"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

domingo, janeiro 25, 2009

As barbeiragens do BC

Blog do Luis Nassif - 23/01/09

Coluna Econômica - 23/01/2009

A redução da taxa Selic em um ponto foi pouco e chegou atrasada. Em dezembro havia sinais claros de que a economia estava em queda livre. E mesmo assim o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa de juros inalterada.

A incapacidade do Banco Central de perceber o que estava acontecendo em tempo real na economia foi completa.

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Em relação à atividade industrial, o Relatório de Inflação de dezembro enxergou um “relativo arrefecimento”, mas destacou que “se manteve em crescimento no trimestre encerrado em outubro”. A autoridade monetária apontou, ainda, que a atividade deverá seguir em desaceleração nos próximos meses.

Os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) referentes a novembro do ano passado mostraram um tombo de 9,9% frente a outubro e de 7% na comparação com igual mês de 2007.

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Em relação ao emprego, o Banco Central foi “traído” pela defasagem dos números. O Relatório de Inflação apontou que “As condições do mercado de trabalho não evidenciaram de forma expressiva, até outubro, os impactos da intensificação da crise nos mercados financeiros internacionais, persistindo as trajetórias de redução na taxa de desemprego, substituição de empregos informais por postos com carteira assinada e continuidade da incorporação de ganhos reais aos rendimentos.”

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro apontaram para 0 fechamento de 654,9 mil vagas formais no Brasil no mês de dezembro, o dobro da média para o mês.

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Esses dados já seriam suficientes para justificar o início da queda da Selic. Havia outros, bastante concretos.

O pior impacto da Selic é sobre as contas públicas e sobre o câmbio. Quando as taxas internas estão muito mais elevadas que as externas, há um aumento do ingresso de dólares apreciando o real e tornando as exportações mais caras e as importações mais baratas.

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Mas sobre o nível de atividade o efeito é indireto.

Teoricamente, a alta dos juros aumenta o custo do dinheiro na ponta, reduzindo as vendas a prazo, a formação de estoques e o nível de atividade. O custo do dinheiro é formado pela taxa básica mais um spread - em geral tão elevado que acaba fazendo com que a taxa final seja pouco sensível aos movimentos da Selic.

A exceção eram as grandes empresas. Nos meses imediatamente anteriores à crise, o spread era quase negativo. Depois, da crise, aumentou substancialmente. Logo, já havia um efeito adicional de aumento de juros na ponta do spread, permitindo reduzir na ponta Selic.

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Desde outubro, sinais claros de que a atividade estava desabando. Em dezembro, o BC continua insistindo em atividade econômica robusta, no momento em que ocorria a maior leva de demissões dos últimos anos.

Os estoques aumentaram substancialmente e caiu o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), dois indicadores que serviam de álibi para a manutenção de Selic elevada.

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É possível que a economia possa começar a se recuperar a partir do segundo trimestre. Mas houve mais uma dose adicional de sacrifício inútil por conta das barbeiragens do BC.

A macroeconomia dos gastos sociais

Blog do Luis Nassif - 23/01/09

Matéria pequena mas muito relevante no caderno de Economia do Estadão, da correspondente na China, Cláudia Trevisan:

Governo chinês vai gastar R$ 289 bi em saúde pública

Primeiro, por mostrar a importância do Brasil ter montado uma rede de proteção social, ainda que precária, graças ao documento que jogou o país definitivamente na modernidade: a Constituição de 1988.

Depois, por uma constatação das autoridades chinesas:

Com o objetivo de criar uma rede de proteção social que leve os chineses a poupar menos e consumir mais, o governo anunciou ontem um plano de investimentos de US$ 123 bilhões (R$ 289 bilhões) na criação de um sistema universal de saúde pública até 2011. Atualmente, a maioria do 1,3 bilhão de chineses não tem seguro-saúde e paga do próprio bolso quando precisa consultar um médico ou se internar em um hospital.

A maioria também não conta tem aposentadoria e paga pela educação dos filhos. Diante da incerteza, as famílias chinesas poupam o equivalente a quase 50% do PIB, um dos índices mais altos do mundo. Segundo o jornal oficial ?China Daily?, editado pelo Conselho de Estado, o projeto está em discussão desde 2006, e o governo gostaria que o consumo interno tivesse maior peso no crescimento do PIB.

Ou seja, além das chamadas externalidades positivas no campo social (impedindo a deterioração familiar), educacional, de saúde, de segurança pública, quando as políticas sociais diminuem insegurança em relação ao futuro, aumentam a propensão ao consumo.

