas mais 29 empresas norte-americanas se elas não tiverem em conta os avisos das autoridades sanitárias de Moscovo.
Segundo o Controlo Agrário da Rússia, “em Julho e Agosto foi realizada uma inspecção conjunta russo-americana em aviários, que constatou que, numa série de casos, não são plenamente cumpridas as exigências apresentasas aos fornecedores que trabalham no mercado russo”.
Serguei Lissovski, vice-presidente do Comité Agrícola do Senado russo, considera que essa decisão de Moscovo não provocará o aumento de preços da carne de frango no mercado russo.
“Na Rússia há um excesso de carne da ordem das cerca de quatro mil toneladas e os importadores já tinham decidido, há um mês atrás, reduzir as compras em 180 mil toneladas”, declarou.
Além disso, o senador defende que a redução da importação irá “influir consideravelmente na qualidade no melhor sentido”.
“Na carne desses aviários, além de antibióticos e cloro, foi detectado arsénio, numa quantidade duas vezes superior ao nível autorizado na Rússia”, acrescentou.
Porém, Alexei Portanski, director do Bureau de Informação para a Adesão da Rússia à OMC, considera que a decisão do Governo russo pode provocar o aumento de preços da carne de frango no país.
“Por enquanto, não podemos satisfazer todos os níveis de preços. A Rússia produz frangos, de melhor qualidade que os importados, mas nem todos têm dinheiro para os comprar, falta carne de frango no segmento da carne barata”, explicou.
A carne de frango norte-americano começou a entrar na Rússia nos finais dos anos 80 na qualidade de ajuda humanitária. Como era vendida no mercado russo a baixo preço, gozava de tal procura entre as camadas mais desfavorecidas da população que foi baptizada de “coxas de Bush”, em honra de George Bush sénior, então Presidente dos Estados Unidos.Nos últimos anos, os produtores russos têm vindo a exigir a redução da importação de coxas norte-americanas, pois não conseguem concorrer ao nível de preços.
P.S. As pessoas que passaram por este país na fase final da URSS e anos 90 do séc. XX, sabem muito bem a importância fundamental que tiveram as "coxas de Bush" na alimentação dos mais necessitados. Era só descongelar, temperar e pôr a assar no forno. Sabia-se da sua qualidade duvidosa, tão baixo era o preço, mas não havia outro remédio em momentos de crise. Fui dos que as consumiu muitas vezes.

Moscovo fez aposta máxima e muito arriscada no conflito do Cáucaso

Darussia.blogspot.com - 25/08/08

Moscovo decidiu jogar no tudo por tudo e chamou a si o papel de coveiro do sistema de relações internacionais esquisito e fortemente distorcido, que se formou vinte anos após o fim da guerra fria, considera Fiodor Lukianov, redactor-chefe da revista “Rússia na Política Global”.
Lukianov enumera as razões que poderão ter levado o Kremlin a fazer uma aposta tão alta e arriscada.
“Primeiro, a direcção russa, tal como a esmagadora maioria da sociedade russa, ficou claramente chocada com a envergadura e a unanimidade do apoio que Mikhail Saakachvili recebeu no Ocidente”, escreve.
“Esta atmosfera emocional e o sentimento de que é simplesmente inútil conversar com as capitais ocidentais, tornaram a posição de Moscovo ainda mais radical”, frisa ele.
“Segundo, continua Lukianov, tornou-e claro que não é possível (à Rússia) consolidar politicamente o que foi conseguido por via militar. As acções da Rússia não tiveram apoio no mundo”.
“Terceiro, o factor interno também teve a sua importância. Na atmosfera criada em torno desta guerra, era complicado fazer cedências diplomáticas e explicá-las à população (russa), mesmo tendo a televisão sob controlo”, escreve o analista.
Fiodor Lukianov considera que: “fica-se com a impressão de que a decisão de reconhecimento foi tomada para cortar a si próprio a via de recuo e, desse modo, tornar irreversível a situação na Abkházia e Ossétia do Sul”.
“Isto não mostra confiança em si, mas significa a prontidão de avançar para um grande risco. Claro que revogar a decisão tomada só poderá ser feito em condições de capitulação total e incondicional”, frisou.
“Seja como for, começou uma nova etapa. A Rússia virou decididamente de rumo, renunciando às tentativas de receber a legitimação externa dos seus passos e, em geral, de agir no quadro da lei. A aposta foi feita apenas nas próprias forças (não nos podemos apoiar em mais ninguém) e em que os os países vizinhos pensem bem quem é o verdadeiro “boss” nessa região”, continua.
O analista político considera que o Presidente Medvedev não tem “toda a razão” ao afirmar que a perspectiva de uma guerra fria não assusta o Kremlin, chamando a atenção para o facto de, na primeira guerra fria, a Rússia/URSS ser um país diferente: “bem mais forte do ponto de vista militar e político”.
Lukianov considera que “o Ocidente se adapta com dificuldade às realidades do séc. XXI: à mudança do ponteiro da balança político-económica internacional para o lado das potências emergentes do Terceiro Mundo. O sistema tornou-se muito mais multivectorial”.
“É evidente que isto também diz respeito à Rússia, tanto mais quando dispõe de um número limitado de instrumentos. Moscovo começou um jogo extremamente arriscado e com grandes apostas. Nesse jogo, tanto a vitória, como a derrota serão demolidoras”, concluiu.

