"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, novembro 10, 2006

Mar do Aral




Um dos resultados mais lamentáveis do mal uso da água está no Mar de Aral. Situado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, o Mar de Aral era o quarto maior mar interior da Terra, com 66.1 mil quilômetros quadrados. Suas águas eram renovadas e alimentadas pelos rios Amu Daria e Sir Daria. Na imagem ao lado (em vermelho) a antiga área do Mar de Aral e a atual.
O desvio da água desses dois rios para os projetos de irrigação das plantações de algodão, realizados pelo então governo da União Soviética, consumiram e secaram 90% da água que chegava ao Aral.
O resultado foi desastroso: 27 mil km2 secaram e o que era fundo do mar transformou-se em deserto. A concentração de sal dobrou, 60% do volume de água se perderam e a industria pesqueira que empregava 60 mil pessoas acabou. A maioria das espécies de peixes desapareceu e a fauna que vivia em suas margens foi reduzida significativamente.
A concentração de sal dobrou, 60% do volume de água se perderam e a industria pesqueira que empregava 60 mil pessoas acabou. A maioria das espécies de peixes desapareceu e a fauna que vivia em suas margens foi reduzida significativamente.

Em foco, Brasil e Venezuela

Nas relações internacionais, avaliar um país apenas pelo governo em exercício resulta em equívocos, como julgar a Venezuela por Hugo Chávez, seu atual presidente


Revista Nossa História - nr 37

Entre países, boas relações se estabelecem quando a decisão, de lado a lado, seja de governos ou de agentes econômicos e sociais, leva em conta nos seus cálculos bases culturais, tendências políticas de médio e longo prazos e potencial econômico. Embora historicamente Brasil e Venezuela tenham mantido um relacionamento abaixo do potencial de ambos, e das expectativas dos dirigentes da Venezuela, a frustração venezuelana aumentou bastante a partir dos anos 80, quando o Brasil se inclinou para o Cone Sul, particularmente para a Argentina. Com efeito, como uma miragem aos olhos dos homens de Estado e da sociedade organizada, os esperados resultados da integração moviam essa opção pelo Sul.



Exportação de petróleo na Venezuela, década de 1950, quando o país ambicionava liderar o desenvolvimento na América Latina com os recursos daquele comércio


A política da Venezuela para seus vizinhos, por sua vez, também oscilou muito na segunda metade do século XX. Nos anos 50, exibia ambições de liderança e dispunha de recursos advindos da exportação do petróleo para financiar o desenvolvimento da América Latina e exercer, efetivamente, uma liderança regional. Depois, refugiou-se em uma política de isolamento, da qual se afastou paulatinamente para ostentar, de meados dos anos 80 até nossos dias, uma forte inclinação para a integração com seus vizinhos, em especial com o Brasil.

Aquela opção pelo isolamento resultou de uma frustração política e de uma presunção de superioridade. Ocupando mundialmente a posição de primeiro exportador e segundo maior produtor de petróleo, seu presidente, Marcos Pérez Gimenez (1952-1958), propôs a criação de um fundo para financiar o desenvolvimento da América Latina, durante a reunião de chefes de Estado da Organização dos Estados Americanos (OEA), no Panamá, em 1956; mas o governo dos Estados Unidos logo conseguiu obter o apoio dos líderes regionais e obstruiu a proposta venezuelana. Para os dirigentes norte-americanos, iniciativas relevantes que demonstrassem liderança nas Américas pertenciam somente aos Estados Unidos - não convinha a seus interesses estratégicos que outro país conduzisse as relações interamericanas.

Amado Luiz Cervo é professor titular (emérito) de História

das Relações Internacionais da Universidade de Brasília e do

Instituto Rio Branco, e autor de mais de uma dezena de livros

sobre o tema, como Relações internacionais da América Latina:

velhos e novos paradigmas. Brasília: IPRI, 2001.

