"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, agosto 13, 2013

Imagens inéditas mostram tribo que vive isolada na Amazônia

o Presente - Publicado em: 13/08/2013 - 14:50 | Atualizado em: 13/08/2013 - 14:50

RESERVA DOS KAWAHIVA FICA NA DIVISA DO MATO GROSSO E AMAZONAS

 

Imagens raras, filmadas no interior da Amazônia, mostram cenas inéditas de uma das últimas tribos do mundo que ainda vivem completamente isoladas da civilização. Para a surpresa dos sertanistas que fizeram as imagens, os índios surgem de repente no meio da mata. Eles carregam arcos e flechas e andam nus como os antepassados.

O grupo formado por nove índios faz parte de uma tribo que vive isolada na floresta e foge de qualquer contato com o homem branco. Eles foram avistados no momento em que caminhavam de uma aldeia para a outra. Os homens são guerreiros. As mulheres levam o que recolheram na floresta e os filhos.

Uma índia aparece com duas crianças. Congelando a imagem é possível ver a cabeça e o braço da menor. A outra está pendurada nas costas. É ela que nota a presença do funcionário da Funai e dá o alarme. Este foi o momento de maior tensão no contato. Um dos guerreiros volta para ver o que tinha acontecido. Ele fica escondido atrás da folhagem e observa os intrusos. Quando se certifica de que não há perigo, desaparece com todo o grupo no meio da floresta.

Para entender o que os índios disseram, nossa equipe pediu ajuda a uma professora da Universidade de Brasília. Ana Suely Arruda Cabral é uma das maiores especialistas do mundo em línguas indígenas.

“Eu estou pegando palavras. Eles estão em uma conversa e quando a mulher fala em “dupi” e ele fala em “buta”, que é lugar para esperar caça. Eles estão procurando algum lugar onde eles vão parar para pernoitar e, de repente, alguám fala no “mbutá”, que é o andaime onde eles esperam a caça na árvore. Eles preparam esse andaime para esperar a caça à noite”, explica a linguista da UnB.

Ela também analisou a conversa entre os índios no momento em que notaram a presença de estranhos na floresta. “Quando a criancinha que está no dorso na mãe, ela se apavora e grita “tapuim”, “tem inimigo”. A mãe olhando para trás grita “atzé”, “vamos”.

A professora explica que a língua Tupi-Kawahiva é comum a várias tribos, mas como esse grupo sempre viveu isolado fala de uma maneira própria. Quem registrou as imagens inéditas foi o sertanista Jair Candor. Ele é funcionário da Funai e há mais de 20 anos tem a missão de monitorar e  proteger os kawahiva, sem forçar o contato com a tribo.

“A gente não estava ali para encontrar com eles. A gente estava para verificar algumas invasões no limite da terra”. A área onde os índios estão isolados é duas vezes e meia maior do que a cidade de São Paulo. Ela fica no coração da floresta, na divisa dos estados de Mato Grosso e Amazonas. A cidade mais próxima está a 150 quilômetros de distância. Esse território já foi interditado pela Justiça e só quem tem autorização da Funai pode entrar.

Até conseguir filmar os kawahiva, os sertanistas só tinham indícios da existência deles. Durante duas décadas, fizeram dezenas de expedições na região, encontraram vários acampamentos provisórios na mata e localizaram muitos objetos produzidos pelos índios. Os kawahiva não praticam a agricultura e são nômades. Quando a caça some, mudam de acampamento. Por isso precisam de um território grande.

Eles vivem no que chamam de tapiri, que é uma habitação improvisada, coberta com folhas. Os índios fazem redes com casca de árvore. Tem uma roca primitiva, para fazer o barbante usado na fabricação de flechas. No tapiri, onde vivia apenas um índio, os sertanistas fizeram uma descoberta.

“Hoje a gente tem vestígio de duas pessoa, são três esteiras, onde dormiu duas pessoas, talvez até três, o casal e o filho. Aconteceu um casamento aí, a família está crescendo, é bom”, diz Jair Candor. O futuro dos kawahiva está ameaçado pela proximidade da civilização.

Os sertanistas encontraram garrafas pet em um acampamento provisório que fica na beira de um rio. Na outra margem começa uma fazenda. “A qualquer momento, podem sair para a fazenda. Se isso acontecer, camarada, a gente vai ter de se preparar, porque vai vir bomba”, diz o sertanista.

segunda-feira, agosto 12, 2013

Não foi por isso que fomos às ruas



 recebido por e-mail - 12 ago 2013

Caros amigos, 


Nesse momento, nossos deputados estão tentando aprovar uma "minirreforma eleitoral", que facilitará a corrupção em nossas eleições, limitará o poder do Judiciário e aumentará as chances de doação de empresas para políticos. Não é isso o que diz a voz das ruas, mas podemos impedi-los. Faça uma ligação e envie uma mensagem aos deputados: 

Envie uma mensagem
Neste momento, longe dos holofotes, um grupo de deputados está fazendo pressão por um pacote de reformas para tornar a vida de políticos corruptos mais fácil e dificultar que sejam punidos pelo Judiciário. Temos pouco tempo para impedir essa ameaça à nossa luta por uma democracia mais limpa. 

