"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, maio 06, 2010

O 'Porco Fedorento' de Dilma

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 26 de abril de 2010.

"El odio como factor de lucha; el odio intransigente al enemigo, que impulsa más allá de las limitaciones naturales del ser humano y lo convierte en una efectiva, violenta, selectiva y fría máquina de matar. Nuestros soldados tienen que ser así; un pueblo sin odio no puede triunfar sobre un enemigo brutal. Hay que llevar la guerra hasta donde el enemigo la lleve: a su casa, a sus lugares de diversión; hacerla total.”
(Ernesto Guevara de la Serna)

A notícia vinculada pelo jornalista Reinaldo Azevedo da Revista Veja mostra qual o exemplo de liderança que pauta o compromisso de campanha da candidata do PT à presidência da República. Alguma surpresa? O que esperar de uma cruel terrorista que participou do assassinato do capitão americano Charles Rodney Chandler, do assalto ao 4º RI, ao Banco Mercantil AS e à casa da amante do ex-governador Adhemar de Barros que rendeu à guerrilheira US$ 2,4 milhões.

- Campanha de Dilma

Reinaldo Azevedo - 25 de abril de 2010

“Campanha de Dilma convoca os jovens na internet em nome deste herói.

Pais protejam seus filhos!”

“O PT decidiu usar a imagem do assassino Che Guevara para, segundo consta, atrair os jovens eleitores para a campanha de Dilma Rousseff. O Porco Fedorento é apresentado como sinônimo de idealismo. Então tá bom…

Che, evidentemente, é co-responsável pelos milhares de mortes da ‘revolução’ cubana: 17 mil execuções e mais de 80 mil tentando fugir da ilha. Mas Há aqueles que ele matou pessoalmente, puxando mesmo o gatilho, e também os que foram executados sob a sua ordem direta. O Porco Fedorento sabia ainda ser um poeta da morte. A campanha de Dilma Rousseff está convidando os jovens brasileiros a participar dessa metafísica moral! Leiam:

“Acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no (lobo) temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Ao tratar de retirar seus pertences, não consegui soltar o relógio”.

É trecho do diário de Che! Que estilo! Que graça narrativa! Que assassinato ético! Que execução pudorosa! Séculos de humanismo resumidos num único tiro! Que sensibilidade! Quanta graça para ‘acabar com um problema’! Um verdadeiro herói! E ainda roubava o morto!!! Que precisão técnica tinha o quase-médico ao descrever a trajetória da bala que ele mesmo fizera perfurar o crânio do outro! A vítima ‘arquejou um pouco’. O porco só conseguia tratar homens como porcos”.

- O Porco Che Guevara

Ernesto Guevara Lynch de la Serna, filho de Ernesto Guevara Lynch e Célia de la Serna, conhecido por Che Guevara ou El Che, nasceu em Rosário, Argentina, no dia 14 de maio de 1928, embora em sua certidão esteja registrado como 14 de junho.

Em 1955, juntou-se aos revolucionários liderados por Fidel Castro, no México, onde foi adestrado nas técnicas de guerrilha. No ano seguinte, participou do contingente de revolucionários que desembarcou em Cuba. El Che chegou a Havana em 1959 já como um mito. Fidel, imediatamente, o designou para chefiar “La Cabaña”.

- El carnicero de La Cabaña

Jamais se saberá, exatamente, o número de execuções levadas a cabo durante o período revolucionário. María Werlau, Diretora Executiva do Arquivo Cubano, afirmou: “No lo sé, cien mil... doscientos mil ...”. Como procurador-geral, El Che comandou a “Prisão Fortaleza de San Carlos de La Cabaña”, onde, somente nos primeiros meses da revolução, ocorreram 120 fuzilamentos. Che considerava que: As execuções são uma necessidade para o Povo de Cuba, e um dever imposto por esse mesmo Povo.

“El Che nunca trató de ocultar su crueldad, por el contrario, entre más se le pedía compasión más él se mostraba cruel. El estaba completamente dedicado a su utopía. La revolución le exigía que hubiera muertos, él mataba; ella le pedía que mintiera, él mentía. En La Cabaña, cuando las familias iban a visitar a sus parientes, Guevara, en el colmo del sadismo, llegaba a exigirles que pasaran delante del paredón manchado de sangre fresca”.
(Padre Javier Arzuaga, Ex-Capelão da Cabaña)

El Che comandava os fuzilamentos no “paredão”, sendo conhecido, por isso, pelo codinome de “el carnicero de la cabaña”. Dirigiu pessoalmente os processos contra os representantes do regime deposto, condenando à morte mais de 4.000 pessoas. Na “Cabaña”, havia inimigos políticos e inocentes, mas Che mandava executar a todos. Seu lema era: “Ante la duda, mata”, lema que chegou a aplicar, inclusive, a antigos companheiros de armas.

- Guanahacabibes: campo de trabalhos forçados

Che foi o idealizador do primeiro acampamento de trabalhos forçados, em Guanahacabibes, Cuba ocidental, em 1960. Che dizia: “à Guanahacabibes são mandadas as pessoas que não devem ir para a prisão. As pessoas que tenham cometido faltas à moral revolucionária. É um trabalho duro, não um trabalho bestial".

Guanahacabibes foi o precursor do confinamento sistemático, a partir de 1965 na província de Camagüey, de dissidentes,homossexuais,católicos,testemunhas de Jeová e outras ‘escórias, como eram considerados pelos revolucionários. Os ‘desadaptados’ eram transportados para os campos de concentração que tinham como modelo Guanahacabibes onde, via de regra, eram mortos, violentados ou mutilados.

- As faces de CHE

Alberto Korda imortalizou em 5 de março de 1960, na sua foto mais famosa, o rosto de Che. Sua aparência, de 1956 a 1964, mudou tanto quanto seu nome. Foi conhecido como Ernestito, Teté, Pelao, Chancho, Fuser, Furibundo, Serna, Martín Fierro, Franco-atirador e outros tantos que adotou antes de chegar à Guatemala, onde o cubano Antonio Ñico López o batizou de “Che”.

