"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, abril 20, 2010

ANTI-PIRATARIA * 27. o caso da microsoft

aijesus.blogspot.com - 19 abr 10


Como toda a gente sabe, a Microsoft é a empresa mais pirateada. Como toda a gente sabe, a pirataria é uma actividade que tem levado
[e continuará a levar]
à ruína milhares de empresas, até as destruir todas e nos destruir a todos
[como toda a gente sabe, apenas a luta anti-pirataria poderá salvar-nos desta perdição universal].

Segue-se destas conhecidas premissas a elementar conclusão de que, mais dia menos dia, a pirataria há-de levar ao fundo a Microsoft, para prejuízo de todos os utilizadores da informática
[e até dos que o não são].
Consola-nos a feliz notícia de que o fim do universo Bill Gates não está programado para curto prazo. É possível prever o seu adiamento a partir dos lucros da empresa no último trimestre de 2009: 6,7 biliões de dólares
[o que traduz um aumento de 60%].
Deus é grande, afinal, e olha pelos seus filhos... Deus seja louvado!

Os BRICs, por Delfim Netto

Blog do Luis Nassif - 20/04/2010 - 10:49


Do Valor

Os Bric e nós

Antonio Delfim Netto
20/04/2010

Na semana passada, nesta mesma coluna tivemos a oportunidade de fazer ligeiras considerações sobre a precariedade das projeções de longo prazo da evolução do PIB dos Bric, medidos em dólar de valor constante. Relembramos o fracasso de todas as ” previsões ” de longo prazo feitas nos anos 60 do século passado e enfatizamos a precariedade das ” previsões ” sobre o comportamento nos próximos 20 anos das economias abrigadas no acrônimo Bric. Com as ” previsões ” correntes, os Bric não caberão no mundo projetado para 2020.

A tabela nº 1 abaixo mostra isso. Na sua construção foram usadas: 1º ) taxas de crescimento constante entre 2010/2020: Brasil, 5%; Rússia, 6%; Índia e China, 8%, comumente assumidas nas alegres visões do futuro com que somos bombardeados e 2º ) a hipótese que a economia mundial vai continuar a crescer à uma taxa real histórica de 3% ao ano.

Salta aos olhos que a conta não fecha. Se o ” Resto do Mundo ” continuar a crescer 3% ao ano, o que faz sentido, para que os Bric possam crescer na média 7,5%, seria preciso que ele crescesse a apenas 0,4% ao ano. De fato, como a população do Resto do Mundo cresce 1% ao ano, o seu PIB per capita deveria reduzir-se de 0,6% ao ano!

O que acontece quando se impõe a condição que o Resto do Mundo continue a crescer à taxa de 3% ao ano? A tabela nº 2 revela:

A resposta é que a economia mundial deveria acelerar o seu crescimento de 3% para 4,4% ao ano. Diante da realidade que vivemos: 1º ) a óbvia e crescente escassez de recursos no nível mundial e 2º ) a interferência antropomórfica no aquecimento global do planeta, será essa uma hipótese razoável? Claramente não, a não ser diante de uma tremenda revolução tecnológica que acreditamos está fora do horizonte de 20 anos.

O entusiasmo com os Bric é tal que, com frequência, vemos afirmações que revelam a ” esperança ” que eles poderão bastar-se a si mesmos, independentemente do que ocorre com a economia mundial. Os Bric são uma ideia interessante, mas é claro que eles não constituem um grupo com interesses homogêneos.

De fato, suspeitamos que a Rússia é um elemento estranho ao ninho. A China com seus 5.000 anos de civilização e o pragmatismo filosófico que ” não importa a cor do gato desde que ele pegue os ratos ” , agarrou-se com coragem e inteligência às possibilidades abertas para a importação pelos EUA de produtos fabricados na China com capital de empresas americanas. Não deixou de aproveitar nenhuma oportunidade: foi integrada ” estrategicamente ” como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Construiu sua bomba atômica sem olhar seu custo humano. Só entrou para a OMC em 2002 (prestando-lhe um favor) depois de ter feito tudo o que era possível em matéria de ” artes ” exportadoras. Em 30 anos, para inveja de todos nós, transformou-se na segunda economia mundial e no seu maior exportador.

Para a China, os Bric são apenas convenientes supridores de suas crescentes necessidades de matérias-primas e alimentos, que ela pretende pagar com a exportação de manufaturas. Sua política externa esconde mal o ” moderno imperialismo ” na busca de suprimento seguro de matérias-primas, como vemos na África e agora no Brasil. Na crise de 2008 ela mostrou sua verdadeira face: fixou sua taxa de câmbio ao dólar. Cuidou dos seus interesses e o fez muito bem!

O Brasil precisa pensar em si e não pendurar-se em ilusões. A situação de cada um dos Bric é muito diferente. A paciência do mundo com a China está se esgotando como testemunham nossos próprios problemas com ela. Precisamos tomar cuidado em não assumir compromissos como Brics que no futuro possam bloquear nossa ação independente.

De todos os Bric o Brasil é o país que tem maior probabilidade de ver realizadas as ” projeções ” . Tem: 1) um estoque genético riquíssimo que estimula a adaptação e a tolerância; 2) um importante mercado interno; 3) matriz energética adequada; 4) uma promissora disponibilidade futura de petróleo; 5) terra, água e tecnologia para expandir sua agricultura; 6) uma única língua e, não tem: 7) problemas de fronteira e 8 ) problemas étnicos e religiosos sensíveis. Mais do que tudo isso, somos uma democracia constitucional consolidada com um Supremo Tribunal Federal independente que ” garante ” nossas liberdades individuais. Nossa ambição de crescimento é modesta (5% ao ano), o que nos acomodará bem na economia mundial.