A crise da máfia japonesa

Blog do Luis Nassif - 23/01/09

Por Luiz Eduardo Brandão

Divertida matéria no La Stampa de hoje do correspondente em Tóquio, Pierangelo Sapegno: “Yakuza em crise, o Estado paga”.

Conta Pierangelo que “os gângsteres da Yakuza entraram na fila, com a maior naturalidade, para receber auxílios do Estado, de seguro desemprego a casas populares, e, se possível, até mesmo pensão por invalidez. [...] Com esta crise, sumiram os contratos, a usura não rende mais como antes e a venda de proteção caiu vertiginosamente. A Yakuza tem mais de 90 mil dependentes com escopeta e metralhadora, que talvez sejam pouca coisa comparativamente à Cosa Nostra, mas que são, mesmo assim, um belo exército a se manter.”

Não é apenas o baixo clero da Yakuza que tenta se encostar no Estado. “Só para ter a assistência estatal, vários chefes [os 'oyabun'] escreveram cartas onde diziam terem sido expulsos da organização, porque nesse caso o Estado é obrigado a ajudar o ex-criminoso.”

Os oyabun construíram um verdadeiro império, que além do “exército de 90 mil homens, espalhados sobretudo no Japão, mas também nos EUA, América do Sul [opa!], Europa, Filipinas e Austrália, [...] tinha até há pouco um giro estimado em … cerca de 11 bilhões de euros por ano.

Foram ferrados pelo terremoto econômico que golpeou os bancos de Tóquio e suas relações perversas com a máfia japonesa.”

Com a crise as coisas estão mudando. No Japão, onde nem sequer existia o crime de formação de quadrilha, o Estado está endurecendo com os criminosos: “Mudou as leis, golpeia duramente a prostituição e a usura. Além do mais, os chefes da Yakuza hoje podem ser processados pelos ilícitos dos seus rapazes. Tanto que alguns boss iniciaram expurgos quase stalinistas para ficar com a ficha limpa. Pois é, a coisa fica preta até para eles, quando vem a crise: têm de baixar as velas dos juncos. Precisam esperar que a ventania passe.”

A Suiça entra no jogo

Blog do Luis Nassif - 23/01/09

Por Jerffesson Nascimento

LN

Mais um país a cooperar. Agora a Suiça. Clique aqui.
Suíça bloqueia contas de envolvidos na Satiagraha

Por Jamil Chade, correspondente

Genebra, 23 (AE) - O Ministério Público da Suíça identificou contas nos bancos de Genebra e Zurique de pessoas acusadas na Operação Satiagraha e aceitou cooperar com o Brasil. Hoje (23), os suíços confirmaram que estão colaborando com o Brasil na Operação Satiagraha e que bloqueou contas secretas nos bancos do país à pedido da Justiça brasileira.

Como resultado da cooperação entre os dois países, o Brasil enviou uma carta rogatória à Berna pedindo o congelamento de contas, o que foi aceito. “Executamos o pedido das autoridades brasileiras e bloqueamos as contas relacionadas na carta enviada pelo Brasil”, afirmou Walburga Bur, porta-voz do Ministério Público da Suíça.

Ontem, o Ministério da Justiça no Brasil anunciou o bloqueio de mais de US$ 2 bilhões em contas bancárias mantidas no exterior por pessoas envolvidas na Operação Satiagraha.

O governo evitou indicar em quais países teriam feito o bloqueio e apenas indicou que cerca de U$ 500 milhões estavam nos Estados Unidos. Para o Ministério da Justiça, foi o “maior bloqueio de recursos suspeitos de ilícitos já feito pelo país”.

No Brasil, o Ministério da Justiça também evitou dar os nomes das pessoas que tiveram suas contas bloqueadas, para preservar as investigações da Polícia Federal. A Justiça suíça, à pedido do Brasil, também preferiu não dar os nomes das pessoas que tiveram suas contas bloqueadas, nem os bancos envolvidos. Mas confirmaram que se referia aos casos relacionados à operação

Um grupo de investigadores suíços chegou a viajar ao Brasil para tratar do assunto e a cooperação entre os dois países tem sido intensa. Mas, na embaixada do Brasil em Berna, a ordem é não dar nenhum detalhe sobre o assunto.

O Ministério Público também confirma que o Brasil ou pessoas no País afetadas por esses supostos criminosos vão poder, no momento adequado, repatriar os recursos caso prove que são frutos de fraude ou corrupção. “A restituição seguirá um procedimento especial”, explicou Walburga.