Fidel Castro enviou Luis García Gutiérrez “Fisín” a Praga, onde Che se encontrava, e o dentista alterou o rosto de Che fazendo uso de próteses dentárias. As mudanças fisionômicas foram tais que nem mesmo os homens que tinham lutado com Guevara em Cuba e seus filhos, então muito pequenos, o reconheceram. Che usava lentes, ligeiramente obeso, cabeça raspada, uma figura diversa do Guevara que conheciam. Os registros de seu diário de 12 de novembro de 1966 afirmam: “Meu cabelo está crescendo, apesar de muito ralo, e as mechas que se tornaram loiras, começam a desaparecer; me nasce a barba. Dentro de poucos meses, voltarei a ser eu”.

- Con su muerte, murió el hombre y nació la farsa

“Se evoca siempre su trágico final, asesinado cuando ya se había rendido, después de fracasar en un intento guerrillero que lo llevó hasta las selvas bolivianas al frente de un puñado de hombres”.

Sob o comando de Guevara, 49 jovens inexperientes recrutas, que haviam sido mobilizados para expulsar os invasores cubanos, foram emboscados e mortos.

Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto”, gritou um guerrilheiro maltrapilho e imundo nos confins da Bolívia no dia 8 de outubro de 1967. Frase que seus admiradores e biógrafos fazem questão de esquecer, pois o covarde pedido de misericórdia não combinava com a imagem por eles forjada. Che foi executado pelos militares bolivianos em La Higuera em 9 de Outubro de 1967. A partir de sua morte, sua imagem foi lapidada apresentando-o como um mártir, idealista, cheio de virtudes, defensor dos fracos e oprimidos.

Seus companheiros o chamavam de “el chancho”, o porco, porque não gostava de banho e “tinha cheiro de rim fervido”.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)


Assim como diz Benedict Anderson em seu livro "Nação e Consciência Nacional" , faz-se necessário a criação de mitos, que justifiquem e dêem ar de credibilidade a instituições e governos. Quanto mais remetido ao passado for o mito, maior credibilidade ele dará. Isso serve tanto para a direita, quanto para a esquerda.

quarta-feira, maio 05, 2010

Confira: quem permitiu o texto abaixo é capaz de se auto-regular?

Blog do Luis Nassif - 05/05/2010 - 09:14

Do Estadão

Entidades de imprensa debatem autorregulamentação do setor

Entidades de imprensa debatem autorregulamentação do setor

Vice da ANER defende ideia, que ainda não é a posição oficial da ANJ e Abert, mas já conta com apoio de seus presidentes

Marcelo de Moraes de Brasília – O Estado de S.Paulo

Representantes das entidades de imprensa deram sinal de apoio à proposta de autorregulação do setor. Na 5.ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa, ontem, na Câmara, o vice-presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER) e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Abril, Sidnei Basile, defendeu a ideia como melhor forma de coibir falhas no exercício do jornalismo e evitar que se “confunda o leitor” na mistura de “opinião com notícia”.

“A imprensa tem oportunidade de se configurar como instituição relevante para aperfeiçoamento dos nossos costumes e instituições políticas. Refiro-me à urgência da autorregulação da nossa atividade”, disse Basile.

“Não há outro jeito. Temos encontro marcado com a autorregulação. Tão mais tortuoso e torturado será nosso caminho, quanto mais tempo adiarmos essa convergência da imprensa com seu destino”, acrescentou durante o encontro, aberto pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).

Embora não represente a posição oficial de outras entidades, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a autorregulação já conta com apoio de seus presidentes. “Sou francamente favorável. A sociedade veria com bons olhos se tivéssemos essa atitude. Mas reforço: a ANJ está discutindo e deve ter uma posição em breve”, disse a presidente da ANJ, Judith Brito, depois do encerramento da conferência.

“Essa é uma discussão oportuna, especialmente depois do julgamento da Lei de Imprensa. É o passo seguinte que está sendo amadurecido e debatido”, disse o presidente da Abert, Daniel Slaviero.

O deputado José Genoino (PT-SP) criticou a imprensa por buscar “fofoca e escândalo”, classificando de “sadomasoquista” a relação entre Congresso e mídia. “Essa espetacularização gera visão banalizada do Legislativo, que produz leis importantes para a sociedade”, disse o petista, acusado de participação no mensalão do PT.

No painel sobre o papel dos meios de comunicação no aperfeiçoamento da democracia representativa brasileira, o jornalista Eugênio Bucci, ex-presidente da Radiobrás, defendeu a liberdade de imprensa e o direito à informação como um “direito absoluto” para todos os cidadãos.

Clique aqui para ir à matéria

Comentário

Aqui, o jornalismo praticado pela revista Veja e por Roberto Civita. Estou há dois anos tentando entrar com ações de direito de resposta. Impossível! Na Vara de Pinheiro a juiza se negou a julgar alegando o fim da Lei de Imprensa – um absurdo, visto que o direito de resposta é previsto na Constituição. As ações que abri contra a revista não andam, devido à morosidade da Justiça.

Pergunto: uma empresa como a Abril, de uma pessoa, Roberto Civita, que permite o grau de vilania dos ataques abaixo mencionados, algum dia na vida praticará auto-regulação?

Clique aqui para conferir o jornalismo praticado por Roberto Civita.


Bem dentro da linha dos "tribunais de excessão" que publiquei recentemente aqui.

Mais uma vez a Petrobrás desmente a Folha

Conversa Afiada - Publicado em 05/05/2010

Eles estão desesperados


O Conversa Afiada recebeu o seguinte email do amigo Stanley Burburinho (quem será mesmo Stanley Burburinho ?):

Mais uma vez a Petrobrás desmente a Folha de São Paulo.

“04 de maio de 2010 / 17:39

Omissões sistemáticas: carta à Folha de S.Paulo

A Petrobras refuta as acusações feitas pelo editorial “ Caixa-preta ”, desta terça-feira (4/5), da Folha de S. Paulo. A Petrobras respondeu todas as perguntas encaminhadas pelo jornal e esclarece que desconhece a perícia da Polícia Federal, por isso, não poderia comentar detalhes do assunto. Essa informação foi omitida na matéria da Folha. Por se tratar de questionamentos semelhantes aos do TCU, a Companhia explicou que os métodos utilizados pelo órgão são diferentes dos critérios da Petrobras. Não criticou os métodos do Tribunal, e sim pontuou as diferenças existentes. A empresa não reluta em esclarecer dúvidas. Somente no segundo semestre de 2009, a Petrobras respondeu 946 questões de jornalistas e enviou 178 cartasesclarecendo imprecisões, dados incorretos ou informações suprimidas nas matérias.