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras

Alô, alô empresários do Brasil: Serra vai rever todos os contratos

Conversa Afiada - Publicado em 20/04/2010

Na foto, Serra anuncia que vai rever todos os contratos do PAC

Saiu no Valor, pág. A9:

Sobre a vista de Serra à federação das indústrias de Minas:

“… caso seja eleito (porque não será – PHA) poderá promover UMA REVISÃO DE TODOS OS CONTRATOS DE EMPRESAS PRIVADAS COM A UNIÃO (ênfase minha – PHA)”.
“Em São Paulo, renegociamos os contratos, reduzimos os valores …”

Navalha

Alô, alô empresários da FIEMG e de todo o Brasil.

Alô, alô empreiteiros do Brasil.
O que é isso ?
Ele vai rasgar também os contratos dos títulos do Brasil no exterior e dizer que não paga os juros que o Lula paga ?
Ele vai denunciar a dívida externa ?
E a dívida interna ?
Ele vai rever os juros que o Tesouro paga aos agentes financeiros privados ?
Vai rever as privatizações, especialmente a da Vale ?
Ele vai voltar ao regime de “concessão” para explorar o pré-sal, ao rever o “contrato” aprovado no Congresso ?
Será que o Serra vai pedir ao Fernando Henrique para escrever uma “Carta aos Brasileiros” ?
Por que o PT não contrata a Regina Duarte para dizer “estou com medo” ?
Como diz o Conversa Afiada, ele é o nosso Putin.

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: sobre Belo Monte, na mesma exposição na FIEMG: “Neste processo (sic), houve tanta complicação ambiental e tanta falta de transparência que a gente sabe que vai haver problema”. O que quer dizer isso ? Nada. A gente sabe, o quê, cara pálida e dentes alvos ?

Veja e Serra copiam revista americana. O que o Serra tem de original, dele e de mais ninguém ?

Conversa Afiada - Publicado em 20/04/2010

Ele(s) não tem uma única ideia original. O que pensa esse (Serra) rapaz ?


O Conversa Afiada publica e-mail do amigo navegante Arthur:




Você já deve ter visto: http://twitpic.com/1gmdc8

O engodo da “nova” postura nuclear

Site do Azenha - 20 de abril de 2010 às 9:17


Novo Tratado START[1] anda ‘de lado’, no desarmamento

Insanidades nucleares

14/4/2010, Julien Mercile, Counterpunch

Tradução Caia Fittipaldi

Julien Mercille é professor do University College Dublin, Irlanda. É especialista em geopolítica e política externa dos EUA.

Recebe e-mails em jmercille@gmail.com .

No século 19, o anarquista russo Michael Bakunin escreveu que o Estado “é a mais flagrante, a mais cínica e a mais completa negação da humanidade (…). Isso explica por que reis e ministros, passados e presentes, de todos os tempos e países – estadistas, diplomatas, burocratas e soldados –, se julgados do ponto de vista da moralidade e da justiça humanas, bem merecem cem, mil vezes, ser condenados a trabalhos forçados ou às galés.” [2]

O arsenal nuclear construído por EUA e Rússia e as frágeis tentativas para desativá-lo são prova de que Bakunin acertou mais uma vez. Os estoques nucleares de Washington e Rússia ultrapassam 10 mil ogivas, todas elas entre 5 e 25 vezes mais potentes que a bomba que destruiu Hiroshima. O recém assinado Novo Tratado para Redução de Armas Estratégicas [sigla START] implicará a destruição de, no máximo, 800 ogivas. Em outras palavras: depois de reduzidos por nossos magnânimos líderes, o poder nuclear que está nas mãos deles e pesa sobre as nossas cabeças, passou, de 150 mil vezes maior para apenas 140 mil vezes maior que o da bomba que destruiu Hiroshima… Muito obrigado, Sr. Obama.

Como se não bastasse, a recém divulgada “Nova Postura Nuclear dos EUA” [ing. US Nuclear Posture Review (NPR)] informa que aquelas armas podem, sim, ser empregadas. A frase chave da “Nova Postura” é a seguinte: “os EUA não usarão nem ameaçarão usar armas nucleares contra Estados não-nucleares que assinem a “Nova Postura” e cumpram seus compromissos de não-proliferação.”

Apoiadores da “Nova Postura Nuclear” entendem que teria havido algum avanço em relação à “Postura” de Bush, porque lá se diz, agora, que os EUA não retaliarão com armas nucleares, contra ataques por arma química ou biológica, embora, claro, ninguém duvide – e nem precisavam repetir! – que os EUA responderão “com resposta militar convencional devastadora”.

Mesmo assim, as armas nucleares ainda têm papel importantíssimo para o governo Obama. Primeiro, podem ser usadas contra outros Estados que também tenham armas nucleares (como China e Rússia), se atacarem os EUA com armas convencionais, biológicas ou químicas, quer dizer: mesmo que aqueles Estados não usem armas atômicas. Segundo, as bombas atômicas poderão ser usadas contra “atores não Estatais”, como a Al-Qaeda, como explicou Robert Gates: “todas as alternativas estão sobre a mesa, em relação a atores não Estatais que podem obter armas nucleares”[3] . Isso implica que o país no qual estejam os terroristas enfrentará ataque nuclear, assine ou não assine seja qual for o tratado, e concorde ou não com a “Nova Postura Nuclear dos EUA”.

Em terceiro lugar, os países que Washington resolver que não se alinharam aos termos da “Nova Postura Nuclear” estão à mercê de ataque nuclear, possuam ou não possuam bombas atômicas. O caso, nesse caso, são Irã e Coreia do Norte. Contudo, dado que Washington não depende de fatos, só de suspeitas, e as contas são feitas em termos de “conosco ou contra nós”… a “Nova Postura Nuclear” implica que qualquer um que Washington decida que seja inimigo corre risco de morte.

Infelizmente, Obama não está em condições de inaugurar política realmente nova, e deu-se por satisfeito com garantir para si o ‘direito’ de ser o primeiro a ordenar ataque nuclear. E deixa intactas também, 200 ogivas nucleares guardadas em cinco países europeus (Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Turquia).

