"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, julho 25, 2012

La filière automobile européenne dans la tourmente


RFI -Article publié le : mercredi 25 juillet 2012 - Dernière modification le : mercredi 25 juillet 2012

Ces dernières semaines, de nombreux secteurs industriels en Europe, comme l’automobile, ont annoncé des suspensions d’activité dans leurs usines.
Ces dernières semaines, de nombreux secteurs industriels en Europe, comme l’automobile, ont annoncé des suspensions d’activité dans leurs usines.
( Photo : Reuters )

Par Mounia Daoudi

Actualité chargée ce 25 juillet 2012 dans le secteur automobile. PSA Peugeot Citroën, qui a annoncé des pertes record de 819 millions d’euros, doit détailler dans la matinée son plan de restructuration, qui prévoit notamment la fermeture de l'usine d'Aulnay-sous-Bois, en région parisienne. C’est également ce mercredi que le gouvernement présente son plan de soutien à la filière. Etat des lieux d’un secteur en grande difficulté.

L’annonce, le 12 juillet 2012 par PSA Peugeot Citroën, premier constructeur automobile français, de la suppression de 8 000 postes, a provoqué un séisme social et politique inédit dans l’Hexagone. Et pour cause, le secteur automobile représente un poids non négligeable dans l'économie du pays.
On estime en effet que 600 000 personnes au moins travaillent dans la seule production de véhicules en France, qu'il s'agisse de voitures, de camions, de véhicules utilitaires ou encore de caravanes. Un chiffre qui prend en compte l'emploi chez les constructeurs comme PSA, Renault mais aussi Toyota ou Smart, et également l'emploi chez les équipementiers et chez les fournisseurs de matériaux de base pour la fabrication de ces véhicules.
10% de la population active
C'est l'une des dernières grandes industries dans l'Hexagone. Mais l'automobile en France, c’est bien plus que cela. « C’est des rares secteurs où il existe un mélange entre services et construction », rappelle François Roudier, le porte-parole du Comité des constructeurs français d'automobiles. « En plus de la fabrication des véhicules, il y a leur réparation, leur assurance. Tout cela représente 10% de la population active en France », explique-t-il.
Dans ce contexte, on comprend mieux l'émotion suscitée par les annonces de PSA Peugeot Citroën. Le premier constructeur français (devant Renault), qui affiche une perte de 819 millions d’euros pour le premier semestre 2012, se trouve aujourd’hui dans une position intenable. Si certains mettent en cause des erreurs de stratégie, d’autres pointent la crise, plus dure et plus longue que prévue.
De nouvelles restructurations inévitables
Mais PSA n’est pas le seul constructeur européen aujourd'hui menacé. On estime en effet que le marché européen de l’automobile est en surcapacité de 20%. Autant dire que les restructurations dans la filière vont se poursuivre. Pour Carlos Da Silva, analyste du secteur automobile chez IHS Automotive, il ne serait « pas étonnant d’assister d’ici la fin de l’année ou en 2013 à de nouvelles restructurations brutales ». Selon lui, « il ne s’agit pas d’un problème franco-français. Aucun constructeur en Europe ne sera épargné, que ce soit Fiat, Ford, Renault ou Opel ».
Le premier en Europe à avoir tiré la sonnette d'alarme, c'est le patron de Fiat. Dès le mois de mars, Sergio Marchionne préconisait en effet de fermer au moins une dizaine d'usines en Europe. Un scénario apocalyptique car chaque destruction d'emplois chez les constructeurs automobiles a un impact sur toute la filière. On estime que chaque emploi chez un constructeur génère deux ou trois postes chez ses fournisseurs.
L’industrie automobile européenne n’échappera pas donc à une vaste restructuration. Dans la même situation il y a cinq ans, les constructeurs américains ont dû, eux aussi, engager un vaste plan de réforme au coût social douloureux. Des dizaines de milliers d'emplois avaient été supprimés et dix usines fermées.

Síria: A 'mudança de regime' e o smart power de Hillary Clinton

resistir info  - 25 julho 2012

por M K Bhadrakumar [*]
Conluio contra a Síria. A emergência de Israel, que sai da paisagem de fundo, só pode significar uma coisa: que a crise síria encaminha-se para a fase decisiva. Acenderam-se as luzes no palco de operações, e começou a operação de esculpir a Síria. O que vem aí não será bonito de ver. O paciente não será anestesiado, e o cirurgião-chefe prefere liderar dos bastidores, enquanto seus capangas fazem o serviço sujo.

Até agora, Turquia, Arábia Saudita e Qatar fizeram tudo o que podiam para desestabilizar a Síria e remover de lá o regime chefiado pelo presidente Bashar al-Assad. E Bashar continua vivo. Daqui em diante, só a perícia dos israelenses, para completar o serviço.


Alguém terá de enfiar a faca, bem fundo, nas costas de Bashar. O rei da Jordânia não pode fazer o serviço: mal chega aos joelhos de Bashar. Os xeiques sauditas e quataris, flácidos e gorduchos, não são dados a agitação física. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) prefere ser deixada de fora, depois que queimou os dedos na Líbia, em operação limítrofe com crime de guerra. Resta a Turquia.