O Ministério Público da Suíça “lamentou” não poder dar mais detalhes em relação ao processo. O governo suíço insiste que vem facilitando a repatriação de recursos a outros países. Mas o processo é lento e exige, antes de tudo, uma condenação final no país de origem das pessoas consideradas como suspeitas. No caso dos recursos bloqueados em nome do deputado Paulo Maluf e de sua família há sete anos, até hoje a Justiça brasileira não conseguiu o repatriamento dos fundos.

Boletim da Chuíça(*): Ibope: 55% dos paulistanos gostariam de viver em outra cidade!

Conversa Afiada - 23/janeiro/2009 14:31

Na Chuíça apenas 1% acredita na segurança pública

Na Chuíça apenas 1% acredita na segurança pública


O paulistano é assim: ao mesmo tempo em que sente orgulho de viver em São Paulo (44%), ele não confia na segurança pública (1%), não espera melhoria na qualidade de vida (60%) e, se pudesse, moraria em outra cidade (55%).

Acredita piamente no aumento da inflação (56%), aposta que o desemprego (45%) e a desigualdade social (41%) vão crescer. Não faz uso nem do sistema público de saúde (70%), nem da educação na rede pública (60%), tampouco do transporte público (55%) porque está insatisfeito.

Na sua grande maioria (77%), o paulistano acha que os investimentos públicos feitos na cidade de São Paulo estão “voltados para a população rica” e, enquanto 95% acreditam em corrupção na política, uma pequena parcela (10%) recorre à “propina” a funcionário público ou outro intermediário para conseguir o que quer.

Por fim, ele dá nota 6,7 à cidade de São Paulo e confia no Corpo de bombeiros (95%), Correios (91%) e (!!!) na Sabesp (81%).

Esses são os resultados da primeira edição da pesquisa “Viver em São Paulo”, realizada pelo Ibope, que ouviu 1.512 moradores em todas as regiões da cidade, entre os dias 5 e 14 de janeiro de 2009.

(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil pense que São Paulo é: uma combinação do dinamismo econômico da China com o IDH da Suíça.

Serra diz que o Brasil está à beira do caos para poder salvá-lo

Conversa Afiada - 23/janeiro/2009 11:04

São Jorge derrota o dragão: é puro marketing de Serra

São Jorge derrota o dragão: é puro marketing de Serra

. O repórter Kennedy Alencar diz na Folha que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, já avisou a Aécio Neves que o candidato do partido é José Pedágio (os maiores pedágios do Brasil são os de São Paulo).

. Qual o argumento de Guerra?

. Porque Pedágio está mais preparado para enfrentar a crise.

. Legal.

. É o marketing do Pedágio: pintar a crise com as cores pretíssimas da urubóloga Miriam Leitão(*).

. O Brasil está à beira do caos.

. E aí chega o Pedágio, como São Jorge, e de lança em punho derrota o dragão.

. Papo furado.

. Puro marketing.

. Pura propaganda da Sabesp no Acre.

. No Governo Fernando Henrique - a que Pedágio serviu - e que quebrou o Brasil três vezes -, Pedágio sistematicamente boicotou o trabalho do Ministro da Fazenda Pedro Malan.

. Qual o argumento que Elio Gaspari, confidente de Pedágio e colonista da Folha, usava para desmoralizar a “Ekipeconomica” ?

. O Brasil está à beira do caos e só ele, o Pedágio, poderia salvá-lo.

. Pedágio criou o bordão “populismo cambial” para solapar a política cambial do Banco Central – e de Malan.

. Depois veio a eleição de 2002.

. O Brasil estava de fato à beira do caos.

. Afinal, vinha de oito anos da incúria cinzenta de Fernando Henrique.

. Mas o caos não era o Governo a que ele, Pedágio, serviu com devoção e carinho, mas a alternativa: Lula.

. Regina Duarte foi para a televisão chorar porque Lula ia fazer do Brasil a Argentina que Pedágio descrevia no horário eleitoral gratuito.

. E só ele, o Pedágio, podia salvar o Brasil do caos e da Argentina.

. Marketing.

. Aí, veio a eleição de 2006.

. Para destruir a candidatura Alckmin, Pedágio usou o mesmo argumento.

. Só que naquele momento, o Brasil vivia um dos períodos de maior vigor econômico

. Num momento em que o Brasil vivia um dos períodos de maior vigor econômico.