Em resumo, como Hans Kristensen da Federação dos Cientistas dos EUA conclui sua análise da “Nova Postura Nuclear”, o documento é “um desapontamento” para todos que esperavam que houvesse redução significativa no papel e na quantidade das armas nucleares”[4].

O Novo Tratado para Redução de Armas Estratégicas (START), por sua vez, fala de dois tipos de redução: no número de ogivas nucleares e no número de aviões de lançamento dessas ogivas.

As ogivas são a parte de um míssil ou de uma bomba onde fica contida a carga atômica; atualmente, os EUA têm 2.200 ogivas estratégicas; e a Rússia, 2.600. Nos termos do novo Tratado START, ambos devem reduzir seus arsenais para 1.550 ogivas utilizáveis até 2017. A imprensa informou que os estoques seriam “cortados em cerca de 30%, em relação ao Tratado de Moscou” assinado por Bush em 2002, que impusera o limite de 2.200 ogivas.

O problema desses “30%” é que não haverá 30% de redução de coisa alguma: a redução alcançará, no máximo, 10-15%. Isso, por efeito de uma cláusula de cálculo incluída no Tratado, pela qual todas as ogivas associadas a veículos bombardeiros serão contadas como 1 (uma) ogiva. Por exemplo, se um bombardeiro nuclear dos EUA carregar 20 bombas atômicas, a coisa será contada como uma bomba atômica, uma ogiva, não 20.

Fácil ver que o limite de 1.550 ogivas só serve para ocultar muitas outras ogivas, todas atômicas. Quantas, exatamente, dependerá de como EUA e Rússia distribuirão os cortes nos orçamentos, entre submarinos, mísseis terra-ar e aviões bombardeiros nucleares. Estima-se que quando se alcançar o limite de (digamos!) “1.550” ogivas em 2017, os EUA terão disponíveis para entrar em ação cerca de 1.800 ogivas nucleares; e a Rússia, pouco menos de 2.200 – o que é redução de 13% dos atuais arsenais, não de 30%.

Em resumo, o Tratado não dá qualquer incentivo para que se desativem as bombas atômicas já instaladas em aviões e submarinos bombardeiros e, por isso, o número de ogivas a serem desativadas é muito menor do que EUA e Rússia estão alardeando. Além disso, o Tratado não exige que alguma ogiva seja efetivamente destruída: basta que seja recolhida, ‘tirada da prateleira’ e guardada, para o caso de ser necessária quando, então, poderá ser usada. E não se fala nem de desmontar nem, sequer, de tirar da prateleira, as 200 armas atômicas ditas “táticas”, que os EUA mantêm em bases européias.

Veículos bombardeiros são o meio de levar as bombas atômicas até o território inimigo onde serão detonadas; há três tipos de veículos bombardeiros: aviões bombardeiros, mísseis balísticos terra-ar intercontinentais [ing. Intercontinental Ballistic Missiles, land-based (ICBMs)] e submarinos que disparam mísseis balísticos [ing. Ballistic Missiles Launched by Submarines (SLBMs)]. O Tratado impõe limite de 700 desses veículos para cada lado. Outra vez, a redução é mínima. A Rússia tem hoje cerca de 600 desses veículos e não terá de reduzir coisa alguma. Os EUA, 798; a redução será de 12%, para chegar aos 700.

O Novo Tratado para Redução de Armas Estratégicas” (START) é movimento quase imperceptível, muito lento, em direção ao desarmamento. Especialista em questões nucleares, que opera nos EUA, resumiu bem: “como quase todos os tratados de controle de armas, o novo Tratado START apenas põe no papel mudanças que acontecerão com ou sem o tratado.” (…)

Uma questão que surge tanto no documento “Nova Postura Nuclear” quanto no Novo Tratado START é a de saber se o governo Obama construirá novas armas nucleares. Na campanha para eleger-se, Obama prometeu que não. Apesar da promessa, o orçamento para 2011 divulgado em fevereiro, prevê aumento de 10% nos gastos para armamento atômico. E a promessa?

A resposta depende de como se defina a expressão “nova arma nuclear”. Armas nucleares envelhecem; quando envelhecem, em vez de serem destruídas, são reformadas e há vários modos de prolongar-lhes a vida (digamos) ‘útil’, desde a reconstrução da ogiva, com partes novas e conservando o formato original, até a fabricação de componentes novos, jamais testados, para substituir os velhos. Ninguém sabe dizer com certeza o que significaria a expressão “novas armas nucleares”.

No documento “Nova Postura Nuclear”, lê-se que “os EUA não desenvolverão novas ogivas nucleares” mas que, sim, prolongarão a vida de ogivas já envelhecidas, mediante recurso a todos os métodos disponíveis. Muitos analistas já concluíram que, na prática, isso significa que, sim, haverá novas ogivas; e que o Tratado permite, inclusive, o desenvolvimento do programa de Bush de “Substituição Confiável de Ogivas Nucleares” [ing. Reliable Replacement Warhead (RRW)].

E há ainda outro meio pelo qual Obama pode estar-se autoautorizando a produzir novas armas nucleares: ele está construindo novos veículos bombardeiros para ogivas nucleares, como o F-35 Joint Strike Fighter, que substituirá o submarino nuclear da classe Ohio, e está modernizando os mísseis balísticos existentes, como o terra-ar Minuteman III e o modelo de lançador instalado em submarinos, o Trident II, além dos planos para substituir o Míssil Cruzador Lançado de Aeronave [ing. Air Launched Cruise Mis sile (ALCM), que pode ser nuclearizado. Podem ser consideradas novas armas nucleares, se são ‘apenas’ veículos transportadores-lançadores de ogivas nucleares?