JOBIM É UM GÊNIO: A CIA NÃO FAZ GRAMPO

Conversa Afiada - 03/09/08

O jornal nacional anuncia com invulgar entusiasmo que o Ministro de Tudo Nelson Jobim vai depor na CPI dos Amigos de Dantas, presidida pelo deputado serrista Marcelo Itagiba (clique aquil).

. Jobim tem uma bomba: a Abin comprou uma máquina de grampear e com isso fazer relatórios ao Presidente da República.

. Isso é inacreditável !

. Isso é inadmissível !

. Isso é um Estado Policial !

. Imaginem uma organização estatal de inteligência fazer e identificar grampos.

. A CIA não faz isso.

. A KGB não faz isso.

. O Mossad não faz isso.

. Só no Brasil se imagina que esse absurdo seja possível !

. É por isso que o Exército brasileiro não tem canhão.

. É por isso que a Marinha brasileira não tem navio.

. É por isso que a Força Aérea não tem avião.

. O Ministro da Defesa não permitiria tal atentado à Democracia.

. O Ministro de Tudo é como o Supremo Presidente do Supremo: polícia, grampo e algema só em preto, pobre e p ...

. É assim que funciona uma Democracia.

JOBIM, O SEGUNDO HOMEM MAIS PODEROSO DO BRASIL

Conversa Afiada - 03/09/08


Nelson Jobim manda em Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, José Serra – com quem dividiu apartamento em Brasília, Gilmar Mendes, Carlos Alberto Direito e Ellen Gracie.

. Na reunião de coordenação política do Governo, Jobim ofereceu a informação de que a Abin comprou ilegalmente uma mala que faz e identifica grampo.

. (Como é que o Ministro da Defesa sabe disso ? Quem contou para ele ?)

. E, segundo a Folha (da Tarde *), foi a informação decisiva para o Presidente que tem medo degolar o ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda (clique aqui para ler).

. E a mala de grampos da Kroll ?

. Isso pode, Ministro da Defesa ?

. E o que o Jobim quer ?

. Que uma agência de inteligência não faça e não identifique grampos ?

. Uma coisa é ter uma máquina que grampeia.

. Outra coisa é mandar grampear o Supremo Presidente do Supremo.

. O Jobim tá no Golpe: no Golpe do “Estado de Direita”.

. O Jobim estava na reunião em que o Presidente Lula, pela primeira vez, pediu desculpas ao Supremo Presidente Gilmar Mendes, ao lado de seu ministro – e provavelmente seu último Ministro da Justiça – Abelardo Jurema.

. Jobim também estava no restaurante Antiquarius, no Rio, com o Carlinhos, o Carlinhos Rodenburg, aquele amigão do Daniel Dantas.

. Devem ter comido “Bacalhau à Lagareira”, que é ótimo, por sinal, desde que não tenha muito alho.

