"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, abril 23, 2014

Brasil cai em ranking global de gastos militares em 2013

Assuntos Militares - segunda-feira, 14 de abril de 2014


Despesas brasileiras no setor cresceram a um ritmo inferior a de outros países sul-americanos, diz Sipri

Na contramão de seus principais vizinhos sul-americanos, o Brasil caiu no ranking dos países com maiores gastos militares no mundo em 2013, segundo um estudo do Sipri (Instituto Internacional de Estudos da Paz de Estocolmo, na sigla em inglês), divulgado nesta segunda-feira.

A queda no ano passado foi de 3,9% e fez com que o país deixasse a lista dos dez maiores investidores no setor.


Com despesas da ordem de US$ 31,5 bilhões (R$ 70 bilhões) em 2013, o Brasil ocupa agora a 12ª posição no ranking, duas a menos do que no ano anterior, e atrás de países como Estados Unidos, Coreia do Sul e Itália.

Em contrapartida, outros países latino-americanos, como Colômbia (+13%), Honduras (+22%) e Paraguai (+33%), vêm expandindo significativamente seus orçamentos militares.

Segundo o Sipri, os gastos militares na região registraram um crescimento real (descontada a inflação) de 2,2% em 2013 e de 61% nos últimos dez anos.

O relatório, entretanto, destaca que a trajetória de alta na América do Sul foi impactada pelo mau desempenho do Brasil.

"Em contraste com os anos anteriores, a taxa de aumento dos gastos militares na América do Sul caiu, principalmente por causa do Brasil, o maior investidor da região", informa o relatório.

"Os gastos militares brasileiros cresceram rapidamente, em torno de 7% entre 2003 e 2010, mas registraram seu pico em 2010", acrescenta o estudo.

O Brasil também fica atrás na comparação com outros latino-americanos quando são analisadas as despesas militares na última década.

De 2004 a 2013, os gastos brasileiros no setor subiram em média 48%, taxa inferior a de países como Equador (+175%), Argentina (+155%) e Honduras (+137%).

O levantamento do Sipri, intitulado Tendências dos gastos militares no mundo, é divulgado anualmente com base em dados de mais de 170 países e inclui todo tipo de despesa no setor, desde compra de equipamentos a pagamentos de salários e pensões. 

Cenário global

Países com maiores gastos militares em 2013
1 - Estados Unidos
2 - China
3 - Rússia
4 - Arábia Saudita
5 - França
6 - Reino Unido
7 - Alemanha
8 - Japão
9 - Índia
10 - Coreia do Sul
11 - Itália
12 - Brasil
13 - Austrália
14 - Turquia
15 - Emirados Árabes Unidos
Fonte: Sipri

No mundo, os gastos militares caíram 1,9% em 2013, totalizando US$ 1,75 trilhão (R$ 3,9 trilhões), em grande parte por causa dos Estados Unidos, que reduziram suas operações no Iraque e no Afeganistão.
Sem a inclusão das despesas militares americanas, ressalva o levantamento, o setor teria crescido 1,8%.
Segundo o relatório, foi o segundo ano consecutivo de queda nos gastos militares globais. Em 2012, o total das despesas na área caiu 0,4%.

O Sipri assinala ainda que, nos últimos anos, uma tendência vem se consolidando no mundo. Enquanto os gastos militares tem caído no Ocidente – ou seja, na América do Norte, na Europa e na Oceania, as despesas aumentaram em outras regiões.

Entre os países com os maiores gastos militares, o relatório destaca o caso da Arábia Saudita, cujo orçamento destinado às Forças Armadas chegou a quase 10% do PIB em 2013. O país galgou três posições no ranking, passando da sétima para a quarta posição entre os que investem no setor.

O estudo também chama atenção para o fato de que, pela primeira vez, a Rússia ultrapassou os Estados Unidos na relação entre os gastos militares sobre o PIB, em linha com um plano aprovado pelo governo de Moscou de modernização de equipamentos.

Aproximadamente quatro quintos de todos os gastos militares em 2013 foram realizados por 15 países, entre eles o Brasil, conclui o levantamento.