O fundo do poço é o seguinte: pode-se ainda discutir o que seria uma “arma nuclear” e se Obama está ou não está construindo novas bombas atômicas. Mas não há dúvida alguma é que um presidente que realmente estivesse comprometido com o desarmamento nuclear jamais cogitaria de prolongar a vida [digamos] ‘útil’ das bombas existentes e as destruiria antes até de que se tornassem obsoletas. Obama absolutamente não é esse presidente.

Há quem creia que bombas atômicas contribuem para manter o equilíbrio entre as grandes potências, o que tornaria todo o sistema internacional mais estável. A verdade é que houve vários ‘acidentes’ nucleares ao longo da Guerra Fria e depois dela, sempre devidos a mau funcionamento dos sistemas ou a erros humanos. Manter grandes arsenais atômicos só faz aumentar o risco de outros acidentes e o risco de que, algum dia, aconteça algum acidente muito mais grave. (…)

NOTAS

[1] START – Strategic Arms Reduction Treaty [“Tratado para Reduçã o de Armas Estratégicas”]

[2] BAKUNIN, Michael [set. 1867], Federalism, Socialism, Anti-Theologism

(em inglês, em http://www.marxists.org/reference/archive/bakunin/works/various/reasons-of-state.htm ).

O parágrafo aparece citado, em epígrafe, em CHOMSKY, Noam. For Reasons of State (New York: New Press), análise dos Pentagon Papers.

[3] “Gates: Iran, N. Korea not Immune from Attack”, 6/4/2010, http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3872260,00.html

[4] Hans Kristensen, “The Nuclear Posture Review”, 8/4/2010, http://www.fas.org/blog/ssp/2010/04/npr2010.php

Ver também “New START Treaty Has New Counting”, 29/3/2010,

http://www.fas.org/blog/ssp/2010/03/newstart.php e Pavel Podvig of Stanford University – Center for International Security and Cooperation, “New START Treaty in Numbers”, 29/2/2010, http://russianforces.org/blog/2010/03/new_start_treaty_in_numbers.shtml.

Bakunin, assim como Kropotkin, Malatesta e outros, já haviam dito dos problemas do poder do Estado, das elites que se formam, mesmo dentro dos ditos regimes socialistas que deveriam excluir a divisão de classes (até parece).

Tais regimes tanto de um lado, quanto de outro, controlam a produção de armas de destruição em massa, e também controlam os assentos do Conselho de Segurança da ONU (que organiza a paz mundial). Será que vemos algo de podre nessa estrutura? Assim como em várias outras por trás dos organismos internacionais (vários ligados a ONU e que apresentam uso político disfarçado de ciência) e as variadas ONGs que se disfarçam de estruturas preocupadas com a exclusão social e na verdade tem usos escusos (quero deixar claro que existem sim, algumas ONGs sérias)?

Talibãs Santistas

Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 16 de abril de 2010.

“Nossa intolerância se agiganta quando tratamos de perceber os defeitos alheios, nossa língua é afiada e nossas observações ferinas. Esquecemos por um momento que todos somos humanos e passíveis de erros. Cobramos a perfeição alheia e raramente nos olhamos no espelho com a crítica necessária. Acredito que se exercemos a difícil arte da clemência, da busca do que é bom e agradável nesta ou naquela pessoa que nos incomoda, seja em qualquer âmbito, cresceremos como indivíduos”. (Mauro Gouvêa - Intolerância)

Quando meus alunos, do Colégio Militar de Porto Alegre, me perguntam se sou gremista ou colorado – afirmo que embora seja colorado meu primeiro time sempre foi o Santos. Escolha justificada porque, na época (década de 60), morávamos no interior de São Paulo - Bernardino de Campos, e, principalmente, porque Pelé fazia parte do elenco. Infelizmente, o orgulho que eu sentia pelo meu time do coração foi maculado por jogadores que demonstraram o quanto estão distantes da filosofia cristã de tolerância e amor ao próximo.

- Páscoa Cristã, mas não para as ‘estrelinhas’ do Santos

"Evitar mensagens religiosas em comemorações, entrevistas coletivas e eventos públicos do clube". (Cartilha do Santos)


Em plena Páscoa, um período significativo tanto para os cristãos e judeus, alguns jogadores do Santos protagonizaram um trágico episódio de intolerância e preconceito contra pessoas de outra crença. Os dirigentes santistas pretendiam que Robinho, Neymar, Fábio Costa e outros atletas visitassem o Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de portadores de paralisia cerebral e outras deficiências para entregar ovos de páscoa às crianças.

A equipe foi até o local e Robinho, Neymar e Paulo Henrique Ganso - não entraram na casa de caridade alegando motivações religiosas. Os 11 jogadores santistas, realmente cristãos, que participaram da ação beneficente foram Felipe, Wladimir, Edu Dracena, Zé Eduardo, Arouca, Pará, Gil, Maikon Leite, Breitner, Zezinho e Wesley.

Robinho foi um dos jogadores que permaneceram no ônibus que numa demonstração abjeta e infantil iniciaram uma ruidosa batucada que foi ouvida pelos constrangidos dirigentes do lado de dentro da entidade. Para compensar o boicote protagonizado pelas ‘estrelinhas santistas’, o presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, anunciou que as camisas a serem usadas no clássico contra o São Paulo, no Morumbi, serão autografadas e doadas ao Lar Mensageiros da Luz para serem leiloadas.

- Testemunhos

A imprensa criticou a atitude dos jogadores que pecaram pela falta de tolerância religiosa sem contar com o total desprezo aos pacientes deficientes. O treinador Dorival Júnior disse as ‘estrelinhas’ que lamentava profundamente o episódio. Só depois dessa admoestação Robinho, Neymar, Paulo Ganso, e os outros talibãs santistas resolveram pedir desculpas publicamente.

Robinho, numa tácita demonstração de que continua achando normal sua atitude, afirmou: “cada jogador tomou a atitude que achou conveniente, e eu acho que a religião de cada um precisa ser respeitada”. Que bom seria que os jogadores respeitassem a dos outros também, não é Robinho?