Em princípio, a Turquia tem poder muscular, mas intervenção na Síria é missão de altíssimo risco, e uma das heranças mais duradouras de Kemal Ataturk é de a Turquia evitar expor-se a riscos. Além disso, os militares turcos não estão lá em muito boa forma.


O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan tão pouco tem conseguido arrastar a maioria dos turcos a aceitarem fazer guerra contra a Síria. O próprio Erdogan navega águas perigosas, tentando aprovar emendas na Constituição turca que o transformarão num verdadeiro sultão – como se o presidente François Hollande da França passasse, de repente, a acumular as funções do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e de Martine Aubry, presidente do Partido Socialista, além da presidência da França.


Obviamente, Erdogan não porá em risco a própria carreira política. Além do mais, há imponderáveis – uma potencial represália dentro da própria Turquia pela minoria alawita (que ressente o crescimento do salafismo no governo de Erdogan); além do perigo perene de cair numa armadilha armada por militantes curdos.


Al-Jazeera entrevistou um líder alawita na Turquia, na semana passada, que manifestou preocupação crescente com o tom cada vez mais sectário da disputa interna na Síria, inspirada por sunitas salafistas. Temem um levantamento salafista dentro da Turquia. Para os alawitas turcos, Assad "tenta manter coesa uma Síria pluralista e tolerante."


Planos de contingência


Mas tudo isso vai-se tornando irrelevante. Na sexta-feira, o
New York Times noticiava, citando funcionários do governo em Washington, que o presidente Barack Obama dos EUA "está aumentando a ajuda aos rebeldes e redobrando esforços para construir uma coligação de países com ideias semelhantes às dos EUA para derrubar à força o governo [da Síria]". [2]

Noticiava também que agentes da CIA que estão no sul da Turquia "já há várias semanas" serão mantidos na missão de criar cada vez mais violência contra o regime sírio. Enquanto isso, EUA e Turquia também trabalham em conjunto para implantar um "governo provisório pós-Assad" na Síria.


Na mesma direcção, líderes da Irmandade Muçulmana, proscrita na Síria, organizaram um conclave de quatro dias em Istambul para criar "um partido islâmico". "Estamos prontos para a era pós-Assad, temos planos para a economia, os tribunais de justiça, a política" – anunciou o porta-voz da Irmandade Muçulmana.


Diz o
New York Times que Washington se mantém em contacto íntimo com Ancara e Telavive, para discutir "uma gama ampla de planos de contingência" sobre "como administrar um colapso do governo sírio".

O plano operacional que está emergindo prevê que, enquanto Ancara avança nas operações clandestinas dentro da Síria (pagos pela Arábia Saudita e Qatar), Israel cruzará a fronteira, entrando na Síria pelo Sul e atacará Bashar militarmente, para degradar sua capacidade de resistir à ameaça turca.


A Turquia também avançou na guerra psicológica, projectando – com televisões, jornais e jornalistas – a ideia de que o regime sírio começa a rachar. Jornalistas e comentaristas turcos já propalam isso. Murat Yetkin, do
Hurriyet, diário oficialista, reproduziu palavras de um oficial turco a dizer que:
Nosso pessoal [a inteligência turca] em campo já observa que a maioria urbana, que até agora preferia manter-se neutra, começa a apoiar os grupos da oposição. Acreditamos que o povo sírio começa a perceber que o governo está a rachar.
De facto, essas emocionantes versões também reflectem a preocupação, no establishment turco, perante a evidência de que o regime sírio não dá qualquer sinal de capitulação apesar dos incansáveis golpes que tem sofrido dos 'rebeldes'.

Missão para Moscovo

A esperança de Erdogan é que a inteligência turca consiga orquestrar algum tipo de "golpe palaciano" em Damasco, nos próximos dias ou semanas. O que mais alegraria Ancara seria ver Bashar substituído por uma estrutura de transição que conservasse elementos da actual estrutura baathista do estado, o que facilitaria uma transferência ordeira de poder para novo governo – quer dizer, em termos ideais, uma transição em nada diferente da que houve no Egipto depois da saída de Hosni Mubarak.

Mas Erdogan não tem certeza de que a Turquia consiga armar um golpe à moda Egipto, em Damasco. A corrida de Erdogan a Moscovo, quarta-feira passada, foi uma tentativa de sondar Moscovo para saber se seria possível montar uma estrutura de transição, nova e estável, em Damasco, mediante algum tipo de cooperação internacional. (Obama investiu o seu peso na missão de Erdogan: na quinta-feira telefonou pessoalmente ao presidente Vladimir Putin da Rússia, para discutir a Síria.)

Curiosamente, pouco antes de Erdogan sair para o encontro agendado com Putin no Kremlin, aconteceu em Damasco um ataque terrorista maciço que matou o ministro da Defesa da Síria e seu chefe de Inteligência. Considerado aquele evento, Moscovo ouviu polidamente o que Erdogan tinha a dizer e assegurou-lhe que manteria separação clínica entre os laços estratégicos que unem Rússia e Turquia, de um lado; e, de outro, a questão síria. E a posição russa manteve-se inalterada – como se viu bem claramente, no veto no Conselho de Segurança da ONU, uma semana depois do encontro com Erdogan.