A Folha tem sistematicamente omitido esclarecimentos importantes da Petrobras a seus leitores. Em função disso, as respostas encaminhadas na sexta-feira e a carta enviada no domingo, que tiveram dados subtraídos, estão publicadas na íntegra (http://www.blogspetrobras.com.br/fatosedados/?p=22427 ) no blog Fatos e Dados

Como o editorial ressalta, uma empresa da importância da Petrobras para economia nacional e com seu status simbólico não poderia ter estratégia contrária a “seus próprios interesses financeiros”. Tanto é que a Folha afirma que “após negociação imposta pela Petrobras, o valor do contrato caiu”, o que demonstra que a empresa busca o melhor preço, sem abrir mão da qualidade. A Companhia reitera que seus dirigentes prezam pela conduta ética e transparente. A Petrobras foi considerada a Empresa Mais Bem Gerenciada da América Latina pela revista Euromoney em 2010. Em 2009, foi reconhecida como a mais transparente do setor petroquímico pelo Estudo Anual de Transparência e Sustentabilidade nas Empresas do Ibovespa, além de ter sido eleita a líder em reputação ética do setor de petróleo e gás pelo Covalence Ethical Ranking 2008, da Suíça.

A Petrobras sempre colaborou com os órgãos fiscalizadores, como o próprio editorial mencionou, e já teve sua contribuição elogiada pela Polícia Federal. A empresa é sistematicamente fiscalizada por auditorias internas e externas, Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria Geral da União (CGU), Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Securities and Exchange Commission (SEC), dos Estados Unidos, tendo seus balanços aprovados em todas as instâncias.

http://www.blogspetrobras.com.br/fatosedados/?p=22623

Abaixo, a matéria da Folha de São Paulo:

“Caixa-preta

editoriais@uol.com.br

Petrobrás tem sido hostil a críticas e fiscalizações, mas a empresa deve dar o exemplo na prestação de contas à sociedade

TÊM SIDO frequentes, nos últimos meses, indícios de irregularidades em obras e licitações sob a responsabilidade da Petrobrás.

A cada problema apontado por técnicos do Tribunal de Contas da União ou por policiais federais, o mais poderoso conglomerado do país reluta em esclarecer dúvidas, critica os métodos dos órgãos fiscalizadores e, na prática, parece se considerar isento das responsabilidades e dos deveres impostos a demais empresas e cidadãos do país.

Não bastasse, a estratégia termina por se contrapor, ao que tudo indica, aos próprios interesses financeiros da companhia.

Uma investigação da Polícia Federal, revelada neste domingo pela Folha, constatou a formação de “consórcios” entre empreiteiras para superfaturar obras contratadas pela petrolífera. Os cinco grandes empreendimentos, licitados durante o governo Lula, totalizam R$ 5,88 bilhões. O custo adicional imposto à empresa pode ter chegado à casa de R$ 1,4 bilhão.

Segundo os técnicos da PF, as empreiteiras teriam se associado e combinado previamente os lances vencedores das licitações. Em pelo menos um dos casos, o acerto incluiu a divisão posterior dos ganhos advindos da execução do projeto. Há também indícios de que o próprio processo licitatório, em duas das obras, tenha sido influenciado por uma das construtoras participantes.

A Petrobrás, no entanto, se apressou a negar a existência de quaisquer irregularidades nas obras por ela contratadas.

Havia feito o mesmo quando o Tribunal de Contas da União, em relatório anexo ao Orçamento de 2010, apontara “graves” irregularidades em empreendimentos da petrolífera, parte deles coincidentes com os atualmente questionados pela PF.

A estatal alegou haver divergências entre os parâmetros usados pelo TCU para calcular os valores cabíveis para os contratos e aqueles seguidos pelo seu próprio corpo técnico.

À época, a Petrobrás afirmou que “colabora sistematicamente com os órgãos de controle e, quando há diferenças, procura esclarecê-las”. Não foram poucas as queixas, no entanto, de técnicos do TCU quanto à “obstrução de fiscalização” por parte da companhia.

A atitude refratária a críticas e questionamentos chegou às raias da arrogância no processo licitatório para a escolha das novas agências de publicidade da empresa, no início deste ano.

Mesmo após o vazamento dos nomes das candidatas mais bem classificadas numa das etapas da disputa por uma verba de R$ 250 milhões ao ano, a estatal defendeu a continuidade do processo -já então posto sob suspeição. Pressionada, decidiu refazer o procedimento de escolha.

Os dirigentes da empresa parecem não compreender o real significado da importância da Petrobras na economia nacional e do seu status simbólico para o país. Tal vulto não lhe confere o direito de se considerar acima do bem e do mal, infensa a críticas e correções de rota. Ao contrário, é dever do conglomerado, por seu caráter público, dar o exemplo na prestação de contas à sociedade brasileira.

http://clipping.tse.gov.br/noticias/2010/Mai/4/caixa-preta1272972133625

Navalha

Ou a Folha(*) mente sobre a investigação da Polícia Federal.

Ou a Polícia Federal tem que dedicar à Folha(*) a mesma fúria investigativa que dedica ao vazamento da Operação Satiagraha.

Na Satiagraha Luiz Fernando Corrêa – o que não acha o áudio do grampo – abriu 15 ações contra o ínclito delegado Protógenes Queiroz (clique aqui para ler).

Tem investigação ?

Houve vazamento ?

E aí, Dr Corrêa ?

‘Zé Serra’ em gibi: tucano nega campanha antecipada. E o TSE, nada ?

Conversa Afiada - Publicado em 05/05/2010


O Conversa Afiada reproduz email de Stanley Burburinho (quem será mesmo Stanley Burburinho ?):

Tucano nega propaganda em gibi que conta gestão de “Zé Serra” na saúde

Quadrinhos “retomam a história do país”, segundo deputado que organiza o projeto

Mônica Aquino, do R7

O deputado federal Rogério Marinho, presidente do PSDB no Rio Grande do Norte, nega que o gibi que será lançado pelos tucanos até o fim da semana tenha caráter eleitoral. A publicação lembra os feitos do ministro “Zé Serra”, fazendo referência ao pré-candidato do partido à Presidência, José Serra.

- O que estamos fazendo é resgatando a história. Não há nenhum desvirtuamento, colagem ou montagem. Estamos resgatando a história do Brasil.

