"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

domingo, fevereiro 07, 2010

O petróleo não é de origem fóssil, continua a ser gerado ininterruptamente pela Terra e é inesgotável



Artigo retirado de: «Qual crise energética?»


Foi-nos sempre dito que o petróleo é um combustível fóssil, que surgiu há 500 milhões de anos, tendo por origem a decomposição de plantas e animais mortos. Restos de organismos teriam sido aprisionados no fundo dos oceanos numa camada de lama e cobertos por outras camadas de solo, formando ao longo do tempo o petróleo.

Foi-nos sempre dito que a energia do sol é captada pelos seres vivos e que podemos libertar novamente essa energia armazenada há centenas de milhões de anos através da combustão do petróleo.

É-nos dito que as reservas de combustíveis fósseis, especialmente o petróleo, duram, no máximo, até cerca de 2060.

Outro factor, para além da extinção das reservas petrolíferas, é o momento em que a produção de petróleo atinge o seu cume, começando então a decrescer. Este ponto máximo da extracção petrolífera é chamado de "Peak-Oil" [Pico Petrolífero]. Como é em função deste pico que varia a oferta e a procura, este pode ter um papel crucial nos preços do petróleo.

O ponto máximo da extracção petrolífera ou "Peak-Oil" é o instante em que a taxa de extracção petrolífera atinge o seu máximo absoluto em todas as bacias petrolíferas. Este momento é alcançado quando tenha sido extraído metade de todo o petróleo passível de ser explorado.

O Pico Petrolífero

É afirmado que o ponto de extracção máximo já foi alcançado no passado e que vamos de encontro a uma crise energética. A prova desta esta afirmação, dizem-nos, é o aumento contínuo da cotação do petróleo, de 25 dólares o barril em 2002 para 134 dólares em 6/6/2008 (este artigo foi escrito nesta data).

Por este motivo, dizem-nos que a esperada lacuna energética deve ser suprida através de menor consumo e pela procura de outras alternativas, tal como energias renováveis. Devemos abandonar o petróleo o mais rapidamente possível, pois ele irá acabar em breve.

É-nos afirmado que o petróleo se formou há centenas de milhões de anos, que existe em quantidade fixa, e que quando tivermos extraído a última gota, terá acabado para sempre a era do petróleo.

Mas o que é que aconteceria se toda esta história não tiver nenhum fundamento e tudo não passar de uma
lenda? O que seria se o combustível petróleo não fosse de origem fóssil, não proviesse de organismos extintos, mas fosse de outra natureza? E se o petróleo, afinal, existe em abundância e continua a ser formado ininterruptamente pela Terra? E se não existir nenhuma crise energética e nenhum "Peak-Oil"?

O Pico Petrolífero está Aqui

A afirmação de que haveria um ponto máximo na extracção do petróleo foi divulgada em pânico, já em 1919, embora nesse tempo ainda não se chamasse "Peak-Oil" (este é somente um novo rótulo). Naquele tempo, foi afirmado pelos "especialistas" que o petróleo só chegaria para os próximos 20 anos. O que aconteceu na realidade? Desde então, a data do fim do petróleo foi sempre impelida para o futuro, e hoje, 90 anos depois, temos ainda petróleo, embora a extracção e o consumo tenham vindo a aumentar todos os anos.

O Petróleo Abiótico (não fóssil)

De onde veio, no fim de contas, a história de que o petróleo teria surgido de fósseis de organismos vivos e seria, portanto, biótico? O geólogo russo Mikhailo Lomonossov teve esta ideia pela primeira vez em 1757: "o petróleo surge de pequenos corpos de animais e plantas, enclausurados em sedimentos sob alta pressão e temperatura e transformam-se em petróleo após um período inimaginável". Não sabemos que observações o levaram a afirmar isso, simplesmente esta teoria nunca foi confirmada e é aceita sem provas há mais de 200 anos e ensinada nas universidades.

A teoria da origem do Petróleo como resultado da decomposição de restos de de plantas e animais
(
clicar na imagem para ampliar)

Porém, nunca foram encontrados fósseis de animais ou plantas nas reservas de petróleo. Esta falta de provas mostra que a teoria do combustível fóssil é unicamente uma crença sem qualquer base científica. Os geólogos que espalham a teoria do combustível fóssil, não apresentaram ainda qualquer prova da transformação de organismos em petróleo.

Um dos elementos mais presentes sobre a Terra no nosso sistema solar é o carbono. Nós, seres humanos, somos formados em grande parte por carbono, assim como todos os outros seres vivos e plantas do planeta
. E em pelo menos 10 planetas e luas de nosso sistema solar foram observadas grandes quantidades de hidrocarbonetos, a base para o petróleo.

A sonda espacial Cassini descobriu, ao passar próximo de Titan, a lua de Saturno, que ela está repleta de hidrocarbonetos líquidos. Mas não havendo lá vida para produzir os hidrocarbonetos, estes devem ser fruto de alguma outra transformação química. Devido à sua particular configuração atómica, o carbono possui a capacidade de formar moléculas complexas e apresenta, entre todos os elementos químicos, a maior complexidade de ligações químicas.

