"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, novembro 19, 2011

A verdade: eu menti.

blogdemirianmacedo.blogspot.com - DOMINGO, 5 DE JUNHO DE 2011

        Eu, de minha parte, vou dar uma contribuição à Comissão da Verdade, e contar tudo: eu era uma subversivazinha medíocre e, tão logo fui aliciada, já 'caí' (jargão entre militantes para quem foi preso), com as mãos cheias de material comprometedor.     
       Despreparada e 'festiva', eu não tivera nem o cuidado de esconder os exemplares  d'A Classe Operária, o jornal da organização clandestina a que eu pertencia (a AP-ML, ala vermelha maoísta do PC do B, que fazia a Guerrilha do Araguaia, no Pará).  Eles estavam enfiados no meio dos meus livros numa estante, daquelas improvisadas, de tijolos e tábuas, que existiam em todas as repúblicas de estudantes, em Brasília naquele ano de 1973.
       Já relatei o que eu fazia como militante http://bit.ly/vNUwyb. Quase nada. A minha verdadeira ação revolucionária foi outra, esta sim, competente, profícua, sistemática: MENTI DESCARADAMENTE DURANTE 30 ANOS!
       Repeti e escrevi a mentira de que eu tinha tomado choques elétricos (por pudor, limitei-me a dizer que foram poucos, é verdade), que me interrogaram com luzes fortes, que me ameaçaram de estupro quando voltava à noite dos interrogatórios no DOI-CODI para o PIC (eu ouvia conversas maliciosas e tolas dos agentes) e que eu ficavam ouvindo "gritos assombrosos" de outros presos sendo torturados (aconteceu uma única vez, por um curto período de tempo: ouvi gritos e alguém me disse que era minha irmã sendo torturada. Os gritos cessaram - achei, depois, que fosse gravação - e minha irmã, que também tinha sido presa, não teve um único fio de cabelo tocado).
      Eu também menti dizendo que meus 'algozes', diversas vezes, se divertiam jogando-me escada abaixo, e, quando eu achava que ia rolar pelos degraus, alguém me amparava (inventei um 'trauma de escadas", imagina). A verdade: certa vez, ao descer as escadas até a garagem no subsolo do Ministério do Exército, na Esplanada dos Ministérios, onde éramos interrogados, alguém me desequilibrou e outro me segurou, antes que eu caísse.
      Quanto aos socos e empurrões de que eu fui alvo durante os dias de prisão, não houve violência que chegasse a machucar; nada mais que um gesto irritado de qualquer dos 'inquisidores'; afinal, eu os levava à loucura, com meu 'enrolation'. Sou rápida no raciocínio, sei manipular as palavras, domino a arte de florear o discurso. Um deles repetia sempre: "Você é muito inteligente. Já contou o pré-primário. Agora, senta e escreve o resto".
      Quem, durante todos estes anos, tenha me ouvido relatar aqueles dias em que estive presa, tinha o dever de carimbar a minha testa com a marca de "vítima da repressão". A impressão, pelo relato, é de que aquilo deve ter sido um calvário tão doloroso que valeria uma nota preta hoje, os beneficiados com as indenizações da Comissão da Anistia sabem do que eu estou falando. Havia, sim, ameaças, gritos, interrogatórios intermináveis e, principalmente, muito medo (meu, claro).
      Ma va! Torturada?! Eu?! As palmadas que dei em meus filhos podem ser consideradas 'tortura inumana' se comparadas ao que (não) sofri nas mãos dos agentes do DOI-CODI.
Que teve gente que padeceu, é claro que teve. Mas alguém acha que todos nós que saíamos da cadeia contando que tínhamos sido 'barbaramente torturados' falávamos a verdade?
      Não, não é verdade. Noventa e nove por cento das 'barbaridades e torturas' eram pura mentira! Por Deus, nós sabemos disto! Ninguém apresentava a marca de um beliscão no corpo. Éramos 'barbaramente torturados' e ninguém tinha uma única mancha roxa para mostrar! Sei, técnica de torturadores. Não, técnica de 'torturado', ou seja, mentira. Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: "quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre."
     A pior coisa que podia nos acontecer naqueles "anos de chumbo" era não ser preso. Como assim todo mundo ia preso e nós não? Ser preso dava currículo, demonstrava que éramos da pesada, revolucionários perigosos, ameaça ao regime, comunistas de verdade! Sair dizendo que tínhamos apanhado, então! Mártires, heróis, cabras bons.
       Vaidade e mau-caratismo puros, só isto. Nós saíamos com a aura de hérois e a ditadura com a marca da violência e arbítrio. Era mentira? Era, mas, para um revolucionário comunista, a verdade é um conceito burguês, Lênin já tinha nos ensinado o que fazer.
       E o que era melhor: dizer que tínhamos sido torturados escondia as patifarias e 'amarelões' que nos acometiam quando ficávamos cara a cara com os "ômi". Com esta raia miúda que nós éramos, não precisava bater. Era só ameaçar, a gente abria o bico rapidinho.
      Quando um dia, durante um interrogatório, perguntaram-me  se eu queria conhecer a 'marieta', pensei que fosse uma torturadora braba. Mas era choque elétrico (parece que 'marieta' era uma corruptela de 'maritaca', nome que se dava à maquininha usada para dar choque elétrico). Eu não a quis conhecer. Abri o bico, de novo.
      Relembrar estes fatos está sendo frutífero. Criei coragem e comecei a ler um livro que tenho desde 2009 (é mais um que eu ainda não tinha lido): "A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça", escrito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra. Editora Ser, publicado em 2007. Serão quase 600 páginas de 'verdade sufocada"? Vou conferir.

