"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, janeiro 17, 2012

Comentários

Fiquei alguns dias isolado da internet na paradisíaca Bombinhas-SC. Por iniciativa própria fugi de pontos de acesso à internet, do telefone, até loquei um local a dois quarteirões da praia e supermercado para deixar o carro de lado também.

Bom, nessas condições minha única opção era a TV aberta. Então, assisti (mesmo que de passagem) novelas da globo e BBB.

Me impressionou o fato de que na minha infância e adolescência assistia às novela das seis (com adaptações da moreninha, escrava Isaura, entre outras) de excelente padrão. A novela das sete com Guerra dos Sexos, entre outras, e a das oito como Roque Santeiro, além de maravilhas como Saramandaia. Não assiti a todas e nem tampouco todos os capítulos, mas eram boas novelas.

Então quando vi a novela das sete com narrações do Miguel Falabella, pensei: o que diabos é isso? O padrão caiu tanto e eu não fiquei sabendo? A novela é chata e os comentários conseguem piorá-la. A das oito, bom, essa eu nem vou falar pois é totalmente sem sal.

E aí veio a estreia do BBB. Quando vi o Pedro Bial anunciando os participantes dançando ridiculamente e recebendo alcunhas no mais puro estilo nosense, fiquei pensando em todos os brasileiros que não tem opção e tem que engolir toda a programação goela abaixo. E olha que com eu sempre estava na praia até uma sete horas, não vi malhação e outras bobagens.

Com uma cobertura de mais de 95% do território, a Rede Globo está formando uma boa massa de cidadãos críticos.

 

Algo que me estarreceu também foi a noticia do “aumento” das aposentadorias.

Não consigo aceitar que um governo que prega a distribuição de renda e aumento do consumo e emprego, faça algo desse tipo. Considerando (como já publiquei antes) que o governo está querendo nivelar a aposentadoria dos Servidores Federais com a do INSS, vejo que serão mais milhares de brasileiros passando necessidade e sobrevivendo, quando na realidade deveriam ter um vida digna.

O pior é que essa gigantesca injustiça iniciou-se no Governo Collor, permaneceu (é claro) no neoliberalismo de FHC e espantosamente se manteve no Governo Lula e permanece com grande folego no de Dilma.

Grande exemplo de respetio ao cidadão o partideco dá. Mas, como nada espero da dita “esquerda” representada por figuras que aumentam seu patrimônio em mais de 20 vezes. Creio que o mínimo que o Governo Dilma deve (isso mesmo, deve) a esses cidadãos que passaram a vida trabalhando, pagando impostos indiretos, taxas dos mais diversos tipos, descontando para a previdência achando que teriam um retorno de igualdade salarial, seria a mudança nessa legislação com só atende a interesses escusos, pois bem sabemos que os ralos do dinheiro público não é o tão propalado “rombo” da previdência.

Arma fatal, por Alexandre Frasson*

recebido por e-mail – 12 jan 2012

Sou pai de uma jovem vestibulanda da UFRGS e fiquei estarrecido com a complexidade do tema de redação proposto por esta tão concei-tuada universidade e aplicado na última segunda-feira. É quase inacreditável que uma instituição de ensino desse naipe, através dos seus “elaboradores”, possa estar tão distanciada da realidade cultural e educacional de nosso pobre/enorme país.
Li atentamente o texto-base para a redação e estou chegando à lamentável conclusão de que a banca que elabora as provas da UFRGS vive em outra “rea- lidade” ou então a explicação é, digamos, patológica de quem mira aquele exército, na sua maioria de adolescentes, como um alvo para o bombardeio do mais puro sadismo “intelectualoide”. Será que sentem prazer em ver os rostos tristes, frustrados e desorientados desses jovens em busca de seus sonhos?
Esses adolescentes, pelo menos aqueles que se prepararam, passaram o ano ligados nas notícias sobre o perigo de um acidente nuclear no Japão, fontes de energia alternativas para preservar o meio ambiente, quebradeira econômica na Europa, a “primavera” árabe, as manifestações de “ocupem Wall Street”, o paradoxo entre corrupção desenfreada e crescimento econômico brasileiro, as inovações tecnológicas etc., etc. Todos, temas bastante complexos para quem está à flor da pele, imaturo, transbordando de hormônios, pensando na namorada ou no namorado. Mesmo assim, ligados e conectados ao mundo através da internet, do celular etc.
Mas, para os “encastelados” e iluminados da banca da UFRGS, isto não bastava e preferiram aplicar um texto sobre o qual muitos professores, jornalistas e tantos outros profissionais das letras teriam muitas dificuldades de dissertar, pois se trata de um texto para especialistas no assunto, ou estou errado?
Com isso, se aprofunda de forma mais cruel a “exclusão”. Será que esse é o grande objetivo das provas da UFRGS, a exclusão?
Para dividir as tarefas de eliminação, nos anos anteriores podem ter sido as questões de física, matemática, química ou todas elas juntas... Este ano, tudo indica que o destaque será a redação, mas tem que parecer politicamente correto, de preferência exaltando nossa nacionalidade, nossas origens lusófonas, quem sabe, a nossa língua!
A arma fatal que promove a exclusão normalmente é apresentada de forma camuflada, desta vez utilizou-se o gigante mitológico Adamastor e uma flor, a flor do Lácio.

*Gerente de Operações e pai de vestibulanda

Já teci comentários anteriormente sobre os exageros do vestibular. É necessário que se introduza uma nova forma de pensar nesse processo de avaliação. Talvez, a saída acabe se tornando a adoção do ENEM como critério de avaliação.