Relatório da ONU

País perde uma posição no IDH por ainda patinar em educação e saúde

Aumento da renda média do brasileiro ajudou a elevar o índice geral de Desenvolvimento Humano (IDH)
Lígia Formenti - O Estado de São Paulo

Relatório das Nações Unidas divulgado ontem confirma um roteiro que há muito incomoda os brasileiros. O País eleva a renda, ainda que tímida e precariamente, graças a programas como o Bolsa-Família, mas empaca na hora de dar um salto de qualidade em educação e saúde. Com melhoras modestas, se mantém sem grandes oscilações nos rankings internacionais, enquanto outros avançam mais rápido e com mais consistência.
O Brasil recuou do 68º para o 69º lugar na classificação pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que avalia 177 países. O ranking, elaborado a partir da análise de dados de 2004, revela que o País apresentou uma discreta melhora em seu IDH. Do 0,788 conquistado em 2003, passou para 0,792. O avanço, porém, não foi suficiente para garantir a posição do Brasil, agora ocupada pela Bielo-Rússia, que cresceu em ritmo mais rápido no último ano.
Com essa classificação, o Brasil continua a integrar o grupo de 83 países de desenvolvimento humano médio. Nas próximas páginas, reportagens mostram o que isso representa no cotidiano de famílias brasileiras.
O desempenho do País foi bem abaixo da Noruega, que pela sexta vez consecutiva é primeira colocada no ranking, agora com IDH 0,965. A pontuação máxima é 1, e a mínima, zero. O último colocado é Níger, com 0,311.
Os resultados do relatório tornam evidente o longo caminho que terá de ser percorrido para que se concretize o projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de transformar o Brasil num país desenvolvido, anunciado logo após confirmada a reeleição.
As dificuldades são muitas. O relatório mostra, por exemplo, que 28 países classificados como subdesenvolvidos têm IDH superior ao brasileiro. O País também cresceu nos últimos anos num ritmo mais lento que os vizinhos. Entre 2000 e 2004, o IDH brasileiro subiu 0,22%, ante 0,48% da Colômbia e 0,47% do Chile.
O relatório indica também que a melhora do IDH alcançada pelo Brasil é impulsionada por um fator atípico: o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. O IDH é fruto da combinação de quatro fatores: variação do PIB per capita, taxas de adultos alfabetizados, taxas de matrículas e expectativa de vida.
Um ajuste na metodologia para análise dos dados de matrícula, feito neste ano, mostra que o País continua devendo avanços na educação. Não são mais consideradas as inscrições de educação de jovens e adultos, como ocorria nos anos anteriores. A mudança de critério atingiu 31 países, além do Brasil. Para poder fazer uma comparação, se ajustou a metodologia também para os dados do relatório do ano passado. Analisando o desempenho do País nos dois anos, percebe-se que as notas conquistadas na área da educação ficaram praticamente inalteradas.
A expectativa de vida, por sua vez, registrou um pequeno aumento, de 70,5 anos em 2003 para 70,8 anos em 2004.
Já o PIB per capita avançou 3,1%. De 1990 a 2004, a média de crescimento foi de 1,2%.

AINDA MUITO DESIGUAL

Apesar da melhora na renda, o Brasil continua exemplo de desigualdade. No ranking, o País apresenta a 10ª pior colocação de 126 países analisados.
De todo modo, houve evolução, ainda que pequena. No relatório de 2005, o Brasil era o segundo pior em distribuição de renda na América Latina. Perdia somente para a Guatemala. A melhora registrada nos últimos anos foi citada no relatório como um exemplo de que é possível reduzir a desigualdade. Autores do estudo atribuem o avanço ao aumento do salário mínimo e ao Bolsa-Família.
Mesmo com o elogio, o País tem pouco do que se orgulhar nesta área. Somente em 8 dos 126 países avaliados, os 10% mais ricos detêm uma renda nacional maior que a dos ricos brasileiros. Aqui, a faixa mais privilegiada controla 45,8% da renda. Os pobres brasileiros também estão entre os que menos ganham no mundo. Eles ficam com apenas 0,8% da renda nacional. Ganham mais somente do que os pobres da Colômbia, El Salvador, Botsuana, Paraguai, Namíbia, Serra Leoa e Lesoto.