O cel Brilhante Ustra é o mesmo que auxiliou na proteção de Tarso Genro, e a estória é algo assim: “Quando ocorreu a revolução de 64, Tarso Genro, então militante de esquerda, temendo ser preso, fugiu para Rivera, no Uruguai, em atitude de auto-exílio. Depois de algum tempo, verificando que ninguém o procurava, resolveu fazer contato com o Dr. José Augusto Brilhante Ustra, irmão do hoje conhecido Coronel Ustra, conceituado advogado em Santa Maria, RS. Dr. Augusto era amigo do pai de Tarso e foi, pessoalmente, buscar o filho do amigo de volta ao Brasil. Chegando em Porto Alegre, o advogado e o jovem Tarso procuraram o Coronel Athos Teixeira, sogro do Dr. José Augusto e então Secretário de Segurança. Este garantiu que Tarso Genro não seria preso. Posteriormente, sob orientação e proteção do Dr. José Augusto Ustra e do Coronel Athos, Tarso entrou para o Curso de Preparação de Oficiais da Reserva de porto Alegre (CPOR/PA), chegando ao posto de tenente R/2 de Artilharia”

A garota que calou o mundo por 6 minutos - Eco 92 Legendado

Isso foi na Eco 92. O que mudou? Quanta responsabilidade foi demonstrada por quem tem o poder de decisão? Quanto foi gasto na ridícula guerra ao terror ao invés de se investir na melhoria humana? Não sou um ecologista fanático, meus alunos sabem disso, mas essa garota falou muito do que deveria ser conduta padrão.

sexta-feira, novembro 18, 2011

AULA DE MATEMÁTICA

recebido por e-mail – 14 nov 2011

 

Problema nº1

Um professor trabalha 5 horas diárias, 5 salas com 40 alunos cada. Quantos alunos ele atenderá por dia?

Resposta: 200 alunos dia.

Se considerarmos 22 dias úteis. Quantos alunos ele atenderá por Mês?

Resposta: 4.400 alunos por mês.
Consideremos que nenhum aluno faltou (hahaha) e, que em cada um deles, resolveram pagar ao professor com o dinheiro da pipoca do lanche: 0,80 centavos, diárias. Quanto é a fatura do professor por dia?

R: 160,00 reais diários

Se considerarmos 22 dias úteis. Quanto é faturamento mensal do mesmo professor?

R: Final do mês ele terá a faturado R$ 3.520,00.