Não há dúvida de que Moscovo já percebeu que o jogo na Síria se aproxima do fim. Em entrevista à rede de TV Rússia Today na sexta-feira, o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, [3] falou em termos excepcionalmente fortes sobre o que está acontecendo:
"Infelizmente, a estratégia de nossos colegas ocidentais parece estar a ser encaminhada exclusivamente para o aumento das tensões na Síria e em torno da Síria. Não perdem uma oportunidade. Dessa vez, aproveitaram a circunstância de ser necessário prorrogar o mandato da missão de monitoramento que opera na Síria, e acrescentaram, no mesmo projecto de Resolução rascunhado por eles, inúmeras outras cláusulas inaceitáveis.".
E continuou, recordando também o Iraque:
"Não há quem não saiba que os maiores interventores humanitários do planeta – EUA e Grã-Bretanha – intervieram no Iraque, por exemplo, declamando os mais nobres pretextos (naquele caso, a existência de armas de destruição em massa que jamais existiram). O resultado, no Iraque, foram 150 mil mortes, só entre os civis; além de milhões de refugiados e legiões de seres humanos cujas vidas foram arruinadas e vagam pelo país. Por tudo isso, não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo ocidental. Na política ocidental para a Síria, há muito mais geopolítica, que humanismo."
Antes de ir a Moscovo, Erdogan foi a Pequim, que também já sente que os EUA estão batendo o martelo sobre a Síria. O Global Times comentou, em editorial, na sexta-feira, que "É provável que o governo de Assad seja derrubado (...) diminuem muito rapidamente as possibilidades de solução política (...) as coisas na Síria podem mudar bem rapidamente." [4]

Toni Donilon, Conselheiro para Segurança Nacional dos EUA, viaja agora para Pequim: vai tentar descobrir se há alguma possibilidade de conseguir que os chineses moderem a posição sobre a Síria.

Rússia e China vêem com bons olhos a era Erdogan, que ampliou os laços entre esses países e a Turquia. A Rússia obteve um contrato de $20 a $25 mil milhões de dólares para a construção de centrais nucleares na Turquia. A China atraiu a Turquia, como parceiro para os diálogos da Organização de Cooperação de Xangai. A Turquia realizou um segundo exercício de manobras militares com a China, recentemente; e sonha com ser a ponte que venha a unir a NATO a Pequim.

O homem que não vendeu sua alma [5]

Mesmo assim, ambas, Rússia e China considerarão, na análise, que, com uma "nova guerra fria" em construção, Washington espera que a Turquia volte ao ninho antigo e desempenhe o papel de aliada numa vasta faixa de terra que se estende do Mar Negro ao Cáucaso e ao Cáspio e até a Ásia Central. Em última análise, os EUA jogam com inúmeros trunfos, cortesia da era da Guerra-fria, para manipular as políticas turcas. É o que se vê claramente na centralidade que Washington atribui ao líder curdo iraquiano Massoud Barzani, na estratégia geral dos EUA.

Obama recebeu-o recentemente na Casa Branca. Barzani passou a ser o "eixo de conexão" das políticas de EUA-Turquia para a Síria. Isso acontece poucos meses depois de a ExxonMobil assinar, em Outubro, contratos para desenvolver os enormes campos de petróleo localizados no Curdistão, região controlada por Barzani, ignorando os protestos de Bagdad de que tal negócio, firmado com uma autoridade provincial e passando por cima do governo central, viola a soberania do Iraque.

Na semana passada, a Chevron, gigante do petróleo dos EUA, anunciou que também adquirira 80% do controle de outra companhia que opera na região, cobrindo uma área total de 1.124 quilómetros quadrados sob o controle de Barzani.

A entrada das empresas ExxonMobile e Chevron muda o jogo na política regional para a Síria. O ponto é que a melhor via para transportar até o mercado mundial o que for extraído dos depósitos gigantes de gás e petróleo no Curdistão é o porto sírio de Latáquiia, no Mediterrâneo oriental. Não há dúvida de que aí está uma nova dimensão a considerar no plano de jogo de EUA-Turquia sobre a Síria.

A empresa turca de engenharia e construção Siyah Kalem apresentou projecto para o transporte do gás natural extraído do Curdistão. Evidentemente, em algum lugar do subsolo, os interesses do business corporativo da Anatólia (que tem laços com o partido islâmico que governa a Turquia) e a orientação da política externa turca passaram a convergir. Os interesses dos EUA e da Turquia sobrepõem-se na geopolítica das reservas de energia do Norte do Iraque.

Barzani não é só parceiro comercial de Washington e Ancara; é também agente chave que pode ajudar a encaminhar o problema da Turquia com os curdos. Com o apoio de Washington, Barzani lançou um projecto para reposicionar as várias facções curdas – turcos, iraquianos e sírios – numa nova trilha política.

No mês passado, Barzani organizou reunião das facções curdas em Arbil. Em termos claros: Barzani tentou subornar os líderes de várias facções curdas com fundos que lhe chegaram de Ancara. Diz que conseguiu reconciliar os diferentes grupos curdos sírios. (A insurreição curda na Turquia é comandada por sírios de etnia curda.) Diz também que conseguiu convencer os curdos sírios a romper os laços que os ligam a Bashar e a alinhar-se ao lado da oposição síria.