. Jobim também estava num encontro "fora da agenda" com o "ministro" José Dirceu, aquele que recebeu à base de 50% - 50%, numa "conta-curral".

. Clique aqui para ler sobre o curral de Dantas.

. Clique aqui para ler que Rodenburg, na verdade, se trata de Michael Phelps.

. Jobim só não manda mais do que o Presidente do Supremo.

. Em quem Jobim manda.

Em tempo: quem deve morrer de rir com a queda para dentro do Lula é o Farol de Alexandria: "eu não disse que ele não era preparado ?"

Em tempo 2: a Cristina Lobo acaba de dizer à Globo News que o Ministro Jobim pretende mudar a estrutura da Abin e o Presidente Lula concorda. A rigor, não é mais preciso. A Abin só era perigosa quando, sob a direção do ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda, acompanhava as atividades dos brancos e ricos. Agora, com a nomeação de Daniel Dantas para a direção da Abin – clique aqui para ler – não é preciso mexer em mais nada. A Abin, como a Polícia Federal, no Governo do Presidente que tem medo, vai passar longe dos brancos e dos ricos.

Em tempo 3: de um leitor assíduo do Conversa Afiada: pensei que o Jobim fosse o Ministro dos aeroportos. Agora ele é Ministro de Tudo. Deve ser por isso que o avião saiu da pista em Congonhas.

Na sombra da primazia nuclear americana

Site do Azenha - Atualizado em 03 de setembro de 2008 às 10:48 | Publicado em 02 de setembro de 2008 às 16:56

THE RISE OF US NUCLEAR PRIMACY

por Keir A. Lieber e Daryl G. Press

revista Foreign Affairs -- março/abril de 2006

Sumário: Durante quatro décadas, as relações entre as potências nucleares foram moldadas pela vulnerabilidade comum, uma situação conhecida como destruição mútua assegurada. Mas com o arsenal dos Estados Unidos crescendo rapidamente enquanto o da Rússia se deteriora e o da China continua pequeno, a era do MAD (Mutual Assured Destruction) está terminando -- e a era da primazia nuclear dos Estados Unidos começou.

Keir A. Lieber é autor de War and the Engineers: The Primacy of Politics Over Technology e professor-assistente de ciência política na Universidade de Notre Dame. Daryl G. Press, o autor de Calculating Credibility: How Leaders Assess Military Threats, é professor-associado de ciência política da Universidade da Pensilvânia.

PRESENTE NA DESTRUIÇÃO

Por quase meio século os estados nucleares mais poderosos do mundo estiveram presos a um impasse militar conhecido como destruição mútua assegurada (MAD). No início dos anos 60 os arsenais nucleares dos Estados Unidos e da União Soviética tinham crescido tanto e eram tão sofisticados que nenhum dos dois países poderia destruir inteiramente a força retaliatória atacando primeiro, mesmo num ataque de surpresa. Começar uma guerra nuclear equivalia a cometer suicídio.

Durante a Guerra Fria, muitos estudiosos e analistas políticos acreditavam que o MAD tornava o mundo relativamente estável e pacífico por induzir à precaução na política internacional, desencorajando o uso de ameaças nucleares para resolver disputas e em geral contendo o comportamento dos superpoderes. (É revelador que a mais recente crise nuclear, a crise dos mísseis de Cuba, em 1962, aconteceu no nascer da era do MAD). Por causa do impasse nuclear os otimistas argumentavam que a era das guerras intencionais entre os grandes poderes tinha acabado. Críticos do MAD, no entanto, argumentavam que ele não prevenia as guerras das potências, mas sim o combate ao poder de influência perigosamente expansionista e totalitário da União Soviética. Dessa perspectiva, o MAD prolongou a vida de um império do mal.

Esse debate, agora, pode parecer história antiga, mas na verdade é mais relevante do que nunca -- já que a era do MAD está chegando ao fim. Hoje, pela primeira vez em quase 50 anos, os Estados Unidos estão próximos de obter a primazia nuclear. Provavelmente em breve será possível aos Estados Unidos destruir o arsenal de mísseis de longo alcance da Rússia e da China atacando primeiro. Essa mudança dramática no equilíbrio nuclear das nações resulta de uma série de melhorias nos sistemas nucleares dos Estados Unidos, o declínio vertiginoso do arsenal da Rússia e o ritmo glacial da modernização das forças nucleares da China. A não ser que a política de Washington mude ou que Moscou e Beijing dêem passos para aumentar o tamanho e o preparo de suas forças, a Rússia e a China -- e o resto do mundo -- vão viver na sombra da primazia nuclear dos Estados Unidos durante muitos anos.