. Pedágio e seus colonistas , porém, diziam: o Brasil está à beira do caos e só ele, o São Jorge da Mooca, pode nos salvar.

. Alckmin tirou Pedágio da “fila”, como diz o Fernando Henrique, o Farol de Alexandria.

. Fernando Henrique faz tudo o que Pedágio mandar – ele e Pedágio demitiram Neschling por causa de um mictório.

. Agora, na sucessão de Lula.

. O PiG e o Meirelles jogaram o Brasil no caos profundo, no Hades onde só entram as gárgulas do Duomo de Milão.

. Com a contribuição de alguns carrascos, como aquele do filme “A troca”, que tem a cara do William Waack, o algoz da madrugada.

. O Brasil está perdido.

. A crise é tão grande que nem no caos cabe mais.

. A propósito, o desemprego em janeiro foi o menor desde 2002!

. E quem sai da nuvem de fumaça branca, montado no cavalo de São Jorge, com a espada na mão para nos salvar?

. Ele, o salvador.

. Pedágio é uma invenção do PiG de São Paulo.

. Ele e o PiG dizem que ele é um grande economista.

. O que ele fez?

. O que escreveu?

. Quantos livros publicou?

. Quantos cursos ministrou?

. Que discípulos formou?

. O que já disse?

. Como o economista genial se notabilizou na gestão da coisa pública?

. Qual o seu cartel de realizações?

. Aliás, como perguntou, numa sabatina na Folha o filósofo Paulo Arantes, “o que pensa esse (Serra) rapaz”?

. O que ele pensa?

. Qualquer coisa.

. Ele vai salvar o Brasil, presidente Sérgio Guerra?

. Com que idéias?

. Com que planos?

. Com que folha corrida?

. Presidente Sérgio Guerra: o senhor quer conhecer, de fato, a eficiência da gestão dos tucanos em São Paulo?

. Conte quanto tempo o senhor gasta para sair do Aeroporto de Guarulhos e chegar ao Palácio dos Bandeirantes, para encontrar o Pedágio, na hora do rush.

. O senhor sabia que carro em São Paulo não paga IPVA, mas IPTU ?

. O fato de Aécio Neves não ter peito para enfrentar Serra e São Paulo não significa que Serra tenha capacidade de ganhar a eleição.

. Serra não sai de São Paulo.

. O Vesgo do Pânico tem mais chance do que ele.

Paulo Henrique Amorim

(*) “Se escaparmos da crise global, teremos uma crise feita pelo governo… gasto público não tem rumo…é um voo às cegas.” É o que diz a urubóloga na primeira página do Globo de hoje. Eu prefiro escapar da Miriam Leitão do que da crise.

Meirelles derrubou o Brasil e a culpa é do Lula

Conversa Afiada - 23/janeiro/2009 10:15

Lula deixou os bevilácquas mandarem no Brasil e deu nisso

Lula deixou os bevilácquas mandarem no Brasil e deu nisso

. O presidente do BankBoston, Henrique Meirelles, ainda na presidência do Banco Central – ele já vai tarde, leia na Carta Capital – cometeu dois erros fundamentais.

. Primeiro, segurou sistematicamente a taxa de juros e impediu o crescimento da economia brasileira.

. É o legado que ele deixa, antes de perder a eleição para governador de Goiás.

. Agora, Meirelles reduz um ponto percentual, quando ainda precisa reduzir quatro pontos da Selic, nas contas de Marcio Pochman, presidente do IPEA (que, aliás, dava um bom presidente do Banco Central, não fosse Lula o presidente que tem medo – do mercado).

. Depois, Meirelles se trancou de medo no gabinete e não foi para a rua obrigar os bancos a emprestar às empresas e pessoas.

. Meirelles encheu os bancos de dinheiro para dar liquidez ao sistema.

. Os bancos empoçaram o crédito: botaram o dinheiro prá dentro, aplicaram nas exuberantes (e obscenas) taxas dos títulos do Tesouro, e não emprestaram ninguém.

. O que Meireles fez?

. Nada!

. Não foi o que fez Gordon Brown com os bancos ingleses.

. Não é o que anunciou o secretário do Tesouro do Obama, Timothy Geithner, que vai ficar em cima dos bancos e fazer uma pergunta banal, daquelas que o pai pergunta ao filho sobre a mesada que deu:

. “O que é que você fez com o dinheiro que eu te dei, meu filho?

