"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

segunda-feira, dezembro 26, 2011

Comentário

Li em Carta que terminamos o ano com uma noticia que tem dois lados. A farra das festas no Congresso empurrou a votação do Projeto de Lei 1992/07 que altera as regras da aposentadoria para fevereiro.

A razão pela qual considero dupla situação é que mais uma vez o Congresso dá mostras de todo seu empenho e respeito pelo povo brasileiro, encerrando já no dia 14 de dezembro as votações. A segunda que é o lado excelente da notícia é o fato de que o Partideco (com poucas resistências) está disposto a por um teto na aposentadoria do Servidor Público, que ficaria igual ao do INSS, ou seja, R$ 3.691,41.

O Governo Dilma, na contramão de tudo o que vinha fazendo e conquistando o apoio popular através da melhoria de renda das classes mais favorecidas resolve achatar o salário dos aposentados federais.

Se tal teto valesse para o próprio salário (o da presidência), da Justiça como um todo, do Legislativo e todos os outros que acumulam aposentadorias que superam em muito esse teto eu até não criticaria, mais sei que não é o caso.

Segundo o Dieese o valor do salário mínimo para novembro de 2011 seria de R$ 2.329,94, o que corresponde a 4,31 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00.

Nesse caso o Governo Dilma está propondo que os aposentados federais ganhem algo em torno de 1,5 salários mínimos (pelos cálculos do Dieese, que tem como fundo de base a garantia do que está previsto na Constituição). Lembrando que os aposentados depois de 30 anos de serviço deveriam, em tese, ter o direito de descansar, o que com esse salário não vai ocorrer.

Se levarmos em consideração os gastos com previdência privada (o SUS sabemos como é), medicação, alimentação, vestimenta, etc. Os aposentados federais, como seus congêneres privados viveram em uma situação de caos.

Ao invés dos aposentados do setor privado terem como objeto de luta, sua libertação das amarras da Lei 8.212 de 24 de Julho de 1991, que estabeleceu o teto do setor privado, e buscarem a equiparação com o setor público. O setor público é que agora tem que lutar contra esse achatamento pernicioso.

Vemos assim que o Governo ao invés de buscar o gradual aumento do salário mínimo para os valores estimados pelo Dieese que gerariam uma vida digna, está ao contrário achatando todas as aposentadorias, reduzindo a qualidade de vida da população aposentada como um todo (menos é claro dos setores que já comentei). É uma grande decepção com o Governdo de Dilma Roussef, que até agora parecia rumar para atender os interesses da melhoria de vida da sociedade como um todo. O que infelizmente não é o caso.

sábado, dezembro 24, 2011

Natal com Gardênias

recebido por e-mail – 23 dez 2011

“As pequenas árvores de buxos, enfeitadas apenas com velas, significavam simbolicamente que em uma Noite Sagrada viera a Luz para a Terra...” (Roselis von Sass)

O perfume da gardênia trazido pelo vento entra sorrateiro pelo escritório de trabalho e faz sonhar e passear por outras paragens, ainda que o teclado do computador não pare de digitar. Lembro que as gar­dênias reinavam em outra parte do terreno. Eu havia plantado essas mesmas mudas em local estratégico para doar aroma a quem passasse pela calçada. Mas não deu certo. As gardênias eram roubadas, assim que abertas. Pior que roubar uma flor é roubar um aroma, pior que roubar um aroma é roubar a beleza, pior que roubar a beleza é roubar o sonho.

Amanhã é Natal. Ninguém sabe, mas descobri que o Natal foi roubado, assim como as minhas gardênias. Percebi isso ao entrar no Shopping, formigando de gente nervosa lutando por uma vaga no estacionamento. Mas decidi que do mesmo jeito que transplantei as gardênias para dentro dos meus portões, longe de um ladrão qualquer, poderia transplantar meu Natal para um lugar exclusivo dentro de mim.

Li que povos antigos comemoravam o Natal antes mesmo de ele existir. Não era bem o Natal, mas nessa mesma época de dezembro, já existia entre diversos povos, como romanos, incas e sumerianos, uma comemoração em prol da vida e do amor. Eram festas, em que os presentes trocados entre as pessoas eram bons e nobres sentimentos de amizade e bem querer.

A idéia de uma estrela brilhando que anuncia um nascimento é forte, eu diria, inesquecível. Fico imaginando... aonde foram parar os pensamentos sobre isso? Teriam sido roubados pela falta de tempo ou pela obrigação de comprar presentes? Ou teria sido o Papai Noel?

Dezembro é um mês especial. Não é só o mês que exala o perfume das gardênias. Dezembro é o mês que exala o encanto da vida que insiste em amar e surpreender quem tem olhos para ver. É o mês que desabrocha dadivoso e cheio de emoção aos pés de quem quiser sentir. Isso me lembrou Rainer Maria Rilke que diz sobre os dezembros e os janeiros de cada vida: “Se a sua vida diária parece pobre, não a culpe; culpe a si mesmo; admita para si mesmo que você não é poeta o bastante para atrair as riquezas da sua vida; porque para o criador não há pobreza nem lugar pobre e insignificante.”

Será que é possível recuperar o Natal? E depois, ainda, transformar cada dia da vida em Natal, como quem transforma um dia nublado em dia de sol e devoção?

(Sibélia Zanon)

‘A Privataria Tucana’ marca o fim de uma era

retirado do site de Carta Capital – 24 dez 2011

Luis Nassif

21.12.2011 09:12

 

O livro “A Privataria Tucana” marca o desfecho de uma era, ao decretar o fim político de José Serra. A falta de respostas de Serra ao livro – limitou-se a taxá-lo de “lixo” – foi a comprovação final de que não havia como responder às denúncias ali levantadas.

O ex-governador tucano José Serra. Foto: Filipe Araújo/AE

O livro mostra como, após as privatizaçōes, o Banco Opportunity – um dos maiores beneficiados – aportou recursos em paraísos fiscais, em empresas da filha Verônica Serra. Depois, como esse dinheiro entrou no país e serviu, entre outras coisas, para (simular) a compra da casa em que Serra vive.

Tem muito mais. Mostra a extensa rede de pessoas cercando Serra que, desde o início dos anos 90, fazia negócios entre si, utilizando o Banespa, o Banco do Brasil, circuitos de paraísos fiscais, as mesmas holdings utilizadas por outros personagens controvertidos para esquentar dinheiro

Provavelmente o livro não suscitará uma CPI, pela relevante razão de que o sistema de doleiros, paraísos fiscais, foi abundantemente utilizado por todos os partidos políticos, incluindo o PT. Aliás, uma das grandes estratégias de José Dirceu, assim que Lula é eleito, foi mapear e cooptar os personagens estrangeiros da privatização que, antes, orbitavam em torno de Serra.

Essa a razão de ter terminado em pizza a CPI do Banestado, que expunha personagens de todos os partidos.

Leia também:
Protógenes diz ter acordo para a CPI
‘Não dificultaremos’, promete Marco Maia
O ruído virtual do silêncio
Mino Carta: Só mesmo no Brazil-zil-zil

Câmara paulistana corta CartaCapital do clipping

Nesse imbróglio nacional, a posição mais sensível é a de Serra – e não propriamente para a opinião pública em geral, mas para seus próprios correligionários. Afinal, montou um esquema que em nada ficou a dever a notórios personagens da República, como Paulo Maluf. Jogou pesado para enriquecimento pessoal e da família.

Com as revelações do livro, quebra-se a grande defesa de Serra, algo que talvez a sociologia tenha estudado e que poderia ser chamada de “a blindagem dos salões”. É quando personagens controvertidos se valem ou do mecenato, das artes, ou da proximidade com intelectuais para se blindarem. O caso recente mais notável foi o de Edemar Cid Ferreira e seu Banco Santos.

Serra dispunha dessa blindagem, por sua condição de economista reputado nos anos 80, de sua aproximação com o Instituto de Economia da Unicamp. Graças a isso, todos os pequenos sinais de desvio de conduta eram minimizados, tratados como futrica de adversários.

O livro provocou uma rachadura no cristal. De repente todas aquelas peças soltas da história de Serra foram sendo relidas, o quebra-cabeças remontado à luz das revelações do livro.

Os sistemas de arapongagem, que permitiram a ele derrubar a candidatura de Roseana Sarney no episódio Lunus; o chamado “jornalismo de esgoto” que o apoiou, as campanhas difamatórias pela Internet, as suspeitas de dossiê contra Paulo Renato de Souza, Aécio Neves, o discurso duplo na privatização (em particular apresentando-se como crítico, internamente operando os esquemas mais polêmicos), tudo ganhou sentido à luz da lógica desvendada pelo livro.

Fica claro, também, porque o PSDB – que ambicionava os 20 anos de poder – jogou as eleições no colo de Lula.

Todas as oportunidades de legitimação da atuação partidária foram preteridas, em benefício dos interesses pessoais da chamada ala intelectual do partido.

A perda do bonde do real

No início do real, os economistas enriqueceram com operações cambiais, em cima de uma apreciação do real que matou a grande oportunidade de criação de um mercado de consumo interno. A privatização poderia ter sido conduzida dentro de um modelo de fundos sociais, que permitiria legitimá-la e criar um mercado de capitais popular no país. Mas os interesses pessoais se interpuseram no caminho do projeto político do partido.

O cavalo encilhado

O fim da inflação permitiu o desabrochar de um mercado de consumo de massa, dez anos antes que o salário mínimo, Bolsa Família e Pronaf abrissem espaço para a nova classe média. Estariam assegurados os 20 anos de poder preconizados por Sérgio Motta, não fosse o jogo cambial, uma manobra de apreciação do real que enriqueceu os economistas mas estagnou a economia por uma década. FHC jogou fora a chance do partido e do país. Conto em detalhes essa história no livro “Os Cabeças de Planilha”.