Esses ecos de Arbil têm peso vital no que Erdogan venha a fazer sobre a Síria. Como lembrou recentemente um importante analista do Washington Institute for Near East Policy, Soner Cagaptay, o centro da questão é que "grande parte da minoria curda, agitada e bem organizada na Síria, não confia na Turquia." [7]

O salafismo em asas israelenses

Facto é que, em última análise, só Israel pode resolver o dilema de Erdogan. O ministro da Defesa de Israel Ehud Barak declarou no fim-de-semana que "a Síria tem mísseis antiaéreos e mísseis terra-terra avançados e elementos de armas químicas. Ordenei que o Exército de Israel se prepare para uma situação na qual tenhamos de considerar a possibilidade de um ataque". [8]

Barak acrescentou que "no momento em que [Bashar] começar a cair, nós [Israel] iniciaremos monitoramento de inteligência e nos associaremos a outras agências." Falou depois de uma visita secreta de Donilon a Israel, na semana anterior. Nos calcanhares da visita de Donilon, chegou a Telavive a secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton, depois de um encontro histórico no Cairo com o presidente recém eleito Mohammed Morsi da Irmandade Muçulmana, que garantiu a Washington que não pensa criar qualquer problema para Israel, em futuro previsível.

As declarações de Barak rompem o fino véu de indiferença que Telavive manteve até aqui sobre os desenvolvimentos sírios. O que emerge, em retrospectiva, é que Washington manteve Israel em resguardo até o momento de demolir fisicamente a maquinaria de guerra de Bashar – empreitada que Erdogan não quer assumir ou não tem capacidade para assumir.

O mais provável é que Erdogan já estivesse de sobreaviso, para aparecer ao lado de Barak, mas, político arguto, manteve as aparências de quem muito sofria com a crise síria – ao mesmo tempo em que, clandestinamente, a alimentava.

Em versão simples, Washington passou a perna a Moscovo e Pequim. Sempre afirmou que a ideia de os EUA intervirem directamente na Síria, ou efectuar intervenção indirecta, por operação da NATO, como na Líbia, jamais passara pela cabeça de Obama. Como agora se vê, Obama não mentia.

O que se desdobra hoje é visão espantosamente estranha: o salafismo voa nas asas da Força Aérea israelense e vai aterrar em Damasco. Erdogan voltará, com renovado vigor, a sacudir a árvore de Bashar em Damasco. E, a qualquer momento, em futuro próximo, de repente, Barak começará a podar os galhos da árvore, varrendo-os como raio.

Erdogan e Barak deixarão tão nua a árvore de Bashar, tão desamparada, que ela perceberá a futilidade do esforço para se manter erecta sobre as suas raízes. E nada de "intervenção militar", nada de operações da NATO, ninguém poderá fazer qualquer analogia com o que foi cometido na Líbia. Nem Erdogan ordenará que seu exército marche sobre a Síria.

A secretária de Estado Clinton diria que isso é o "smart power". Num ensaio grandiloquente intitulado "A arte do Smart Power", de sua autoria, analisando o curioso desenlace do conto da Primavera Árabe, na semana passada Clinton escreveu que agora os EUA "lideram por novas vias". [6]

Clinton esclarece que os EUA estão a expandir a "sua caixa de ferramentas de política externa para integrar todos os activos e parceiros, e fundamentalmente mudamos o modo como nós [os EUA] fazemos negócios. (...) A trilha que interliga todos os nossos esforços é um compromisso com adaptar a liderança global dos EUA às necessidades de um mundo em mudança".

No fim, Erdogan fará da pedra, sopa, que engolirá untada em banha de porco. A verdade nua e crua é que Israel fará por ele o serviço sujo na Síria.

Nada resta a Erdogan, além de aceitar o facto de que não passa de um dos instrumentos da "caixa de ferramentas" de Washington – nada mais, nada menos. Seu destino nunca foi liderar o Oriente Médio muçulmano. O ocidente apenas lhe deu corda, para que se enforcasse na sua conhecida vaidade.

Liderar o Oriente Médio muçulmano é prerrogativa exclusiva de Washington.
NT

[1] Orig. smart power. Sobre a expressão, ver Eric Etheridge, New York Times, 14/1/2009, "How 'Soft Power' Got 'Smart'" [como o 'poder suave' tornou-se 'inteligente'], onde se lê: "No discurso que fez ao aceitar a indicação para o cargo de secretária de Estado do governo Obama, Hillary Clinton usou quatro vezes a expressão smart power. Na declaração, que antecedeu o discurso de aceitação do cargo, usou nove vezes a mesma expressão" ( http://opinionator.blogs.nytimes.com/2009/01/14/how-soft-power-got-smart/ )

[2] 21/7/2012, New York Times, www.nytimes.com/...

[3] 20/7/2012, "Não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo ocidental", Vitaly Churkin, embaixador da Rússia à ONU, à rede Russia Today (entrevista transcrita e traduzida ao português, em redecastorphoto.blogspot.com.br/...