MAIS LISTAS

As desigualdades também ficam evidentes ao se avaliar isoladamente os fatores que formam o IDH ou outros rankings, como o de Pobreza Humana e de Desigualdade entre Gêneros.
No ranking de pobreza humana são avaliados somente 102 países em desenvolvimento. Nesta lista, o Brasil ocupa a 22ª classificação. Quando se avalia isoladamente um dos itens que formam o índice - o risco de morrer antes dos 40 anos - o Brasil despenca para a 95ª colocação: é de 10,3%, mais que o da Nicarágua.
O número de adultos analfabetos também leva o País a ter uma posição ruim no ranking de pobreza: 11,4% dos adultos não sabem ler, o que faz o Brasil ocupar a 58ª posição. No quesito igualdade de sexos, o desempenho também é pífio. O Brasil ocupa o 55º lugar.

quinta-feira, novembro 09, 2006

08/11/2006
MAIS DE 30% DAS CLÍNICAS NÃO TÊM CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Resultado de pesquisa do IBGE foi considerado preocupante. Lei obriga formação de comissão de controle de contaminação

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 35% das clínicas de saúde com leitos para internação não têm controle de infecção hospitalar.
O resultado do estudo foi considerado preocupante pelos especialistas. Desde 1998, uma lei federal obriga todos os hospitais brasileiros a formarem comissão de controle de infecção hospitalar.
Em Araxá (Minas Gerais), os hospitais reforçam os cuidados para evitar a contaminação. Além de medidas de higiene, são feitas buscas de material que pode provocar problemas na unidade de saúde.

Hezbollah

Hezbollah pede armas e dinheiro para palestinos

08/11/2006

O chefe do grupo radical libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu nesta quarta-feira que armas e dinheiro sejam facilitados para os palestinos, após a morte de 18 deles provocada por obuses israelenses em Beit Hanun, na Faixa de Gaza. "Tem de fazer chegar armas, dinheiro e medicamentos para este povo de resistentes e romper o bloqueio que lhe foi imposto. Então, será capaz de repetir a vitória que ocorreu no Líbano", declarou Nasrallah em nota. Ele se referia, assim, aos combates entre 12 de julho e 14 de agosto, no Líbano, entre seu movimento e o Exército israelense, que não conseguiu romper a infra-estrutura militar do Hezbollah. "O que fazem os árabes e seus dirigentes? Por que não expressam sua raiva frente aos crimes sionistas que se repetem? (...) São sempre as mesmas matanças e os mesmos combates", acrescentou. A Liga Árabe solicitou uma reunião de urgência com os ministros das Relações Exteriores da organização e classificou de "matança" os bombardeios israelenses em Beit Hanun.
AFP

Ciência Hoje

Herança do mal Contaminação pela ingestão de alimentos com pesticidas pode ser transmitida de mãe para filho

