Hiram Reis e Silva, Cidreira, RS, 10 de março de 2012.
Ora
o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque
lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.
(Coríntios: 2 – 14)
E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.
(Mateus: 24 – 12)
O
Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
(TJ-RS) determinou, no dia 02.03.12, por decisão unânime, a retirada dos
símbolos religiosos das dependências da Justiça gaúcha. A decisão do
TJ-RS foi requerida por uma ação de seis organizações ligadas à defesa
dos direitos dos homossexuais e das mulheres: a Liga Brasileira de
Lésbicas (LBL), o grupo Nuances, a ONG Somos, a ONG Themis, a Rede
Feminista de Saúde e a Marcha Mundial de Mulheres. Os ativistas
pleiteiam, também, a retirada de símbolos religiosos da Câmara Municipal
de Porto Alegre, do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa. Na
democracia de hoje as ruidosas e ignaras minorias determinam as normas a
serem seguidas pela maioria omissa e silenciosa.
- A CRUZ
Fonte: Revista Planeta Especial, Junho 1983
Os
idiotizados ativistas de todos os matizes religiosos e/ou sexuais que
se opõem à presença ostensiva e tradicional da cruz em repartições
públicas desconhecem que seu simbolismo ultrapassa os parcos limites da
crença cristã, seguida pela grande maioria dos brasileiros, pois sua
origem é anterior a do próprio Cristo.
(...)
O significado arquetipal do símbolo da cruz é sempre o da conjunção dos
opostos: o eixo vertical (masculino) com o eixo horizontal (feminino); o
positivo com o negativo; o homem com a mulher; o superior com o
inferior; o tempo com o espaço; o ativo com o passivo; o Sol com a Lua; a
vida com a morte; Espírito e matéria, etc. A união dos opostos é a
idéia central contida na simbologia da crucificação de Cristo, e a razão
pela qual a cruz foi escolhida como emblema magno do cristianismo. O
sentido básico da crucificação é o de experienciar a essência do
antagonismo, uma idéia que reside na própria raiz da existência, já que
tudo no universo (e no homem) nasce e se desenvolve a partir do choque
doloroso de forças antagônicas.
A
cruz tem um significado religioso e esotérico para povos tão distintos e
tão distantes como os fenícios, persas, etruscos, romanos, egípcios,
celtas, peruanos, mexicanos e os indígenas da América Central e do
Norte.
A
teosofia explica o sentido místico da cruz como sendo originário do
dualismo andrógino presente em todas as manifestações da natureza. A
cruz significa, assim, a idéia do homem regenerado, aquele que conseguiu
integrar harmoniosamente as suas duas partes e que, “crucificado” como mortal, como homem de carne com suas paixões, renasce como imortal.
Na
simbologia rosacruz, cruz ocupa posição proeminente. Aqui ela simboliza
os quatro reinos da natureza. O reino mineral anima a todas as
substâncias químicas, de maneira que a cruz feita de qualquer material é
símbolo desse reino. O madeiro inferior da cruz representa o reino
vegetal, porque, esotericamente, as correntes dos espíritos-grupos que
dão vida às plantas provêm do centro da Terra. O madeiro superior
simboliza o homem, porque as correntes vitais que animam o ser humano
descem do Sol e impregnam o planeta Terra. O madeiro horizontal
simboliza o reino animal, que se encontra entre os reinos vegetal e
humano, com a sua coluna vertebral na posição horizontal. O estudioso
Cirlot, uma das maiores autoridades mundiais em símbolos, explica também
que a cruz, como o símbolo da “Árvore da Vida”, funciona como emblema do “eixo do mundo”.
Situada no centro ou coração místico do cosmos, a cruz transforma-se,
simbolicamente, na ponte ou escada através da qual a alma pode chegar a
Deus. A cruz afirma assim a relação básica entre o mundo celestial e o
terreno. Em outras palavras, é através da experiência da crucificação (o
conhecimento vivenciado dos opostos) que se chega ao centro de si mesmo
(a iluminação). Carl Jung comenta também que, em algumas tradições, a
cruz é símbolo do fogo e dos sofrimentos da vida. Tal concepção parece
ter origem no fato de que os dois eixos da cruz estão associados com os
dois bastões de madeira que o homem primitivo usava para produzir o
fogo, esfregando um no outro até produzir combustão. Um dos bastões era
considerado masculino, e o outro, feminino.
- Criminalização da Fé
Fonte: Baseado em reportagens do Foxnews e Pundit Press de 29.06.11
No
Cemitério Nacional de Houston, nos Estados Unidos, as lápides
mortuárias padronizadas e alinhadas se estendem monotonamente pelo
gramado cuidadosamente aparado. Não existem imagens, lembranças
piedosas, apenas frios blocos de pedra. Os túmulos são identificados
segundo os números das colunas ou linhas. Um ridículo e triste monumento
ao ateísmo. Aos familiares e amigos que visitam seus entes queridos não
é permitido nem mesmo expressar sua religião. Nas locuções de
despedida, os veteranos de Guerra e voluntários são proibidos de
empregar as palavras “Deus”, “Deus te abençoe”, ou “Jesus”, nos funerais ou cartões de condolências, estas palavras são consideradas pelos administradores como “ofensivas”. A antiga Capela só é aberta pela diretora para realizar reuniões ou sessões de treinamento. O prédio não é mais chamado “Capela”, mas “local de encontro”. O veterano da Guerra do Vietnã, Nobleton Jones, foi proibido de recitar a frase que usou nas últimas décadas:
- Rogamos a Deus que lhe conceda, e à sua família, graça, misericórdia e paz.