[4] 20/7/2012, Global Times, Pequim, em http://www.globaltimes.cn/content/722217.shtml

[5] Orig. A man for all seasons. É expressão inglesa do séc. XVI, tradicionalmente aplicada a Thomas More. Dá título também a uma biografia cinematográfica, que recebeu no Brasil o título de "O homem que não vendeu sua alma" [que se aproveita nessa tradução] .

[6] 18/6/2012, "The art of smart power", Hillary Clinton, New Statesman, em www.newstatesman.com/... Aí se lê, na conclusão do artigo: "Não há precedente real na história para o papel que os EUA desempenham hoje ou para a responsabilidade que assumem sobre os seus ombros. Isso é o que torna tão excepcional a liderança dos EUA. Por isso confio que continuaremos a servir e a defender uma ordem global pacífica e próspera ainda por muitos anos no futuro".

[7] 20/7/2012, globalpublicsquare.blogs.cnn.com/... .

[8] 20/7/2012, Jerusalem Post, Israel, http://www.jpost.com/Defense/Article.aspx?id=278314 .

22/Julho/2012

Ver também:
  • Les médias et l'imposture de la "menace chimique" syrienne
  • Lettre d’une citoyenne syrienne
  • Syrie : La guérilla médiatique s'intensifie
  • Qui se bat en Syrie ?
  • Washington a rédigé une nouvelle constitution pour la Syrie
  • PsyOp imminente de l’OTAN contre la Syrie
  • http://www.infosyrie.fr/
  • http://www3.almanar.com.lb/english/main.php

    [*] Ex-embaixador da Índia em Moscovo.

    O original encontra-se em http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/NG24Ak01.html
    Tradução (com pequenas alterações) de Vila Vudu, vila.vudu@gmail.com .

    AS ESCOLAS DE CRIME

    aijesus.blogspot - 22 julho 2012


    [clique na imagem, para ler (melhor)]

     Apesar do texto se referir a Portugal, existem semelhanças...



    Síria: Afastamento inconstitucional de Assad provocará guerra civil sem fim, Putin

    darussia.blogspot - Segunda-feira, Julho 23, 2012

    O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou hoje que se Bashar Assad foi inconstitucionalmente afastado do cargo de presidente sírio, a guerra civil na Síria não terá fim.

    “A Rússia receia que se Assad for afastado de forma inconstitucional, a oposição e a atual direção da Síria simplesmente trocarão de lugares e a guerra civil não terá fim”, acrescentou ele depois de um encontro com o primeiro-ministro italiano, Mario Monti.

    “Nós não queremos que a situação se desenvolva segundo esse cenário sangrento”, frisou.

    Segundo Putin, o plano de acção para pôr fim ao conflito deve ser: “fim da violência, conversações, busca de soluções, definição das bases constitucionais da sociedade futura e só depois mudanças estruturais, e não ao contrário”.

    “O contrário será o caos”, acrescentou.

    O dirigente russo considera que o facto do Conselho de Segurança da ONU ter prolongado o prazo de permanência da missão de observadores na Síria mostra que é possível a realização de um diálogo e apela a exercer influência sobre todas as partes do conflito.

    “Os acordos conseguidos na ONU sobre o prolongamento da missão mostram que, não obstante algumas divergências na definição do que é primário e secundário, se pode encontrar, na ONU, compromissos, chegar a acordo com todas as partes para bem do povo da Síria”, concluiu.

    Mario Monti considera que a melhor solução para o problema da Síria é a formação de um governo de transição tal como aconteceu no Líbano.

    “Parece ser melhor a seguinte variante, que já foi empregue no Líbano, tenho em vista a formação de um governo de transição que inclua todos os estratos da sociedade síria”, declarou.

    “A aprovação de semelhante decisão na ONU será impossível sem o respetivo apoio da Rússia”, concluiu.

    No Líbano, depois da crise política provocada pelo assassinato do conhecido político Rafik Hariri em 2005, foi formado um governo de transição com conhecidos políticos muçulmanos e cristãos. As principais tarefas desse governo foram a investigação internacional do assassinato de Hariri e a realização de eleições gerais.

