"O ensino, como a justiça, como a administração, prospera e vive muito mais realmente da verdade e moralidade, com que se pratica, do que das grandes inovações e belas reformas que se lhe consagrem." Rui Barbosa
Friedrich Nietzsche
segunda-feira, agosto 05, 2013
Syrie: Pour Bachar el-Assad, «la crise ne sera résolue que sur les champs de bataille»
Le président syrien est apparu à la télévision d’Etat, hier dimanche 4 août. Dans une allocution de 45 minutes, Bachar el-Assad a affirmé sa détermination à écraser la rébellion « d’une main de fer ». Et a fermé la porte à tout dialogue.
Ocultando a depressão económica com conversa fiada – Como o governo dos EUA aldraba estatísticas
resistir info - 05 ago 2013
Considere por exemplo a conversa fiada sobre a "estimativa antecipada" da taxa de crescimento real do PIB para o segundo trimestre anunciada em 31 de Julho. A taxa anual de crescimento de 1,7% do PIB real para o segundo trimestre de 2013 foi apresentada de modo optimista como uma aceleração do PIB real em relação à taxa de crescimento de 1,1% do primeiro trimestre. Contudo, a razão para a "aceleração" no crescimento é que a estimativa do primeiro trimestre foi revista baixando de 1,8% para 1,1%. A taxa de crescimento do PIB real do segundo trimestre também é sujeita a estimativas revistas. Mais provavelmente, o número final será inferior.
Considere também que a razão porque o PIB real é positivo é que o PIB nominal está deflacionado com uma medida atenuada da inflação. A medida da inflação foi manipulada a fim de recusar aos que recebem da Segurança Social os ajustamentos pela alta do custo de vida. O estatístico John Williams ( shadowstats.com ) informa que se deflacionado pela metodologia oficial anterior, o crescimento do PIB tem sido negativo desde a retracção em 2007. Por outras palavras, a "recuperação" é apenas mais uma patranha do governo.
Outra falha da imprensa financeira e dos comentaristas económicos é a interpretação da política da Facilidade Quantitativa (Quantitative Easing, QE) do Federal Reserve. Diz-se que o Fed está a manter baixas das taxas de juro a fim de estimular o investimento nos negócios e o mercado habitacional. Esta explicação não é senão o encobrimento do objectivo real da QE, que é fazer subir e manter alta a dívida relacionada com derivativos nas contabilidades dos bancos demasiado grandes para falirem. Taxas de juro baixos empurram para cima os preços de todos os instrumentos de dívida, e os preços mais altos elevam os valores nos balanços dos bancos, fazendo-os parecer mais solventes ou menos insolventes.
O Fed tem prosseguido a QE durante anos, apesar do fracasso da política de reviver a economia, a fim de manter à distância o colapso dos bancos na esperança de que estes teriam êxito em aumentar suficientemente os seus ganhos para livrarem-se da perturbação.
A política da QE do Fed tem sido custosa para áreas importantes da economia. Aos aposentados foi recusado o rendimento do juro. Este reduziu despesas do consumir e, dessa forma, o crescimento do PIB – e isto forçou aposentados a irem retirando suas poupanças a fim de pagar as suas contas.
A política da QE do Fed também põe em risco o US dólar devido às várias vezes de aumento no número de dólares ao longo dos últimos anos. A fim de apoiar preços de títulos, o Fed criou um milhão de milhões (1000 billions) de novos dólares por ano durante os últimos anos. A oferta de dólares cresceu além da procura por dólares, colocando o valor cambial do dólar sob pressão. Para proteger o dólar da QE, o Fed e seus bancos dependentes do ouro empenharam-se em implacável minimização do ouro a fim de suprimir o seu preço. A ascensão rápida do preço do ouro indicava queda de confiança no dólar e o Fed temia que esta falta de confiança se propagasse aos mercados da divisa.
Ao imprimir dólares para suportar os bancos, o Fed criou uma bolha do mercado de títulos, uma bolha do mercado de acções e uma bolha do dólar. Se o Fed parar de imprimir dinheiro, não só os balanços dos bancos levam uma pancada como também os mercados de títulos, de acções e imobiliários. A riqueza seria liquidada. Já ninguém mais poderia pretender que há uma recuperação económica.
O impacto sobre o dólar é menos claro. Por um lado, a redução do aumento rápido da oferta de dólares ajudaria a divisa. Por outro lado, a queda nos valores de activos denominados em dólar, tais como acções, títulos e imobiliário provocaria diminuição da procura por dólares. Estrangeiros por exemplo que vendam activos baseados no dólar também podem converter seu dinheiro em dólar para as suas divisas internas.