Marinho afirmou ao R7 que o gibi é uma tentativa do partido de resgatar a história recente do país. O deputado disse que a intenção é mostrar à militância e ao jovens o que aconteceu antes do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

- Não é propaganda, de maneira nenhuma. São cadernos com a linguagem direta, que resgatam a história recente do país, que de maneira deliberada tentam esconder, como se o país só tivesse sete anos e meio de história. Isso não é verdade.

A história contada nos quadrinhos se passa na fictícia Vila Brasil. A personagem Glória entra em trabalho de parto e é levada pelo marido, Zé Silva, ao hospital. As ilustrações mostram um hospital lotado e em vários momentos é possível ver o número 45, usado pelos candidatos da legenda.

Em um dos quadrinhos, o personagem Luís é questionado sobre o “saúde da família”. O trecho pode ser entendido como uma cobrança ao programa Saúde da Família do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os tucanos devem lançar até o fim desta semana dois cadernos temáticos sobre saúde. O primeiro, lançado em 2009, relembrava os programas sociais do governo Fernando Henrique Cardoso, como o Bolsa Escola. No ano passado, diretórios de 15 Estados distribuíram o gibi. O quarto volume deve tratar do Plano Real, principal bandeira econômica do governo tucano de FHC.

Os gibis serão publicados pelo Instituto Teotônio Vilela, braço editorial do PSDB. Segundo o deputado, as histórias foram submetidas à coordenação nacional do partido antes de serem impressas. O instituto deve imprimir cerca de 10 mil exemplares, ao custo de R$ 0,50 centavos cada um. Os diretórios do partido em cada Estado vão poder acessar o gibi no site do instituto e pegar um arquivo para impressão e posterior distribuição, explicou Marinho.”






Blog do Planalto responde a matéria mentirosa do Globo

Conversa Afiada - Publicado em 04/05/2010

Primeira-dama Marisa Letícia entrega carta do presidente Lula ao presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu

Deu no Blog do Planalto:

De novo O Globo confunde alhos com bugalhos

A reportagem do jornal O Globo se confundiu na edição de hoje (4/5) ao publicar que a primeira-dama, Marisa Letícia, “usou um avião da Presidência para ir a um encontro da Associação das Mulheres Rurais (Amur) de Uberaba na 1ª ExpoZebu”. Conforme informado ao repórter Jailton Carvalho pelo secretário de Imprensa da Presidência, Nelson Breve, D. Marisa foi a Uberaba representando oficialmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 76ª ExpoZebu, inclusive sendo portadora de uma carta dele justificando sua ausência ao presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), José Olavo Borges Mendes.

Complementando a informação, foi dito ao repórter do Globo e a outros jornalistas que acompanhavam o evento que ela também participaria de um encontro com lideranças femininas, promovido pela primeira-dama do município, Ângela Mairink, onde estaria acompanhada da ex-ministra Dilma Rousseff, e que almoçaria na Fazenda Mata Velha, onde tradicionalmente o vice-presidente da ABCZ, Jonas Barcelos, oferece uma feijoada no dia de abertura da feira.

O Globo briga com os fatos que confrontam suas teses. Não é uma boa prática de jornalismo. Quem perde com isso são seus leitores, que têm o direito de receber informações corretas, bem apuradas e que reproduzam com fidelidade os fatos que seus sentidos não podem captar e interpretar diretamente.

Agora a mentira do jornal O Globo:

Primeira-dama, Marisa Letícia, usa avião oficial para ajudar Dilma

UBERABA (MG) – A primeira-dama, Marisa Letícia, usou um Embraer 190, um dos aviões reservas da Presidência da República, para participar de um encontro promovido pela Associação das Mulheres Rurais de Uberaba (Amur), numa das barracas da 76 ExpoZebu, ao lado da ex-ministra e presidenciável petista Dilma Rousseff. O encontro, no qual Dilma fez discurso de candidata , se transformou num ato de apoio à pré-candidata petista. Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se confundiram no momento de justificar a viagem da primeira-dama, acompanhada apenas de alguns seguranças, num avião de alto custo.

A quem interessa o “extremismo desestabilizador”?

Site do Azenha - 4 de maio de 2010 às 20:31

Será que existem condições para que o Brasil possa enveredar para um extremismo desestabilizador, fora do jogo eleitoral, como já ocorreu com a ativa participação de grupos conservadores da grande mídia, por exemplo, na Venezuela, em 2002?

Venício Lima, na Carta Maior

Tenho dito e escrito reiteradas vezes que, apesar da inequívoca ampliação do espaço público do debate sobre a mídia no Brasil, sobretudo ao longo de 2009, a diversidade das posições e opiniões tem diminuído e há uma clara polarização e radicalização do processo.

São muitos os exemplos nos últimos anos. Lembro a proposta de criação de um Conselho Nacional de Jornalismo; a transformação da ANCINE em ANCINAV; o Decreto das RTVIs (retransmissoras de TV institucionais); o desequilíbrio evidente na cobertura sobre as novas regulamentações da mídia aprovadas em países latino-americanos e, talvez, os dois mais emblemáticos, a 1ª. Conferencia Nacional de Comunicação (CONFECOM) e a única diretriz de comunicação do PNDH3.

No caso da CONFECOM, como se sabe, os principais empresários do setor, através de suas entidades representativas, se retiraram da comissão organizadora; omitiram a cobertura do rico processo de preparação e construção do evento em todo o país; e, ao final, satanizaram os resultados da Conferencia, em alguns casos, referindo-se a propostas que sequer existiam. Em relação ao PNDH3, da mesma forma, houve – e ainda prossegue – uma violenta reação da grande mídia a propostas que, em boa parte, apenas se referem à regulamentação de normas da Constituição de 1988.

A realização, no início de março, em São Paulo, do “Fórum Democracia e Liberdade de Expressão” pelo Instituto Millenium – uma espécie de “think tank” da direita brasileira – que reuniu a nata dos empresários da grande mídia e de seus colunistas; e as recentes declarações da presidente da ANJ, assumindo, de maneira explícita, o papel de oposição ao governo que vem sendo exercido pela imprensa, revelam bem o “tom” de polarização e radicalização que alcançamos.

No Fórum, um dos expositores disse literalmente: “a imprensa tem que acabar com o isentismo e o outroladismo, essa história de dar o mesmo espaço a todos”. Outro afirmou: “a questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”.