Daily Telegraph - Lagoas de hidrocarbonetos no planeta Titan

Aqui na Terra, as placas continentais flutuam sobre uma inimaginável quantidade de hidrocarbonetos. Nas profundezas do manto terrestre surgem, sob determinada temperatura, pressão e condições adequadas, grandes quantidades de hidrocarbonetos. A rocha calcária anorgânica é transformada num processo químico. Os hidrocarbonetos que daí resultam, são mais leves que as camadas de solo e rocha sedimentares, e por isso sobem pelas fendas da Terra e acumulam-se sob camadas impermeáveis da crosta terrestre.

O magma quente é o fornecedor de energia para este fenómeno geológico. O resultado dá pelo nome de petróleo abiótico, porque não surgiu a partir da decomposição de formas biológicas de vida, mas antes por um processo químico no interior da Terra. E este processo acontece
ininterruptamente. O petróleo é produzido continuamente.


Eis alguns dos argumentos mais relevantes que comprovam que o petróleo é de origem abiótica (não fóssil):

- O petróleo é extraído de grandes
profundidades, ultrapassando os 13 km. Isso contradiz totalmente a tese dos fósseis, pois os restos dos seres vivos marinhos nunca chegaram a tais profundidades e a temperatura (elevadíssima) teria destruído todo o material orgânico.

- As reservas de petróleo, que deveriam estar vazias desde os anos 70, voltam a encher-se novamente por si mesmas. O petróleo fóssil não pode explicar este fenómeno. Só pode ser explicado pela produção incessante de petróleo abiótico no interior
da Terra.

- A quantidade de petróleo extraída nos últimos 100 anos supera a quantidade de petróleo que poderia ter sido formado através da biomassa. Nunca existiu material vegetal e animal suficiente para ser transformado em tanto petróleo. Somente um processo de fabricação de hidrocarbonetos no interior da Terra pode explicar esta quantidade gigantesca.

- Quando observamos as grandes reservas de petróleo no mundo é notório
que elas surgem onde as placas tectónicas estão em contacto uma com as outras ou se deslocam. Nestas regiões existem inúmeras fendas, um indício de que o petróleo provém do interior da Terra e migra vagarosamente através das aberturas para a superfície.

Placas Tectónicas

- Em laboratório foram criadas condições semelhantes àquelas que predominam nas profundezas do planeta. Foi possível produzir metano, etano e propano. Estas experiências provam que os hidrocarbonetos podem formar-se no interior da Terra através de simples reacções anorgânicas - e não pela decomposição de organismos mortos, como é geralmente aceite.

- O petróleo não pode ter 500 milhões de anos e permanecer tão "fresco" no solo até hoje. As longas moléculas de carbono ter-se-iam decomposto. O petróleo que utilizamos é recente, caso contrário já se teria volatilizado há muito tempo. Isto contradiz o aparecimento do petróleo fóssil, mas comprova a teoria do petróleo abiótico.


Em 1970, os russos começaram a perfurar poços a grandes profundidades, ultrapassando os 13.000 metros
. Desde então, as grandes petrolíferas russas, incluindo a Iukos, perfuraram mais de 310 poços e extraem de lá petróleo. No último ano, a Rússia ultrapassou a extracção do maior produtor mundial, a Arábia Saudita.

Os russos dominam a complexa técnica de perfuração profunda há mais de 30 anos e exploram inesgotáveis reservas de petróleo das profundezas na Terra. Este facto é ignorado pelo Ocidente. Os russos provaram ser totalmente falsa a explicação dos geólogos ocidentais de que o petróleo seria o fruto de material orgânico decomposto.

Nos anos 40 e 50, os especialistas russos descobriram, para sua surpresa, que as reservas petrolíferas se reenchiam por si próprias e por baixo
. Chegaram à conclusão que o petróleo é produzido nas profundezas da Terra e emigra para cima, onde se acumula. Puderam comprovar isso através das perfurações profundas.

O geólogo russo Nikolai Alexandrovitch Kudryavtsev foi o primeiro a propor a moderna teoria do petróleo abiótico, em 1951. Ele analisou a geologia dos arenitos betuminosos de Athabasca em Alberta, Canadá Athabasca Tar Sands e concluiu que nenhuma rocha geradora poderia formar o enorme volume de hidrocarbonetos presentes nessas areias betuminosas (hoje estimada em cerca de 1,7 trilhões de barris) e portanto, a explicação mais plausível é que o petróleo é abiótico, abiogênico, inorgânico e que provém de grandes profundidades do interior da terra, através de falhas profundas.

A teoria Russo-Ucraniana do petróleo, baseada em cálculos termodinâmicos, foi iniciada na Ucrânia pelo cientista Professor Emmanuil B. Chekaliuk (1967), cujos estudos apontaram que o petróleo provém e é originado a altas pressões e temperaturas no manto da Terra, sem a participação de carbono de origem orgânica (Plantas ou animais). Esta teoria é suportada por estudos experimentais de laboratório conduzidos nos Estados Unidos pelo Dr. J.F. Kenney.