As falhas da imprensa financeira requerem a explicação que tenho apresentado da QE, a economia da bolha, e da mensuração manipulada do PIB real, da inflação e do desemprego. Contudo, embora estas explicações sejam necessárias, elas própria constituem um desvio de atenção.
A razão real porque a economia dos EUA não pode recuperar é que foi movida para o exterior. Milhões de empregos estado-unidenses em manufactura e serviços profissionais comerciáveis, tais como engenharia de software, foram transferidos para a China, a Índia e outros países onde os salários são uma fracção daqueles nos EUA. Utilizando o "livre comércio" como cobertura, as corporações transformaram custos do trabalho em centros de lucro. A queda nos custos do trabalho eleva lucros, os quais são então distribuídos para executivos como "bónus de desempenho" e a accionistas como ganhos de capital. O impacto sobre o emprego nos EUA pode ser visto a partir dos dados de emprego em folha de pagamento mensal da BLS e do declínio da taxa de participação da força de trabalho estado-unidense. A taxa de participação está a cair não porque os rendimentos do consumidor estejam a aumentar e menor número de membros da família sejam necessários na força de trabalho. A taxa está a cair porque os trabalhadores desencorajados cessaram de procurar emprego e abandonaram a força de trabalho.
A utilização do trabalho estrangeiro dentro dos EUA é benéfica para executivos e accionistas no curto prazo, mas é prejudicial a prazo mais longo. O efeito a longo prazo é destruir o mercado consumidor dos EUA.
Quando a exportação de empregos travou a ascensão do rendimento do consumidor estado-unidense, a fim de manter a economia em andamento o Federal Reserve substituiu um crescimento da dívida do consumidor pela falta de crescimento no rendimento do consumidor. Exemplo: a bolha habitacional criada pelo governador do Federal Reserve Alan Greenspan permitiu a proprietários de casas gastarem a situação líquida inflacionada das suas casas através do refinanciamento das suas hipotecas. A substituição de dívida do consumidor pelo crescimento em falta nos salários reais é limitada pelo fardo da dívida sobre as famílias. Ao contrário do governo, os cidadãos americanos não podem imprimir o dinheiro com que pagam as suas contas. Uma vez que os consumidores já não podiam arcar com mais dívida, a economia do consumidor cessou de se expandir.
O governo pode imprimir dinheiro para pagar suas contas, mas se a história for um guia, governos não podem imprimir dinheiro para sempre sem graves consequências. A crise económica real será atingida quando a bolha da economia já não puder ser suportada pela máquina de impressão.
Deveria ser óbvio para economistas, mas aparentemente não é, que empregos tipo Walmart da "Nova economia" não pagam suficientemente para aguentar uma economia dependente do consumidor. Como o programa de Obama é gradual, o poder de compra do consumidor sofrerá mais um golpe. Mesmo os prémios subsidiados são caros e o custo de utilizar as apólices em termos de deduções e comparticipações será proibitivo para a maior parte. Quando os benefícios proporcionados pelo empregador e o Medicare são reduzidos, a crise nos cuidados de saúde piorará em meio a uma crise económica.
A parte assustador da crise económica iminente ocorre quando o défice do orçamento federal se ampliar, a economia se contrair e o próprio Fed se encontrar numa situação em que não pode imprimir ainda mais dólares sem provocar uma perda de confiança no dólar e nos títulos do Tesouro dos EUA. O que faz um governo desesperado numa tal situação? Confisca o que resta de pensões privadas, acumula impostos e conduz o povo e a economia mais profundamente para o chão.
Este é o caminho em que está a política económica dos EUA. Qual é a solução?
Podia ser permitido ao capitalismo que funcionasse e os bancos falirem. É mais barato salvar depositantes do que salvar os bancos.
Corporações podiam ser tributadas com base na localização geográfica em que acrescentam valor ao seu produto. Se corporações criam bens no exterior que comercializam para americanos, elas teriam uma elevada taxa fiscal. Se criassem valor internamente com trabalho americano, teriam uma taxa fiscal mais baixa. A diferença fiscal podia ser utilizada para compensar a vantagem do custo do trabalho da produção deslocalizada.
Levaria tempo, mas empregos retornariam para os EUA. Cidades, estados e o governo federal vagarosamente veriam suas bases fiscais reconstruídas. Rendimentos do consumidor ascenderiam outra vez com a produtividade e a economia poderia ser reposta de pé.