No bojo deste processo, a liberdade de expressão tem sido não só identificada, sem mais, com a liberdade de imprensa, como a tese de que esta constitui um valor absoluto, passou a ser defendida, inclusive, pelo ministro Ayres Britto do STF.

E tudo isso, sempre, em nome da liberdade de expressão e da democracia.

Fenômeno universal?

Parece que o fenômeno da radicalização política, todavia, não está a ocorrer somente no Brasil. Juan Luiz Cebrián, fundador do “El País”, respondendo sobre o futuro dos meios de comunicação e o “fenômeno da desintermediação” trazido pela internet, comentou em entrevista recente ao “O Estado de São Paulo”:

“Estamos assistindo a um processo de radicalização das idéias políticas, que afeta o jornalismo. O que dizer do alinhamento da Fox com os republicanos para fazer oposição a Obama? O envolvimento da imprensa com a política é um fenômeno antigo. O que é novo é a instantaneidade, a globalidade e a capacidade de transmissão de dados que, por si só, configura um poder fabuloso.”

Estaria a radicalização política afetando o jornalismo ou estaria a crise generalizada porque passam os jornais – e consequentemente, o jornalismo – provocando alterações no comportamento da própria mídia dentro do processo político. Ou ambos?

Em entrevista publicada no Valor Econômico (9 de abril de 2010), o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro, professor de História do Brasil na Sorbonne, falando sobre a atual conjuntura política brasileira, constata:

O discurso (…) contra o sistema de cotas raciais nas universidades públicas indica uma guinada à direita da direita parecida com a dos republicanos nos Estados Unidos. Lá, esse extremismo empolgou o partido inteiro e pode desestabilizar o país. A falta de perspectiva da oposição cria um vácuo para o radicalismo. (…) Novamente, o exemplo americano: fico impressionado não só com o radicalismo, mas com a histeria. Obama é chamado de Anticristo… O Brasil pode enveredar por aí. Brasil e Estados Unidos são países conservadores e precisam ter um partido conservador à altura. A desarticulação da direita não é bom sinal. É preciso uma alternativa conservadora que mantenha a insatisfação no jogo eleitoral. (…)

E especificamente sobre a grande mídia, disse ele:

Normalmente, a imprensa defende a Constituição, reformas políticas, idéias. Não há nada errado, por exemplo, em apoiar candidatos. O “New York Times” apoiou Obama, mas tem um trabalho jornalístico sério e equilibrado. Esse é o papel da imprensa, o que é diferente de querer substituir partidos políticos. Fiquei perplexo com o texto de uma coluna regular num grande jornal carioca que continha uma proposta partidária para o PSDB. O papel do jornalista não é redigir programas partidários.

“Extremismo desestabilizador”?

Será que existem condições para que o Brasil possa enveredar para um extremismo desestabilizador, fora do jogo eleitoral, como já ocorreu com a ativa participação de grupos conservadores da grande mídia, por exemplo, na Venezuela, em 2002? A quem poderia interessar esse caminho não democrático?

A importância da grande mídia no mundo contemporâneo fez dela não só um ator fundamental, mas palco de disputas políticas e, sobretudo, eleitorais. Independentemente das estratégias de sobrevivência no mercado adotadas pelos grupos de mídia – uma delas, assumir a própria partidarização – os tempos são outros. É necessário que a grande mídia não continue na escalada da intolerância, estimulando o processo de polarização e radicalização da política.

Em ano de eleições, mais do que nunca, parece apropriado que se discutam publicamente essas questões. Ou o compromisso maior de todos, inclusive ou, sobretudo, da grande mídia, não é com a democracia?

Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010 (no prelo).

Euro pode desaparecer, afirma Stiglitz

Instituto Humanitas Unisinos - 05 maio 10

O prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, previu nesta terça-feira o possível fim do euro se a Europa não conseguir solucionar seus problemas institucionais fundamentais depois da crise grega.

A reportagem é do portal Exame, 04-05-2010.

Em uma entrevista à rádio BBC 4, Stiglitz analisou que o plano de ajuda da União Europeia e do FMI, combinado com um plano de austeridade que criticou com veemência, não frearão o ardor dos especuladores em apostar em um enfraquecimento da zona euro. "As condições aparentemente excesivamente duras impostas à Espanha (afirmou ele, em um lapso) serão, na realidade, contraproducentes para prevenir um contágio", segundo ele.

Os analistas apontam a Espanha como o próximo país da zona euro que pode enfrentar as mesmas dificuldades que da Grécia.

"Quando tivermos visto até que ponto fica difícil para a Europa adotar uma postura comum para ajudar um de seus pequenos países, nos daremos conta de que se um país um pouco maior tiver dificuldades, é provável que a Europa tenha ainda mais dificuldades para chegar a um acordo".

"A longo prazo, enquanto os problemas institucionais fundamentais continuarem, os especuladores saberão que eles existem", acrescentou. Indagado se isso significa o fim do euro, Stiglitz respondeu: "Pode ser que seja o fim do euro". "Se a Europa não solucionar seus problemas institucionais fundamentais, o futuro do euro pode ser muito breve", concluiu.

Americanos alimentam mitos sobre imigração

Instituto Humanitas Unisinos - 05 mai 10

Argumentos contra os imigrantes são sempre os mesmos, mas uma análise mais profunda leva à conclusão de que quase nunca eles são verdadeiros. A opinião é de Doris Meissner, pesquisadora sênior do Instituto de Políticas para a migração, em artigo publicado no The Washington Post e reproduzido pelo jornal O Estado de S.Paulo, 04-05-2010.

Eis o artigo.

Apesar de os EUA serem um país de imigrantes - ou talvez justamente por causa disto -, a imigração continua a ser um dos tópicos mais controvertidos na sociedade americana. No Arizona, a nova lei que permite à polícia prender indivíduos incapazes de apresentar documentos comprovando que estão legalmente no país deu início a uma nova rodada de asperezas. Mas, como no passado, boa parte do debate tem o mito como base. Vejamos alguns deles.

1) Os imigrantes roubam os empregos dos trabalhadores americanos.