. Meirelles derrubou a economia brasileira em nome de:

1) uma ideologia neoliberal que se deixou sepultar no buraco em que caiu o Muro de Berlim;
2) em nome da camaradagem: o compromisso de Meirelles e de seus anônimos diretores não é com o Brasil, mas com os bancos e – como diz o Nassif – com os especuladores em derivativos;
3) em respeito a uma minoridade intelectual de espantar: o Banco Central brasileiro, em toda a crise, esteve sempre três meses ATRÁS dos acontecimentos. O Banco Central não previu, não diagnosticou e combateu o monstro errado: a inflação, que já era. Faz parte da ideologia neoliberal acreditar que os economistas, e os economistas do Banco Central, são o supra-sumo da ciência. O Banco Central do Brasil tem a qualidade técnica do Banco Central da Islândia. Atirou no que não viu e não acertou no que viu.

. Nunca é demais lembrar que, durante muito tempo da maléfica gestão Meirelles, quem mandou na economia brasileira foi um tal de Bevilácqua, diretor de Ciências Ocultas do BC.

. Foi ele quem, no dia seguinte ao lançamento do PAC, se recusou a derrubar os juros – para dar um recado à Nação: o BC não toma conhecimento do PAC, do lado real da economia. O Brasil tem dono.

. O Bevilácqua foi trabalhar com quem?

. Com Daniel Dantas.

. Foi ser gestor desses fundos que os ínclitos delegados Protógenes Queiroz e Romeu Tuma Jr. congelam, com o apoio do Governo americano.

. Esse Banco Central é o Bevilácqua.

. Vão todos, depois, trabalhar com os danieis dantas.

. E o Brasil?

. O Brasil fica entre a desídia do Meirelles e o medo do Presidente Lula.

. Agora, o Presidente que não demitiu Meirelles exige que os bancos estatais reduzam as taxas e entrega R$ 100 bilhões para Luciano Coutinho gastar com a BrOi e Aracruz.

. Por que a Oposição não pede uma CPI do BNDES?

. Ou vai esperar o Governo americano fechar a BrOi?

jn esconde congelamento de $$$ de Dantas

Conversa Afiada - 23/janeiro/2009 8:48

Você viu “A Troca”, caro leitor? O carrasco não é a cara do Wack?

Você viu “A Troca”, caro leitor? O carrasco não é a cara do Waack?

. O jornal nacional gastou os primeiros 20 minutos de ontem, quinta feira, dia 22, para demonstrar que o Brasil foi à breca e que a redução de um ponto percentual na taxa Selic foi irrelevante.

. Não vai mudar nada.

. Aliás, nada vai mudar na inexorável derrocada do Governo Lula e a gloriosa coroação do José Pedágio, governador de (e tudo para) São Paulo.

. O mais interessante, porém, do jornal nacional foi a forma discreta, quase imperceptível, clandestina de noticiar a mais importante operação de congelamento de fundos de um criminoso do colarinho branco.

. Leia sobre como Romeu Tuma Junior, do Ministério da Justiça conseguiu isso

. O Governo brasileiro congelou o cala-a-boca que o BNDES deu a Daniel Dantas, para beneficiar dois empresários que não gostam de gastar um tusta: Carlos Jereissati e Sergio Andrade, novos donos da BrOi, até que se abram os 12 HDs de Daniel Dantas.

. Foi a maior operação de congelamento de grana de criminoso do colarinho branco que o Brasil já realizou.

. Como diz Romeu Tuma Jr, foi uma inovação na investigação de criminosos do colarinho branco no Brasil: cortar o fluxo de grana para o bandido.

. Caro leitor, o que o jn fez?

. Deu uma nota irrelevante, sem chamada, sem destaque:
Governo brasileiro consegue bloquear dinheiro em contas no exterior
O governo brasileiro conseguiu que autoridades internacionais bloqueassem mais de US$ 2 bilhões depositados em contas bancárias no exterior. Segundo o Ministério da Justiça, é o maior bloqueio desse tipo já realizado. Essas contas foram analisadas pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha, que investigou a suposta evasão de divisas de pessoas ligadas ao banqueiro Daniel Dantas.
. Ou seja, o jn escondeu.

. O advogado de Dantas, Wilson Mirza, deve ter pedido ao Ali Kamel para aliviar…

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: o Jornal da Globo também escondeu. William Waack, que parece aquele carrasco que conduz o assassino à forca, no filme “A troca”, nem leu a notícia minúscula, de meio segundo. Foi a outra âncora, para que ele não se contaminasse…