BBC Brasil

Guarani: O novo blindado do Exército Brasileiro tem seu primeiro lote entregue no Paraná

Defesa Aérea e Naval - 25 mar 2014

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O Exército Brasileiro passou a contar a partir desta segunda-feira (24) com um moderno e poderoso instrumento para operações militares de ataque, defesa, patrulhamento e missões de paz: a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP-MR) Guarani.
O primeiro lote com 13 veículos foi entregue oficialmente ao 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Cascavel, oeste paranaense, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim, e do comandante do Exército, general Enzo Martins Peri.
Desenvolvido a partir de pesquisas empreendidas por diferentes unidades do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, a família de blindados Guarani está sendo produzida em parceria com a multinacional italiana Iveco, que construiu um módulo industrial para esse fim na cidade de Sete Lagoas (MG). A propriedade intelectual do Guarani – que tem a previsão de ser exportado – é do Exército Brasileiro.
Na cerimônia de entrega do lote de 13 blindados, Celso Amorim destacou que a entrada em operação dos Guarani “é um evento significativo, que representa este novo momento de reequipamento das nossas Forças Armadas”. Para o ministro da Defesa, a qualidade tecnológica e a empregabilidade do novo blindado reforça “a auto-estima dos nossos militares” e demonstra a “visão de futuro” do Estado Nacional.
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Amorim ressaltou que os Guarani têm uma grande presença militar, o que assegura um maior poder de dissuasão, “capaz de evitar ameaças ao nosso território e às nossas riquezas”. O ministro também elogiou o fato de o projeto ter sido desenvolvido e produzido no Brasil, já que sua exportação poderá se reverter em royalties para a Força Terrestre. “Tenho certeza que o Guarani será um sucesso no mundo inteiro”, afirmou.
Tecnologia
O Guarani irá substituir as famílias de blindados Urutu e Cascavel – em operação há quase 40 anos nas Forças Armadas. A previsão é que um total de 86 veículos seja entregue até o final do ano nos batalhões de infantaria de Foz do Iguaçu (PR), Apucarana (PR), Francisco Beltrão (PR) e no Centro de Instrução de Blindados em Santa Maria (RS). “É um meio moderno e eficiente. Um marco no processo de transformação das nossas tropas”, avaliou o general Carlos Bolívar, que está à frente do Comando Militar do Sul (CMS).
Guarani
Para o comandante do Exército, general Enzo Peri, o desenvolvimento do Guarani é um “projeto vitorioso”. A expectativa é que, ao longo de 20 anos, 2.044 blindados sejam fabricados e disponibilizados à Força Terrestre.
Com capacidade para 11 homens – sendo nove combatentes, um atirador e um condutor –, o blindado Guarani contém, além de ar condicionado, uma série de inovações tecnológicas: baixa assinatura térmica e radar – o que dificulta sua localização pelos inimigos; proteção blindada para munição perfurante incendiária e minas anticarro; navegação por GPS; freios ABS; visão noturna; motor de 383 cv, com velocidade máxima de 100 km/h; sistema de gerenciamento de campo de batalha; e sistema de consciência situacional.
O Guarani também é preparado para navegação, com hélices traseiras que lhe dão capacidade anfíbia. Suas torres podem ser equipadas com canhões de munição de 30mm, além de metralhadoras .50 e 7,62mm. É projetado para atingir alvos aéreos e terrestres. Desde 2013, os militares dos batalhões de infantaria mecanizado das regiões Sul e Centro-Oeste estão recebendo adestramento específico para operar o novo blindado.
FONTE : defesa.gov.br

AVIBRAS APRESENTA SUA VIATURA MULTITAREFA BLINDADA TUPI

DefesaNet - 10 de Abril, 2014 - 16:10

Viatura Blindada Multitarefa Leve de Rodas da Avibras, o Tupi
Júlio Ottoboni
Correspondente DefesaNet - São José dos Campos

A Viatura Blindada Multitarefa Leve de Rodas da Avibras, o Tupi, que disputa com outros veículos uma concorrência voltada a abastecer o Exército brasileiro. Feito em tempo recorde, de apenas 4 meses, o protótipo será entregue para testes no próximo dia 15, no Centro de Avaliações do Exército (CAEx), sediado no Rio de Janeiro. Ele é um forte candidato a fazer parte da frota do Projeto Estratégico do Exército.