A falta de Mário Covas

Fica claro, também, a falta que Mário Covas fez ao PSDB. Com todas as críticas que possam ser feitas a ele, a Lula e a outros grandes políticos, havia neles o sentimento de povo. Na campanha de 2006, ouvi de Geraldo Alckmin a crítica – velada – à ala supostamente intelectual do PSDB. “Covas sempre me dizia para, nos finais de semana, andar pelas ruas, visitar bairros, cidades, para não perder o sentido do povo”.

Os construtores e os arrivistas

Não se vá julgar impolutos Covas, Lula, Tancredo, Ulisses, o grande Montoro, Grama e outros fundadores do Brasil moderno. Dentro do modelo político brasileiro, montaram acordos nem sempre transparentes, participaram dos pactos que permitiam o financiamento partidário, familiares se aproveitaram das relações políticas para pavimentar a vida profissional. Mesmo assim, imperfeitos que eram – como políticos e seres humanos – havia neles a centelha da transformação, a vontade de deixar um legado, o apelo da redemocratização.

A ala intectual do PSDB

Esses atributos passavam ao largo das ambições da ala intelectual do partido, os economistas financistas de um lado, o grupo de Serra do outro. O individualismo exacerbado, a ambição pessoal, a falta de compromisso com o próprio partido e, menos ainda, com o país, fizeram com que não abrissem espaço para a renovação. Com exceção de Serra, FHC não legou para o partido um ministro sequer com fôlego político. Como governador, Serra não permitiu o lançamento político de um secretário sequer.

A renovação tímida

A renovação do PSDB se deu pelas mãos de Alckmin – ele próprio não revelando um secretário sequer com fôlego para sucedê-lo – e, fora de São Paulo, de Aécio Neves. Ao desvendar as manobras de Serra, o livro fecha um ciclo de ódio, personalismo, de enriquecimento de pessoas em detrimento do país e do próprio partido. No começo, será um baque para o PSDB. Passado o impacto inicial, será a libertação para o penoso reinício político.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Cena brasileira

recebido por e-mail – 23 dez 2011

O médico José Guilherme Vartanian apareceu hoje na mídia nacional - como na entrevista à Globo News - para falar do tratamento do câncer do ex-presidente Lula. Ele não aparecia tanto em veículos de comunicação desde que, em dezembro de 1992, matou a socos e pontapés o maringaense Marcos Takashi Kawamoto, na frente do bar Ópera. Marcos, que trabalhava no Japão, estava em Maringá para passar o Natal com a família; Vartanian, que estudava Medicina na UEL, em Londrina, perseguiu a vítima antes de espancá-la até a morte. O caso andou lentamente; em primeira e segunda instância, decidiu-se que ele iria a júri popular; quando o caso chegou em Brasília, ficou cinco anos parado, até obter o voto do ministro Hamilton Carvalhido, que apontou a prescrição. A lei estabelece que o prazo para a prescrição é reduzido à metade quando o réu tem menos de 21 anos. A família de Marcos, que havia feito passeata em Maringá e protestado defronte o TJ-PR, até hoje não compreende a falta de justiça do caso.
À época, o advogado Israel Batista de Moura, assistente de acusação, apresentou pedido de providências contra a demora no STJ, que começava com uma frase de Rui Barbosa: "Justiça tardia não é Justiça, é injustiça manifesta". Em 2008, 16 anos depois da morte, o caso foi declarado prescrito, sem punição a Vartanian, hoje sob os holofotes da imprensa.

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Cracolândia na Rua Dona Eugênia – Porto Alegre

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 16 de novembro de 2011.

    Antes, aparecia só um ou outro dependente de crack. Hoje, dos sete pacientes internados na minha clínica, que tem mensalidade de 13.500 reais, três são viciados nessa droga. Tem advogado, filósofo, professor... O poder viciante é   impressionante. De cada dez pessoas que provam bebida alcoólica, uma vira dependente. Com o crack, são nove. Quem fuma não precisa de mais nada. Encontra tudo na droga. Tem a sensação de que é forte e invulnerável. Rapidinho, o prazer da droga desaparece, mas a lembrança eufórica faz com que a pessoa não consiga largar. Ela fica agressiva, perde a autocrítica. Se precisar pisar no pescoço da mãe para conseguir a droga, vai pisar. Quem fuma crack vira um monstro.

(Psiquiatra Jorge César Gomes de Figueiredo)

Os altos da Rua Dona Eugênia, no Bairro Santa Cecília, em Porto Alegre, RS, onde passei minha adolescência era um exemplo de sadia comunidade onde os vizinhos eram gentis parceiros e não raras vezes amigos. As residências ostentavam belas árvores e jardins bem cuidados, se passeava pelas ruas limpas e arborizadas com segurança.

- Índice de Área Verde (IAV)

“Áreas verdes” é um termo que se aplica a diversos tipos de espaços urbanos que têm em comum o fato de serem abertos, acessíveis; relacionados com saúde e recreação ativa e passiva, proporcionaram interação das atividades humanas com o meio ambiente.
(José Alexandre Melo Demattê)

O IAV da cidade de Porto Alegre, RS, é de 13,5 m² por habitante bastante inferior à de Curitiba que ultrapassa os 50 m². Nossos administradores parecem desconhecer que a vegetação das áreas privadas possui um papel fundamental no IAV e que Curitiba só atingiu esse alto índice graças a uma inteligente política de incentivo fiscal. Este incentivo proporciona abatimento no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) proporcionalmente à área do terreno que é mantida com cobertura vegetal pelo proprietário, em alguns casos essa isenção pode chegar a até 100%.

A arborização urbana contribui significativamente para a melhoria da qualidade ambiental das cidades regularizando o ciclo hidrológico, moderando os extremos climáticos, permitindo a sobrevivência da fauna e reduzindo os níveis de poluição atmosférica. Além disso, proporciona um imenso bem-estar ao cidadão quebrando a monotonia das cidades e permitindo sua integração a um ritmo mais natural cuja harmonia se reflete profundamente nos aspectos psicológico e espiritual.

- Cracolândia na Dona Eugênia

A roda do tempo seguiu sua lenta e inexorável marcha, frios edifícios tomaram o lugar das decanas e amistosas casas, os jardins e árvores centenárias foram aniquilados, os cumprimentos efusivos de outrora foram substituídos pela frieza e indiferença, o respeito aos mais velhos e à tradição pela falta de educação. As crianças transformaram o carinho para com os animais domésticos alheios em uma gratuita e desumana provocação que conta, na maior parte das vezes, com a aquiescência dos pais omissos, tornando os pobres animais irritados e estressados. O acolhedor Bairro residencial de outrora transformou-se em mais um aglomerado de zumbis. Diz o velho ditado que “nada está tão ruim que não possa piorar”. Recentemente a empresa

POLIDO ARQUITETURA E INTERIORES

Marcelo Polido

Rua Dr. Alcides Cruz 136, 202

adquiriu duas decanas casas na região e não providenciou nenhum tapume ou vigilância para as mesmas. Como era de se esperar as casas abandonadas se transformaram em um antro de marginais e viciados que as invade todas as noites promovendo badernas e importunando a pacata vizinhança. Somente a nossa gloriosa Brigada Militar tem cumprido sua missão constitucional comparecendo sempre que chamada pela vizinhança para expulsar os invasores.

Não sei até quando ficaremos à mercê da bandidagem, a empresa já foi contatada diversas vezes e nenhuma providência foi tomada. Ao adentrar nas dependências das casas a atuante Brigada Militar constatou que além da depredação, existem restos de comida, lixo e dejetos por onde circulam enormes ratos. O caso se tornou de polícia esaúde pública, mas a “POLIDO ARQUITETURA E INTERIORES” continua se negando a tomar qualquer tipo providência. Estarão esperando que os marginais incendeiem as antigas moradias ou que façam alguma vítima nas redondezas?

Conclamamos aos amigos e moradores da vizinhança que se juntem a nós nessa cruzada cobrando da POLIDO ARQUITETURA E INTERIORES e de seu proprietário MARCELO POLIDO providências urgentes antes que um mal maior aconteça.

– Livro

O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura(http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.

  • Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
  • Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
  • Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
  • Vice-Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul
  • Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
  • Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional

CHOREM BRASILEIROS!

Dois fatos aconteceram no mês de dezembro de 2011.
Um que deveria ser orgulho de todos os brasileiros e outro que mostra a torpeza humana quando guiada pela cegueira da paixão política ideológica.

MORREU UM HEROI NACIONAL.
Faleceu no último dia 3 de dezembro em Niteroi, Rio de Janeiro, de causas naturais aos 93 anos de idade, o veterano da FEB Coronel Iporan Nunes de Oliveira.
O senhor já ouviu falar neste brasileiro, que como 1º tenente na FEB conquistou a cidade de MONTESE?
O seu pelotão progredindo com dificuldade em meio a intenso bombardeio da artilharia alemã, ele e seus soldados conseguiram atingir as alturas da cidade, embora fossem cortados do restante das tropas.
No dia seguinte, consolidaram as posições de dominação da localidade, destruindo os últimos focos de resistência inimiga.
A sua valentia e a sua liderança mereceram o reconhecimento de dois Países.
Por sua extrema tenacidade na liderança do pelotão durante o ataque, o TENENTE IPORAN FOI CONDECORADO PELO EXÉRCITO DOS EUA COM A SILVER STAR - QUE FOI-LHE ENTREGUE PESSOALMENTE PELO GENERAL CHARLES GERHALT EM CUIABÁ, NO DIA 15 DE JULHO DE 1946.
ELE TAMBÉM RECEBEU A ORDEM DO IMPÉRIO BRITÂNICO, CONCEDIDA PELO MARECHAL-DE-CAMPO HAROLD ALEXANDER NO RIO DE JANEIRO, EM 15 DE JUNHO DE 1948.
Recebeu inúmeras medalhas nacionais, também, mas ao morrer nenhuma homenagem.
Foi esquecido pelo seu País; Ele e o seu Pelotão arriscaram a vida lutando pela liberdade.
ADEUS, QUERIDO HEROI BRASILEIRO!
SEU NOME ENCONTRA-SE GRAVADO NO CORAÇÃO DOS VERDADEIROS BRASILEIROS!