A visão das implicações dessa mudança vai depender da perspectiva teórica de cada um. Os falcões, que acreditam que os Estados Unidos são uma força benevolente no mundo, darão as boas vindas à nova era nuclear porque acreditam que o domínio dos Estados Unidos em forças convencionais e nucleares vai ajudar a deter agressões de outros países. Por exemplo, com o crescimento da primazia americana, os líderes da China podem agir com mais cautela em relação a Taiwan, se dando conta de que suas forças nucleares vulneráveis não impedirão uma intervenção dos Estados Unidos -- e que ameaças nucleares chinesas poderiam convidar um ataque dos Estados Unidos contra o arsenal de Beijing. Mas os pombas, que se opõem a ameaças nucleares para coagir outros estados e temem os Estados Unidos livres para agir, vão se preocupar. A primazia nuclear pode atrair Washington para um comportamento mais agressivo, eles argumentam, especialmente quando combinada com o domínio dos Estados Unidos em tantas outras dimensões do poder nacional. Finalmente, um terceiro grupo -- os corujas, que se preocupam com um conflito acidental -- vão argumentar que a primazia nuclear dos Estados Unidos poderia levar outras potências nucleares a adotar posturas estratégicas, tais como transferir o comando de armas nucleares para comandantes de médio escalão, o que aumentaria a probabilidade de um ataque não-autorizado -- com isso criando o que teóricos chamam de "instabilidade de crise".

ARSENAL DE UMA DEMOCRACIA

Por 50 anos os planejadores de guerra do Pentágono estruturaram o arsenal nuclear dos Estados Unidos com o objetivo de deter um ataque nuclear contra os Estados Unidos e, se necessário, ganhar uma guerra nuclear lançando um ataque preventivo que destruiria as forças nucleares do inimigo. Com esses objetivos, os Estados Unidos dependem de um tripé nuclear formado por bombardeiros estratégicos, mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) e submarinos lançadores de mísseis balísticos (conhecidos como SSBN). O tripé reduz as chances de um inimigo destruir todas as forças dos Estados Unidos num ataque único, mesmo de surpresa, assegurando que os Estados Unidos seriam capazes de lançar uma resposta devastadora. Tal retaliação só teria que ser capaz de destruir uma porção suficientemente grande das cidades e da indústria do inimigo para prevenir um ataque inicial. O mesmo tripé nuclear, no entanto, poderia ser usado num ataque ofensivo contra as forças nucleares de um adversário. Bombardeiros "invisíveis" poderiam escapar dos radares inimigos, submarinos poderiam disparar seus mísseis perto das costas do inimigo de forma a não dar aos líderes adversários tempo para reagir, enquanto mísseis baseados em terra poderiam destruir mesmo os silos reforçados e outros alvos que requerem ataque direto. A capacidade de destruir todas as forças nucleares do adversário, eliminando a possibilidade de retaliação, é conhecida como first-strike capability, ou primazia nuclear.

Os Estados Unidos derivaram benefícios estratégicos imensos de sua primazia nuclear durante os primeiros anos da Guerra Fria, tanto em termos de poder de barganha diante da União Soviética (por exemplo, no caso de Berlim no final dos anos 50 ou início dos anos 60) quanto no planejamento de guerra contra o Exército Vermelho na Europa. Se os soviéticos invadissem a Europa Ocidental nos anos 50 os Estados Unidos pretendiam vencer uma Terceira Guerra Mundial lançando um ataque nuclear maciço contra a União Soviética, seus clientes na Europa Oriental e os aliados chineses. Esses planos não eram de algum burocrata de escalão médio do Pentágono; eles foram aprovados pelas autoridades da mais alta hierarquia no governo dos Estados Unidos.