Quanto ao défice federal, ele poderia ser reduzido significativamente acabando com as guerras de Washington. Como vários peritos estabeleceram, estas guerras são extremamente caras, acrescentando triliões de dólares às necessidades de financiamento do governo dos EUA. Como outros peritos têm mostrado, as guerras não beneficiam ninguém excepto uma pequena clique de indústrias militares/de segurança. Obviamente, não é democrático destruir o futuro de um povo em proveito de interesses especiais.
Podem estar soluções ser implementadas ou estão os interesses especiais arraigados demasiado forte e com visão demasiado curta?
Não há possibilidade de descobrir quando a imprensa financeira e os comentaristas económicos estão imunes à realidade. Até que a situação real seja entendida, nada pode ser feito. É difícil vender uma solução quando o problema não é reconhecido e entendido. Eis porque concentro-me em explicar os problemas.
O original encontra-se em www.counterpunch.org/2013/08/02/hiding-economic-depression-with-spin/
Bradley Manning sentenciado em corte marcial
resistir info - 01 ago 2013
O original encontra-se em wikileaks.org/Statement-by-Julian-Assange-on.html
As dúvidas sobre a reforma política
Sobre o vergonhoso comportamento da Folha no caso Siemens
O sucesso das pirâmides financeiras: consumo a qualquer custo
Dias: onde foi que a Dilma errou
conversa afiada - Publicado em 04/08/2013
Dilma insiste no erro
por Mauricio Dias
Os aliados reclamam por ela não fazer política. Os adversários criticam por fazer política demais. Ela sofre restrições na base governista, onde se diz que a presidenta não gosta do partido dela, o PT, e menos ainda dos coligados: um amontoado de 14 legendas unidas por todos os tipos de interesses. Inclusive os legítimos.
Condenada pelos oposicionistas por contar com 39 ministérios para atender partidários, vê repentinamente o PMDB, cujo maior líder é o vice-presidente da República, Michel Temer, propor a redução do número de ministros para atender o que pensa ser a voz das ruas. Um jogo de cena explicável. Estava escrito. Os dois maiores partidos da base governista, PMDB e PT, entrariam em choque em busca da maioria na Câmara na eleição de 2014.
Há erros e acertos nessas versões criadas a partir de verdades e mentiras que cercam o modelo de Dilma Rousseff governar após dois anos e meio de poder. Duas palavras podem compor o lema dela: seriedade e inexperiência. Ela paga por ambas. Por essas e outras razões vem sendo tragada pelo próprio ambiente que a elegeu. Essa moldura se consolidou no momento em que as manifestações deixaram de ser virtuais.
Nos últimos dias, a presidenta aplicou um “sossega leão” nos aliados. Liberou 2 bilhões de reais do Orçamento para senadores e deputados. Com isso, espera manter vetos feitos à supressão de 10% de multa sobre o FGTS na demissão sem justa causa de trabalhadores. Há, ainda, a MP do “Mais Médicos” e a questão dos royalties do petróleo.
Dilma sempre fez política. No começo, contra a ditadura. Perdeu. De volta, filiou-se ao PDT de Brizola. Migrou para o PT, pelo qual disputou a Presidência. Ganhou. Apesar da autoridade do criador, Lula, a criatura não desceu redonda pela goela dos aliados. Em alguns momentos, ela tentou mudar o rumo das coisas. Ora negociou, ora impôs. Ora contida, ora agressiva.
Ao fim, o saldo neste momento não é bom. Eleita em uma disputa na qual teve de escamotear convicções, como no caso do aborto, foi mudada em vez de mudar.
Logo nos primeiros meses de governo afastou ministros acusados de “malfeitos”, para usar uma expressão cara à presidenta. Os atingidos engoliram a seco.
A queda na popularidade, no ponto em que a economia está, enfraqueceu a autoridade dela perante aliados rebeldes de setores petistas.
Olhando com lupa é possível ver a diferença numérica na ascensão e na queda dela. Dilma obteve 48% dos votos nominais no primeiro turno da eleição de 2010. Chegou a ter, no ápice do sucesso, uma avaliação de 65% de “ótimo e bom”. Isso significa que, ao longo do governo, ganhou 17 pontos a mais do que teve na eleição. Na queda, perdeu 18 pontos do primeiro turno e mais 17 pontos que tinha conquistado no segundo, quando alcançou 58% dos votos válidos.