Será que essa é a verdade sobre o "ouro negro"?

Estoque da Dívida Total Líquida da União (Interna e Externa) – Fonte MF

Base: Dezembro de 2009

R$ bilhões.

Itens

1994

% PIB

2002

% PIB

2009

% PIB

DMIM

32,1

9,19

558,9

37,82

1.398,4

44,75

DMIBC

33,5

9,59

282,1

19,09

639,2

20,45

DET

22,2

6,35

262,9

17,79

98,7

3,16

Total

87,8

25,13

1.103,9

74,70

2.136,3

68,36

Legenda: DMIM - Dívida Mobiliária Interna em Poder do Mercado;

DMIBC - Dívida Mobiliária Interna em Poder do Banco Central;

DET - Dívida Externa Líquida.


A dívida total líquida da União (interna e externa) aumentou de R$ 87,8 bilhões (25,13% do PIB) em dezembro de 94 para R$ 1.103,9 bilhões (74,70% do PIB) em dezembro de 2002. Crescimento real em relação ao PIB de 197,25% comparado com dezembro de 1994.

Em dezembro de 2009 aumentou para R$ 2.136,3 bilhões (68,36% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 8,49% comparando com dezembro de 2002, e crescimento real em relação ao PIB de 172,02% comparado com dezembro de 1994.

Com base em dezembro de 2009, cabe destacar ter o Tesouro Nacional haveres de R$ 437,4 bilhões junto aos Estados e Municípios, sendo que os 5 estados ditos mais ricos da federação devem 73,90% da referida dívida, como segue: SP (41,34%) - MG (11,41%) - RJ (10,37%) - RS (7,64%) - PR (3,14%), além de R$ 220,8 bilhões em haveres da administração indireta e outros haveres no montante de R$ 665,1 bilhões. Totalizando haveres de R$ 1.323,3 bilhões.

Com base em dezembro de 2009 a dívida total líquida da União (Interna e Externa) era de R$ 2.136,3 bilhões (68,36% do PIB), sendo R$ 1.398,4 bilhões (44,75% do PIB) em poder do mercado; R$ 639,2 bilhões (20,45% do PIB) em poder do Banco Central e R$ 98,7 bilhões (3,16% do PIB), relativos à dívida externa.

No conceito de caixa as reservas em dezembro de 2002 eram de US$ 37,8 bilhões (com US$ 21,5 bilhões de dívida com o FMI), sendo as reservas ajustadas de US$ 16,3 bilhões. Em dezembro de 2009 estavam em US$ 238,5 bilhões (sem divida com o FMI), sendo as reservas ajustadas de US$ 238,5 bilhões.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

Fazendo uma análise superficial dos dados, além destes que recebi por e-mail, vejo que nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) as dívidas tiveram um aumento de no mínimo 800% no caso da DMIBC e 1700% no caso da DMIM. Lula nos seus oito anos aumentou em 200% a DMIM e 300% a DMIBC, mas ao contrário de Fernando Henrique Cardoso que aumentou a DET em 1100%, Lula a reduziu em 600%. Então cuidemos o PSDB (Serra principalmente).


Encontro com Thiago de Mello

Por Hiram Reis e Silva, Manaus, AM, 26 de janeiro de 2010.

“Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem, como a palmeira confia no vento; como o vento confia no ar; como o ar confia no campo azul do céu”. (Thiago de Mello)

Estava distraído, selecionando alguns livros numa banca próxima ao Teatro Amazonas, quando fui surpreendido por uma imagem querida e conhecida. Todo de branco, ostentando uma bela e alva cabeleira coberta por chapéu igualmente branco, Thiago entrou na livraria com a suavidade de um anjo no paraíso. Fiquei boquiaberto e não confiando em minha percepção procurei confirmar minha expectativa com o coronel Teixeira. A expressão boquiaberta do Teixeira não deixava dúvidas, se tratava definitivamente de Thiago de Mello.

Só se ama aquilo que se conhece e entende.

Só se defende o que se ama” (Thiago de Mello)

Cumprimentei-o e relatei minha profunda admiração pelo maior poeta do estado do Amazonas. Confirmei, com ele, as palavras que uso no fechamento de todas as minhas palestras e que ouvi em uma de suas entrevistas a uma rede de televisão - “Só se ama aquilo que se conhece e entende. Só se defende o que se ama”. Fiz um breve relato de nosso Projeto Aventura Desafiando o Rio-mar e o poeta se entusiasmou com a idéia. Pediu meu endereço em Porto Alegre para me enviar alguns de seus livros. O poeta mostrou-me algumas de suas obras nas prateleiras e fez um breve relato das motivações que o levam a criar determinadas poesias. Foi realmente um privilégio desfrutar, ainda que por alguns momentos, da convivência desta tão conhecida e amada personalidade amazonense.