Neste mesmo mês um criminoso, um assassino completaria 100 anos e foi homenageado por autoridades brasileiras como se alguma coisa tenha feito pelo Brasil.
Foi até anistiado e a família deste facínora irá receber dinheiro por ter combatido a liberdade e ter querido implantar uma ditadura.
O GRUPO GUARARAPES irá transcrever alguns trechos do artigo muito bem escrito por Reinaldo Azevedo para que os amigos não deixem de ler a desgraça que vai sendo implantando no nosso Querido Brasil.
” Carlos Marighella, chefe do grupo terrorista “Ação Libertadora Nacional” (ALN),  foi homenageado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Declarou, então, a conselheira Ana Maria Guedes:
“A Comissão da Anistia, em nome do Estado brasileiro, faz os mais sinceros pedidos de desculpas pelas atrocidades que foram cometidas contra o herói do povo brasileiro, Carlos Marighella”.
Como é que é?! Em nome do Estado? Do povo?
“Marighella era o chefe da ALN, que MATOU UMA PENCA DE PESSOAS, muitas delas sem qualquer ligação com a luta política.”
“Também omite o fato de que ele foi o autor do “Mini Manual da Guerrilha Urbana, em que faz aberta e explicitamente a defesa do terrorismo e do assassinato de soldados.”
E, como é sabido, não ficou apenas na teoria.Abaixo, a lista de pessoas assassinadas pela ALN, sozinha ou em associação com outros grupos”.
“AS FAMÍLIAS DESSAS PESSOAS NÃO FORAM NEM SERÃO INDENIZADAS.
A COMISSÃO DE ANISTIA EXISTE PARA CONCEDER BENEFÍCIOS SÓ A ESQUERDISTAS CONSIDERADOS 'VÍTIMAS DO REGIME MILITAR'.
Os mortos de esquerda são heróis.
Os que não são, perdem até o direito de ter um nome. Aliás, o fato desaparece”.
Como se nota, o jornalismo brasileiro, com as exceções de praxe, tenta enterrar a memória. Vai aqui mais uma contribuição à Comissão da Verdade.
“PESSOAS ASSASSINADAS PELA ALN, DO “HERÓI” CARLOS MARIGHELLA
- 10/01/68 - AGOSTINHO FERREIRA LIMA - Marinha Mercante - Rio Negro – AM.
No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados  por Ricardo Alberto Aguado Gomes, “Dr. Ramon”, que, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN).Neste  ataque, Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a morrer no dia 10/01/68.

- 08/05/69 - JOSÉ DE CARVALHO - Investigador de Polícia -  SP
Atingido com um tiro na boca durante um assalto a uma agência do União de Bancos Brasileiros,
em Suzano, no dia 07 de maio, morreu no dia seguinte.
Nessa ação, os terroristas feriram, também, Antonio Maria Comenda Belchior e Ferdinando Eiamini. Participaram os seguintes terroristas da ALN: Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Takao Amano, Ney da Costa Falcão, Manoel Cyrilo de Oliveira Neto e João Batista Zeferino Sales Vani. Amano foi baleado na coxa e operado em um “aparelho médico” por Boanerges de Souza Massa, médico da ALN.

- 22/06/69 - GUIDO BONE - soldado PM - SP
Morto por militantes da ALN que atacaram e incendiarama rádio-patrulha RP 416, da então Força Pública de São Paulo, hoje Polícia Militar, matando os seus dois ocupantes, os soldados Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, roubando suas armas.

- 22/06/69 - NATALINO AMARO TEIXEIRA - Soldado PM - SP
Morto por militantes da ALN na ação acima relatada.

- 03/09/69 - JOSÉ GETÚLIO BORBA - Comerciário - SP
Os terroristas da ALN Antenor Meyer, José Wilson Lessa Sabag, Francisco José de Oliveira e Maria Augusta Tomazresolveram comprar um gravador na loja Lutz Ferrando, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua São Luis.
O pagamento seria feito com um cheque roubado num assalto. Descobertos, receberam voz de prisão e reagiram.
Na troca de tiros, o guarda civil João Szelacsak Neto ficou ferido com um tiro na coxa, e o funcionário da loja, José Getúlio Borba, foi mortalmente ferido. Perseguidos pela polícia, o terrorista José Wilson Lessa Sabag matou a tiros o soldado da Força Pública (atual PM) João Guilherme de  Brito.

- 03/09/69 - JOÃO GUILHERME DE BRITTO - solado da Força Pública – SP
(ver relato acima)

- 11/03/70 - NEWTON DE  OLIVEIRA NASCIMENTO -  Soldado PM - RIO DE JANEIRO
No dia 11/03/70, os militantes do grupo tático armado da ALN Mário de Souza Prata, Rômulo Noronha de Albuquerque e Jorge Raimundo Júniordeslocavam-se num carro Corcel azul, roubado, dirigido pelo último, quando foram interceptados no bairro de Laranjeiras por uma patrulha da PM.
Suspeitando do motorista, pela pouca idade que aparentava, e verificando que Jorge Raimundo não portava habilitação, os policiais ordenaram-lhe que entrasse no veículo policial, junto com Rômulo Noronha Albuquerque, enquanto Mauro de Souza Prata, acompanhado de um dos soldados, iria dirigindo o Corcel até a delegacia mais próxima. Aproveitando-se do descuido dos policiais, que não revistaram os detidos, Mário, ao manobrar o veículo para colocá-lo à frente da viatura policial, sacou de uma arma e atirou, matando com um tiro na testa o soldado da PM Newton Oliveira Nascimento, que o escoltava no carro roubado.
O soldado Newton deixou a viúva, Luci, e duas filhas menores, de quatro e dois anos.

- 29/08/70 - JOSÉ ARMANDO RODRIGUES - Comerciante - CE
Era proprietário da firma Ibiapaba Comércio Ltda. Depois de sua loja ser assaltada, foi seqüestrado, barbaramente torturado e morto a tiros por terroristas da ALN. Seu carro foi lançado num precipício na serra de Ibiapaba, em São Benedito, CE.
Autores: Ex-seminaristas Antônio Espiridião Neto e Waldemar Rodrigues Menezes (que fez os disparos), José Sales de Oliveira, Carlos de Montenegro Medeiros, Gilberto Telmo Sidney Marques, Timochenko Soares de Sales e Francisco William.

- 14/09/70 - BERTOLINO FERREIRA DA SILVA - segurança - SP
Morto durante assalto praticado pelas organizações terroristas ALN e MRT ao carro pagador da empresa Brinks, no Bairro do Paraíso, em são Paulo.

-15/04/71 - HENNING ALBERT BOILESEN - Industrial - SP
Ligado à Operação Bandeirantes, que combatia as organizações de esquerda, foi assassinado, entre outros, por Carlos Eugênio da Paz (há depoimento deste senhor no blog).
Participaram ainda dação os terroristas Yuri Xavier Pereira, Joaquim Alencar Seixas, José Milton Barbosa, Dimas Antonio Casimiro e Antonio Sérgio de Matos.
No relatório escrito por Yuri, apreendido pela polícia, lê-se:
“Durante a fuga, trocávamos olhares de contentamento e satisfação. Mais uma vitória da Revolução Brasileira”.
Sobre o corpo de Boilesen, atingido por 19 tiros, panfletos da ALN e do MRT, dirigidos “Ao Povo Brasileiro”, traziam a ameaça: “Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são.
Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente”.

- 20/01/72 - SYLAS BISPO FECHE - Cabo PM São Paulo - SP
O cabo Sylas Bispo Feche integrava uma Equipe de Busca e Apreensão do DOI/CODI/II Exército.
Sua equipe executava  uma ronda quando um carro VW, ocupado por duas pessoas, cruzou um sinal fechado quase atropelando uma senhora que atravessava a rua com uma criança no colo.
A sua equipe saiu em perseguição ao carro suspeito, que foi interceptado.
Ao tentar aproximar-se para pedir os documentos dos dois ocupantes do veículo, o cabo Feche foi metralhado. Dois terroristas, membros da ALN, morreram.

- 01/02/72 - IRIS DO AMARAL - Civil - RJ
Morto durante um tiroteio entre terroristas da ALN e policiais.
Ficaram feridos nesta ação os civis Marinho Floriano Sanches, Romeu Silva e Altamiro Sinzo. Autores: Flávio Augusto Neves Leão Salles (”Rogério”, “Bibico”) e Antônio Carlos Cabral Nogueira (”Chico”, “Alfredo”.)