A primazia nuclear dos Estados Unidos sumiu no início dos anos 60, quando os soviéticos instalaram capacidade para um ataque de retaliação. Com isso surgiu o MAD. Washington abandonou sua estratégia de um ataque nuclear preventivo mas durante a Guerra Fria lutou para escapar do MAD e restabelecer seu domínio nuclear. Expandiu o seu arsenal, melhorou continuamente a letalidade e a pontaria sobre armas nucleares soviéticas, mirou em sistemas de comando e controle, investiu em escudos de defesa contra mísseis, mandou submarinos de ataque perseguir submarinos nucleares soviéticos e construiu mísseis balísticos de ogivas múltiplas para lançar da terra e de submarinos, assim como bombadeiros "invisíveis" a radares e mísseis de cruzeiro armados com ogivas nucleares "invisíveis". Também descontente com a MAD, a União Soviética construiu um arsenal maciço com o objetivo de obter superioridade nuclear. Nenhum dos dois lados se aproximou de obter a capacidade de atacar primeiro (first-strike), mas seria um erro considerar a corrida armamentista como inteiramente irracional: os dois superpoderes sabiam dos benefícios da primazia nuclear e nenhum deles estava disposto a ficar para trás.

Desde o fim da Guerra Fria o arsenal nuclear dos Estados Unidos melhorou significativamente. Os Estados Unidos substituíram os mísseis balísticos em seus submarinos por mísseis significativamente mais certeiros, os Trident II D-5, muitos dos quais carregam ogivas mais potentes. A Marinha dos Estados Unidos mudou a maior parte de seus submarinos (SSBN) para o Oceano Pacífico para que eles possam patrulhar a costa chinesa ou o ponto-cego da rede de radares de alerta da Rússia. A Força Aérea dos Estados Unidos acabou de equipar os seus bombardeiros B-52 com mísseis nucleares de cruzeiro, que provavelmente são invisíveis às defesas aéreas da Rússia e da China. E a Força Aérea também melhorou os sistemas do bombardeiro "invisível" B-2 para que eles possam voar em baixíssimas altitudes, evitando assim mesmo os mais sofisticados radares. Finalmente, embora a Força Aérea tenha terminado o desmantelamento de seus mísseis MX em 2005 para cumprir acordos de desarmamento, melhorou significativamente os outros mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) instalando neles ogivas como as do MX, além de veículos sofisticados de reentrada [na atmosfera] nos Minuteman, que também receberam novos sistemas-guia para terem a pontaria do MX.

DESEQUILÍBRIO DO TERROR

Enquanto as forças nucleares dos Estados Unidos se tornaram mais fortes depois da Guerra Fria o arsenal nuclear estratégico da Rússia se deteriorou profundamente. A Rússia tem 39% menos bombardeiros de longo alcance, 58% menos mísseis balísticos intercontinentais e 80% menos submarinos lançadores de mísseis nucleares do que a União Soviética em seus últimos dias. A real depreciação do arsenal russo é muito maior do que estes cortes sugerem. As forças nucleares que a Rússia mantém quase não estão prontas para uso. Os bombardeiros estratégicos da Rússia, agora localizados em apenas duas bases, são vulneráveis a um ataque de surpresa, quase não conduzem exercícios de treinamento e suas ogivas estão guardadas fora das bases. Mais de 80% dos mísseis balísticos intercontinentais da Rússia armazenados em silos já atingiram sua vida útil e planos para substituí-los com novos mísseis foram marcados por testes fracassados e baixa produção. Os mísseis balísticos intercontinentais móveis raramente se movimentam e mesmo que pudessem ser disparados de dentro de suas bases, dado o alerta de um ataque, parece altamente improvável que haveria tempo para isso.