- Amadeu Thiago de Mello

“Eu consagro a minha vida, a minha palavra falada e a minha palavra escrita, ao esforço diário de reduzir o abismo entre aqueles que comem três vezes ao dia e aqueles deserdados que desconhecem o cheiro do pão. Consagro a minha vida à união dos povos latinos. Eu fiz a opção entre o apocalipse e a utopia. Escolhi a utopia porque acredito que é possível construir uma sociedade mais justa e mais solidária”. (Thiago de Mello)

Thiago de Mello, poeta amazonense e ícone da literatura regional, nasceu em Bom-Socorro, município de Barreirinha a 30 de março de 1926. Estreou, na literatura, aos 25 anos com o livro de poemas ‘Silêncio e Palavra’. Foi Adido Cultural da Embaixada do Brasil no Chile, nos anos sessenta e durante a revolução de 1964, cumpriu seu período no exílio, residindo no Chile, Argentina, Portugal, França e Alemanha. Em 1978 voltou ao Brasil e teve suas obras publicadas pela Editora Civilização Brasileira. Seu poema mais conhecido é ‘Os Estatutos do Homem’. Em 1975, seu livro Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida, foi premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte tornando-o reconhecido internacionalmente como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos.

Em homenagem aos seus 80 anos, completados em 2006, foi lançado, pela Karmim, o CD comemorativo A Criação do Mundo, contendo poemas que o autor produziu nos últimos 55 anos, declamados por ele próprio e musicados pelo seu irmão, Gaudêncio Thiago de Mello.


Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

Novo Airão / Manaus

Por Hiram Reis e Silva, Novo Airão, AM, 22 de janeiro de 2010.

“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”. (Henry Ford)


Acordamos às cinco horas e às cinco horas e vinte minutos fui até o posto da Polícia Militar confirmar o apoio de viatura. O policial de plantão, como de praxe, não havia recebido as ordens devidas, mas consegui que a viatura estacionasse na hora combinada na ‘Pousada Alfa’, do senhor Raimundo, onde pernoitáramos. O carregamento e o transporte do material para a margem ocorreram sem problemas e parti, exatamente, às seis horas da manhã. Eu planejara chegar a Manaus fazendo duas paradas: a primeira, no antigo Castanheiro, atual Terra Preta, e a segunda, no Hotel de Selva Ariaú Amazon Towers.

- Partindo para Terra Preta - Castanheiro (18 de janeiro de 2010)

A viagem transcorreu sem maiores problemas. Raro movimento de embarcações nas Anavilhanas. Cheguei à Comunidade de Terra Preta por volta das onze horas e trinta minutos e me informaram que a equipe de apoio me aguardava no Centro Comunitário, em construção. Os operários estavam acampados no Centro e estavam empenhados na construção de uma Escola Municipal. Terra preta é conhecida pela construção artesanal de pequenas embarcações e se estende por uma única rua espremida entre o barranco e a praia. O conforto adicional era que teríamos luz das seis horas e trinta minutos até as dez horas. O grande transtorno, porém, foi o ronco de um dos operários que não permitiu que eu conseguisse dormir a noite toda.

- Partindo para o Ariaú (19 de janeiro de 2010)

Cansado, parti às seis horas e quinze minutos. O dia ensolarado, a correnteza fraca e os ventos de proa retardavam meu deslocamento. Nas paradas, com o objetivo de me refrescar, eu mergulhava o corpo nas águas turvas do Negro, mas as águas mornas não contribuíam para minha recuperação. Finalmente, recuperei o ânimo, quando avistei o rio Ariaú. Os botos vermelhos evoluíam, perigosamente, ao lado do caiaque, quase esbarrando no casco. Parei numa instalação flutuante do hotel e me informei se podia acessá-lo pelo canal. Após a confirmação, remei vigorosamente pelos três quilômetros que me separavam de meu destino. O acesso pelo rio me levou às antigas instalações do Complexo Hoteleiro e tive de procurar a recepção, no lado oposto, em busca de informações sobre a equipe de apoio. Encontrei o Teixeira e o Osmarino devidamente acomodados e providenciamos o descarregamento do caiaque. Após um banho reconfortante, do almoço e de uma breve visita às instalações, fui até o quarto pegar a máquina fotográfica, quando, então, tive um ataque de labirintite. No ano passado, o Dr Ritta, dono do Ariaú, havia prometido me receber gratuitamente no seu hotel, quando eu descesse o Rio Negro e foi justamente o que aconteceu. Podendo desfrutar do conforto e das diversas opções de lazer que o Ariaú oferece, tive de ficar de cama até o dia seguinte.