O blindado 4x4 pesa 8 toneladas, mas é extremamente ágil e versátil para diversos tipos de terrenos. Inclusive seu projeto superou as expectativas previamente estabelecidas na concorrência. Entre abril e junho o veículo será submetido a diversos testes, inclusive de blindagem e resistência, junto aos peritos da armada. Os fuzileiros navais, que integram as Forças de Paz da ONU também demonstraram interesse no produto.

Em novembro provavelmente a decisão do ganhador da concorrência para o fornecimento de 30 a 32 veículos deste porte será divulgada. Informações não oficiais dão conta que o produto da Avibras leva grande vantagem sobre os demais, pois atendeu todos os requisitos e ainda superou algumas exigências, pois consegue carregar até 2,3 toneladas. O previsto em edital era até 1,3 toneladas.

O nome Tupi é uma homenagem a nação indígena que povoou inclusive a região em que a fábrica está instalada em Jacareí. A Avibras está construindo sua fábrica de número 4, num terreno contíguo a fábrica 2, onde serão produzidos os caminhões do sistema Astros 2020 e possivelmente essa nova viatura blindada leve.

O investimento nesta instalação nova gira em torno de R$ 100 milhões e está em plena construção. “A blindagem tem proteção balística para até 7,62 perfurante, também tem um sistema de suporte anti- minas, autonomia de 800 quilômetros com o uso de diesel, querosene aeronáutico e biodiesel e uma velocidade máxima de 100 quilômetros por hora, isso tudo com um sistema de vedação para ataques bacteriológicos e de áreas de radiação nuclear, pois temos um ótimo sistema de ar condicionado”, garantiu o gerente de desenvolvimento de negócios, Marcos Agmar de Lima Souza.

O carro ainda tem pneus com compensação de enchimento e sistemas lançador de granadas de fumaça entre muitas outras possibilidades, como levar uma metralhadora .50 em seu teto, tanto para operação manual como operada por controle remoto. Seu assoalho, além de reforçado com chapas de aço com revestimento cerâmico contraminas Stanag nivel 3A, pode ainda receber uma capa de proteção extra que protege inclusive o cardã e o chassi de explosões. Isso eleva o grau de segurança até o nivel 2B.

O tamanho do Tupi também conta muito neste processo de escolha. São 5,5 metros de comprimento, 2,2 metros de largura e 2,1 metros de altura. O que garante o seu uso urbano, inclusive em ações em favelas situadas em morros e locais de difícil acesso para uma viatura militar. Além de poder transitar facilmente pelas ruas, a blindado pode se transformar em ambulância, numa pick up, em versão com chassi alongado.

O modelo apresentado pela Avibras é para 5 passageiros. Ele foi concebido em parceria com a Renault Trucks Defense, tendo como base o Sherpa Light. A intenção da Avibras é avançar com o nível de nacionalização chegando a 60% em 2016. Toda a carroceria do veiculo é protegido por um produto da própria companhia contra corrosão e está customizado as diversidades e diferenças climáticas do Brasil. Sua tancagem é de 164 litros e situa-se numa área protegida. Seu motor é de 4 cilindros e 218 HP.

Os aviões cargueiros Hercules C-130 e o KC-390 podem carregar duas unidades do veículo. O Tupi carrega 4 baterias, duas para uso do veículo e outras duas para os sistemas embarcados. Os equipamentos eletrônicos previstos vão desde computadores, sistemas de navegação inercial, sistemas comunicacionais, visualizador diurno-noturno etc. “Temos expectativas para uma versão civil e é muito provável que haja outra para transporte de valores.

Pela imensa variedade de aplicações, nós vemos que há um mercado potencial imenso para esse tipo de veículo ”, afirmou Souza. O Exército não liberou informações sobre quem está na disputa e quais são os fabricantes envolvidos. Sabe-se que uma outra companhia brasileira está no certame. A Avibras, caso seja confirmada como vencedora, conseguiria entregar o produto num prazo entre 6 e 8 meses. O montante de investimento e o valor da compra também são mantidos em sigilo.