Apesar de corresponderem a 12,5% da população americana, os imigrantes compõem cerca de 15% da força de trabalho. Essa desproporção deve-se principalmente ao fato de a população dos EUA estar envelhecendo: os imigrantes e seus filhos foram responsáveis por 58% do crescimento populacional dos EUA desde 1980. É provável que isso não mude no curto prazo. A baixa natalidade nos EUA e a iminente aposentadoria da geração do pós-guerra significam que a imigração deve se tornar nas próximas décadas a única fonte de crescimento naquilo que chamamos de força de trabalho "em idade ideal" - entre 25 e 55 anos. Quando um número recorde de aposentados começar a receber pensões, jovens trabalhadores imigrantes pagarão impostos, relaxando um pouco as pressões financeiras sobre o sistema.

Os imigrantes costumam estar concentrados nas ocupações de baixa especialização que complementam - em vez de concorrer com - as ocupações exercidas pelos trabalhadores nativos. E os estrangeiros que preenchem os postos de trabalho de menor remuneração costumam ser empregados no regime "contratado primeiro, demitido primeiro". Como resultado, verifica-se entre os imigrantes uma taxa de emprego superior à verificada entre os americanos natos em momentos de prosperidade, mas eles são o principal alvo das demissões nos momentos de crise.

É verdade que um influxo de novos trabalhadores provoca uma redução nos salários, mas a imigração também estimula o crescimento por meio da criação de novos consumidores, empreendedores e investidores. Como resultado desse crescimento, os economistas estimam que o salário dos americanos seja um pouco maior do que seria na ausência da imigração. Americanos desprovidos de diploma do ensino médio sofrem com a redução dos salários por causa da concorrência dos imigrantes, mas estas perdas são modestas, pouco superiores a 1%.

2) A imigração está no seu momento de maior intensidade e a maioria dos novos imigrantes entra ilegalmente.

O momento de imigração mais intensa ocorreu há mais de um século, em 1890, quando os imigrantes correspondiam a 14,8% da população dos EUA. Atualmente, dois terços dos imigrantes estão no país legalmente, seja como cidadãos naturalizados ou como residentes permanentes regularizados pela lei, mais conhecidos como portadores de "green card". Dentre os aproximadamente 10,8 milhões de imigrantes que estão ilegalmente no país, cerca de 40% chegaram legalmente aos EUA, mas permaneceram além do prazo estipulado em seus vistos.

Vale destacar que, apesar de a população de imigrantes não autorizados incluir muito mais pessoas vindas do México do que de qualquer outro país, as apreensões realizadas na fronteira entre EUA e México registraram queda de mais de 50% nos últimos quatro anos, enquanto o crescimento da população ilegal - que por mais de uma década aumentou ao ritmo de aproximadamente 500 mil novos habitantes por ano - foi interrompido.

3) Diferentemente das ondas imigratórias passadas, os imigrantes não estão se incorporando à cultura local.

A mesma acusação foi feita a praticamente todas as ondas anteriores de imigrantes, incluindo o grande número de alemães, irlandeses e italianos que chegaram aos EUA no século 19 e início do 20. Como antes, são necessárias hoje uma ou duas gerações para a integração dos imigrantes. O aprendizado do inglês é um dos principais fatores no processo; outro deles é a educação e a mobilidade social ascendente de seus filhos.
Em relação ao primeiro fator, a consistente busca dos imigrantes atuais pelo aprendizado do inglês ocorre numa escala tal que os programas educacionais para adultos são incapazes de atender à demanda. Em relação ao segundo fator, a lei Nenhuma Criança Deixada Para Trás desempenhou um papel fundamental na educação dos filhos de imigrantes ao responsabilizar as escolas pelo ensino do inglês.

4) O combate às tentativas de ultrapassar a fronteira aumentará a segurança dos EUA.

A tarefa de proteger as fronteiras dos EUA é imensa, englobando 12 mil km de divisas terrestres, 20 mil km de fronteiras marítimas e uma vasta rede de portos, aeroportos, portas de entrada com México e Canadá e consulados emissores de visto no exterior. Desde o 11 de Setembro, fortalecemos dramaticamente nossas fronteiras por meio do uso de leitura biométrica e uma maior cooperação internacional. A Patrulha da Fronteira quase dobrou de tamanho nos últimos cinco anos, com mais de 20 mil agentes. E a cooperação com o governo mexicano melhorou significativamente.

Os experientes policiais de fronteira com quem conversei sugerem que, se fossem emitidos vistos em número suficiente para atender a demanda da economia por novos trabalhadores, os agentes ficariam livres para concentrar-se na missão de proteger o país de indivíduos perigosos e suas atividades, como tráfico de drogas, contrabando e violência dos cartéis.

5) A imigração não pode ser reformada num ano eleitoral.

A política envolvida nas questões imigratórias pode afastar os legisladores, especialmente com a aproximação das eleições. O resultado disso é que o Congresso não costuma atualizar a legislação imigratória, fazendo-o apenas com relutância. Entretanto, todas as leis de imigração significativas das últimas décadas foram aprovadas em anos de eleição, com frequência no último minuto possível.

Tentativas legislativas de promover mudanças urgentemente necessárias perderam-se no Congresso em 2005 e no Senado em 2006 e 2007, e o Congresso atual depara-se com uma considerável lista de tarefas ainda por fazer. Mas excluir a possibilidade de uma reforma na imigração - seja porque o Congresso tem outras prioridades ou porque estamos em ano de eleição - seria um grande erro.

A proposta de legislação para a imigração apresentada na semana passada pelo senador democrata Charles Summer, de Nova York, e seus colegas, juntamente com a indignação provocada pela lei do Arizona, pode ajudar a convencer os legisladores de que o melhor momento para uma solução é o atual.

Na França existe na Lei de Imigração o "delito de solidariedade" que prevê que quem ajude os imigrantes sem-papéis ou se recuse a denunciá-los à polícia seja punido com a prisão até cinco anos e 30 mil euros de multa. É, isso é que é democracia (para quem acredita nessa fábula). Os dois países ícones com leis desse tipo.

Honduras divide Unasul e ameaça cúpula de Madri

Instituto Humanitas Unisinos - 05 mai 10

O presidente do Equador, Rafael Correa, declarou ontem que "não se pode ocultar o mal-estar majoritário" com o convite da Espanha para que o novo líder de Honduras, Porfirio Lobo, participe da cúpula de países da União Europeia e da América Latina. "Muitos presidentes da Unasul podem não comparecer (ao encontro que começa no dia 18, em Madri)", alertou Correa, que ocupa a presidência rotativa da União das Nações Sul-Americanas.