A terceira perna do tripé nuclear da Rússia foi a que mais se enfraqueceu. Desde 2000 os submarinos da Rússia conduziram cerca de duas patrulhas por ano, quando faziam 60 em 1990. (Em contraste, a taxa de patrulha dos submarinos americanos é de cerca de 40 por ano). A maior parte do tempo todos os nove submarinos russos lançadores de mísseis balísticos ficam ancorados, se tornando alvos fáceis. Além disso, submarinos requerem tripulações bem treinadas para serem eficazes. Operar um submarino com mísseis balísticos -- e coordenar silenciosamente suas operações com navios e submarinos de ataque para evitar as forças do inimigo -- não é simples. Sem patrulhas freqüentes, a eficácia dos submarinos russos, assim como o próprio equipamento, está em decadência. É revelador que um teste de 2004 (assistido pelo presidente Vladimir Putin) de vários mísseis lançados de submarinos foi um fiasco total: ou os mísseis não foram lançados ou saíram da rota. O fato de que houve fracassos similares no verão e no outono de 2005 completa essa imagem nada atraente das forças nucleares da Rússia.

Aumentando esses problemas, o sistema de alerta da Rússia está uma bagunça. Os satélites soviéticos ou russos nunca foram capazes de detectar com segurança o lançamento de mísseis a partir de submarinos dos Estados Unidos. (Numa recente declaração pública, um general de alto escalão descreveu a constelação russa de satélites de alerta como "ultrapassada"). Em vez disso os comandantes russos se baseiam em um sistema de radares em terra para detectar mísseis lançados de submarinos. Mas a rede de radares tem um ponto cego no Oeste do país, na direção do Oceano Pacífico. Se submarinos dos Estados Unidos lançassem mísseis daquela região do Pacífico, líderes russos provavelmente só saberiam do ataque quando as ogivas detonassem. A cobertura de radar da Rússia no Atlântico Norte é falha, permitindo um alerta de apenas alguns minutos antes do impacto de ogivas lançadas de submarinos.

Moscou poderia tentar reduzir sua vulnerabilidade encontrando dinheiro para manter os seus submarinos e mísseis móveis dispersos. Mas isso seria uma solução de curto prazo. A Rússia já teve que estender a idade útil de seus velhos ICBM móveis, o que não pode fazer para sempre, e as tentativas de colocar em uso armas estratégicas novas fracassaram. O plano da Marinha da Rússia de lançar uma nova classe de submarinos armados com mísseis balísticos está atrasado. Tudo indica que nenhum submarino novo vai se tornar operacional até 2008 e é provável que nenhum será colocado em serviço a não ser depois disso.

Enquanto as forças da Rússia se deterioram, os Estados Unidos melhoraram a sua capacidade de seguir submarinos e mísseis móveis, erodindo ainda mais a confiança dos militares russos em sua capacidade de defesa nuclear. (Já em 1998 esses líderes duvidavam publicamente de que os submarinos russos armados com mísseis balísticos eram capazes de evitar o monitoramento dos Estados Unidos). Além disso, Moscou anunciou planos de redução de sua força de ICBMs em mais 35% até 2010; analistas externos prevêem que o corte vai ser de 50 a 75% da força atual, possivelmente deixando a Rússia com 150 ICBMs até o fim desta década, muito abaixo do nível de quase 1.300 mísseis em 1990. Quanto mais o arsenal nuclear da Rússia encolhe, mais fácil fica para os Estados Unidos conduzirem um ataque.

Para determinar quanto o equilíbrio de poder mudou desde o fim da Guerra Fria, fizemos uma projeção por computador de um ataque hipotético dos Estados Unidos contra o arsenal nuclear da Rússia usando fórmulas-padrão que analistas de defesa usam há décadas. Atribuímos ogivas nucleares dos Estados Unidos a alvos russos com base em dois critérios: as melhores armas foram dirigidas aos alvos mais duros e os mísseis mais rápidos dirigidos às forças da Rússia que podem reagir mais rápido. Já que a Rússia é praticamente cega a um ataque do Pacífico e teria grande dificuldade para detectar a aproximação de mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares, atribuímos um disparo de submarino ou de míssil de cruzeiro para cada sistema russo. Um ataque organizado assim não daria aos líderes russos quase nenhum tempo de alerta.

Esse plano simples é presumivelmente menos eficaz que a verdadeira estratégia de Washington, que os Estados Unidos passaram décadas aperfeiçoando. O verdadeiro plano de guerra dos Estados Unidos prevê alvejar os centros de comando e controle da Rússia, sabotagem contra as estações de radar ou medidas preventivas -- tudo isso faria das forças americanas mais letais do que nosso modelo as considera.