Neymar, orientado pelos pais, admitiu publicamente que: “Nós erramos, mas vamos corrigir, e estou pedindo desculpas. Aconteceu sim, mais da metade do grupo ficou no ônibus. Por isso, não só eu como todos nós erramos. A gente aprende errando. Estou arrependido de não ter entrado. Gostaria de pedir desculpa para eles (moradores do Lar) pelo que aconteceu”.

Paulo Ganso afirmou: “Nós pedimos perdão pela falha e vamos voltar lá”.

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Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)

Resgates Históricos? Por quê?

Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 09 de abril de 2010.

“Em 14 de abril de 1998, o presidente Fernando Henrique Cardoso homologou cinco terras indígenas em São Gabriel da Cachoeira, região conhecida como Cabeça do Cachorro, formando um polígono contínuo de 10,6 milhões de hectares (quase o tamanho de Cuba), área ainda maior que a descomunal reserva ianomâmi (9,4 milhões de hectares)”. (Hiram Reis e Silva)

- Grandes vazios demográficos

As águas pretas do Rio Negro serpenteiam de Cucuí até Santa Isabel, dentro de uma grande, descomunal mesmo, reserva indígena. Em nome de um resgate histórico, totalmente inexplicável e infundado, a FUNAI vem, ao longo dos últimos anos, demarcando reservas sem qualquer critério histórico ou científico. Nossa descida, de caiaque, de São Gabriel da Cachoeira até Santa Isabel do Rio Negro permitiu-nos identificar o enorme vazio demográfico, nas margens do rio, justamente onde a própria FUNAI afirma existir a ‘maior concentração de comunidades indígenas’ de toda a região da Cabeça do Cachorro. As pequenas comunidades gravitam em extensões extremamente limitadas, não se atrevendo a enfrentar os pequenos afluentes da bacia do Negro onde se encontram seus recursos pesqueiros mais importantes. Ao invés disso cobram taxas de não índios que queiram pescar ou desfrutar de outros recursos naturais de ‘suas terras’.

Os valorosos guerreiros do passado dependem hoje, totalmente, dos ‘arrendamentos ilegais’ e das ‘bolsas famílias’. Esta dependência dos ‘civilizados’ tornou-os verdadeiros espectros humanos, decadentes física e moralmente. Meu sangue Charrua fez-me voltar os olhos, novamente, para meus irmãos do Alto Solimões, os altivos Ticunas. Mesmo diante de todos os problemas que encaram frente à modernidade, suas sadias lideranças estão se adaptando, lutando e procurando novas alternativas de vida para suas comunidades. O contraste das belas paisagens do Negro com o desânimo dos nativos cravou suas garras na minha alma e até agora sinto uma nostalgia e um desencanto que nunca sentira antes.

Ao demarcar reservas em grandes áreas contínuas, a FUNAI afirma saldar uma dívida histórica. A visão falaciosa e romanesca da FUNAI vem protagonizando uma política totalmente contrária aos interesses nacionais e ao da própria população indígena a longo prazo. Os nativos do alto Rio Negro são uma mostra do quanto equivocada tem sido essa política. Os declínios populacionais verificados nas comunidades ribeirinhas, ao longo dos tempos, provocado pela migração em busca do conforto e assistência das cidades de São Gabriel e Santa Isabel confirmam essa afirmativa.

- Dívida Histórica?

"O Brasil resgatará uma dívida histórica com os povos indígenas quando consolidar o processo de demarcação de suas terras. Tenho a convicção de que esse processo estará concluído até 2006.” (Mércio Pereira Gomes - Presidente da FUNAI)

A história não ampara esta necessidade de se pagar qualquer dívida histórica. Pena que não tenham sobrevivido nenhum dos sambaquieiros, tapajós ou marajoaras e tantos outros mortos ou devorados pelas hordas migratórias que dominaram vastos territórios desde a Bacia do Orinoco até a Bacia do Prata. Estariam, hoje, solicitando, estes sim merecidamente, um resgate dos nativos atuais que os exterminaram.

O jornalista Leandro Narloch, no seu livro ‘Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil’, afirma que a visão, de que os índios viviam em harmonia entre si e com a natureza, é totalmente equivocada e que, na verdade, os índios travavam guerras permanentes entre eles, destruíam as florestas, exterminavam animais, pessoas e culturas.

Vamos reproduzir pequenos trechos de um dos livros do professor Evaristo Eduardo de Miranda que corroboram o pensamento de Narloch: “(...) Se existe um aspecto comum e marcante na história das populações indígenas, antes da chegada dos europeus, são as migrações, os grandes deslocamentos espaciais e os conflitos e guerras entre diferentes grupos, caracterizadas por expansões e contrações geográficas, crescimentos e declínios demográficos e até extinções.

Os diversos grupos tupis (...) penetraram territórios alheios e, de forma pacífica ou belicosa, conquistaram novas terras, submeteram outros povos, roubaram suas mulheres, devoraram seus guerreiros, incorporaram elementos de sua cultura e impuseram sua língua, especialmente nas áreas florestais”. (Miranda)

Antonio Ladislau Monteiro Baena relata em 1839, sem devaneios literários, quem era o lendário herói Ajuricaba tão citado, na atualidade, pelos poetas, líderes indígenas locais e seus simpatizantes. Certamente, Ajuricaba não foi um herói para os nativos que aprisionava e vendia para os holandeses. Cita Baena: “Na adjacência deste mesmo lugar habitou antigamente o nefário Ajuricaba, principal dos Manaos e flagelo dos Índios Aldeados do Rio Negro (...) o qual se aliançara com os holandeses de Suriname, aonde ia pelo rio Branco permutar com eles os índios, que fazia escravos por meio de assíduas e poderosas correrias praticadas nas aldeias discorrendo pelo rio Negro à frente de uma esquadra de 25 canoas com a Bandeira dos Países Baixos”. (BAENA)

- “Os índios sempre souberam como lidar com a terra"

Mais uma vez, o presidente Mércio Pereira Gomes, da famigerada FUNAI, mostra desconhecer a cultura que tanto defende e as leis que regem a sobrevivência dos povos nativos. O professor Evaristo Eduardo de Miranda afirma que o processo de savanização da floresta não só teve origem com os povos primitivos, mas como continua até os dias de hoje.