- DAVID A. CUTHBERG - Marinheiro inglês - RJ
A respeito desse assassinato, sob o título “REPULSA”, o jornal “O Globo” publicou:
“Tinha dezenove anos o marinheiro inglês David  A. Cuthberg que, na madrugada de sábado, tomou um táxi com um companheiro para conhecer o Rio, nos seus aspectos mais alegres.
Ele aqui chegara como amigo, a bordo da flotilha que nos visita para comemorar os 150 anos de Independência do Brasil.
Uma rajada de metralhadora tirou-lhe a vida, no táxi que se encontrava.
Não teve tempo para perceber o que ocorria e, se percebesse, com certeza não poderia compreender.
Um terrorista, de dentro de outro carro, apontara friamente a metralhadora antes de desenhar nas suas costas o fatal risco de balas, para, logo em seguida, completar a infâmia, despejando sobre o corpo, ainda palpitante, panfletos em que se mencionava a palavra liberdade.
Com esse crime repulsivo, o terror quis apenas alcançar repercussão fora de nossas fronteiras
para suas atividades, procurando dar-lhe significação de atentado político contra jovem inocente,
em troca da publicação da notícia num jornal inglês.
O terrorismo cumpre,no Brasil, com crimes como esse,o destino inevitável dos movimentos a que
faltam motivação real e consentimento de qualquer parcelada opinião pública: o de não ultrapassar os limites dosimples banditismo, com que se exprime o alto grau de degeneração
dessas reduzidas maltas de assassinos gratuitos”.
A ação criminosa foi praticada pelos seguintes terroristas, integrantes de uma frente formada por três organizações comunistas: - ALN - Flávio Augusto Neves Leão Salles (”Rogério”, “Bibico”), que fez os disparos com a metralhadora, Antônio Carlos Nogueira Cabral (”Chico”, “Alfredo”), Aurora Maria Nascimento Furtado (”Márcia”, “Rita”), Adair Gonçalves Reis(”Elber”, “Leônidas”, “Sorriso”);

CHOREM BRASILEIROS!
A BANDEIRA NACIONAL DEVERIA SE ENCONTRAR A MEIO PAU EM HOMENAGEM AO TENENTE IPORANNUNES DE OLIVEIRA.
NADA, NEM UM TOQUE DE SILÊNCIO!
INFELIZ PAÍS EM QUE ASSASSINOS, QUE MATAM BRASILEIROS SÃO “HOMENAGEADOS” E OS VERDADEIROS HEROIS ESQUECIDOS?
SENTIDO!
ARMA EM FUNNERAL!
EM CONTINÊNCIA AO HERÓI IPORAN QUE DEFENDEU A PÁTRIA!
E A DEMOCRACIA!
GRUPO GUARARAPES

“QUEM ACEITA O MAL SEM PROTESTAR, COOPERA REALMENTE COM ELE”.
MARTIN LUTHER KING

domingo, dezembro 18, 2011

Como Fernando Henrica

Palmério Doria - 18 de Dezembro de 2011 às 08:30

O CASO PARIBAS OU FRAUDE À FRANCESA DO PRÍNCIPE DOS OCIÓLOGOS

Acho que Protógenes Queiroz nem sonhava com uma candidatura quando me falou pela primeira vez do Caso Paribas. Não apenas falou: de noite, no saguão do hotel em que se hospedava entre uma e outra operação em São Paulo, fez mapa minucioso da armação de tucanos de megabico para manipular a dívida externa em seu proveito.

A segunda vez foi em sua primeira entrevista à imprensa, na sede da revista Caros Amigos, que durou de 2 da tarde às 7 da noite. De tudo se tratou. Selecionei apenas o capítulo que trata do Caso Paribas, que pode levar à convocação de FHC e Armínio Fraga, entre outros, pelo Congresso.

Não por coincidência, depois da entrevista, a caixa d’água veio abaixo na vida de Protógenes.

PALMÉRIO DÓRIA - Você está falando do Fernando Henrique Cardoso?

Fernando Henrique Cardoso.

PALMÉRIO DÓRIA - Você está falando do Paribas, de como o presidente manipulou e ganhou com isso?

Exatamente. Nossa dívida externa é artificial e eu provei isso na investigação. Houve repulsa minha porque quando era estudante empunhei muita bandeira "Fora FMI", "Nós não devemos isso".

MYLTON SEVERIANO - "A dívida já está paga".

"A dívida já está paga". E foi muito jato d'água, muita cacetada, muito gás lacrimogêneo, "bando de doido, tem que tomar porrada, pau nesses garotos". Você cresce achando que era um idiota, não é? Chega um momento que pensa "a dívida foi criada no regime militar, mas a gente precisa pagar".

FERNANDO LAVIERI - Como você provou isso?

PALMÉRIO DÓRIA - O jogo começou a ser jogado no Ministério da Fazenda?

Sim. Querem essa história?

TODOS - Sim!

Vocês não vão dormir direito. Isso é para maiores de 50 anos. Estamos em 2002, me atravessa as mãos o expediente para um banco francês, "esse banco eu conheço, é sério". E a suspeita que investigo é fraude com títulos públicos brasileiros, negociados no mercado internacional, títulos da dívida externa. Negociados na década de 1980: o que chama atenção?

MYLTON SEVERIANO - Fim da ditadura.

E transição para o regime civil. José Sarney pega o país em frangalhos, devendo até a alma, sem dinheiro para financiar as contas públicas, muito menos honrar compromissos, a famigerada dívida com o FMI. Havia até o "decrete-se a moratória". Era o papo nosso, da esquerda, dos estudantes, "não vamos pagar, já levaram tudo". E o Sarney, o que faz? Bota a mão na manivela e nossos títulos da dívida externa valiam, no mercado internacional, no máximo 20% do valor de face, era negociado na bolsa de Nova York. No paralelo valiam 1%. O que significa? Não passa pela bolsa. Comprei, quero me livrar, então 1% do valor de face, título de um país "à beira de uma convulsão social, ninguém sabe o que vai acontecer com aquele país, um conjunto de raças da pior espécie": essa, a visão primeiro-mundista, o que representávamos para os banqueiros. Escória. E aqui estávamos, discutindo a reconstrução do país. Vamos dialogar, botar os partidos para funcionar, eleições, e o Sarney tendo que dar uma solução. Fecha a manivela e toca a jogar título no mercado de Nova York. Cada título que valia 10%, 15%, mandava dinheiro aqui para dentro. Seis anos depois, o mercado financeiro internacional detectou que no Brasil haveria desordem, até guerra civil, e eles não iam receber o que tinham colocado aqui com a compra dos papéis podres, queriam receber mesmo os 15%. E fazem uma regrinha de três e colocam para o Banco Central: “Você vai instituir uma norma, os títulos da dívida externa brasileira adquiridos no mercado financeiro internacional, no nacional poderão ser convertidos junto ao Banco Central pelo valor de face desde que esse dinheiro seja investido em empresas brasileiras." Bacana, não? Se funcionasse como ficou estabelecido, nosso país seria uma potência, não? Ainda que uma norma perfeita, acho um critério não normal, não é? Não é moralmente ético eu comprar um título por 15% e ter um lucro de 100%, em tão pouco tempo. Mas enquanto regra de mercado financeiro tenho de admitir que sou devedor. Se vendi a 15%, na bolsa, assumi o risco de, no futuro, o lucro ser maior para o credor. Tenho que pagar. Foi assim que foi feito? Não. Será que o grupo Votorantim recebeu algum dinheiro convertido? Alguma outra empresa nacional do porte recebeu? Não. O que o sistema montou? Uma grande operação em determinado período para sangrar as reservas do país, e ainda tinha as cartas de intenção, que diziam "se você não me pagar posso explorar o subsolo de 50 mil quilômetros da Amazônia".

WAGNER NABUCO - Era a fiança?

Sim. Então me deparo com um banco, o Paribas, hoje BNP-Paribas que se uniu ao National de Paris. Com três diretores, em São Paulo, e dois outros, mais um contador que foi assassinado e um laranja que se chamava Alberto. O banco adquire esses títulos, no valor de 20 milhões de dólares, não é? E converte no Banco Central e aplica em empresas brasileiras, empresas-laranja. Comprou no paralelo a 1%, eram 200 mil dólares, e converteu a 20 milhões de dólares aqui no Brasil e colocou nessa empresa-laranja...

MYLTON SEVERIANO - Empresa de quê?

De participações. Chamava-se Alberto Participações, com capital social de 10 mil reais. Já tem coisa errada. Como uma empresa com capital de 10 mil reais pode receber um investimento estrangeiro da ordem de 20 milhões? Cadê o patrimônio da empresa? Como é que o Banco Central aprova? Mando pegar o processo. Ela investiu, vamos ver aonde o dinheiro vai. Converteu os 20 milhões e ao longo de doze meses o dinheiro é sacado mensalmente na boca do caixa em uma conta e convertido no dólar paralelo e enviado para a matriz em Paris. Eu digo "Banco Central, me dá o processo do Paribas". Aí não consigo, quem consegue é o procurador que trabalhava comigo, Luiz Francisco. Consegue e remete pra mim em São Paulo. Vejo que no Banco Central houve uma briga interna pela conversão. Os técnicos se indignaram, e indeferiram. Ai houve uma gestão forte para que houvesse a conversão. De quem? Do ministro da fazenda. Que era quem?

MYLTON SEVERIANO - Fernando.

MARCOS ZIBORDI - Henrique.

MYLTON SEVERIANO - Cardoso.

Tento localizar os banqueiros. Todos fugiram. Os franceses todos. O contador, assassinado. O laranja Alberto morreu de morte natural, assim falam no Líbano, onde ele morreu. E me sobra a sócia dele, uma senhora chamada Célia. Morava na Avenida São Luís. Ah, é? Um foi embora, outro fugiu, outro morreu, outro foi assassinado: querem brincar com a Polícia Federal? Com a dívida externa do Brasil? Descubro essa sem-vergonhice, essa patranha, essa picaretagem de fundo de quintal que acontecia enquanto nós estudantes lutávamos, dizíamos que a dívida externa não existia, e, de fato, parte dela era artificial. A coisa é grave, vamos fazer uma continha, nós contribuintes, que cremos que existe uma ordem no país. Títulos que adquiri por 200 mil, converti no Brasil os 20 milhões de dólares, quanto tive de lucro? 19 milhões e 800 mil. Vamos fazer essa continha para vocês dormir direito hoje. Esses 19 milhões mandei para minha matriz, o papel está na minha mão ainda, porque dizia o seguinte a norma do Banco Central: ao converter esse título, invista em empresa brasileira, e ao final de doze anos "Brasil, mostre a sua cara e me pague aqui, você me deve, pois sou credor dessa nota promissória chamada título da dívida externa brasileira". Está na lei. Bota aí. Soma 20 milhões com 19 milhões e 800 mil: 39 milhões e 800 mil. Nós devemos isso aí? E mais, o que pedi? Que o juiz bloqueasse o título do Paribas, não pagasse, indiciei os diretores. Por quê? Porque estava se aproximando o final dos doze anos, o título estava vencendo e tínhamos que pagar. Pedi que o Banco Central enviasse cópia de todos os processos de conversão da dívida externa brasileira pra mim. Estou esperando até hoje. Sabe o que o Banco Central falou? "O departamento não existe, nunca existiu, era feito por uma seção aleatoriamente lá no Banco Central." Então nós não devemos esse montante de milhões que cobram.