Os pesticidas usados em cultivos agrícolas ficam acumulados nos animais e são transmitidos ao longo da cadeia alimentar.Um estudo do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB) alerta para a possibilidade de contaminação, durante a gestação e amamentação, de bebês cujas mães tenham ingerido alimentos contaminados com DDT (mais famoso pesticida usado em cultivos agrícolas e no combate a doenças tropicais, como a malária). O trabalho, publicado em julho na revista American Journal of Perinatology , reuniu resultados de dez anos de pesquisas sobre contaminação tóxica por substâncias químicas oriundas de pesticidas. O uso do DDT já foi proibido no mundo inteiro, após a comprovação de seus níveis inseguros de toxicidade. Os xenoestrogênios, substâncias químicas sintéticas e estáveis presentes nos poluentes orgânicos, não se degradam com facilidade e acumulam-se em animais e especialmente em humanos no topo da cadeia alimentar. Essas substâncias ganharam recentemente o nome de desreguladores endócrinos (EAS, na sigla em inglês), quando despertaram o interesse da comunidade científica. “Os desreguladores endócrinos mudam a constituição neuroquímica do ser humano e são capazes de provocar alterações morfofisiológicas”, explica o autor do estudo, o bioquímico José Garrofe Dórea. Apesar de os pesticidas organoclorados (compostos orgânicos com um ou mais átomos de cloro), como o DDT, serem usados em cultivos agrícolas, são os animais que acumulam essas substâncias perigosas ao entrarem em contato com elas. Quanto mais próximo do topo da cadeia alimentar, maior o nível de contaminação do animal. Herbívoros como vacas e ovelhas, usados para a produção de leite e carne vendidos na indústria, são alimentados com ração de origem animal nos criadouros. Se a ração estiver contaminada, o resíduo tóxico irá passar adiante, até chegar ao corpo humano. As pesquisas indicam que substâncias químicas perigosas são transmitidas para os recém-nascidos através da placenta e da glândula mamária. Além disso, estudos já comprovaram que o leite materno de mulheres vegetarianas contém menos substâncias tóxicas do que o de mães não vegetarianas. Embora esses resultados sejam um alerta, Dórea ressalta a importância da amamentação. “O leite da vaca também vem contaminado. Pelo menos o materno é uma garantia de saúde para o bebê.” Conseqüências desse tipo de contaminação já foram comprovadas em animais, como o nascimento de girinos com número de membros alterado ou mudanças no percentual de indivíduos machos e fêmeas em algumas espécies. Em seres humanos, os efeitos colaterais ainda não foram plenamente estudados. “Os EAS aparecem na forma de misturas, cujos componentes causam reações imprevisíveis. Há momentos em que seus efeitos se somam e outros em que se anulam”, diz Dórea. “Por enquanto, é impossível identificar uma substância responsável por determinado tipo de efeito no corpo humano”, complementa. Estudos epidemiológicos já apontam para a aparição de doenças ligadas à contaminação por pesticidas na Europa. Outros relacionam a grande exposição a essas substâncias com alterações na idade da primeira menstruação entre meninas e com o aumento da inversão de comportamento típico de um gênero entre crianças (interesse de meninos por coisas femininas e vice-versa). “Apesar da proibição, ainda vejo o DDT sendo usado, principalmente nos países em desenvolvimento. Ainda não há uma solução tão eficiente para a erradicação da malária, por exemplo”, diz Dórea. “O que a sociedade pode e precisa fazer é exercer melhor controle sobre seus produtos industriais antes de adotar soluções radicais que comprometam o controle de doenças tropicais endêmicas.”

Juliana Tinoco - Ciência Hoje On-line - 01/11/2006

Zero Hora

Inimigos fictícios se defrontam em treino de guerra
Operação Pampa une tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
RODRIGO SANTOS

Militares brasileiros fazem até terça-feira o maior exercício combinado de Forças Armadas na América Latina. A Operação Pampa 2006 une tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que simulam uma guerra para treinar nos três Estados do Sul.
Ontem, em Rio Grande, foi concluída a fase inicial da operação, quando os navios da Marinha transportaram tropas e equipamentos do Exército, antes concentrados na cidade de São Francisco do Sul (SC). Oito navios da esquadra se integraram ao exercício.
Dois deles - o navio de transporte de tropas Ary Parreiras e o navio de desembarque Ceará - foram a atração do dia, atracando no cais do Porto Novo pela manhã. As outras seis embarcações - as fragatas Constituição, Independência, Defensora e Rademaker, o navio-tanque Marajó e a corveta Inhaúma - ficaram fora da Barra de Rio Grande.
Outras atividades da Operação Pampa ocorrem simultaneamente em Canoas e em Rosário do Sul, reunindo um efetivo de quase 10 mil militares no Rio Grande do Sul. Paralelamente, o exercício é realizado em Santa Catarina e no Paraná.
Os mais de 550 militares da Aeronáutica, por exemplo, ingressaram ontem na fase decisiva da operação. No Rio Grande do Sul, 23 aeronaves riscaram os céus em manobras de ataque e defesa. A maior parte dos vôos partiu da Base Aérea de Canoas, que centraliza o planejamento da guerra simulada entre o País Azul e o País Vermelho, inimigos fictícios que se defrontam em terra, mar e ar.