    As reservas de urânio no Brasil



    Por Zé Zinho
    Energia: equívocos estratégicosO planejamento estratégico do governo brasileiro no setor energético demonstra, de forma insofismável, que as lideranças nacionais responsáveis pelos processos decisórios parecem ter perdido a capacidade de pensar a longo prazo e por si próprias, sem se deixar enredar nos condicionantes externos em voga, como a ideologia e a agenda política do ambientalismo internacional. Este fato ficou evidenciado nas declarações de duas autoridades do setor, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, no 9º. Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), no Rio de Janeiro, em 8 de maio. Na ocasião, ambos expuseram dois graves equívocos da agenda energética do governo federal: o uso preferencial das usinas hidrelétricas em construção na Amazônia como "exportadoras de eletricidade" para fora da região e o adiamento sine die da construção de novas usinas nucleares.
    No evento, Tolmasquim revelou que 70% da eletricidade gerada na usina hidrelétrica de Belo Monte, em construção no rio Xingu, no Pará, serão destinados a abastecer a Região Sudeste, por intermédio de duas linhas de transmissão em corrente contínua de 800 kV, uma direcionada a Minas Gerais e a outra ao Rio de Janeiro. Com isto, Belo Monte, cujo projeto foi bastante prejudicado pelas pressões ambientalistas e a visão imediatista, que forçaram a redução do seu reservatório e a não inclusão de eclusas para viabilizar a navegação, terá a sua importância regional bastante diminuída, funcionando, basicamente, como fornecedora de eletricidade para as regiões mais desenvolvidas. De resto, a mesma orientação está sendo seguida nas usinas do rio Madeira, Jirau e Santo Antônio, e na de Teles Pires, no rio do mesmo nome.
    Com esse enfoque "mercantilista-exportador", desperdiça-se o enorme potencial que tais empreendimentos poderiam desempenhar no desenvolvimento socioeconômico na Amazônia, na implementação de uma infraestrutura que viabilizasse um processo sustentado de diversificação de atividades econômicas, contemplando, em especial, uma industrialização seletiva da região, baseada na agregação de valor aos seus vastos recursos naturais. Evidentemente, isto teria que ser acompanhado em paralelo por um sério compromisso dos poderes públicos, no sentido de viabilizar as redes de infraestrutura urbana necessárias para receber os contingentes populacionais atraídos pelas novs perspectivas. Não obstante, a opção preferencial pela exportação de energia tende a favorecer um enfoque que não se diferencia muito de uma espécie de colonialismo interregional, que tende a limitar as perspectivas de progresso da região e, ao mesmo tempo, favorece a estratégia ambientalista de mantê-la como uma "zona de exclusão de desenvolvimento".
    O outro grave equívoco estratégico foi revelado por Zimmerman, ao anunciar que, pelo menos até 2021, o País não deverá construir qualquer usina nuclear nova, além da conclusão de Angra 3. Em suas palavras:
    No plano de curto prazo, que é até 2020, não se considerou qualquer usina nuclear, porque não há necessidade. O atendimento será com hidrelétricas. Fontes complementares, como eólica, térmica e gás natural (sic), também atenderão à demanda... O plano 2021, segundo informações que tenho, também não vai considerar usinas nucleares. Mas não tem adiamento. No plano 2030, provavelmente, terá espaço para de quatro a oito centrais nucleares (O Globo, 9/05/2012).
    Embora Zimmerman tenha negado qualquer influência do acidente na usina japonesa de Fukushima, em março de 2011, em tal decisão, Tolmasquim a confirmou:
    Com a questão de Fukushima, um acidente grave, não foi só o Brasil: o mundo todo deu uma parada para analisar, avaliar. Temos uma situação confortável, com potencial hidrelétrico grande; tem o potencial eólico, o gás, a biomassa. Podemos fazer as coisas com calma.
    Aparentemente, não entrou nas avaliações o fato de que um hiato dessa magnitude na construção de novas usinas terá sérias implicações para a disponibilidade da mão-de-obra qualificada para o setor, problema que já ocorreu com a estagnação de quase duas décadas experimentada pelo programa nuclear – tempo que levou a construção de Angra 2. Com um novo interregno de mais de uma década, é seguro que muitos profissionais deixarão a área, por falta de oportunidades, e o problema se verificará quando – e se – a expansão do programa nuclear voltar a ser considerada.
    Da mesma forma, é certo que o País ainda lamentará semelhante miopia estratégica.
    http://www.alerta.inf.br/energia-equivocos-estrategicos/


    O grifo no texto é meu, exatamente por Zé Zinho focar em algo extremamente importante, que é o uso do ambientalismo como forma de impedir o desenvolvimento e consequente melhoria de vida da população.