Evaristo Eduardo de Miranda: Possui graduação em Ingénieur Agricole - Institut Superieur d Agriculture Rhone Alpes Isara (1976), mestrado em Ecologia - Université de Montpellier II (Scient. et Tech du Languedoc) (1978) e doutorado em Ecologia - Université de Montpellier II (Scient. et Tech du Languedoc) (1980). Atualmente é consultor - Food And Agriculture Organization - FAO, assessor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, assessor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul - FAPERGS, consultor - United Nations Educational Scientific And Cultural Organization - UNESCO, membro do Conselho Consultivo do Planeta Sustentável do Grupo Abril, Pesquisador - Embrapa Monitoramento por Satélite, assessor científico do Ministério das Relações Exteriores, representante do Ministério da Agricultura na Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional e diretor do Instituto Ciência e Fé. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: Ecologia, Sustentabilidade, Desequilíbrio Ambiental, Cartografia Ambiental, Monitoramento por Satélite e Gestão Territorial do Agronegócio. (Sistema Currículo Lattes)

"São eles que nos ajudam a manter vivas nossas matas e contribuem para a preservação de nossos mananciais.” (Mércio Pereira Gomes)

O uso sistemático do fogo pelos humanos, principalmente como técnica de caça, favoreceu a extensão ou a manutenção de ecossistemas abertos como as savanas ou cerrados, em detrimento das áreas florestais, mesmo em condições climáticas desfavoráveis.

(...) Condicionamentos locais de clima e solo podem acelerar ou limitar esse processo, mas o caráter nômade de vários grupos de caçadores-coletores espalhou esse fenômeno em diversos locais da região amazônica.

Esse processo de savanização, de ampliação de áreas de cerrados em detrimento das florestas, ainda segue seu curso nos dias de hoje, em vários locais da Amazônia, promovido por culturas ameríndias bem posteriores aos primeiros caçadores-coletores. (...)

A regressão das florestas e a ampliação dos cerrados devido ao uso do fogo podem ser observadas nitidamente em sequências de imagens de satélite, de vários anos, tiradas de áreas indígenas no norte do Pará, na região dos Tiriós, próxima da fronteira com o Suriname. Ali, os indígenas promoveram um crescimento anual da área dos cerrados em detrimento da floresta, pelo uso generalizado do fogo em grande escala. Eles alteram a dinâmica vegetal com a promoção de gigantescos incêndios anuais, os maiores de todo o Brasil. Eles propagam-se ao sabor dos ventos alísios do hemisfério norte, na direção nordeste-sudoeste”. (Miranda)

- Escravidão

A origem da escravidão deve igualmente ser revista para que o resgate proposto, sistemas de cotas, comunidades quilombolas, não acabe fomentando, no país, um ‘apharteid étnico’ idêntico ao que se vê hoje implantado pelos indígenas da Raposa e Serra do Sol, em relação aos não índios. O costume de vender os prisioneiros de guerra era bastante comum entre as diversas etnias africanas; a escravidão foi durante muito tempo uma prática corriqueira em todas as civilizações independente da cor da pele.

"Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo” (Carneiro)

Os negros africanos foram, de longe, os maiores traficantes de escravos negros. A tradição estava tão arraigada que um escravo liberto, imediatamente, buscava adquirir um escravo para si mesmo. O ‘herói’ Zumbi dos Palmares, personagem que virou símbolo da luta contra o racismo no país, tinha seus próprios escravos. Os escravos que se negavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e transformados em cativos dos quilombos. Palmares lutava contra a escravidão própria, mas não pela escravidão alheia. Para reforçar a idéia de que os escravos brasileiros, talvez, tenham sobrevivido somente porque vieram para o Brasil, vamos lembrar que os países da ‘Mãe África’ foram os últimos a abolir a escravidão e que os genocídios étnicos, na região, continuam acontecendo nos dias de hoje. Certamente, os grupos capturados, na época, caso não fossem vendidos teriam sido sumariamente exterminados lá mesmo.

Fonte:

BAENA, Antônio Ladislau Monteiro. Ensaio Chorographico do Pará. 1839 - Brasil - Brasília, 2004 - Senado federal.

CARNEIRO, Edison. O Quilombo dos Palmares - Brasil - Rio de Janeiro, 1966 - Editora Civilização Brasileira.

MIRANDA, Evaristo Eduardo de. Quando o Amazonas corria para o Pacífico - Brasil - Rio de Janeiro, 2007 - Editora Vozes.

NARLOCH Leandro. Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil - 2009 - Editora LeYa.


Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)

‘Ditabranda’ uma revolução à ‘Brasileira’

Por Cel Eng R/1 Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 31 de Março de 2010

"(...) a democracia brasileira deve afeiçoar-se às exigências de nossas condições sociais e não às exigências de sociedades alienígenas". (Emílio Garrastazu Médici)

- Le Brésil n’est pas um pays sérieux

Frase atribuída ao presidente francês Charles André Joseph Pierre-Marie De Gaulle, por ocasião da crise diplomática entre Brasil e França em 1962. A apreensão de embarcações francesas que pescavam lagostas em águas territoriais brasileiras teria irritado Charles Gaulle levando-o a afirmar que ‘o Brasil não era um país’. Na realidade o autor da frase é o embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza Filho. O embaixador depois de discutir com De Gaulle a questão da ‘guerra da lagosta’, relatou ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do ‘Jornal do Brasil’ em Paris o encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco ‘A lagosta é nossa’ e das caricaturas que faziam do general De Gaulle, terminando a conversa com a seguinte frase: ‘Edgar, le Brésil n'est pas un pays sérieux’. O jornalista, por sua vez, encaminhou o despacho para o jornal e a frase acabou sendo outorgada a De Gaulle. Na época, a frase causou um profunda constrangimento aos brasileiros. Hoje, certamente, teríamos de nos calar e aceitá-la como verdadeira.