RENATO POMPEU - Só não entendi o que o Fernando Henrique Cardoso ganhou com isso.

Calma, calma. Sobrou uma para contar a história. A Célia da Avenida São Luís. A mulher de verdade. Era companheira do Alberto, ex-embaixador do Brasil no Líbano. Quando estourou a guerra ele fugiu e viveu na França, estudando na Sorbonne. Quem ele conhece lá?

MYLTON SEVERIANO - Fernandinho.

Colegas de faculdade. A Célia, marquei depoimento numa quinta, véspera de feriado, às seis da tarde na superintendência da Polícia Federal. Uma morena bonita, quase 60 anos, me disse que tinha sido miss, modelo, era sócia nessa empresa, tinha tipo 1%. Furiosa, "que absurdo, véspera de feriado, perder meus negócios, engarrafamento". Já estava gritando no corredor. Dei um molho de uns trinta minutos até ela se acalmar. Pensei "essa mulher está furiosa e tem culpa no cartório". Falei "obrigado por ter vindo", e ela "obrigado nada, o senhor é indelicado, desumano, sou dona de uma indústria de sorvetes, e me chama numa hora importante porque tenho que distribuir sorvete, é feriado, o senhor não tem coração". No meio da esculhambação, digo "tenho que cumprir meu dever, sou funcionário público", e ela "aposto que é o caso daquele Paribas, não sei por que ficam me chamando, e tem mais, fui companheira do Alberto, e ele foi muito mais brasileiro que muita gente. Era digno, honesto, ficam manchando a alma dele. Eu ajudei ele até o fim da vida, inclusive sustentei parte da família dele". Percebi que não sabia a verdade, ela disse "ele morreu pobre, ficou esperando a conversão dessa dívida que nunca houve". Detalhe: na quebra de sigilo bancário encontrei um cheque do Alberto que ele recebeu, 64 milhões, na boca do caixa do banco Safra. E ele transfere as cotas para uma empresa criada pelo Paribas em nome dos diretores.

MYLTON SEVERIANO - No Brasil?

Já é um Paribas do Brasil. Transfere para a subsidiária, e os diretores começam a sacar. O primeiro que recebe é ele, valor equivalente a 5%. E ela disse "ele não recebeu a comissão dele que era de 5%". Bateu! Tranquei o gabinete, falei "vou mostrar um documento, mas se disser que mostrei, prendo a senhora", era a cópia do cheque, com assinatura e data. A mulher começou a chorar. "Desgraçado. Que o inferno o acolha!" Ela disse "tenho muito documento na minha casa". Se fizesse pedido de busca e apreensão chamaria atenção da Justiça, teria um indeferimento. Essa investigação estava sendo arrastada. Fiz uma busca e apreensão ao inverso, "a senhora permite que selecione o que quero?", ela disse "perfeito". Naquela véspera de feriado, peguei dois agentes, contrariando colegas que queriam ir embora...

MYLTON SEVERIANO - Qual o ano?

2002. Saímos de lá de madrugada, era um apartamento antigo, magnífico. Ela chorando, "desgraçado, até comida na boca eu dei". Ela me dá uma agenda, "aqui parecia o Banco Central, eu atendia o doutor Alberto, da área internacional". Encontrei documentos, agendas que vinculavam ele ao Armínio Fraga, ao Fernando Henrique, inclusive uma carta manuscrita, não vou falar de quem, depois confirmada, ela falou "levei esse presente, pessoalmente, até a casa do Fernando". Mandei documentos para perícia. Na época era eleição do Fernando Henrique.

RENATO POMPEU - Não, do Lula.

Isso. Lula venceu contra Serra. Fernando Henrique era presidente.

RENATO POMPEU - Ele recebeu dinheiro então?

Vamos pegar a linha do tempo. Ele sai de ministro da Fazenda e vira presidente. O gerente da área internacional que dá o parecer no processo, quem era? Armínio Fraga. Que presidiu o Banco Central. Essa investigação não sei que fim deu. Pedi ao Banco Central o bloqueio de todos os títulos da dívida externa brasileira que foram convertidos. E pedi cópia de todos os processos de conversão junto ao Banco Central para investigação.

RENATO POMPEU - Saiu na mídia?

Em parte, mas foi abafado. Quem conseguiu publicar foi, se não me engano, a Época.

PALMÉRIO DÓRIA - Citando Fernando Henrique?

Não, não citou. A reportagem era "Fraude à francesa". Essa investigação surge da denúncia de um advogado, Marcos Davi de Figueiredo. Ele sofre uma pressão implacável dentro do banco. A Célia passa a ser ameaçada, logo que presta depoimento entregando tudo. Inclusive os escritórios que deram suporte a essa operação, um do Pinheiro Neto, e ela diz que sofria ameaça do próprio Pinheiro Neto. O procurador foi o doutor Kleber Uemura.

Falta muito a dizer, como dizia o saudoso Aloysio Biondi.

A Enfermeira e o Yorkshire

Nesse espaço normalmente não publico noticias desse tipo, mas achei um absurdo a noticia ter sido veiculada com imagens e ainda aparecer em alguns sites a enfermeira como suspeita do caso. Como assim suspeita? As imagens não falam por si?

A enfermeira Camila Correa Alves de Moura, casada com o médico Adelino Araujo dos Santos (cirurgião do Hospital das Clínicas, de Urgências de Goiânia, entre outros), foi flagrada agredindo um cachorro Yorkshire até a morte na cidade de Formosa-GO. Toda a agressão foi registrada em vídeo  por duas menores que se revoltavam com os constantes maus-tratos contra o animal.

Segundo o site ogritodobicho não é a primeira vez que Camila (que se diz uma pessoa calma) agride seus animais. A chamada da policia nesse caso foi devido à situação desesperadora do animal.

Uma das piores situações de todo o caso é que toda a barbaridade. Lembro de um video que circulou por e-mai intitulado Children see, Children Do que tem como mensagem exatamente a repetição do comportamento por parte das crianças do que vêem no dia a dia. Nesse caso, o que pode-se esperar dessa criança que deve ter vivenciado várias agressões aos animais?

Comentários

Como ainda estou na edição nº 675 de Carta, os comentários para quem acompanha a revista terão que ser vistos para o “passado”.

A reportagem “Andarilhos Modernos” da The Economist sobre imigração tem um que de falta de bom senso de quem a escreveu.

Para quem lê, a impressão que nos é passada é a de um imigrante que tem recursos para mandar mensagens para os familiares assim que passa na alfândega, que pode se comunicar através das redes sociais, ou voar para casa regularmente, quando na realidade após a crise de 2008 as migrações para os países ricos se reduziram devido ao desemprego agudo nos setores típicos de mão-de-obra estrangeira.

Um grande parte dos migrantes não possuem renda para conseguir sair do seu continente e migram para os países “menos pobres” vizinhos em busca de uma forma de se sustentar.  Existem ainda a figura dos migrantes ilegais em todo o mundo. Imaginar que esses imigrantes que são a maioria vão se comunicar ao passar pela alfândega, mandar dinheiro para casa ou voar para visitar os familiares é no mínimo um irresponsabilidade informacional.

As leis antimigração que surgem cada vez mais duras para exatamente reduzir a entrada de imigrantes nos países duramente atingidos pela crise, mostram uma realidade completamente diferente da descrita na reportagem.

É claro que a migração de cérebros para países ricos (principalmente os EUA que quase não os produz por incompetência de seu sistema de ensino) vai continuar existindo, pois esses países precisam repensar e estimular com novas fórmulas o seu desenvolvimento.

Me admira a reportagem ter sido por um reporter de uma revista inglesa no momento em que estoura a situação do aumento da prostituição por parte das jovens inglesas que buscam na profissão um forma de pagar seus estudos. Convém lembrar que o índice de desemprego na Inglaterra hoje está em 8,1% (o maior desde 1994) e que a taxa de desemprego entre os jovens subiu 21,3 %. 

Então, se na Inglaterra que é considerada um dos países de economia mais saudável da União Europeia, o que deve estar acontecendo nos países menos saudáveis? E os imigrantes serão bem recebidos e terão dinheiro para fazer as coisas ditas na reportagem? Acho muito difícil.

 

Em outra do The Observer sobre o uso das máscaras nos diversos protestos anticoporativos no mundo, o autor dos quadrinhos Alan Moore que criou o personagem da máscara acha cômico o fato de uma corporação (no caso a Time Warner que detém os direitos de criação de Moore) está lucrando com a venda das máscaras.

Ao meu ver nada mais normal. A corporação tem como principio básico o lucro. Não existe padrão ético ou questões morais envolvidos nessa situação, a corporação uma vez criada tem a obrigação de em primeiro lugar de gerar lucro aos acionistas, e aí nesse caso não importa se as custas da sociedade ou com protestos anticorporativos. Tudo faz parte do objetivo principal e se esse é atingido (principalmente em tempos de crise), não importam os meios.