    O apelo desesperado do El País, em nome da Espanha

    viomundo - publicado em 21 de julho de 2012 às 16:13

    editorial do diário direitista El País sobre o colapso econômico da Espanha:
    Situación crítica
    El BCE está obligado a actuar salvo que Europa haya decidido abandonar el euro a su suerte
    A economia está se aproximando de uma situação de colapso que, se não for corrigida com rapidez, poderá tornar necessário um resgate total em prazo relativamente breve. O anúncio de que a Comunidade Valenciana pediu adesão ao Fundo Autônomo de Liquidez devido à impossibilidade de fazer frente a seus compromissos disparou ontem a taxa de risco para além dos 600 pontos e o diferencial do título de 10 anos [da Espanha, em relação ao da Alermanha] a 7,257%. A situação é potencialmente catastrófica porque com um custo da dívida como o atingido ontem a solvência exterior da nação é insustentável.
    Durante as últimas semanas se comprovou, sem dúvidas, que a estratégia econômica mais ou menos imposta por Bruxelas, consistindo no aumento do imposto IVA, além de uma redução dos gastos sociais, da intensificação dos cortes para os funcionários públicos e os que recebem seguro desemprego não conseguiram restaurar a confiança dos mercados na dívida espanhola. Ao contrário, se considerarmos a rentabilidade que o Tesouro teve de pagar no último leilão de títulos, a desconfiança se acentuou. O paradoxo é que o conjunto de medidas é provavelmente a única solução a curto prazo para a economia, se for bem executado. Isso, independentemente de que sejam necessários mais esforços nas próximas semanas. Mas, apesar de tudo, das medidas já adotadas, assim como da firme disposição do governo de aprofundar o ajuste, os investidores não concedem credibilidade a dita política econômica. Seu ataque [dos investidores] à dívida espanhola põe em risco a independência econômica e a continuidade do euro.
    Portanto, é imperativo que o Banco Central Europeu (BCE) compre a dívida espanhola no mercado secundário, recupere a liquidez e anuncie publicamente que os países que aprovem políticas de ajuste (caso da Espanha) contarão com o apoio ilimitado da autoridade monetária europeia. O BCE cometerá um erro gravíssimo se se prestar ao jogo de condicionar sua intervenção à melhoria temporária das condições de estabilidade na Espanha ou Itália, porque talvez não disponha da margem de tempo para aplicar com eficácia essa intervenção e porque não pode esperar que os cidadãos aceitem os cortes anunciados e os que necessariamente haverão de vir sem expectativa de alguma saída para a crise. Tampouco pode argumentar que deve ser o mecanismo de estabilidade [da União Europeia] o encarregado de decidir politicamente a intervenção, pelas mesmas razões de urgência.
    É uma questão de sobrevivência para a dívida espanhola e para o euro em seu conjunto; não cabe exagero algum nesta descrição, porque as perspectivas econômicas para este ano e o próximo, de acordo com o quadro macroeconômico revisado ontem pelo Governo (muito parecido com o elaborado pelo FMI) prolonga a recessão. Não é previsível um aumento da confiança na dívida. A Fazenda calcula que o pagamento de juros da dívida crescerá 9,114 bilhões [de euros] em 2013 e será a principal despesa governamental.
    Para o BCE, uma instituição em teoria independente, deveria ser evidente que esta escalada de gastos financeiros invalida qualquer esforço de contenção do déficit e elimina qualquer possibilidade de recuperação a médio prazo. Esta é a razão principal que exige uma intervenção do banco. A razão excepcional, crítica, é que os mercados da dívida não reagirão aos anúncios de ajuste econômico e condenam o país a uma situação extrema. A Alemanha, a Comissão Europeia e o BCE já não  podem se esconder atrás de táticas de coação para impor medidas drásticas de austeridade; elas já foram tomadas, seguramente haverá outras; mas, desgraçadamente, não acalmam os mercados.
    PS do Viomundo: Pode se dizer qualquer coisa da revista direitista britânica Economist, menos que rasgue dinheiro. A revista informou recentemente que boa parte dos bens nos livros dos bancos espanhóis é de non-performing assets, ou seja, bens podres, como apartamentos vazios que ninguém quer (pode) comprar.

    segunda-feira, julho 23, 2012

    Comentário

    Notícia: "Os funcionários do Executivo federal passaram a custar mais que o dobro à União desde que o PT chegou ao Palácio do Planalto, em 2003. A despesa média por servidor do governo cresceu mais de 120% entre 2003 e 2011, contra uma inflação em torno de 52% no mesmo período. Com a promessa de corrigir distorções históricas na remuneração dos três Poderes, o ex-presidente Lula implementou, em seu segundo mandato, uma política de valorização do funcionalismo. Com ela, os servidores do Executivo tiveram evolução salarial maior que os do Legislativo e do Judiciário. Segundo o Ministério do Planejamento, apenas entre 2008 e 2010, o impacto dos reajustes dados somente aos servidores civis do Executivo foi de R$ 35,2 bilhões.

    São esses números que sustentam a determinação da presidente Dilma Rousseff de não ceder às pressões dos servidores grevistas. Até agora, apesar de a mesa de negociação estar aberta, só foi apresentada uma contraproposta aos professores das universidades federais. Dezenas de outras categorias do serviço público estão paralisadas, mas a ordem da presidente e da equipe econômica é manter o rigor fiscal exigido pela gravidade da crise financeira internacional."
     
    Temos certas categorias no Executivo Federal que apresentam salário bem acima da média, como é o caso dos auditores da Receita Federal que apresentam como remuneração básica R$ 13.600,00 (fora os adicionais), mas dá para imaginar esses servidores recebendo salário de R$ 5.876,99 (que é o do professor federal 40 horas fora descontos) fazendo auditoria em empresas e sendo tentados a ganhos "extras" por quem quer se livrar da auditoria?
     
    Guido Mantega e  Mirian Belchior segundo a Folha receberam R$ 36.297,94 em maio por acrescentarem à sua remuneração, os ganhos como conselheiros da Petrobrás.

    Sendo cansativo pela repetição. Segundo o Dieese o salário mínimo nacional deveria ser de R$ 2.383,00 para atender o previsto na Constituição Federal. Nessa lógica um professor federal estaria ganhando dois salários mínimos e a grande maioria da população brasileira sobrevive, pois ganha abaixo do salário mínimo (que deveria ser de R$ 2.383,00).

    Nesse contexto escuta-se nos mais diversos meios midiáticos tanto da esquerda, quanto da direita o mesmo discurso. A esquerda tenta defender o governo de Dilma, por ser do partideco, o incólume (apesar dos vários casos que estouraram na mídia mostrarem o contrário); e a direita é claro quer manter seus lucros crescentes a base do solapamento do salário do trabalhador. 
     