Problema nº2

O piso salarial é 1.187 reais, para o professor atender 4.400 alunos mensais. Quanto o professor fatura por cada atendimento?

Resposta: aproximadamente 0,27 mensais

(vixe, valemos menos que o pacote de pipoca)... continuando os exercícios...

Problema nº3

Um professor de padrão de vida simples,solteiro e numa cidade do interior, em atividade, tem as seguintes despesas mensais fixas e variáveis:

Sindicato: R$12,00reais

Aluguel: R$350,00reais ( pra não viver confortável)

Agua/energia elétrica: R$100,00 reais (usando o mínimo)

Acesso à internet: R$60,00 reais

Telefone: R$30,00 reais (com restrições de ligações)

Instituto de previdência: R$150,00 reais

Cesta básica: R$500,00 reais

Transporte: sem dinheiro

Roupas: promocionais

Quanto um professor gasta em um mês?

Total das despesas: R$1202,00

Qual o saldo mensal de um professor?

Saldo mensal: R$1187,00 - 1202= -15 reais, passando necessidades

Agora eu te pergunto:

- Que dinheiro o professor terá para seu fim de semana?

- Quanto o professor poderá gastar com estudos, livros, revistas, etc.

- Quanto vale o trabalho de um professor??
- Isso é bom para o aluno???
- Isso é bom para a educação pública do Brasil??

quarta-feira, novembro 16, 2011

Esporte: PF poderia ter uma conversinha com a Magic Paula

Conversa Afiada - Publicado em 26/10/2011

Magic Paula foi convidada para ser uma das secretárias do Ministério do Esporte na gestão Agnelo Queiroz.
Orlando Silva era Secretário também e cuidava da parte de Educação e Esportes.
Magic Paula, de Esporte Olímpico.
Magic Paula pediu a conta rápido.
Aliás, pediu a conta por causa de uma prestação de contas.
Ela foi a Barcelona numa missão oficial, na companhia do Ministro Queiroz.
Na hora de pagar a conta do hotel, soube que alguém muito poderoso, ligado ao esporte, tinha pago por ela.
Ao chegar a Brasília,  já saturada de tantas irregularidades, resolveu usar a conta do hotel para pedir a conta.
Perguntou como fazia para devolver as diárias.
Foi um Deus nos acuda !
Devolver as diárias, onde já se viu uma coisa dessas ?
Se ela devolvia, os outros, também objeto da gentileza, tinham que devolver.
Magic Paula devolveu e foi embora do Ministério.
E deu uma entrevista a este ansioso blogueiro no programa “Edição de Notícias” , da TV Record.
Ali, ela contou também que recebeu a incumbência de promover um evento de esporte amador em Manaus.
Havia em cima da mesa do Ministro uma oferta de produzir o evento por R$ 7 milhões.
Proposta de alguém muito poderoso, ligado ao esporte.
Magic Paula pediu tempo e correu atras de patrocínios.
Voltou ao Ministério com uma alternativa: conseguiria realizar o evento por R$ 2 milhões.
Uma pena !
A proposta de R$ 7 milhões era irrecusável !
Quem são esses poderosos que rondam o Ministério do Esporte ?
Quantos poderosos sentaram praça no Ministério do Esporte na véspera da Copa e das Olimpíadas ?
Magic Paula, depois que saiu do Ministério, jamais voltou a ser entrevistada na Globo.
Logo na Globo, onde Armando Nogueira sobre ela e Hortência escreveu textos memoráveis.
Pois é, amigo navegante, bem que a Polícia Federal poderia ter uma conversinha com a minha colega Magic Paula, que está aqui em Guadalajara, e recuperou para este ansioso blogueiro o nome deste poderoso dirigente, tão querido no Ministério.
Quem será ?
Por que a Globo o protege ?
Paulo Henrique Amorim

Presidente da OAB acusado de receber $$$ ilegal

Conversa Afiada - Publicado em 14/11/2011

Saiu na Folha:


Presidente da OAB é acusado de receber R$ 1,5 mi em salário ilegal

Ação pede retorno de licença remunerada paga pelo Pará por 13 anos

ELVIRA LOBATO
DO RIO

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Filgueiras Cavalcante Júnior, é acusado de receber licença remunerada indevida de R$ 20 mil mensais do Estado do Pará.