 

Achei representativa a foto na pág. 58 do caderno especial sobre o Nordeste. Na foto aparecem militares em processo de revitalização de rodovias. Os militares (apesar de não ter sido identificado sua origem) devem ser de um dos Batalhões de Engenharia do Piauí, pois está logo abaixo de uma parte do texto que fala sobre o cerrado piauiense.

Vemos nesse caso o emprego da tropa para um serviço que deveria ser feito por empreiteiras privadas. Não sou contra. Basta pensar nos desvios que ocorrem nos processos licitatórios pelo país, e, a entrada desse recurso para os batalhões se reequiparem é importante.

Só espero que não ocorra o mesmo de outras obras em que um batalhão de engenharia é empregado para realizar o serviço pesado (menos rentável), enquanto que o “acabamento” (serviço mais rentável) ser feito por empreiteiras privadas.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Entrevista Profº Lúcio Castelo Branco

recebido por e-mail – 4 dez 2011

O professor Lucio Casterlo Branco do Departamento de Sociologia da UNB foi convidadeo para falar ao vivo na Radiobras sobre as comemorações de 7 de Setembro.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Standard & Poor's menace le triple A de la France

Metro Paris - 06 dez 11

L'agence de notation américaine a placé la note de 15 pays de la zone euro sous  surveillance négative hier soir. La France est le seul pays qui pourrait voir sa note abaisser de deux crans.

C'est officiel, 15 des 17 pays de la zone euro vivent désormais avec une épée de Damoclès au-dessus de la tête. Dans un communiqué, l'agence de notation américaine Standard & Poor's (S&P) a annoncé lundi soir qu'elle envisageait d'abaisser leur note de solvabilité à long terme si ceux-ci ne redressaient pas la barre rapidement. "Surveillance négative" donc pour six pays de la zone euro notés "AAA" et celles de neuf autres pays de la zone. Et la France est en ligne de mire. Elle est le seul pays qui pourrait voir la note attribuée à sa dette - actuellement "AAA" - dégrader de deux crans.
Les désaccords des pays mis en cause
L'agence de notation motive cette décision par l'accroissement des tensions systémiques, le durcissement des conditions de crédit, les risques croissants d'une récession dans l'eurozone et la persistance des désaccords entre les dirigeants européens sur les moyens de régler la crise entre autres.
Dans le jargon économique, cette mise sous surveillance est un signal d'alarme fort à l'attention des pays concernés : Standard & Poor's est en train de revoir leurs notes qui pourraient être dégradées sous trois mois. L'agence de notation a un calendrier serré, puisqu'elle veut "conclure sa surveillance aussitôt que possible après le sommet européen du 9 décembre". Celui-ci est une nouvelle fois annoncé comme le "sommet de la dernière chance" pour enrayer la crise. En préambule, Angela Merkel et Nicolas Sarkozy se sont rencontrés hier et ont annoncé un accord franco-allemand avec la ratification d'un traité européen à la clef d'ici mars qui renforcerait la gouvernance de la zone euro (lire ici).
La France et l'Allemagne tentent de rassurer
Dans un communiqué commun hier soir, les deux chefs de gouvernement ont dit prendre note de cette "perspective de réexamen de Standard and Poor's" et confirmé "leur volonté de prendre toutes les décisions nécessaires" pour "assurer la stabilité de la zone euro". "Les propositions formulées aujourd'hui (lundi, ndlr) conjointement permettront de renforcer la gouvernance de la zone euro afin de rétablir la stabilité, la compétitivité et la croissance."
Depuis que la notation des Etats existe, la France a toujours obtenu des trois grandes agences de notation (en 1989 pour S&P, Moody's et Fitch) le "triple A" garantissant ainsi que le pays est un emprunteur fiable. Avec les taux qui en découlent. Mais depuis, la crise de la dette est passée par-là, affaiblissant les finances publiques françaises, note S&P qui invoque ses "inquiétudes quant aux répercussions potentielles sur la France de ce que nous voyons comme une aggravation des problèmes politiques, financiers et monétaires au sein de la zone".
La croissance de la France revue à la baisse
La France a une dette abyssale qui s'établit à quelque 1.600 milliards d'euros (environ 85% de son PIB). Le chômage atteint 9,3% au troisième trimestre. Et selon l'agence, la croissance du pays en 2012 ne dépassera pas les 0,5% soit moitié moins que les prévisions économiques du gouvernement français. Les banques françaises sont également pointées du doigt, l'agence craignant que la perception de leur santé par leurs homologues étrangères complique leur capacité à se financer à l'étranger. Cela pourrait "accroître le risque qu'il y ait besoin d'injections supplémentaires en capital de la part de l'Etat ou d'autres interventions semblables", écrit S&P.
Le ministre de l'Economie François Baroin a assuré que le gouvernement faisait "tout" pour "protéger les économies des Français" et "permettre aux banques de maintenir l'irrigation à l'activité économique". Il a critiqué cette annonce selon lui prématurée, qui ne prend pas en compte l'annonce de l'accord franco-allemand. La directrice générale du Fonds monétaire international Christine Lagarde a salué ledit accord, estimant toutefois qu'il ne serait "pas en soi suffisant" face à une situation économique "extrêmement grave". Son successeur appréciera.

 

 

Paris tem aluguel de carros elétricos

Metro Porto Alegre - 06 dez 11
Cidade Luz, que já contava com sistema de bicicletas públicas, é a primeira a instalar estações de carros que não poluem o meio ambiente

O consagrado sistema de aluguel de bicicletas públicas, que já existe em várias cidades do mundo e também no Brasil, está se tornando obsoleto. Paris inaugurou ontem o Autolib, um programa de compartilhamento de carros elétricos para diminuir a poluição na capital francesa.
Para alugar o Bluecar, um compacto de quatro lugares, os interessados deverão se inscrever on-line ou por videoconferência. Eles vão receber um cartão magnetizado que, quando colocado contra a janela do lado do motorista, abre a porta do carro. Uma chave presa à coluna de direção dá a partida. O veículo possui, ainda, alertas sonoros que são ativados por um botão na alavanca da coluna de direção para alertar os pedestres, já que o carro é totalmente silencioso.
O serviço vai custar 10 euros (R$ 24) por dia, 15 euros por semana (R$ 36) ou ainda 144 euros (R$ 346) por ano. Em caso de danos, eles serão cobrados no cartão do usuário. Inicialmente serão disponibilizados 250 carros – um em cada estação do Autolib. Até o final de 2012 serão 3 mil veículos e 1,1 mil postos de troca.
Polêmica
Apesar da boa intenção, o programa recebe críticas. O Les Verts (Os Verdes), principal partido ambientalista do país, diz que o carro elétrico irá drenar energia das usinas nucleares francesas, além de criar um problema com o descarte de baterias.

Desemprego cai ao nível mais baixo

Metro Porto Alegre - 06 dez 11

Índice medido pelo Dieese apontou que 44 mil pessoas estão sem trabalho na capital /Indústria e serviços mantiveram emprego em alta

O desemprego em Porto Alegre voltou a cair em outubro e bateu no nível mais baixo da história do índice,
medido desde 1992 pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
A boa notícia é que há 12 mil desempregados a menos na cidade do que há um ano atrás. A má é que
houve uma redução no número de vagas.
A redução para 5,7% da população economicamente ativa se deu especialmente nos empregos formais da indústria e do setor de serviços,
que geraram 7 mil vagas em outubro. Em compensação, o comércio fechou
cerca de 5 mil vagas em relação ao levantamento anterior. A coordenadora da pesquisa de emprego e desemprego do Dieese, Lúcia Garcia, atribuiu o bom resultado à situação econômica de estabilidade, que tem gerado a saída “circunstancial” de trabalhadores do mercado. “Como as famílias estão com mais renda, é possível que esse movimento esteja refletindo a saída de jovens do mercado para investir em educação”, disse Lúcia. Há um ano, o índice de desemprego em Porto Alegre estava em 7,4% do total de pessoas ocupadas.
A coordenadora avaliou que o índice “bateu no piso” e não deve baixar mais
nos próximos meses. Em dezembro, segundo ela, a tendência é de que os indicadores “patinem nesse patamar confortável”. Para Lúcia, o movimento no mercado de trabalho só deve ser retomado com mais energia a partir de março,  quando os investimentosvoltarem à agenda das empresas.
O rendimento médio dos trabalhadores também cresceu em média 0,8% em outubro.

Irã derruba avião norte-americano

Metro Porto Alegre -05 dez 11



O exército iraniano derrubou ontem um avião espião não-tripulado dos Estados Unidos que violou o espaço aéreo do país ao longo da fronteira leste, limite com o Afeganistão e Paquistão.
“As unidades de guerra eletrônicas e antiaéreas conseguiram abater um drone americano do tipo RQ-170, que violou as zonas fronteiriças do leste do país”, confirmou a agência oficial Fars. O RQ-170 Sentinel é um avião do tipo drone de reconhecimento de alta altitude.
Segundo uma fonte das Forças Armadas citada pela TV Al Alam, a resposta do Irã a violações de seu espaço aéreo não se limitará às suas fronteiras. O membro do exército, no entanto, não detalhou que outras medidas seriam adotadas contra os EUA.
Em julho, o Irã informou que derrubou um avião-espião não tripulado dos Estados Unidos perto da cidade sagrada de Qom, nas proximidades da instalação nuclear de Fordu.
O país tem travado uma disputa com os Estados Unidos e seus aliados devido ao programa nuclear iraniano, suspeito pelas nações ocidentais de ter fins bélicos, o que Teerã nega.
Na última semana, a União Europeia aprovou a ampliação das sanções contra o regime do presidente Ahmadinejad. Outros 180 nomes foram incluídos na lista de empresas e pessoas que tiveram os bens bloqueados na região.