Uma das missões era transferir combustível
O dia de temperatura amena e sem chuva favoreceu as operações. Jatos Tiger F-5 e AMX-A1 travaram duelos virtuais, ciceroneados por aviões-radar R-99A, que monitoram vôos num espaço de até 400 quilômetros. Essas aeronaves são capacitadas até para interceptar comunicações telefônicas e radiofônicas.
Os caças foram reabastecidos em pleno ar por aviões Hércules KC-130, dotados de 10 mil litros de combustível cada. A transferência do querosene de uma aeronave a outra, em vôo, é uma das mais difíceis missões da guerra simulada.

quarta-feira, novembro 08, 2006

ONU estuda sanções contra Irã

ONU estuda sanções contra Irã
EUA e Rússia apresentam emendas ao projeto europeu
REUTERS E AFP

Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU começaram ontem a discutir um projeto de resolução europeu contra o Irã por sua recusa em paralisar seu programa de enriquecimento de urânio.
O texto é o mesmo que foi discutido nas últimas duas semanas pelos membros permanentes do Conselho de Segurança - EUA, China, Grã-Bretanha, França e Rússia - e pela Alemanha, mas também serão examinados alguns pedidos de emendas apresentados por Moscou e Washington.
O Irã assegura que seu programa de enriquecimento de urânio tem apenas fins pacíficos e busca suprir suas crescentes necessidades de energia. Mas os EUA temem que o Irã (segundo produtor mundial de petróleo) esteja tentando fabricar armas nucleares.
Entre as emendas apresentadas pelo embaixador americano na ONU, John Bolton, para endurecer o tom da resolução, está a especificação de que o Conselho considere as atividades do Irã uma ameaça à paz e à segurança internacionais.
Os EUA acusaram ontem a Rússia de abandonar seus compromissos iniciais de encontrar uma resposta internacional ao programa nuclear iraniano. Bolton disse que as mudanças que Moscou propôs no projeto de resolução estão em conflito com o compromisso feito em julho pelo chanceler russo, Serguei Lavrov.
Na reunião daquele mês em Paris, os cinco membros permanentes e a Alemanha concordaram em sancionar o Irã caso o país não paralisasse o enriquecimento de urânio até 31 de julho e não permitir que Teerã amplie a crise por causa de seu programa.
A Rússia, apoiada pela China, apresentou várias emendas para suavizar algumas das sanções propostas e eliminar outras. Moscou afirmou que aceitará algumas sanções se elas tiverem um prazo definido e se houver mecanismos para eliminá-las assim que tiverem cumprido seu propósito.
O projeto de resolução apresentado por Grã-Bretanha, França e Alemanha propõe a proibição da venda e fornecimento de equipamento e tecnologia que contribuam para os programas nuclear e de mísseis balísticos do Irã. Também prevê sanções individuais - proibição de viagens e congelamento de bens - de pessoas envolvidas nesses programas e proíbe a formação técnica vinculada a esses projetos.
O projeto de resolução, no entanto, não exige a paralisação da construção, pela Rússia, da central nuclear iraniana de Bushehr.
Segundo fontes diplomáticas, a Rússia se opõe às sanções individuais e estaria disposta a aceitar unicamente um embargo sobre equipamentos e materiais 'sensíveis'.

Canal do Panamá

Cadeira no Conselho da ONU fica com o Panamá


Depois de quatro meses e 48 votações, a Assembléia Geral da ONU escolheu ontem o Panamá para ocupar a segunda vaga não-permanente no Conselho de Segurança reservada à América Latina e Caribe.
O país centro-americano foi a solução de compromisso após o impasse criado pelo confronto da Guatemala, apoiada pelos EUA, com a Venezuela -o presidente Hugo Chávez buscava uma tribuna para denunciar a hegemonia americana.
Na votação de ontem, o Panamá recebeu 164 votos, bem mais que os 120 necessários. Com isso, está agora completo o quadro das novas delegações do CS, no qual ingressam a Bélgica, a Indonésia, a Itália, o Panamá e a África do Sul.
A disputa pelo assento foi a terceira mais longa nos 61 anos de história do conselho. O Panamá substituirá a Argentina. O Peru, com mandato até o final de 2007, será o outro representante do bloco geográfico.