- O Ariaú Amazon Towers

“O Hotel de Selva Ariaú Amazon Towers, localizado no Município de Iranduba, Estado do Amazonas, é único na sua concepção arquitetônica, pois o mesmo é construído sobre palafitas de madeira à altura da copa das árvores. Devido a sua estrutura singular, o hotel integra-se juntamente com você e com toda a vida selvagem existente na Selva Amazônica como: macacos de diversas espécies, araras, papagaios, botos cor-de-rosa, entre outros animais da nossa fauna. Durante os 20 anos de existência, tem sido palco de eventos tais como: Cenário do filme ‘Anaconda’ da Sony Pictures, Base de Operações dos realities shows: ‘Survivor’ da CBS TV americana e ‘La Selva de los Famosos’ da Antena 3 TV espanhola, assim como de muitas outras reportagens e curtas metragens. O hotel também tem servido de base para vários eventos empresariais e educativos, com o intuito de desenvolver o conhecimento e educação sobre a Amazônia. Dentro as inúmeras atrações do Hotel, estão as excursões programadas para visitar a Selva Amazônica como: visita a casa de nativos, caminhada na selva, pesca da piranha, observação de animais de hábitos noturnos, interação com botos cor-de-rosa, sobrevôo panorâmico, encontro das águas, visita a tribo indígena, andar de carrinhos elétricos sobre as passarelas, sobrevivência na selva, visita às comunidades locais, visita à casa de nativos, entre outros. Para chegar ao Hotel dispomos de um serviço de cruzeiros para o Ariaú, percorrendo o Rio Negro e assim dando a oportunidade de você desfrutar e fotografar a imensidão da Amazônia. Disponível em dois horários diários de forma regular, tanto de ida como de retorno. O translado está incluso no pacote.

  • Horário de saída de barco: 08:00h e 14:00h
  • Horário de Retorno de barco: 08:00h e 14:00h

Os pacotes incluem transporte regular do Aeroporto para o píer do Hotel Tropical, translado fluvial de ida e volta à Manaus, drink de boas-vindas e souvenir indígena, acomodação em apartamento stander com ar condicionado, varanda privativa e banheiro com chuveiro elétrico, pensão completa (exceto Bebidas), excursões na selva conforme programação, sempre acompanhados de guias bilíngües especialistas na geografia local”. (www.ariau.tur.br)

- Partindo para o Manaus (20 de janeiro de 2010)

Acordei às seis horas um pouco melhor, arrumei as minhas coisas e preparei o caiaque para a partida. Depois do café, iniciei minha última jornada. A velocidade que eu conseguia imprimir ao caiaque fez com quem eu reavaliasse minha conduta e decidisse não fazer nenhuma parada de maneira a não atrasar muito minha chegada prevista para as duas horas da tarde na praia do Grupamento. O cansaço e a possibilidade de um novo ataque de labirintite me preocupavam. Depois de cruzar a parte mais estreita do Negro, e avistar Manaus a mais de vinte e quatro quilômetros de distância, senti um grande desânimo. Foi, então, que os golfinhos amigos, os botos tucuxis, apareceram para me animar. Um trio harmonioso evoluía num sincronismo perfeito seguido de um outro pequeno e solitário. As evoluções variavam de bombordo a boreste e passavam a poucos metros da proa do caiaque. O acompanhamento durou por mais de hora e meia e permitiu que eu desviasse, pelo menos momentaneamente, minha atenção dos problemas que enfrentava. Rumei diretamente para a concha acústica da Ponta Negra onde combinara encontrar a equipe de apoio. Como não a avistasse, rumei diretamente para o Grupamento. A equipe da Seção de Comunicação Social havia montado um toldo e me aguardava na praia com o repórter da TV Cultura.

- Projeto Desafiando Rio-mar - 3ª Fase

Ano que vem, vamos descer o rio Amazonas das praias do 2º Grupamento de Engenharia, Manaus (Amazonas) até o flutuante do 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BECnst), Santarém (Pará). A 3ª Fase visa homenagear os 40 anos do Grupamento, atualmente comandado por um grande amigo e companheiro de jornada no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre (RS), em 1984, General de Brigada Lauro Luís Pires da Silva. A chegada em Santarém terá um significado igualmente especial, pois o comando do 8º BECnst estará nas mãos de um ex-cadete e parceiro de trabalho no 9º Batalhão de Engenharia de Combate, Aquidauana (MS), Coronel de Engenharia Aguinaldo da Silva Ribeiro.

O projeto já recebeu apoio do Senhor Fábio Paiva que vai doar um caiaque para ser rifado em benefício da 3ª fase do projeto. Fábio é um apaixonado por canoagem e possui a maior fábrica de caiaques do Brasil, a Opium Fiberglass, responsável pela construção de mais de quinze mil embarcações, distribuídas em todo o País.

Moura / Velho Airão

Por Hiram Reis e Silva, Novo Airão, AM, 16 de janeiro de 2010.

“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”. (Henry Ford)


Acordamos às cinco horas e trinta minutos e aguardamos o apoio de viatura da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica, sediada em Moura (COMARA). A viatura não apareceu e, novamente, tivemos que transportar todo o material da escola para as embarcações, acarretando um atraso de trinta minutos na partida.