METRO COM AGÊNCIAS

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Primavera Árabe

A Primavera Árabe, como o evento se tornou conhecido, apesar de várias nações afetadas não serem parte do "Mundo árabe", foi provocado pelos primeiros protestos que ocorreram na Tunísia em 18 de Dezembro de 2010, após a auto-imolação de Mohamed Bouazizi, em uma forma protesto contra a corrupção policial e maus tratos. Com o sucesso dos protestos na Tunísia, uma onda de instabilidade atingiu a Argélia, Jordânia, Egito e o Iêmen, com os maiores, mais organizadas manifestações que ocorrem em um "dia de fúria". Os protestos também têm provocado distúrbios semelhantes fora da região.

Até à data, as manifestações resultaram na derrubada de três chefes de Estado: o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, fugiu para a Arábia Saudita em 14 de janeiro, na sequência dos protestos da Revolução de Jasmim; no Egito, o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de Fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos em massa, terminando seu mandato de 30 anos; e na Líbia, o presidente Muammar al-Gaddafi, morto em tiroteio após ser capturado no dia 20 de outubro e torturado por rebeldes, arrastado por uma carreta em público, morrendo com um tiro na cabeça. Durante este período de instabilidade regional, vários líderes anunciaram sua intenção de renunciar: o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, anunciou que não iria tentar se reeleger em 2013, terminando seu mandato de 35 anos. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir também anunciou que não iria tentar a reeleição em 2015, assim como o premiê iraquiano, Nouri al-Maliki, cujo mandato termina em 2014, embora tenha havido manifestações cada vez mais violentas exigindo a sua demissão imediata. Protestos na Jordânia também causaram a renúncia do governo, resultando na indicação do ex-primeiro-ministro e embaixador de Israel, Marouf Bakhit, como novo primeiro-ministro pelo rei Abdullah.

A volatilidade dos protestos e as suas implicações geopolíticas têm chamado a atenção globa. Uma das grandes preocupações é que o Islã, por muitos anos reprimido por ditaduras laicas, irrompa agora em sua forma radical, cobrindo essas sociedades com um espesso manto de conservadorismo que, em algumas situações, contraria direitos humanos fundamentais. Na Líbia, o governo provisório (CNT) antecipou que a sharia (lei islâmica) será sua fonte de inspiração legal.
No Egito, a Irmandade Muçulmana, grupo mais organizado e favorito para as eleições também inquieta muitos.






















Gostaria de lembra que como postei no dia 08 de novembro o General Wesley Clark deu uma entrevista bastante interessante sobre a possibilidade da Primavera Árabe ter sido "fabricada" dentro do pentágono.

Comentários

Hoje pela manhã estava ouvindo Ricardo Boechat na Band News comentar sobre a decisão da presidente Dilma Roussef de não afastar Carlos Lupi de seu cargo. 
Creio que essa decisão de Dilma foi o seu primeiro grande erro político. De um só vez ela promoveu duas desmoralizações, a do Conselho de Ética da Presidência que decidiu (unânimamente) pelo afastamento, assim como a do próprio Governo, pois manter Carlos Lupi na situação insustentável em que ele se encontra só vai gerar desgaste e sua saída vai ocorrer dentre em breve da mesma forma, ou seja, decisão errada da presidenta.
Por sinal, considero a questão da discussão sobre corrupção no Brasil algo feito ainda de forma leviana. 
Sei que já postei aqui minha contrariedade em relação à ausência de participação nas marchas contra a corrupção no país, enquanto marchas pelas vadias, pela liberação da maconha e tantas outras inúteis ficam simplesmente lotadas, isso sem falar na atuação de crianças mimadas que impedem as aulas na Universidade de melhor ranking do país no mundo e ainda são consideradas por alguns como movimento democrático, é muita falta do que fazer. Não sei que tipo de movimento social ou sociedade está se criando nessas condições, mas de mudança para algo melhor é que não é.
A corrupção tira leitos hospitalares, merenda escolar e vagas escolares de crianças, postos de trabalho, reduz e desastabiliza a segurança pública, agride o meio ambiente pela não atuação dos orgãos competentes ou falta desta pelo reduzido pessoal empregado, reduz a fiscalização dos mais diversos tipos como a da sonegação de impostos, ou seja, é um mal que atinge a sociedade em vários aspectos. Nesse caso um primeiro grande problema é que se existe um corrupto, existe um corruptor, e com toda a certeza o corruptor não está dando dinheiro de presente ao corrupto, ou seja, existe uma vantagem financeira muito grande para o corruptor. A segunda situação é a ausência do corruptor, mas com desvios da verba pública em benefício próprio. Nos dois casos quem sofre é a população, pois vai ter a ausência ou ineficiência dos serviços públicos que deveriam ser prestados.
E é aí que eu não aceito a ausência da mídia em relação a movimentos que lutam pela redução da corrupção no país, enquanto se dá cobertura a movimentos vazios de sentido e amplitude.


Li uma noticia no jornal metro de dois dias atrás que me pareceu brincadeira de mau gosto. Os juizes federais do Trabalho pararam para reivindicar reajuste nos vencimentos, mais segurança e mudanças nas políticas previdenciária e de saúde. Que os juizes tenham mais segurança para que exerçam seu trabalho com dignidade ninguém discute, é uma obrigação o Estado fornecer tal apoio. Agora, manter a previdencia integral, enquanto o judiciário julgou constitucional a retirada desta nos outros setores é no mínimo antiético. Em relação ao salário o juiz federal do trabalho assim como os demais  têm piso salarial de R$ 21,6 mil e podem ganhar até R$ 27 mil por mês, acho que após esses valores não preciso falar mais nada. É uma piada um movimento como esse.


Venho percebendo que a propaganda para desciminalização e liberação da maconha e cocaína (alguns defendem isso também) tem se ampliado bastante no meio político e na mídia. A idiota da Luana Piovani só parou de fumar maconha com a gravidez, e ainda fala disso como se fosse "legal". Bom, mas aonde quero chegar é o seguinte. Em 2005, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o SUS gastou mais de R$ 338 milhões – o equivalente a 30% dos custos hospitalares totais do sistema público de saúde - apenas com a internação de pacientes que apresentavam câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares relacionadas ao uso de tabaco, e pelo que eu saiba existe uma campanha pública para a redução do fumo no país. Em uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde sobre o consumo de  álcool, as mortes relacionadas diretamente a esse consumo cresceram de 10,7 para 12,64 por cem mil habitantes, o que representa 92.946 mortes no período entre 2000 e 2006. Dados especulativos estimam que o Brasil gaste, anualmente, 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) com conseqüências de problemas relacionados ao álcool. E pelo que eu saiba também existe campanha para a redução do consumo de álcool.
O que eu não entendo é... se existem campanhas para a redução de drogas socialmente aceitas, exatamente pelo mal social  e gastos públicos que causam, porque vamos liberar a maconha e a cocaína criando assim mais drogas socialmente aceitas? Existe alguma lógica por trás disso? Eu não consigo ver.
Para mim é a mesma lógica de se ter um limite legal de velocidade no país e se permitir a veiculação na mídia de propagandas com automóveis mostrando exatamente a sua potencia de ultrapassar com facilidade esse limite, ou seja, não existe lógica. 

quarta-feira, novembro 30, 2011

Sanções não devem alterar política do Irã


Do Terra
O Irã considera seu programa nuclear uma fonte de poder e prestígio e sanções mais duras não devem alterar muito a análise de custo-benefício do governo, apesar dos problemas econômicos que causam. A profunda desconfiança das intenções do Ocidente e preocupações de segurança em uma região volátil, onde os Estados Unidos mantêm uma forte presença militar, poderiam ajudar a explicar a determinação do Irã de não voltar atrás e reduzir o programa nuclear que seus inimigos temem ter como objetivo a construção de armas.
Essa determinação pode ter sido reforçada pela queda do líder líbio Muammar Kadafi, que concordou em 2003 em abandonar os esforços para adquirir armas de destruição em massa apenas para ser derrubado depois que seu povo iniciou um levante e as potências ocidentais se voltaram contra ele. O Irã está enfrentando uma nova onda de medidas punitivas depois que um relatório do órgão de supervisão nuclear das Nações Unidas este mês reforçou as suspeitas, rejeitadas por Teerã, de que o país vem desenvolvendo a capacidade de fazer bombas atômicas.
"O programa nuclear do Irã é motivado pela sobrevivência do regime", disse o analista de política internacional Alireza Nader, da RAND Corporation, um grupo de pesquisa norte-americano. "Parece que a República Islâmica tem feito o cálculo de que uma potencial capacidade de fabricar armas nucleares vale o preço de sanções, desde que as sanções não coloquem em perigo o regime."
Se for esse o caso, o mais recente esforço dos Estados Unidos e seus aliados europeus pode fazer pouco para forçar uma mudança de curso por parte do Irã na longa disputa nuclear, que tem potencial de desencadear um conflito mais amplo no Oriente Médio. Ministros de Relações Exteriores da União Europeia se reúnem na quinta-feira para discutir novas sanções ao país, depois que Estados Unidos, Canadá e Grã-Bretanha anunciaram na semana passada medidas contra os setores financeiro e de energia iranianos.
Os líderes iranianos estão respondendo em sua maneira caracteristicamente desafiadora às mais recentes medidas contra o grande produtor de petróleo, que já está sujeito a quatro rodadas de sanções da ONU, bem como ações separadas dos EUA e Europa.
Resistindo ao "domínio" ocidental
Em um sinal da postura intransigente do Irã, um projeto de lei para reduzir os laços com a Grã-Bretanha ganhou aprovação legislativa final na segunda-feira, obrigando o governo a expulsar o embaixador britânico em retaliação às novas sanções contra o país. "A pressão só aumenta a oposição no Irã para entrar em diálogo ou recuar de suas posições, já que isso demonstraria fraqueza que eles acreditam poderia ser explorada pelo Ocidente", disse um diplomata ocidental na capital iraniana.
Os Estados Unidos e seus parceiros europeus aproveitaram o relatório de 8 de novembro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que disse que o Irã parecia estar trabalhando na elaboração de uma arma nuclear, para tentar isolar ainda mais o país. O relatório também renovou as especulações de que Israel, que vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça existencial, poderia lançar ataques preventivos contra as usinas.
O Irã rejeitou o relatório da agência da ONU, que disse ter sido forjado. O país afirma que seu programa nuclear é uma tentativa pacífica de gerar eletricidade.