    Enquanto no país se mantiver esse tipo apoio os prejuízos financeiros sempre serão socializados para que os ganhos sejam privatizados por uma minoria. E nessa condição quando os dois "opostos" apresentam o mesmo discurso temos o povo naquela situação descrita pelos Secos e Molhados: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", ou seja, a grita geral não adianta, não tem eco e nem será ouvida. O recado é: se calem, aceitem, vocês são massa de manobra e assim permanecerão ad aeternum. 
     
    A proposta de reajuste para os professores feita pelo Governo Federal é indecente e quem lhe dá apoio está diretamente trabalhando contra a educação. Lembrem-se que se esses professores (representantes da elite educacional) ganham esse salário aviltante, imaginem os que estão abaixo dessa realidade. São esses que trabalham no ensino fundamental e médio nas mais variadas condições pelo país, e mesmo assim não conseguiram ter seu piso de R$ 1.451,00 respeitado por vários estados, incluindo o Rio Grande do Sul governado pelo PT, que só irá honrar o piso pressionado por decisão judicial.

    É assim que o Governo nos seus mais variados escalões demonstram seu interesse na melhoria educacional e na melhoria de vida do povo como um todo, e haja ganho do setor financeiro (o lucro dos bancos brasileiros superaram os dos seus coirmãos britânicos). Viva o PT.

    domingo, julho 22, 2012

    Servidora de gabinete da senadora lider do PT mora nos EUA

    recebido por e-mail – 21 julho 2012

    ISTO É O BRASIL!!

    O PT está se superando. Será que não tem nenhum deles "mais ou menos honesto"?
    Servidora do gabinete da senadora Serys mora nos EUA


    O gabinete da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) abriga uma funcionária que mora há mais 3 anos a muitas milhas de distância do Brasil - mais precisamente em Bethesda, cidade satélite de Washington.
    Solange Amorelli (na foto acima) foi admitida como servidora do Senado e casou-se mais tarde com um diretor do Banco Mundial e se mudou para os Estados Unidos.
    Ganha salário em torno de R $ 12 mil. Ela continuou a recebê-lo mesmo sem comparecer ao seu local de trabalho - fora o pagamento de horas extras a que têm direito os demais servidores do gabinete.
    Ela não foi autorizada pelo Senado a morar no exterior. Quando senadores visitam Washington, ela costuma ciceroneá-los a pedido de Serys.
    A cada três ou quatro meses, Solange visita o Brasil e passa alguns dias em Brasília.
    Adaptou-se bem à vida em Bethesda. Em 11 de novembro do ano passado, foi apresentada como uma das novas integrantes do The GFWC Maryland Federation of Women's Clubs, Inc.
    Vez por outra participa de eventos promovidos na cidade por uma entidade que presta assistência a latinos que moram em Washington. E já foi entrevistada pelo jornal da escola onde seu filho estuda.
    Li, ontem, uma entrevista da senadora Serys no site Olhar Direto, do Mato Grosso. A propósito dos escândalos que abalam o Senado, disse Serys a certa altura:
    -Defendo transparência em todos os atos internos, porque só assim poderemos dar uma resposta à sociedade. E temos que apurar tudo também e revelar o que foi investigado.
    À noite, conversei com ela por telefone a respeito da situação de Solange.
    A senhora tem uma funcionária que mora há quase dois anos nos Estados Unidos...
    - Ela não mora propriamente lá, e está sempre por aqui prestando serviços.
    Como não mora? Ela é casada com um diretor do Banco Mundial, tem casa numa cidade satélite de Washington e filho matriculado em escola de lá. E, no entanto, continua recebendo salário do Senado e tem direito até a horas extras.
    No momento ela está de licença.
    Não está mais, senadora. Ela entrou de licença de 60 dias em 16 de março 2009. O prazo da licença venceu e não foi renovado.
    Pois é, mas ela chegará ao Brasil na próxima segunda-feira e entrará com um pedido de férias.
    Sim, e daí?
    Você sabe que eu sou muito atenta a essas coisas...
    É, eu sei.
    Depois de falar comigo, a senadora apressou-se em telefonar para um repórter do site Olhar Direto, interessada em vazar a seu modo a história de Solange.
    Sob o título
     Servidora é acusada de morar nos EUA e receber salário, o site publicou às 21h15 notícia atualizada às 23h que começava assim:
    "A servidora pública federal, Solange Amaroli, que está lotada no gabinete da senadora Serys Slhessarenko (PT), é acusada de morar em uma cidade dos Estados Unidos e receber remunerações do Senado, conforme informações daquela Casa de Leis ao site Olhar Direto.
    Solange Amaroli, de acordo com as mesmas fontes, pode ser uma das servidoras contratadas através do esquema dos ex-diretores do Senado, que funcionava para contratar parentes, amigos e cabos eleitorais."
    A notícia terminava assim:
    "Provocada pela reportagem do site Olhar Direto, a parlamentar petista confirmou que Solange é, de fato, servidora de seu gabinete. Contudo, rechaçou a hipótese de a funcionaria ter sido nomeada por atos secretos da Mesa diretora do Senado, nos últimos 10 anos. "As minhas contratações não são atos secretos. Esta servidora realmente trabalha e muito para mim. Pelo o que eu sei, ela estava de licença em Washington e chegou segunda-feira. Depois, entrou com requerimento de férias. É isso o que eu sei", declarou a senadora."

    A senadora Serys