- 31 de Março - Com a palavra - a Mídia

Seria rematada loucura continuarem as forças democráticas desunidas e inoperantes, enquanto os inimigos do regime vão, paulatinamente, fazendo ruir tudo aquilo que os impede de atingir o poder. Como dissemos muitas vezes, a democracia não deve ser um regime suicida, que dê a seus adversários o direito de trucidá-la, para não incorrer no risco de ferir uma legalidade que seus adversários são os primeiros a desrespeitar”. (O Globo de 31 de março de 1964)

“(...) Além de que os lamentáveis acontecimentos foram o resultado de um plano executado com perfeição e dirigido por um grupo já identificado pela Nação Brasileira como interessado na subversão geral do País, com características nitidamente comunistas”. (Correio do Povo de 31 de março de 1964)

O Exército e os desmandos do Presidente.

Se a rebelião dos sargentos da Aeronáutica fora suficiente para anular praticamente a eficiência da Arma, a subversão da ordem na Marinha assumia as dimensões de um verdadeiro desastre nacional”. (Estado de São Paulo de 31 de março de 1964)

Aquilo que os inimigos externos nunca conseguiram, começa a ser alcançado por elementos que atuam internamente, ou seja, dentro do próprio País. Deve-se reconhecer, hoje, que a Marinha como força organizada não existe mais. E há um trabalho pertinaz para fazer a mesma coisa com os outros dois ramos das Forças Armadas”. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)

Basta! Não é possível continuar neste caos em todos os setores. Tanto no lado administrativo como no lado econômico e financeiro”. (Correio da Manhã de 31 de março de 1964).

É cedo para falar dos programas administrativos, da Revolução. Mas é incontestável que um clima de ordem substituiu o que dominava o País, onde nem mesmo nas Forças Armadas se mantinham nos princípios de rígida disciplina hierárquica que as caracterizam”. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)

- 31 de Março - Com a palavra - Lula Inácio Lula da Silva

Depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva, em 03/04/1997, a Ronaldo Costa Couto e publicado no livro Memória Viva do Regime Militar. Brasil: 1964-1985 - Editora Record 1999.

“(...) o regime militar impulsionou a economia do Brasil de forma extraordinária. (...) Se houvesse eleições, o Médici ganhava. E foi no auge da repressão política mesmo, o que a gente chama de período mais duro do regime militar. A popularidade do Médici no meio da classe trabalhadora era muito grande. Ora, por quê? Porque era uma época de pleno emprego. Era um tempo em que a gente trocava de emprego na hora que a gente queria. Tinha empresa que colocava perua para roubar empregado de outra empresa (...)”

(...) acho que há uma coisa que a gente tem de levar em conta. Depois do Juscelino, que estabeleceu o Plano de Metas, os militares tinham Planos de Metas. O Brasil vai do jeito que Deus quer. Não existe projeto de política industrial, não existe projeto de desenvolvimento. E os militares tiveram, na minha opinião, essa virtude. Ou seja, pensar o Brasil enquanto Nação e tentar criar um parque industrial sólido. indústrias de base, indústrias de setor petroquímico (...). Isso, obviamente, deu um dinamismo. É por isso que os exilados, quando voltaram tiveram um choque com o Brasil. Porque o Brasil, nesse período, saiu de um estado semi-industrial pra um estado industrial (...)

- Reescrever a História (Alexandre Garcia)

“(...) Eu vivi aqueles tempos. Fui presidente de Centro Acadêmico em 1969. Fui jornalista do Jornal do Brasil de 1971 a 1979. Cobria política e economia e nunca recebi qualquer tipo de ameaça, censura ou pressão. Sei que havia censura. Comigo, nunca houve. Sei que havia tortura. Certa vez me chamaram para identificação no DOPS, de suspeitos presos por um assalto ao Banco do Brasil, que eu havia testemunhado. Os dois estavam no chão, gemendo, com sinais evidentes de tortura. Fiquei revoltado e não fiz o reconhecimento. Nada me aconteceu.

Nesse último carnaval, contou-se que o governador do Rio preparou uma claque para afastar o temor de vaia para o presidente Lula - que no Rio já havia sido vaiado na abertura do Pan, no Maracanã. O temor existia, mesmo com o alto índice do presidente nas pesquisas de popularidade. Lembro que o general Médici foi o mais duro entre os generais-presidentes. Mas ele entrava no Maracanã, de radinho no ouvido e cigarro no canto da boca, e quando aparecia na tribuna o estádio inteiro o aplaudia. E ele estava reprimindo os grupos armados de esquerda que seqüestravam e assaltavam bancos. Os carros dos brasileiros andavam com um plástico verde-e-amarelo que dizia ‘Brasil - ame-o ou deixe-o’. Alguém explica isso?

Os generais-presidentes foram todos eleitos pelo Congresso, onde havia oposição. O último deles, ao contrário de Fidel e Chavez que negam suas ditaduras, assumiu fazendo uma promessa: ‘Eu juro que vou fazer deste país uma democracia’. Coisa rara, um suposto ditador reconhecer que não governava numa democracia. Por tudo isso, já está em tempo de se esquecer a propaganda, os rancores, as mentiras, e reescrever nossa História recente. História sem verdade não é ciência, é indecência”.