A tal reforma parece uma lista de presentes para um político corrupto: vai desde limitar o poder do Judiciário para analisar doações e gastos duvidosos até ampliar a participação de megadoadores nas eleições. A proposta vai contra tudo aquilo pelo que lutaram os brasileiros que tomaram as ruas nos últimos meses. Os deputados estão agindo silenciosamente, antes que a opinião pública perceba o que está acontecendo, para que essas novas regras valham para as eleições do ano que vem. 

Precisamos agir rapidamente: a votação na Câmara dos Deputados pode acontecer a qualquer momento. A última coisa que a maioria dos deputados quer ver é mais uma onda de protestos -- se enviarmos a eles uma mensagem clara vinda de milhares de cidadãos, eles vão se dar conta de que descobrimos o que querem fazer e que pagarão um preço alto nas próximas eleições, a menos que desistam dessa "minirreforma eleitoral". 

Clique abaixo para ver os números de telefone dos principais líderes partidários e exija que eles desistam da "minirreforma eleitoral" e garantam que a transparência vença a corrupção no Brasil. Em seguida, envie uma mensagem a todos os líderes para nos certificarmos de que eles escutarão nossa mensagem: 

http://www.avaaz.org/po/brasil_minirreforma_eleitoral_sam/?buwPZab&v=27949 

Durante o recesso parlamentar, alguns líderes partidários fizeram um acordo para aprovar uma série de mudanças à atual legislação eleitoral. Essas mudanças incluem limitar o Judiciário, diminuindo sua liberdade de analisar as despesas de campanha, reduzir a responsabilidade criminal dos candidatos em se tratando de violações da lei eleitoral e livrá-los da necessidade de apresentar recibo para algumas despesas de campanha... eles querem até mesmo desobrigar os candidatos a apresentarem um programa de governo, necessário para que os eleitores saibam como os candidatos pretendem governar as nossas cidades, Estados e o país. 

A aprovação dessa lei vai contra a voz do povo que tomou as ruas nos últimos meses pedindo por uma política mais limpa. Eles dizem que querem reduzir a burocracia e tornar as eleições mais democráticas, mas essa "minirreforma" vai fazer exatamente o contrário. Se aprovada, não apenas vai ser mais difícil para os cidadãos fiscalizarem os políticos, como também haverá um terreno ainda mais fértil para doações duvidosas, dinheiro em troca de voto e favores políticos obscuros. 

Mas temos uma oportunidade única para barrar esse projeto de lei antes que ele vá ao plenário. Se um número suficiente de nós agir agora, esse escândalo vai virar notícia e os deputados desistirão dessa ideia diante da pressão dos seus eleitores. Sabemos que o Brasil que queremos não é um país em que os políticos corruptos se escondem por trás do sistema político para cometer crimes. 

Faça uma ligação para os principais líderes partidários e o principal apoiador da medida, o deputado Cândido Vaccarezza e, em seguida, envie um email para todos os outros líderes: 

http://www.avaaz.org/po/brasil_minirreforma_eleitoral_sam/?buwPZab&v=27949 

No mês passado, após centenas de milhares de brasileiros tomarem as ruas, vimos a reação do Congresso às demandas populares. Arquivaram a PEC37 e avançaram na discussão de propostas como o fim do voto secreto e a corrupção como crime hediondo. Sabemos que o povo tem o poder de pressionar os políticos para que eles façam o que for melhor para o país que queremos construir. Cabe a nós vencermos essa batalha! 

Com esperança e determinação, 

Luis, Nádia, Diego, Carol, Joseph, Ricken e toda a equipe da Avaaz 

PS: Muitas das campanhas da Avaaz foi criada pelos membros da nossa comunidade! Crie sua própria campanha e obtenha a vitória sobre qualquer questão, seja ela local, nacional ou global: http://www.avaaz.org/po/petition/start_a_petition/?bgMYedb&v=23918 

MAIS INFORMAÇÕES: 

Pacote da Câmara reduz rigor para desvios das campanhas (Folha de S. Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/08/1319850-pacote-da-camara-reduz-rigor-para-desvios-das-campanhas.shtml 

Câmara deve evitar votação de temas polêmicos da minirreforma (O Globo)
http://oglobo.globo.com/pais/camara-deve-evitar-votacao-de-temas-polemicos-da-minirreforma-9366194 

Deputado do PT quer que a bancada do partido seja contra minirreforma eleitoral (Folha de S. Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/08/1320935-deputado-do-pt-quer-que-a-bancada-do-partido-seja-contra-minirreforma-eleitoral.shtml 

Parlamentares da base governista apresentam minirreforma eleitoral (G1)
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/07/parlamentares-da-base-governista-apresentam-minirreforma-eleitoral.html