- Partindo para o Velho Airão (13 de janeiro de 2010)

Continuei seguindo a rota da Companhia de Embarcações do Comando Militar da Amazônia (CECMA). A opção pela margem esquerda, além da velocidade, evitava o emaranhado de ilhas da Foz do Juá que dificultaria, em muito, a orientação, tendo em vista que a fotografia aérea era do período de secas. A equipe de apoio parou para o almoço em uma comunidade e fomos agraciados com uma piranha para complementar nosso almoço, já que o Osmarino havia pescado somente um peixe no percurso. Estávamos aguardando o peixe ficar pronto, quando um dos ribeirinhos alertou-nos que o ‘bonguinho’ estava se fazendo ao largo. O Osmarino embarcou no meu caiaque e trouxe de volta o barco fujão. Após o almoço, continuamos o percurso. Abandonei a rota do CECMA e contornei as ilhas, rumando direto para o Velho Airão. O Osmarino pescou três Tucunarés garantindo nosso jantar. Cheguei bastante cansado, por volta das dezesseis horas e trinta minutos, depois de remar quase dez horas consecutivas e não foi nada reconfortante me deparar com a altura do barranco do Velho Airão. Ao desembarcar, conheci dois moradores: o senhor Nakayama e o ‘Ceará’. Decidimos permanecer um dia na comunidade para poder fotografar, com a luz adequada, as ruínas e também petróglifos da foz do Jaú.

Petróglifos: do prefixo grego pétra - ‘rochedo, rocha’, com o sufixo grego glúphó - ‘esculpir, gravar’.

- Velho Airão e Foz do Jaú (14 de janeiro de 2010)

Acordei cedo e percorri as ruínas da ‘Rua Occidental’ e o cemitério para registrar algumas imagens. O estado de deterioração das ruínas e a violação dos túmulos são um nítido exemplo do pouco caso que as autoridades dão ao passado, à história de nosso povo. Depois de tomar um café na casa do amigo Ceará e visitar o pequeno museu que Nakayama guarda em sua casa fomos visitar a boca do Jaú. As inscrições, bem mais elaboradas que as da foz do rio Branco, chamam a atenção pela diversidade e detalhes. Tiramos uma série de fotos que, infelizmente, continuamos sem poder encaminhar daqui de Novo Airão, já que cada foto levaria mais de duas horas para fazer o upload. Nakayama e Ceará estão residindo na área há mais de quatro anos e nos contaram, com minúcias, as inúmeras visitas de pesquisadores à área. Visitamos a família de um ribeirinho cujas plantações e árvores frutíferas foram bastante castigadas pela cheia do ano passado.

- Velho Airão - Acampamento (15 de janeiro de 2010)

Programamos alcançar Novo Airão em dois dias e decidi que o maior esforço seria no primeiro, pois eu remaria das seis às quinze horas e acamparíamos onde tivesse um morador ou comunidade próxima. O dia chuvoso impediu a tomada de fotos e transcorreu praticamente sem novidades. Avistei, de longe, o local ideal de parada e rezei para que a equipe de apoio lá estivesse. Ao me aproximar, enxerguei o Teixeira acenando e me tranquilizei. Não estava em condições de remar mais cinco quilômetros até a próxima comunidade. O Osmarino havia pescado mais quatro tucunarés que foram degustados no nosso almoço/jantar.

- Acampamento - Novo Airão (16 de janeiro de 2010)

Mantivemos nossa rotina de horário para partir e novamente enfrentamos mal tempo durante quase todo o percurso. Encontrei a equipe de apoio a meio caminho e pedi ao Teixeira que se antecipasse para fazer os contatos em Novo Airão para que, quando lá chegasse, já estivesse tudo acertado. Aportei e fui recebido com uma garrafa de refrigerante gelada o que muito me animou.

Já é matematicamente impossível liquidar a dívida nacional dos EUA

Resistir Info - 07 fev 10

por The Economic Collapse

. Muitas pessoas estão inquietas quanto ao rápido crescimento actual da dívida nacional dos EUA e estão a pedir uma solução. O que elas não percebem é que simplesmente não há solução sob o actual sistema financeiros estado-unidense. Agora já é matematicamente impossível para o governo dos EUA liquidar a sua dívida nacional. A verdade é que o governo dos EUA agora deve mais dólares do que os realmente existentes. Se o governo actuasse hoje e tomasse todos os centavos de todos os bancos, negócios e contribuintes americanos, ainda assim não seria capaz de liquidar a dívida nacional. E se assim fizesse, obviamente a sociedade americana cessaria de funcionar porque ninguém teria mais dinheiro para comprar ou vendar fosse o que fosse.

E o governo dos EUA ainda estaria com uma dívida maciça.

Então porque o governo estado-unidense simplesmente não acciona as impressoras e imprime um bocado de dinheiro para liquidar a dívida?

Bem, por uma razão muito simples.

Porque não é assim que o nosso sistema funciona.

Como se verifica, quanto mais dólares entrarem no sistema, mais aumenta a dívida do governo dos EUA.

O governo dos EUA não emite a divisa dos EUA – quem o faz é o Federal Reserve.

O Federal Reserve é um banco privado possuído e operado com o objectivo do lucro por um grupo muito poderoso da elite dos banqueiros internacionais.

Se tirar uma nota de dólar da carteira e der uma olhadela notará que no topo ela diz "Federal Reserve Note".

Ela pertence ao Federal Reserve.

O governo dos EUA não pode simplesmente criar novo dinheiro sempre que quiser sob o nosso sistema actual.

Ao invés disso, ele deve obtê-lo do Federal Reserve.