- Lula deixa o Maracanã sem comentar vaias

Ao lado da primeira-dama, Dona Marisa, e outras autoridades, Lula assistiu à cerimônia. O presidente foi vaiado quatro vezes durante a festa. A primeira manifestação das mais de 90 mil pessoas aconteceu quando uma imagem do presidente apareceu nos novos telões do Maracanã no início da festa. Neste momento, a maioria dos presentes ao estádio protestou. Outro momento em que foram ouvidas vaias aconteceu quando o sistema de som anunciou a presença de Lula.

No fim da cerimônia, o público presente protestou contra Lula mais duas vezes, constrangendo-o. Primeiro quando Nuzman agradeceu à presença do presidente, única autoridade citada por Nuzman vaiada. Por último, Lula foi novamente vaiado quando teve o seu nome citado por Vázquez Raña, que teve de fazer uma pausa no seu discurso por causa do barulho. Lula deveria declarar abertos os Jogos Pan-Americanos após o discurso de Raña. Mas não o fez”. (Globo Esporte.com - Rio de Janeiro (13/07/2007 )

- Nomes e Homens

É preciso não esquecer o que houve nas ruas de São Paulo e dentro do Morumbi. No Estádio Mário Filho, ex-Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, como dizia o outro, vaia-se até mulher nua. Vi o Morumbi lotado, aplaudindo o Presidente Garrastazu. Antes do jogo e depois do jogo, o aplauso das ruas. Eu queria ouvir um assobio, sentir um foco de vaia. Só palmas. E eu me perguntava: ‘E as vaias? Onde estão as vaias?’ Estavam espantosamente mudas”. (crônica de Nelson Rodrigues)

- Lulinha - o ‘bem-sucedido Ronaldinho’

Fábio Luís Lula da Silva, de 30 anos, um dos cinco filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentava, até 2003, uma situação profissional parecida com a de muitos brasileiros: a do subemprego. Formado em biologia, Lulinha, como é chamado pelos amigos, fez alguns poucos trabalhos na área, todos com baixa ou nenhuma remuneração. Para ganhar a vida, dava aulas de inglês e informática.

Atualmente, o primeiro filho do casal Lula e Marisa Letícia da Silva é sócio de três empresas que, além de prestar serviços de propaganda (pelo menos no papel), produzem um programa de games para TV. Somados, os capitais das empresas ultrapassam os 5 milhões de reais. Individualmente, de acordo com sua participação societária, Fábio Luís tem 625.000 reais em ações - mais do que os 422.000 reais que seu pai presidente amealhou ao longo de toda a vida, segundo a declaração de bens que apresentou em 2002 ao Tribunal Regional Eleitoral. Melhor que tudo: nessa fulgurante trajetória, Fábio não teve de investir um único real. O negócio foi bancado quase que integralmente pela Telemar, a maior companhia de telefonia do país. Com base em documentos obtidos em cartórios de São Paulo, e em entrevistas com profissionais do setor”. (Marcelo Carneiro, Juliana Linhares e Thaís Oyama - 13/07/2005)

- Elio Gaspari

Quando Lula defendeu o filho, que recebeu R$ 5 milhões da Telemar para tocar sua empresa, o jornalista Elio Gaspari, do Jornal O Globo, um dos maiores críticos dos governos militares, publicou a seguinte história:

“Em 1965, o marechal Castelo Branco leu no jornal que um de seus irmãos, funcionário da Receita Federal, ganhara em cerimônia pública um automóvel Aero Willys! Era o agradecimento de sua classe pela ajuda que dera na elaboração de uma lei que organizava a carreira. Paulo Castelo Branco, filho do presidente, costumava contar que o marechal telefonou para o irmão, dizendo-lhe que deveria devolver o carro. Ele argumentou que se cada fiscal da Receita tivesse presenteado uma gravata, o valor seria muito maior.

Castelo interrompeu-o:

- Você não entendeu. Afastado do cargo você já está! Estamos decidindo agora se você vai preso ou não”.

Referindo-se ao presidente Médici, em seu livro A Ditadura Escancarada”, na página 133, escreve:

Passou pela vida pública com escrupulosa honorabilidade pessoal. Da Presidência tirou o salário de Cr$ 3.439,98 líquidos por mês (equivalente a 724 dólares) e nada mais. Adiou um aumento da carne para vender na baixa os bois de sua estância e desviou o traçado de uma estrada para que ela não lhe valorizasse as terras. Sua mulher decorou a granja oficial do Riacho Fundo com móveis usados recolhidos nos depósitos do funcionalismo de Brasília."

- 'O Supremo Apedeuta’

“Bem sabemos que nosso ilustre presidente não consegue falar direito a língua pátria e nenhuma outra, embora fale com loquacidade e eficiência à alma do povo idiotizado. Lula é o apedeuta por antonomásia. Aqui que mora o perigo: um cego guiando a multidão de cegos”. (José Nivaldo Cordeiro)

O Presidente “não sabia e nem sabe de nada do que acontece” no país tupiniquim e o que fazem seus ‘companheiros’ e familiares, ele está sempre viajando. Para os companheiros palacianos tudo é normal e legal quando se refere aos seus correligionários.

- Conclusão

“O Brasil deve ser pensado daqui ‘pra frente. A anistia apagou as marcas dos dois lados. Se houver punição terão de ser revistas também as ações da esquerda, a exemplo do atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes (Recife), em 1966”. (General Leônidas Pires Gonçalves)

As manobras dissuasórias, da camarilha palaciana, visam desviar a atenção, dos brasileiros incautos, das maracutaias institucionalizadas e os desmandos do governo federal. Ecoam cada vez mais fortes, na nossa memória, as palavras atribuídas ao general de Gaulle - “Le Brésil n’est pas um pays sérieux”.

Penso que suas palavras, hoje, soariam amáveis demais frente ao maior desgoverno republicano de todos os tempos. Acorda, nação brasileira! Até quando permanecerás deitada em berço esplêndido? Onde estão os caras pintadas? Precisam eles da mídia aliciada para mostrar suas caras!

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Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)