A reportagem é de Ariel Palacios e Marina Guimarães e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 05-05-2010.

"Em Honduras há um conflito latente. O país está fora do sistema latino-americano. É uma leviandade convidar um governo que não é reconhecido por outros países", disse Correa, ao lado da presidente argentina, Cristina Kirchner.

Fontes diplomáticas envolvidas com a reunião em Campana revelaram ao Estado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou aos colegas da Unasul que não pretende comparecer à cúpula de Madri, caso Lobo esteja presente.

As mesmas fontes indicaram que o presidente chileno, Sebastián Piñera, apresentou uma proposta conciliadora. Ele teria concordado com Lula sobre Lobo, mas sugeriu que não era conveniente continuar criticando o novo presidente hondurenho por seu passado, mas sim "olhar para frente". Segundo as fontes, apenas Colômbia e Peru não seguiriam a posição de Lula.

Lobo tomou posse em janeiro, mas a maioria dos países da Unasul não reconhece sua eleição, que ocorreu após a destituição do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho. Segundo Correa, Lula apresentou uma moção para que Zelaya possa voltar ao país e ter restituída a totalidade de seus direitos políticos. O líder equatoriano, que mantém uma relação tensa com a imprensa, propôs e obteve respaldo que jornalistas fossem impedidos de acompanhar boa parte da reunião da Unasul.

A organização sul-americana também criticou a criminalização de imigrantes ilegais no Estado do Arizona, nos EUA. Segundo a Unasul, a lei permite a detenção de pessoas por considerações raciais e idiomáticas e pode legitimar atitudes racistas.

A Unasul também manifestou sua "solidariedade" ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que enfrenta nas últimas semanas uma escalada de ataques da suposta guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), que atua em cinco regiões do país hoje, sob estado de exceção. Segundo a Unasul, a "violência criminosa" ameaça a população e o Estado paraguaio. A organização ressaltou que respaldará as medidas tomadas por Lugo "dentro do respeito aos direitos humanos e os valores democráticos".

Depois do encontro da Unasul, Lula foi para Montevidéu, onde se reuniu com o presidente uruguaio, José Mujica. Ambos discutiram acordos nas áreas de transporte e energia e anunciaram que estudam o uso das moedas locais no comércio bilateral.

A institucionalização dos golpes de Estado começa por aí. Mas, no mundo temos vários exemplos. Aceitos de um lado ou do outro, e é puro enfeite se querer cobrar atitudes democráticas, pois os países que poderiam exercer algum tipo de pressão, só o farão se houver retorno econômico vantajoso.

Frankenstein no campo

Instituto Humanitas Unisinos - 05 mai 10

Companheiro inseperável da round up-ready, semente de soja transgênica da Monsanto, o inseticida Roundup anda criando super-ervas daninhas nos Estados Unidos.

A reportagem é do sítio do Greenpeace, 04-05-2010.

A agricultura transgênica, 30 anos após a sua introdução, finalmente criou seu monstro, cortesia do Roundup, um herbicida poderoso usado em plantações de soja transgênica que vem transformando as ervas daninhas que deveria eliminar em verdadeiras super-ervas, resistentes aos inseticidas disponíveis no mercado. Qual a consequência disso? Aumentar a dose de agrotóxicos em nossas lavouras. Não dando certo, a saída é investir na criação de novo inseticida, ainda mais mortífero. E se ele não funcionar? Aí, o mundo maravilhoso da transgênia vai virar pesadelo.

“Estamos de volta há vinte anos” relata fazendeiro americano em reportagem do jornal The New York Times. Obrigado a dobrar a quantidade de herbicidas altamente tóxicos e retornar para métodos antigos para conter as ervas cada dia mais fortes e predatórias, o produtor vê seus custos aumentarem. Para o consumidor sobram alimentos mais tóxicos a um preço mais alto.

O herbicida Roundup é anterior à introdução dos transgênicos, mas foi com o surgimento da semente de soja da Monsanto apelidada de Roundup Ready – aquela que já vem pronta para receber banhos do produto, que ele se tornou popular em lavouras. Propaganda maciça e bons preços atraíram o homem do campo em direção ao agrotóxico da Monsanto e hoje o Roundup, também chamado pelo seu nome científico glifosato, é um produtos altamente popular.

“Em toda espécie de erva daninha temos indivíduos geneticamente resistentes e outros suscetíveis ao efeito dos herbicidas. O uso intensivo de um produto mata todos os que forem suscetíveis e, a longo prazo, deixa apenas as plantas resistentes. Elas se disseminam e tornando-se cada dia mais fortes”, diz Dionízio Grazziero, engenheiro-agrônomo e pesquisador da Embrapa.

Grazziero explica que, graças a este tipo de desequilíbrio, torna-se necessário adicionar outros tipos de herbicida no coquetel das sementes: “Quanto mais produto, mais caro fico para o produtor, e, claro, maior o impacto ambiental. A cultura transgênica trouxe o aumento do uso intensivo e muitas vezes inadequado de Roundup”, complementa.

Em recente palestra no Brasil, o pesquisador Michael Hansen, especialista em impactos da biotecnologia na agricultura e cientista sênior da Consumers Union, maior organização de consumidores dos Estados Unidos, trouxe alerta da comunidade científica para outros possíveis efeitos do Roundup. As suspeitas são de que o produto possa levar à reprodução indevida de células e o aumento nas taxas de abortos espontâneos e de má formação fetal.

Esta história tem cheiro de coisa antiga. Mais especificamente, de um problema que perdurou no Brasil por mais de 25 anos. Este foi o tempo que levamos para proibir o uso de outro grande vilão, o DDT, inseticida banido graças aos efeitos criminosos na saúde humana e ambiental. Há 50 anos, quando ele surgiu, espalhou-se a crenca que o mundo iria se livrar dos insetos. Do mesmo modo que a transgênia, um dia, prometeu uma lavoura sem ervas daninhas. Promessas de vidro, que os insetos e a super erva que começou a crescer em solo americano se encarregaram de quebrar.

E a Embrapa se associando à Syngenta. Será que esse turma tem algo na cabeça? Ainda não enxergaram os problemas inerentes aos transgênicos?