O mecanismo do endividamento. Assim, quando o governo dos EUA precisa tomar mais dinheiro emprestado (o que acontece um bocado nestes dias) ele vai ao Federal Reserve e pede-lhe mais alguns pedaços de papel verdade chamado Federal Reserve Notes.

O Federal Reserve permuta estes pedaços de papel verdade por pedaços de papel rosa chamados Títulos do Tesouro dos EUA. O Federal Reserve então vende estes Títulos do Tesouro ou mantém os títulos consigo (o que acontece muito actualmente).

É este o modo como o governo dos EUA obtém mais pedaços de papel verde chamados "U.S. dollars" a fim de colocá-los em circulação. Mas aos fazer isso, ele incide em ainda mais dívida pela qual terá de pagar ainda mais juros.

De modo que todas as vezes em que o governo estado-unidense fez isso, a dívida nacional tornou-se ainda maior e passou a dever ainda mais juros sobre aquela dívida.

Começa a perceber o quadro?

Enquanto está a ler isto, a dívida nacional dos EUA é de aproximadamente US$12 milhões de milhões (trillion), embora cresça tão rapidamente que é realmente difícil estabelecer um número exacto.

Então quanto dinheiro realmente existe nos Estados Unidos de hoje?

Bem, há vários meios de medir isto.

A oferta monetária "M0" é o total de notas físicas, mas o dinheiro nos cofres dos bancos e todos os depósitos que aqueles bancos têm em bancos de reserva. Em meados de 2009, o Federal Reserve disse que esta quantia era cerca de US$908 mil milhões.

A oferta monetária "M1" inclui toda a oferta monetária "M0" bem como todo o dinheiro possuído em contas à ordem nos bancos, além de todo o dinheiro contido em travelers' checks. Segundo o Federal Reserve, isto totalizava aproximadamente US$1,7 milhão de milhões em Dezembro de 2009, mas nem todo este dinheiro realmente "existe" como veremos em momentos.

A oferta monetária "M2" inclui toda a oferta monetária "M1" mais a maior parte de outras contas de poupança, contas do mercado monetário, mercado monetário a retalho dos fundos mútuos e depósitos a prazo de pequenos valores (certificados de depósitos inferiores a US$100 mil). Segundo o Federal Reserve, isto totalizava aproximadamente US$8,5 milhões de milhões em Dezembro de 2009, mas, mais uma vez, nem todo este dinheiro realmente "existe" como veremos dentro de momentos.

Gr�fico do crescimento da oferta monet�ria dos EUA A oferta monetária "M3" inclui toda a oferta monetária "M2" mais todos os outros Certificados de Depósito (depósitos a longo prazo e saldos dos fundos mútuos do mercado monetário institucional), depósitos de eurodólares e acordos de recompra. O Federal Reserve já não mantém registo do M3, mas segundo o ShadowStats.com ele está actualmente em torno dos US$14 milhões de milhões. Mas, mais uma vez, nem todos este "dinheiro" realmente "existe".

Então por que é que ele não existe?

É porque o nosso sistema financeiro está baseado em algo chamado reserva fraccionária da banca.

Quando você entra no seu banco local e deposita US$100, eles não mantêm os seus US$100 no banco. Ao invés disso, eles mantém apenas uma pequena fracção do seu dinheiro ali no banco e emprestam o restante a alguém. Assim, se aquela pessoa deposita o dinheiro que acabou de ser tomado emprestado no mesmo banco, esse banco pode emprestar a maior parte desse dinheiro outra vez. Mas realidade, apenas US$100 realmente existem. O sistema funciona porque não corremos todos ao banco e exigimos todo o nosso dinheiro ao mesmo tempo.

Segundo o New York Federal Reserve Bank, a reserva bancária fraccionária pode ser explicada deste modo...

"Se a exigência de reserva for de 10%, por exemplo, um banco que recebe um depósito de US$100 pode emprestar US$90 daquele depósito. Se o tomador do empréstimo então preencher um cheque para alguém que deposita os US$90, o banco que recebe aquele depósito pode emprestar US$81. À medida que o processo continua, o sistema bancário pode expandir o depósito inicial de US$100 para um máximo de US$1000 de dinheiro
(100+90+81+72,90+... = 1000)".

Grande parte do "dinheiro" não padrão hoje é basicamente feito a partir do ar.

De facto, a maior parte dos bancos não tem de todo exigências de reservas sobre depósitos de poupanças, Certificados de Depósito e certas espécies de contas do mercado monetário. Basicamente, as exigências de reservas aplicam-se só a "transacções de depósitos" – essencialmente contas à ordem.

A verdade é que os bancos hoje são mais livres do que nunca para "multiplicar" dramaticamente as quantias neles depositadas. Mas todo este dinheiro "multiplicado" está apenas no papel – ele realmente não existe.

A questão é que as medidas mais vastas da oferta monetária (M2 e M3) exageram amplamente quanto "dinheiro real" realmente existe no sistema.

Assim, se o governo dos EUA exigisse hoje todo dólar dos bancos, negócios e indivíduos nos Estados Unidos ele não conseguiria arrecadar US$14 milhões de milhões (M3) ou mesmo US$8,5 milhões de milhões (M2) porque estas quantias são baseadas na reserva fraccionária da banca.