Jones declarou que:
- Isso me faz sentir diminuído, mesmo porque passei meu tempo no exército lutando para que as pessoas tivessem a liberdade de usar essas palavras.
- França, 2009
A
grande maioria da Assembléia Nacional da França votou pela proibição de
símbolos religiosos nas escolas públicas do país. A Assembléia votou
pelo banimento do uso de véus muçulmanos, solidéus judaicos e crucifixos
cristãos nas escolas, os alunos que insistirem em usar tais peças
poderão ser expulsos.
- Espanha, 2009
O
Governo do premier socialista José Luiz Rodríguez Zapatero sancionou
uma nova lei sobre a liberdade religiosa proibindo o uso dos símbolos
religiosos nas escolas públicas espanholas.
- Itália, 2011
Alegra-nos
que haja respeito pela liberdade e identidade cultural de um povo, de
matriz cristã. Os símbolos têm um significado cultural, e isso não ofende ou obriga alguém a acreditar. (Manuel Morujão - da Conferência Episcopal Portuguesa)
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos autorizou a presença de crucifixos nas escolas públicas italianas.
- Brasil
Na
sessão de 29 de maio de 2009, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
indeferiu cinco representações que pediam a proibição dos símbolos
religiosos das dependências do Poder Judiciário. Para o CNJ os objetos
não feriam a laicidade do Estado, pois eram apenas manifestações da
cultura brasileira e em nada interferiam nas ações do Judiciário.
Não
vai demorar muito para que os brasileiros se vejam obrigados a abolir
todos os feriados religiosos, alterar o nome de Ruas, Cidades,
Municípios e destruir obras de arte que retratem símbolos e imagens
religiosas. A exclusão dos símbolos religiosos das repartições públicas é
uma demonstração contundente de que o Estado tomou partido dos que não
crêem.
A
laicidade de um Estado estabelece a aceitação e o respeito a todas as
religiões e não a proibição de sua livre manifestação ou confinamento a
ambientes restritos, como se o espaço público fosse privilégio ou
propriedade de “talibãs” que se incomodam com a fé alheia.
- Frade Demétrius dos Santos Silva
O Frade Demétrius concorda plenamente com a retirada dos símbolos religiosos das repartições publicas, e publicou no jornal “Folha de São Paulo”, de 09 de agosto de 2009, sua opinião:
Nosso
Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A cruz
deve ser retirada! Aliás, nunca gostei de ver cruz em tribunais, onde os
pobres tem menos direitos que os ricos e onde sentenças são
barganhadas, vendidas e compradas. Não quero mais ver a cruz nas Câmeras
legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte. Não quero ver,
também, a cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são
constrangidos e torturados. Muito menos, a Cruz em pronto-socorros e
hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento. É preciso retirar
a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida
política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos dos
pequenos, dos pobres e dos favorecidos.
- Anne Graham Lotz
Anne Graham Lot, filha de William Franklin “Billy” Graham Jr., pregador batista norte-americano foi entrevistada, anos atrás, no programa “The Early Show”, da CBS NEWS, pela apresentadora Jane Clayson.
(...)
À vista dos acontecimentos recentes... ataque dos terroristas, tiroteio
nas escolas, etc. Eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray
O’Hare, se queixou de que era impróprio se fazer oração nas escolas
americanas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua
opinião.
Depois
disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas
escolas... A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, não devemos
roubar, e devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. E nós
concordamos.
Logo
depois, o Dr. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos
filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em
formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto-estima. E
nós dissemos: “um perito nesse assunto deve saber o que está falando”, e então concordamos com ele.
Depois
alguém disse que os professores e os diretores das escolas não deveriam
disciplinar os nossos filhos quando eles se comportassem mal. Os
administradores escolares então decidiram que nenhum professor em suas
escolas deveria tocar em um aluno quando se comportasse mal, porque não
queriam publicidade negativa, e não queriam ser processados. E nós
concordamos com tudo.
Aí
alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto,
se elas assim o quisessem, e que nem precisariam contar aos pais. E nós
aceitamos essa sugestão sem ao menos questioná-la.
Em
seguida algum membro da mesa administrativa escolar muito sabido disse
que, como rapazes serão sempre rapazes, e que como homens iriam acabar
fazendo o inevitável, que então deveríamos dar aos nossos filhos tantas
camisinhas quantas eles quisessem, para que eles pudessem se divertir à
vontade, e que nem precisaríamos dizer aos seus pais que eles as
tivessem obtido na escola. E nós dissemos, “está bem”.