De acordo com nosso modelo, um ataque de surpresa simplificado teria uma boa chance de destruir todas as bases de bombardeiros da Rússia, os submarinos e os ICBMs. Essa descoberta não é baseada no melhor cenário ou num cenário não realista nos quais os mísseis dos Estados Unidos funcionam perfeitamente e as ogivas atingem seus alvos sem erro. Ao contrário, usamos estimativas baseadas em possíveis erros ou mau funcionamento dos sistemas de armas americanos. Nosso modelo indica que todo o arsenal russo seria destruído mesmo que as armas americanas tivessem uma taxa de erro de alvo 20% superior à que estimamos ou que as armas dos Estados Unidos tivessem uma taxa de funcionamento de 70% ou que os silos russos onde ficam os mísseis balísticos intercontinentais fossem 50% mais fortes (mais reforçados e, portanto, mais resistentes a um ataque) que o esperado. (Naturalmente que as estimativas não secretas que usamos podem subestimar as forças dos Estados Unidos, o que aumentaria a probabilidade de sucesso).

Para deixar claro, isso não significa que um ataque preventivo dos Estados Unidos daria certo; um ataque destes envolve muitas incertezas. Nem, naturalmente, significa que um ataque destes vai acontecer. Mas o que nossa análise sugere é profundo: os líderes da Rússia não podem mais contar com a sobrevivência de forças nucleares intimidatórias. E, a não ser que eles mudem de caminho rapidamente, a vulnerabilidade da Rússia só vai aumentar com o tempo.

Golpe contra a Justiça

Blog do Luis Nassif - 03/09/08

Saí agora da palestra em Sorocaba, liguei o notebook, apanhei um pouco da plaquinha e, quando baixei o RSS tive a nítida sensação de ter visto um OVNI.

Da Folha Online

CPI dos Grampos convoca Jobim e aprova quebra de sigilo de operações da PF

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara aprovou nesta quarta-feira requerimento para pedir ao juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, a quebra de sigilo das informações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal. O juiz foi responsável por expedir os pedidos de prisão dos suspeitos de envolvimento com crimes desmontados pela operação da PF.

A comissão ainda aprovou requerimento com o pedido de quebra do sigilo da Operação Chacal, da PF, que investigou a suposta operação de espionagem da Kroll no processo de venda da empresa Brasil Telecom.

Comentário

Deixe-me ver se entendi. Os deputado pretendem que se quebre o sigilo de quatro anos de investigação em cima do mais amplo sistema de corrupção já surgido no país? Querem anular a Operação Satigraha e a Chacal?

Para quê tudo isso? Sugiro que parlamentares, jornalistas e juízes apanhados pelas Operações façam acordo de delação premiada. Será a maneira mais honesta de acertarem as contas com a Justiça.

Francamente, acham que no quadro atual de disseminação de informações, passarão impunes, entrarão na lama e sairão incólumes? A cada dia esse pessoal dobra a aposta, como se o país inteiro fosse se curvar às suas jogadas.

A hipocrisia não cola mais. Vão acabar enchendo a Paulista de caras-pintadas.

Comentário 2

O autor do pedido é o deputado petista Nelson Pelegrino, da Bahia,

Agrotóxico é principal suspeito por mortandade de abelhas no RS

Instituto Humanitas Unisinos - 03/09/08

Um formicida é o principal suspeito pela mortandade de abelhas no município de Barra do Rio Azul, no Norte gaúcho. O primeiro caso ocorreu há dezessete dias, quando o apicultor Evandro Bagnara perdeu 48 colméias das 60 que possuía. Em duas propriedades vizinhas ocorreu a morte de 32 colméias.

A reportagem é de Paula Cassandra e publicada pela Agência de Notícias Chasque, 03-09-2008.

Ontem, terça-feira, a Emater foi notificada de mais um caso no município. O assistente técnico do órgão na região de Erechim, Carlos Angonese, afirmou que ainda não foi constatado o motivo da morte das abelhas. No entanto, é possível que a causa seja a mesma do registro de dezessete dias atrás, o uso de formicida.