Radar de Kalininegrado é a primeira resposta ao sistema de defesa antimíssil norte-americano

darussia.blogspot.com - 29 nov 2011

PUBLICADA POR JOSE MILHAZEs


A entrada em funcionamento do radar russo de Kaliningrado mostra que Moscovo está pronta a reagir de forma adequada ao perigo que apresenta o sistema de defesa antimíssil europeu, declarou hoje o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev em Dunaievo, na região de Kalininegrado.
“Espero que os nossos parceiros ocidentais considerem esta medida como a primeira prova de que o nosso país está pronto a dar uma resposta adequada à ameaça que representa o sistema de defesa antimíssil para as nossas forças estratégicas nucleares”, disse ele, numa reunião com o comando das Forças Armadas russas no enclave russo no Báltico.
“Se este sinal não for ouvido, utilizaremos outros meios de defesa, tomaremos medidas severas e instalaremos um grupo ofensivo como prometi a 23 de novembro último”, acrescentou.
Dmitri Medvedev prometeu então instalar no ocidente e sul da Rússia sistemas ofensivos modernos, incluindo a instalação de míssseis Iskander em Kalininegrado, que garantam a destruição das instalações europeias do escudo antimíssil se os Estados Unidos continuarem o seu desenvolvimento.
O dirigente russo exige dos Estados Unidos e NATO garantias por escrito de que o escudo não visa prejudicar a segurança do seu país.
“Não nos satisfazem mais simples declarações de que o sistema a criar por etapas de defesa antimíssil europeu não está virado contra a Rússia. Infelizmente, declarações ocas não garantem a defesa dos nossos interesses”, considerou.
“Se forem dados outros passos, claro que estamos dispostos a dar-lhe ouvidos. Mas, em qualquer dos casos, as declarações ocas são pouco”, concluiu.
Os Estados Unidos tencionam instalar, entre 2015 e 2020, uma terceira zona de posicionamento do seu sistema de defesa antimíssil na Europa. Moscovo a esse projeto, considerando que a instalação de um escudo antimíssil na proximidade das suas fronteiras é uma ameaça ao potencial estratégico russo.
P.S. A julgar  pelas declarações dos dirigentes russos e pelo que a imprensa russa controlada pelo Kremlin escreve, até parece que está iminente uma guerra entre a Rússia e a NATO. 
Acredito que se trata, em grande parte, de campanha eleitoral. Se assim não é, pode-se esperar uma nova corrida aos armamentos, com consequências imprevisíveis. Espero que não se repita o destino da URSS. Uma das razões da sua ruína foi precisamente a corrida aos armamentos.  

terça-feira, novembro 29, 2011

Romario: importante de ser lido

recebido por e-mail – 29 nov 2011

Parte de entrevista do ROMÁRIO ao jornalista Cosme Rimoli - TV Record .

- Você foi recebido com preconceito em Brasília?

Olha, vou ser claro para quem ler entender como as coisas são. Há o burro, aquele que não entende o que acontece ao redor. E há o ignorante, que não teve tempo de aprender. Não houve preconceito comigo porque não sou nem uma coisa nem outra. Mesmo tendo a rotina de um grande jogador que fui, nunca deixei de me informar, estudar. Vim de uma família muito humilde. Nasci na favela. Meu pai, que está no céu, e minha mãe ralaram para me dar além de comida, educação. Consciência das coisas... Não só joguei futebol. Frequentei dois anos de faculdade de Educação Física. E dois de moda. Sim, moda. Sempre gostei de roupa, de me vestir bem. Queria entender como as roupas eram feitas. Mas isso é o de menos. O que importa é que esta sede de conhecimento me deu preparo para ser uma pessoa consciente... Preparada para a vida. E insisto em uma tese em Brasília, com os outros deputados. O Brasil só vai deixar de ser um país tão atrasado quando a educação for valorizada. O professor é uma das classes que menos ganha e é a mais importante. O Brasil cria gerações de pessoas ignorantes porque não valoriza a Educação. E seus professores. Não há interesse de que a população brasileira deixe de ser ignorante. Há quem se beneficie disso. As pessoas que comandam o País precisam passar a enxergar isso. A Saúde é importante? Lógico que é. Mas a Educação de um povo é muito mais.

- Essa ignorância ajuda a corrupção? Por exemplo, que legado deixou o Pan do Rio?

Você não tenha dúvidas que a ignorância é parceira da corrupção. Os gastos previstos para o Pan do Rio eram de, no máximo, R$ 400 milhões. Foram gastos R$ 3,5 bilhões. Vou dar um testemunho que nunca dei. Comprei alguns apartamentos na Vila Panamericana do Rio como investimento. A melhor coisa que fiz foi vender esses apartamentos rapidamente. Sabe por quê? A Vila do Pan foi construída em cima de um pântano. Está afundando. O Velódromo caríssimo está abandonado. Assim como o Complexo Aquático Maria Lenk... É um escândalo! Uma vergonha! Todos fingem não enxergar. Alguém ganhou muito dinheiro com o Panamericano do Rio. A ignorância da população é que deixa essa gente safada sossegada. Sabe que ninguém vai cobrar nada das autoridades. A população não sabe da força que tem. Por isso que defendo os professores. Não temos base cultural nem para entender o que acontece ao nosso lado. E muito menos para perceber a força que temos. Para que gente poderosa vai querer a população consciente? O Pan do Rio custou quatro vezes mais do que este do México. Não deixou legado algum e ninguém abre a boca para reclamar.

- Se o Pan foi assim, a Copa do Mundo no Brasil será uma festa para os corruptos...

Vou te dar um dado assustador. A presidente Dilma havia afirmado quando assumiu que a Copa custaria R$ 42 bilhões. Já está em R$ 72 bilhões. E ninguém sabe onde os gastos vão parar. Ningúem. Com exceção de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e olhe lá...Pernambuco... Todas as outras sete arenas não terão o uso constante. E não havia nem a necessidade de serem construídas. Eu vi onze das doze... Estive em onze sedes da Copa e posso afirmar sem medo. Tem muita coisa errada. E de propósito para beneficiar poucas pessoas. Por que o Brasil teve de fazer 12 sedes e não oito como sempre acontecia nos outros países? Basta pensar. Quem se beneficia com tantas arenas construídas que servirão apenas para três jogos da Copa? É revoltante. Não há a mínima coerência na organização da Copa no Brasil.

- São Paulo acaba de ser confirmado como a sede da abertura da Copa. Você concorda?

Como posso concordar? Colocaram lá três tijolinhos em Itaquera e pronto... E a sede da abertura é lá. Quem pode garantir que o estádio ficará pronto a tempo? Não é por ser São Paulo, mas eu não concordaria com essa situação em lugar nenhum do País. Quando as pessoas poderosas querem é assim que funcionam as coisas no Brasil. No Maracanã também vão gastar uma fortuna, mais de um bilhão. E ninguém tem certeza dos gastos. Nem terá. Prometem, falam, garantem mas não há transparência. Minha luta é para que as obras não fiquem atrasadas de propósito. E depois aceleradas com gastos que ninguém controla.

- O que você acha de um estádio de mais de R$ 1 bilhão construído com recursos públicos. E entregue para um clube particular.

Você está falando do estádio do Corinthians, não é? Não vou concordar nunca. Os incentivos públicos para um estádio particular são imorais. Seja de que clube for. De que cidade for. Não há meio de uma população consciente aceitar. Não deveria haver conversa de politico que convencesse a todos a aceitar. Por isso repito que falta compreensão à população do que está acontecendo no Brasil para a Copa.

- A Fifa vai fazer o que quer com o Brasil?

Infelizmente, tudo indica que sim. Vai lucrar de R$ 3 a R$ 4 bilhões e não vai colocar um tostão no Brasil. É revoltante. Deveria dar apenas 10% para ajudar na Educação. Iria fazer um bem absurdo ao Brasil. Mas cadê coragem de cobrar alguma coisa da Fifa. Ela vai colocar o preço mais baixo dos ingressos da Copa a R$ 240,00. Só porque estamos brigando pela manutenção da meia entrada. É uma palhaçada! As classes C, D e E não vão ver a Copa no estádio. O Mundial é para a elite. Não é para o brasileiro comum assistir.

- Ricardo Teixeira tem condições de comandar o processo do Mundial de 2014?

Não tem de saúde. Eu falei há mais de quatro meses que ele não suportaria a pressão. Ser presidente da CBF e do Comitê Organizador Local é demais para qualquer um. Ainda mais com a idade que ele tem. Não deu outra. Caiu no hospital. E ainda diz que vai levar esse processo até o final. Eu acho um absurdo.

- Muito além da saúde de Ricardo Teixeira. Você acha que pelas várias denúncias, investigações da Polícia Federal... Ele tem condições morais de comandar a organização Copa no Brasil?

Não. O Ricardo Teixeira não tem condições morais de organizar a Copa. Não até provar que é inocente. Que não tem cabimento nenhuma das denúncias. Até lá, não tem condições morais de estar no comando de todo o processo. Muito menos do futebol brasileiro...