Texto que veta ‘ficha suja’ é aprovado

Instituto Humanitas Unisinos - 05 mai 10

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de hoje, por 388 favoráveis a 1, o texto principal do projeto de lei que proíbe a candidatura de políticos com ficha suja. A promessa do presidente Michel Temer (PMDB-SP) é votar os 12 destaques hoje. A proposta ainda pode ser totalmente modificada, mantendo, inclusive, as regras atuais. Depois de concluído na Câmara, o projeto tem que ser votado pelo Senado. O único deputado a votar contra foi Marcelo Melo (PMDB-GO). Temer disse no plenário que o colega deve ter se equivocado.

A .reportagem é de Nancy Dutra e Maria Clara Cabral e publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, 05-05-2010.

Apresentado no ano passado por iniciativa popular com 1,6 milhão de assinaturas, o projeto original propunha a inelegibilidade para os condenados já em primeira instância.

O aprovado ontem, de relatoria do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), prevê tornar inelegível aqueles que tenham sido condenados por decisão colegiada da Justiça (por mais de um juiz), mas estabelece o chamado efeito suspensivo, também em caráter colegiado.

Dessa forma, fica permitido ainda um recurso a outro órgão colegiado de uma instância superior para que se obtenha uma espécie de "autorização" para registrar a candidatura. Pela legislação atual, o candidato só fica inelegível quando não existir mais a possibilidade de recurso.

O texto vem sendo discutido há meses na Câmara e há dúvidas se ele valerá para as eleições de outubro. O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), defende que, para valer para neste pleito, a mudança tinha de ter sido aprovada em 2009. O líder do DEM, deputado Paulo Bornhausen (SC), discorda. De qualquer forma, a questão deve parar na Justiça.

"Essa não é mais uma dúvida política, e sim jurídica", disse Temer, que respondeu às críticas sobre a demora na aprovação da proposta: "Com certeza, se tivesse colocado a proposta antes ela seria rejeitada." O projeto de lei já passou por uma comissão, que havia definido que a inelegibilidade valeria para os condenados por um órgão colegiado, sem a possibilidade do recurso suspensivo.

Representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, responsável pelo texto, fizeram protesto ontem à tarde na entrada do Congresso.

Grande vitória para a sociedade brasileira. Só precisamos ver agora como será feito o controle.

Crescimento da demanda exigirá uma Belo Monte a cada 16 meses, afirma EPE

Instituto Humanitas Unisinos - 05 mai 10

O Brasil precisará de uma Belo Monte a cada 16 meses, se quiser atender ao crescimento da demanda de energia na próxima década. A projeção é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que divulgou ontem o Plano Decenal de Energia (PDE) 2010-2019, que define as bases para o planejamento do setor. O documento calcula em R$ 951 bilhões a necessidade de investimentos em energia no Brasil até 2019.

A reportagem é de Nicola Pamplona e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 05-05-2010.

Os aportes serão necessários para acompanhar o crescimento da demanda total de energia (que inclui eletricidade, combustíveis e carvão), que será de 5,4% ao ano entre 2010 e 2019. Segundo a EPE, do volume projetado, 70,6% serão destinados às áreas de petróleo e gás. Já a geração e transmissão de energia elétrica receberão 22,5% do total. O restante será destinado a etanol e biocombustíveis.

O estudo foi elaborado considerando um PIB médio de 5,1% ao ano no período. Nesse cenário, a demanda por energia elétrica crescerá também 5,1%, ou o equivalente a 3,3 mil MW médios por ano - Belo Monte terá 4,5 mil MW médios, ou seja, a cada 16 meses, o Brasil precisará de um bloco de energia equivalente ao da usina do Xingu.

A EPE pretende suprir essa demanda sem apelar às usinas térmicas: a ideia é que, a partir de 2014, nenhuma nova térmica entre em operação. Para isso, o PDE prevê a construção de 35.245 MW em novas hidrelétricas até 2019. Desse total, 21.847 MW já estão contratados, como as usinas do Rio Madeira e Belo Monte. São 39 novas usinas, 20 delas com início de operações entre 2014 e 2016.

Os projetos de maior capacidade estão na Região Norte, incluindo as usinas-plataforma do Rio Tapajós - a primeira delas, São Luiz do Tapajós, com 6.133 MW de potência, deve ser licitada já no ano que vem. Há ainda 14.655 MW de energias alternativas e 1.405 MW de Angra 3, com início de operações para 2015.

O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, acredita que haverá menos problemas no licenciamento de hidrelétricas do que no passado, alegando perceber "uma postura mais proativa" dos órgãos ambientais. "Já há um entendimento de que as hidrelétricas são melhores do que as outras alternativas", disse, referindo-se às térmicas.

No setor de petróleo, a EPE espera que o Brasil torne-se grande exportador, com o desenvolvimento das reservas do pré-sal, e vendas de 2,2 milhões de barris por dia no mercado externo em 2019. Naquele ano, projeta o PDE, a produção nacional de petróleo chegará a 5,1 milhões de barris por dia, crescimento de 155% em relação aos 2 milhões de barris por dia atuais.

O estudo prevê que, em 2013, o Brasil deixará de ser importador de derivados, atingindo o pico de exportação de 480 mil barris por dia em 2016 e fechando a década com vendas de 230 mil barris por dia. Haverá também exportações de diesel, que deve atingir os 35 mil barris por dia em 2019, por causa das novas refinarias da Petrobrás.

A produção de etanol deve crescer 36,5% até 2019, atingindo os 64 bilhões de litros. De acordo com a EPE, o etanol vai continuar roubando mercado da gasolina, que terá queda de 20% nas vendas até 2019.

Os movimentos ambientais (que tem interesses outros) devem barrar, como tentaram agora, a construção dessas novas hidrelétricas vitais ao continuo crescimento e desenvolvimento do país.

segunda-feira, maio 03, 2010

Aquecimento Global

Entrevista esclarecedora com o climatologista Luiz Carlos Molion que nos aponta os equívocos a respeito da suposta influência do homem sobre o aquecimento global. Essa é a primeira parte de sete.



domingo, maio 02, 2010

Eleição Presidencial

Uol Notícias - 01 abr 10

Esse video está hospedado no UOL e recomendo vê-lo. Belo comentário, apesar de sintético, de Ciro sobre os candidatos e também outras informações.

http://videos.bol.uol.com.br/#view/escuta-essa--lula-e-top-100-ciro-dispara-chavez-tuita-04021B3868D4A96346