No balanço de prós e contras, neste momento, ela perde o confronto. Cercada, ela cedeu. Agora defende o modelo que nasceu da sua entrega. A insistência, no caso, é fatal.
domingo, agosto 04, 2013
Sobre a Imbecilidade (1)
Estava ainda a pouco ouvindo a Band News Fm, onde estava sendo transmitido o programa com Rosely Sayão. A temática (pelo menos da parte que eu ouvi) era sobre o uso de maquiagem, salões de beleza e indumentárias por parte de meninas que ainda não estão na idade para fazê-lo.
Impressiona-me como pais conseguem ter um grau tão alto de idiotia para permitir que algo assim seja feito.
Permitir que crianças usem salto, coisa que qualquer ortopedista indicaria como incorreto (por sinal, qual é a razão de nas caixas desses sapatos não ter um aviso de dano a saude como acontece nas embalagens de cigarro?), maquiagem em uma idade precoce, ou mesmo induzir o uso de roupas que são adequadas a uma idade mais adulta.
Reconheço que lutar contra uma propaganda imbecilizante feita por “modelos de conduta”, como Xuxa e divesos ídolos infantis, que aparecem principalmente com suas danças erotizantes é complicado, mas acredito que deva isso se transformar em uma obsessão por parte dos pais. Devemos pensar que, a não ser o que entra pela TV (que mesmo assim podemos filtrar programas e horários), todo o resto só chega a propriedade da criança por nossa responsabilidade. Somos nós os pais que adquirimos os produtos, e é nossa responsabilidade filtrar esse acesso.
Esse é um tema duro, principalmente porquê a legislação brasileira, é do Conar, ou seja, autoregulação (recomenda, mas não tem força de lei).
Com relação ao merchandising parece brincadeira de mau gosto. O presidente de Conar Gilberto Leifert, considera que crianças e adolescentes só serão cidadãos responsáveis e conscientes em relação ao consumo se forem atingidas por publicidade. ???? Desculpem-me, mas é uma declaração tão estapafúrdia que só consegue me causar uma sensação de “O QUE É ISSO?”. Quer dizer que as crianças e adolescentes serem bombardeadas por merchandising consumista vai deixá-las mais responsáveis? Como? Expliquem-me como? Porquê sinceramente não consigo enxergar onde a criticidade é produzida em poucos segundos cujo objetivo principal é garantir a comercialização e o lucro. Em outros países, a legislação sobre o assunto proíbe que sejam veículadas peças publicitárias direcionadas ao público infantil até mesmo nos intervalos comerciais dos programas voltados a esse público. E o Conar me vem com essa… menos, bem menos Sr. Gilberto Leifert.
Voltando à questão dos pais. Já publiquei aqui anteriormente, mas voltarei a carga. O que os pais, principalmente as mães (malucas que levam as crianças aos salões ou lhes compram roupas que não são adequadas) não percebem, é que, a erotização preococe da criança rouba uma parte muito bela da vida. Meninas não conseguem correr porquê estão de salto, não “devem” correr porquê vão estragar a produção do salão, etc.
Outra consequência extremamente desagradável, é que esse tipo de roupa se transforma em um atrativo aos pedófilos. Li um artigo sobre pedofília e facebook, e após lê-lo tenho cada vez mais a certeza de que minha decisão de proibir meu filho mais novo (que agora tem 14 anos) e minha filha (com 13) de terem facebook, twitter ou qualquer uma dessas redes sociais é acertada. Sou constantemente bombardeado com tentativas e argumentos do tipo “todos meus amigos tem”, mas não dá para ceder a esse tipo de argumento que não se sustenta. Porquê será que no facebook e outras redes sociais a idade mínima era de 18 anos? Agora se reduziu para 13 pelo fato dos adolescentes falsificarem a idade. Mas, a falsificação da idade era feita com a permissividade ou displicência dos pais. Será que isso por si só já não demonstra que essa atitude é um equívoco? Somos uma geração de vários equívocos, e estamos produzindo uma série de barbaridades com as novas gerações.
Interessante é que críticas nesse quesito são encontradas até mesmo contra a ONU. Já bati muito nessa tecla. As pessoas esquecem que a ONU é um orgão politico. E enquanto orgão político pode e muitas vezes o é, manipulada pelos países que tem mais poder.
Gostaria de lembrar aos leitores que para as corporações não é uma questão de certo ou errado, é uma questão de ter lucro ou não ter lucro. E nesse caso não se admite a discussão moral da corporação, pois ela (apesar dos advogados terem criado a personificação das corporações) não é uma pessoa, e em ultima estância está realizando o objetivo para qual foi criada, que é garantir lucro a seus investidores.
Cabe a nós enquanto sociedade e pais, lutar contra a permanência de tal estados das coisas. Criticidade é o que nos falta.