A ação civil pública foi proposta na semana passada por dois advogados paraenses em meio a uma crise entre a OAB nacional e a seccional do Pará, que está sob intervenção.

Um dos autores da ação, Eduardo Imbiriba de Castro, é conselheiro da seccional.

Segundo os acusadores, Ophir Cavalcante, que é paraense, está em licença remunerada do Estado há 13 anos -o que não seria permitido pela legislação estadual-, mas advoga para clientes privados e empresas estatais.

Eles querem que Cavalcante devolva ao Estado os benefícios acumulados, que somariam cerca de R$ 1,5 milhão.

Cavalcante é procurador do Estado do Pará. De acordo com os autores da ação, ele tirou a primeira licença remunerada em fevereiro de 1998 para ser vice-presidente da OAB-PA.

Em 2001, elegeu-se presidente da seccional, e a Procuradoria prorrogou o benefício por mais três anos. Reeleito em 2004, a licença remunerada foi renovada.

O fato se repetiu em 2007, quando Cavalcante se elegeu diretor do Conselho Federal da OAB, e outra vez em 2010, quando se tornou presidente nacional da entidade.

Segundo os autores da ação, a lei autoriza o benefício para mandatos em sindicatos, associações de classe, federações e confederações. Alegam que a OAB não é órgão de representação classista dos procuradores. Além disso, a lei só permitiria uma prorrogação do benefício.

INTERVENÇÃO

Em 23 de outubro, o Conselho Federal da OAB afastou o presidente e os quatro membros da diretoria da seccional do Pará após acusações sobre a venda irregular de terreno da OAB em Altamira.

Navalha

O PiG (*) acaba de perder um quadro valiosíssimo.

O Dr Ophir falava qualquer coisa – que se encaixava direitinho no que o PiG (*) queria.

Um Varão de Plutarco.

E dizer que Raymundo Faoro ja foi presidente da OAB.

Diria Cícero: o tempora o mores !

Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

AGITADOR PROFISSIONAL

recebido por e-mail – 15 de nov 2011

PRECISAMOS CONHECER MELHOR AQUELES QUE VÃO, NOS DIAS ATUAIS, ASSUMINDO A LIDERANÇA JUVENIL...

O “menino” Rafael Alves, 29, e seus cinco processos

de Reinaldo Azevedo

Vocês se lembram dele?

invasor-jubilado2

É Rafael Alves, um “menino” (como diria José Roberto Burnier, da TV Globo) de 29 aninhos, uma criança mesmo!

Ele é um dos líderes da invasão da Reitoria da USP. Foi o cara, aliás, que falou com a reportagem da Globo no dia em que a Polícia Militar restaurou o estado de direito no campus.

No ano que vem, segundo o “Estatuto da Juventude” da Terceira Idade, da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), ele perde o direito de fazer cocô na fralda e já pode ser considerado, ora vejam!, um adulto! Pode ganhar um peniquinho de presente!

Muito bem! Essa criança ficou sete anos na USP sem concluir o curso de Letras, morando de graça no Crusp e comendo no bandejão a R$ 1,90.

A classe operária não tem essa regalia, como sabem. Ela subsidia a pança dos folgados. A Universidade oferece almoço, jantar e café da manhã. Tudo pago pelo contribuinte.

Esse infante babaca acabou jubilado. O “menino” fez o quê? Prestou vestibular de novo e voltou ao primeiro ano e agora tenta recuperar o “seu” apartamento. Quem sabe para passar os próximos oito anos na USP, morando e comendo quase de graça.

Pois bem. Os links abaixo remetem a páginas do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Segue a lista de inquéritos em que este poeta libertário é réu. O primeiro deles diz respeito à invasão da USP.

Há de tudo: dano ao patrimônio, lesão corporal, injúria, até crime contra o meio ambiente. Essa juventude rebelde é fogo!