Depois
alguns dos nossos oficiais eleitos mais importantes disseram que não
teria importância alguma o que nós fizéssemos em nossa privacidade,
desde que estivéssemos cumprindo com os nossos deveres. Concordando com
eles, dissemos que para nós não faria qualquer diferença o que uma
pessoa fizesse em particular, incluindo o nosso Presidente da República,
desde que o nosso emprego fosse mantido e a nossa economia ficasse
equilibrada.
Então
alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres
nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia, e uma apreciação natural
da beleza do corpo feminino. E nós também concordamos. Depois uma outra
pessoa levou isto um passo mais adiante e publicou fotos de crianças
nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição na Internet. E nós
dissemos, “está bem, isto é democracia, e eles têm direito de ter a liberdade de se expressar e fazer isso”.
A indústria de entretenimento então disse: “Vamos
fazer shows de TV e filmes que promovam profanação, violência e sexo
ilícito. Vamos gravar música que estimule o estupro, sexo, drogas,
assassínio, suicídio e temas satânicos”. E nós dissemos: “Isto é apenas diversão, e não produz qualquer efeito prejudicial. Ninguém leva isso a sério mesmo, então que façam isso!”
Agora
nós estamos nos perguntando por que nossos filhos não têm consciência, e
por que não sabem distinguir entre o bem e o mal, o certo e o errado,
porque não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios
colegas de classe ou a si próprios... Provavelmente, se nós analisarmos
tudo isto seriamente, iremos facilmente compreender: Nós colhemos exatamente aquilo que semeamos!
Uma menina escreveu um bilhetinho para DEUS, dizendo: “Senhor, por que não salvaste aquela criança na escola?” A resposta Dele seria: “Querida criança, não me deixam entrar nas escolas!” Do Seu DEUS.
É
triste como as pessoas simplesmente culpam DEUS e não entendem por que o
mundo está indo a passos largos para o inferno. É triste como cremos em
tudo que os jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia nos
diz. É triste como todo o mundo quer ir para o céu, desde que não
precise crer, nem pensar ou dizer qualquer coisa que a Bíblia ensina. É
triste como alguém diz: “Eu creio em DEUS”, mas ainda assim segue a
Satanás, que por sinal, também ‘crê’ em DEUS. É engraçado como somos
rápidos para julgar, mas não queremos ser julgados!”
- Ensino Religioso
E
aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da
sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como
os escribas.
(Mateus: 7 - 28, 29)
O
Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da
formação básica do cidadão, constitui disciplina dos horários normais
das escolas públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à
diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de
proselitismo (Lei nº 9.475, de 22 de julho de 1997). A Organização das
Nações Unidas critica o ensino religioso promovido por centenas de
escolas públicas brasileiras que não estariam cumprindo os preceitos do
caráter laico do Estado. O relatório apresentado ao Conselho de Direitos
Humanos da ONU, preparado pela paquistanesa Farida Shaheed, alerta que
intolerância religiosa e racismo “persistem” na sociedade brasileira. O assunto colocou o Vaticano e o governo brasileiro em descompasso diplomático.
O
ensino religioso não é uma aula de catequese. O currículo dependerá
fundamentalmente da comunidade para a qual está sendo elaborado e deverá
promover um diálogo inter-religioso, baseado no respeito às diferenças.
- Descriminalização das Iniquidades
É
interessante verificar a preocupação exacerbada dos governos de todo o
mundo em eliminar o ensino da religião e os símbolos religiosos, mesmo
contrariando a maioria de seus cidadãos, ao mesmo tempo em que são tão
coniventes em aceitar a Descriminalização das Drogas e tantas outras
Iniquidades. A Comissão Global sobre Drogas reunida, em fevereiro deste
ano, em Genebra, sugeriu que os países trabalhassem pela legalização e
regulamentação do uso da maconha considerando que esta seria a melhor
maneira de combater o tráfico de drogas e suas consequências.
O
mau exemplo francês deveria servir de exemplo aos governos de todo
mundo. Depois de proibir o véu islâmico fizeram o mesmo com o turbante
dos alunos Sikhs. Alunos e alunas são expulsos ou proibidos assistir às
aulas desencadeando um tremendo impasse judicial. O Governo Francês
sugeriu, então, a criação de Conselhos Disciplinares proporcionando um
espaço para o direito de defesa dos alunos que se sentissem excluídos ou
discriminados. Os ignorantes “talibãs franceses” deixaram
de considerar que um símbolo religioso adotado oficialmente, por uma
Instituição Pública, pode causar constrangimento às minorias religiosas,
constituindo uma forma de proselitismo, mas quando este símbolo é usado
por um aluno ou aluna, este critério absolutamente não se aplica.
É
interessante verificar que os governantes franceses de hoje que apóiam
tais medidas discricionárias são os mesmos que condenaram os militantes
Talibãs que demoliram as maiores estátuas de pedra do mundo com a imagem
de Buda. Uma delas media 53 metros de altura era a maior imagem de um
Buda de pé do mundo. O motivo? As estátuas contrariavam sua religião.
- Livro
O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura. com.br) e na AACV – Colégio Militar de Porto Alegre.
Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Vice- Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB - RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
E-mail: hiramrs@terra.com.br