“A notícia é que os sintomas são os mesmos. Se confirmar, a segunda mortandade causada por formicida no município. Que tinha ali de cobertura de solo eram alguns insus que tinham flor. O agricultor foi dessecar para matar essas insus e como tem dois ou três ninhos de formigas, o que ele faz, ele pulverizou em toda a área, que é para ter certeza de não se incomodar mais com as formigas”, diz.

Carlos relata que o uso do agrotóxico vem aumentando nos últimos anos pelos agricultores da região no combate às formigas. O químico também é aplicado com freqüência nas monoculturas de eucalipto, onde se concentra grande número dos insetos.

O técnico condena o uso indiscriminado do formicida pelos agricultores. Também responsabiliza os vendedores, que muitas vezes não dão recomendações ao comprador, visando apenas o lucro. Carlos alerta que a situação é preocupante porque as abelhas são responsáveis por grande parte das polinizações, interferindo diretamente na produção de alimentos.

“Como ele tem uma atuação muito boa como formicida, o pessoal está recomendando. E aqui na região se faz plantio direto. O preparo do solo é dessecação da cultura, da parte verde com um agrotóxico, glifosato ou seus similares. Depois se planta sem lavrar. Por um lado é bom, porque não provoca erosão. Ocorre que o pessoal, para não se incomodar, estão aplicando o formicida junto” diz.

Para evitar a mortandade de abelhas, a Emater recomenda que sejam usadas iscas ao invés dos formicidas. As iscas atuam de forma localizada, evitando a dispersão comum do veneno.

Salário médio do jovem brasileiro aumentou 10,50%, mostra a FGV

Instituto Humanitas Unisinos - 03/09/08

O salário médio da população de 15 a 29 anos aumentou, em média, 10,5% por ano entre 2004 e 2008, de com acordo com estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e elaborado com base nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. "É um nível de crescimento chinês, que teve ajuda de programas sociais, ao contrário do que acontece no país asiático", afirmou Marcelo Neri, coordenador do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

A notícia é do jornal O Globo, 03-09-2008.

Em 2004, o jovem brasileiro recebia salário médio de R$ 277,73, que chegou a R$ 414,05 em abril deste ano. Neri disse que o aumento de ganho do jovem está atrelado ao maior nível de estudo. Há quatro anos, o brasileiro de 15 a 29 anos tinha, em média, 9,7 anos de estudos. Em abril deste ano, o tempo médio já chega a 10,4 anos. "O maior tempo de estudo explica o aumento da renda do jovem."

Neri argumenta que desde 1992 há um aumento substancial nos anos de estudo dos jovens entre 15 e 29 anos. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicíliosPNAD), o estudo da FGV mostra que entre 1992 e 2006 houve aumento de 2,63% ao ano no tempo médio de estudo da população nessa faixa etária. A renda decorrente de todas as fontes, no entanto, subiu apenas 1,21% ao ano no período. "O aumento dos anos de estudo não se refletiu em crescimento dos rendimentos. Mas a partir de 2004 esse quadro mudou", ressalta Neri. (

Entre 2004 e 2008, os anos de estudo subiram, em média, 2,74% ao ano, ao passo que as rendas de todas as fontes cresceram 7,90% ao ano. "A pesquisa mostra que, dos últimos 16 anos, os 12 primeiros anos foram anos de estagnação trabalhista, quando o jovem estava indo muito mais à escola, investindo no seu futuro, embora não estivesse colhendo esse resultado no mercado de trabalho. De 2004 em diante a cena muda, e o jovem continua investindo em educação, mas começa a colher resultados", ressalta Neri.

Ele atribui a essa melhora parte da expectativa positiva do jovem em relação aos próximos cinco anos, detectada pelo Índice de Felicidade Futura (IFF), medido no país pela FGV e em outros 131 países pelo Gallup World Poll.

"A pesquisa mostra que o dado sobre otimismo em relação ao futuro surpreende, mas os últimos quatro anos dão margem para a idéia de que o Brasil melhorou e que o país, pelo investimento em educação que já aconteceu, pode melhorar no futuro", diz Neri.