0023563-10.2011.8.26.0011
Auto de Prisão em Flagrante / Dano Qualificado
Indiciado: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 09/11/2011 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

0015002-94.2011.8.26.0011
Inquérito Policial / Dano Qualificado
Autor do Fato: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 11/07/2011 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

0015006-34.2011.8.26.0011
Inquérito Policial / Injúria
Autor do Fato: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 11/07/2011 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

0000173-11.2011.8.26.0011
Inquérito Policial / Lesão Corporal
Autor do Fato: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 06/01/2011 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

0024637-36.2010.8.26.0011
Inquérito Policial / Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Genético
Autor do Fato: Rafael Ferreira Alves
Recebido em: 12/11/2010 - 1ª Vara Crim.e do Juiz.Viol.Dom. e Fam.Cont.Mulher

Eu entendo Rafael. Como ele é contra o “estado burguês explorador”, decidiu, então, explorar o estado burguês — sustentado pelos trabalhadores, né? Como diriam os marxistas.

 

Apenas complementando os meus comentários postado ontém sobre a questão da “pouca” existência de alunos ricos na USP como afirmou o professor de filosofia Vladimir Safatle. Deve ser a presença de alunos “pobres” que estimulou a instalação de uma revendedora de carros importados usados na cidade universitária da USP, pois , se fossem ricos realmente a revendedora seria de carros zero quilômetro, importados e de luxo.

terça-feira, novembro 15, 2011

Comentários

Com o titulo de "Proteção para quem?", Rodrigo Martins escreveu um artigo na ultima Carta sobre a ocupação do Alemão.
Como dito na própria reportagem pelo procurador da justiça militar aposentado João Rodrigues Arruda, o Exército é adestrado para combater. O treinamento e armamento militar é feito para a guerra, e, o objetivo da guerra é derrotar o inimigo infligindo baixas tão pesadas que ele desista do conflito (o objetivo não é "arrasar" o inimigo como muitos pensam). 
Partindo dessa premissa, a ocupação do Alemão sem troca de tiros e diversos cadáveres espalhados pelo chão, demonstram uma certa "adaptação" da tropa para tais empregos. E como disse o morador José Gilmar Campelo, muitos dos agredidos que reclamam de abusos por parte da tropa de ocupação: "Tem gente que extrapola, bebe demais, fala o que não deve". 
A tropa está lá para auxiliar na ocupação e retirada do poder dos traficantes. Não está para ser confrontada e sofrerem desacato. Se assim não o fosse não existiria uma declaração como a de Gilmar.
Um detalhe importante. O emprego das Forças Armadas nos morros cariocas não é eterno, ou seja, tem prazo de "validade". 
Que a população vai ter que se adaptar a essa nova realidade por um tempo está claro. As revistas tem que ocorrer, pois, pelo menos ao que eu saiba, não se reconhece traficante pela "cara".
E se o emprego é inconstitucional é só entrar com uma ação nos meios legais contra Celso Amorim e Dilma Roussef, que são em ultima estância os que determinam e autorizam o emprego da tropa nessas condições.


Clara Roman ao escrever sobre a ocupação da USP pelos estudantes e sua retirada pela policia acredita realmente que a policia está errada e os estudantes certos.
Até agora não consegui entender declarações como a do professor de filosofia Vladimir Safatle "Aluno de classe rica não tenho quase nenhum", claro que não tem, ele é professor de filosofia. Que cursos tem a disciplina de filosofia como obrigatória? Qual é público destes cursos? Garanto que a realidade em cursos com medicina e direito é outra.
O juiz Jorge Luiz Souto Maior ainda vai mais longe, afirma que o "problema é a falta de compreensão da administração da USP(...)".
Bom, pela reportagem creio que a solução é a total retirada do policiamento e que os próprios funcionários, estudantes e professores cuidem da segurança interna. Querer a segurança e não querer arcar com a oneração desta presença é no mínimo algo antisocial, algo que não se deve aceitar em uma sociedade que se diz de direito.
Lembro-me que no final dos anos 80 em Fortaleza durante uma calourada do DCE da UFC que estava marcada para a concha acústica da Reitoria com historicamente sempre ocorria, o então Reitor impediu que essa fosse ali realizada. A consequência foi a decisão de ocupar a Reitoria e realizar a festa assim mesmo. 
No dia marcado, a policia estava dentro da Reitoria. Os alunos tentaram invadir, a policia reagiu, e seguiu-se uma onda de violência, com alunos sendo perseguidos pela tropa de choque por vários quarteirões.
Luiziane Lins, atual prefeita de Fortaleza pelo "partideco" estava lá. Por sinal, o Reitor era seu pai. Mas, mesmo tendo sofrido agressões por parte da policia, agora no dia 1° de setembro ela ordenou o emprego da tropa de choque contra uma manifestação dos professores na Assembléia do Estado do Ceará.
Daí, podemos tirar a seguinte conclusão. Quando necessário, a "esquerda" faz o mesmo uso dos mecanismos da "direita". São equivalentes. E assim, porque tanta reclamação em relação a USP?
Outro detalhe, os alunos deveriam se enquadrados como? Walter Fanganiello não acha que devem ser como quadrilha ou bando. No código penal sob o título dos "crimes contra a paz pública", insere-se o delito de quadrilha ou bando no Código Penal, em seu art. 288, com a seguinte previsão típica:
Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.
Outro detalhe, como até agora não houve mudanças na legislação, fumar maconha ainda é crime, apesar de ter sofrido despenalização.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Comentários

Hoje iniciei a leitura da Carta desta semana. Tive uma bela surpresa ao ler sobre o Ribinha, artista plástico maranhense que se "escondia" no interior do Estado e que agora vai expor suas obras em São Paulo. Desejo muito sucesso a esse rapaz e que sorte aos outros "Ribinhas" que se encontram escondidos nos sertões (alguns nas capitais) do Nordeste. Lembro-me que quando estava na UECE com uns 19 anos, ao passar no calçadão da Beira-Mar (que àquela época ainda era lindo e não o que se vê hoje) havia um garoto de uns 10 anos que desenhava no chão com pedras de giz, que posteriormente foram substituídas por bastões coloridas por obra de doação de uma "alma caridosa". O garoto fazia miséria naquele calçadão. E hoje quando recebo e-mails de artistas estrangeiros que realizam trabalhos assemelhados, imagino o que poderia ter sido daquele garoto se como Ribinha tivesse recebido o apoio necessário.

Maurício Dias acerta em cheio em relação as críticas feitas por FHC em relação aos atuais casos de corrupção no Governo, que ele retrocede ao período de Lula. 
O que não se pode deixar de olhar com certa crítica é que diferentemente de Lula e principalmente Dilma (que está se livrando dos corruptos), no Governo FHC não houve a explosão de tantos casos e nem de demissões, mas isso realmente significa que não existiam ou simplesmente eram abafados e não investigados? 


No "Andante mosso" existe uma tentativa de rebater os ataques que estão sendo feitas a Lula em relação ao seu tratamento em hospital particular ao invés do uso do SUS. Há o uso de uma frase de Gilberto Freyre "Nada mais cômico, na verdade, do que a ideia (...) de que qualquer homem de tendências socialistas, se tiver algum dinheiro e, principalmente, se possuir automóvel, deve cuidar de desfazer-se de tudo e vestir trapos, como se, reduzindo-se ao estado de pobretão, ele concorresse para a solução das injustiças sociais que denuncia ou critica".
Temos aí uma situação interessante. Realmente na condição de pobretão ninguém consegue auxiliar ninguém a atingir a dignidade de consumo, mas, quando se multiplica o patrimônio por 20 (que já não era pequeno), ou por 5, 10 que seja, e não se divide isso em beneficio de uma sociedade mais justa, algo está errado. E isso é bem comum nos representantes da "esquerda" que chegam ao poder. A ausência desta distribuição que poderia ser feita sem os levar ao estado de pobretão e prover uma melhoria de vida nas comunidades que os elegeu. Assim é fácil ser de "esquerda".