De modo que o resultado é isto...

1) Se todo o dinheiro possuído por todos os bancos, negócios e indivíduos dos Estados Unidos fosse reunido hoje e enviado ao governo dos EUA, não haveria suficiente para liquidar a dívida nacional estado-unidense.

2) O único meio de criar mais moeda é incidir em ainda mais dívida, o que torna o problema ainda pior.

Como se vê, isto é o que todo o Sistema Federal de Reserva foi concebido para fazer. Foi concebido para vagarosamente drenar a riqueza maciça do povo americano e transferi-la para a elite dos banqueiros internacionais.

Trata-se de um jogo concebido de modo a que o governo dos EUA não possa vencer. Tão logo eles criem mais moeda pela assunção de empréstimos, o governo dos EUA deve mais do que foi criado por causa dos juros.

Se você deve mais dinheiro do que alguma vez foi criado você não pode reembolsá-lo.

Isto significa dívida perpétua enquanto o sistema existir.

É um sistema concebido para forçar o governo estado-unidense a montantes de dívida sempre crescentes porque não há escapatória.

Naturalmente, se houvéssemos escutado o nosso muito sábio pai fundador, Thomas Jefferson, poderíamos ter evitado esta confusão colossal...

"Se o povo americano alguma vez permitir aos bancos privados que controlem a emissão do seu dinheiro, primeiro pela inflação e depois pela deflação, os bancos e corporações que crescerão em tornos deles (em torno dos bancos) privarão o povo da sua propriedade até que os seus filhos acordem sem lar no continente que os seus pais conquistaram".

Mas nós não os ouvimos, não é?

Nós podíamos resolver este problema encerrando o Federal Reserve e devolvendo o poder de emitir a divisa estado-unidense ao Congresso dos EUA (o que é aquilo que a Constituição dos EUA estabelece). Mas os políticos em Washington D.C. não estão prontos para fazer isso.

Assim, a menos que esteja desejoso de mudar fundamentalmente o sistema actual, você pode bem deixar de se queixar acerca da dívida nacional dos EUA porque agora é matematicamente impossível liquidá-la.

O original encontra-se em theeconomiccollapseblog.com

A IV Frota em ação: um porta-aviões chamado Haiti

Resistir Info - 04 fev 10

por Raul Zibechi [*]

Estavam prontos para o desembarque. A reação dos Estados Unidos de militarizar a parte haitiana da ilha logo após o devastador terremoto de 12 de janeiro deve ser considerada dentro do contexto gerado a partir da crise financeira e da chegada de Barack Obama à presidência. As tendências de fundo já estavam presentes, mas a crise acelerou-as de um modo que lhes deu maior visibilidade. Trata-se da primeira intervenção de envergadura da IV Frota, restabelecida há pouco tempo.

Com a crise haitiana, a militarização das relações entre os EUA e a América Latina avança mais um passo, como parte da militarização de toda política externa de Washington. Deste modo, a superpotência em declínio tenta retardar o processo que a converterá em uma de outras seis ou sete potências no mundo. A intervenção é tão escancarada que o jornal oficial chinês Diário do Povo (de 21 de janeiro) pergunta se os EUA pretendem incorporar o Haiti como um Estado mais da União.

O jornal chinês cita uma análise da revista Time, onde se assegura que “o Haiti se converteu no 51° estado dos EUA ou, pelo menos, seu quintal”. Com efeito, em apenas uma semana o Pentágono mobilizou para a ilha um porta-aviões, 33 aviões de socorro e numerosos navios de guerra, além de 11 mil soldados. A Minustah, missão da ONU para a estabilização do Haiti, tem apenas 7 mil soldados. Segundo a Folha de São Paulo (20 de janeiro), os EUA substituíram o Brasil de seu lugar de direção da intervenção militar na ilha, já que, em poucas semanas, terá “doze vezes mais militares que o Brasil no Haiti”, chegando a 16 mil homens.

O mesmo Diário do Povo, em um artigo sobre o “efeito estadunidense” no Caribe, assegura que a intervenção militar deste país no Haiti terá influência em sua estratégia no Caribe e na América Latina, onde mantém uma importante confrontação com Cuba e Venezuela. Essa região é, para o jornal chinês, “a porta de entrada de seu quintal”, que os EUA buscam “controlar muito de perto” para “continuar ampliando seu raio de influência sobre o sul”.

Tudo isso não é muito novo. O importante é que se inscreve em uma escalada que iniciou com o golpe militar em Honduras e com os acordos com a Colômbia para a utilização de sete bases neste país. Se, a isso, somamos o uso das quatro bases que o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, cedeu a Washington em outubro, e as já existentes em Aruba e Curaçao (ilhas próximas a Venezuela pertencentes a Holanda), temos um total de 13 bases rodeando o processo bolivariano. Agora, além disso, consegue posicionar um enorme porta-aviões no meio do Caribe.

Segundo Ignácio Ramonet, no Le Monde Diplomatique de janeiro, “tudo anuncia uma agressão iminente”. Esse não parece ser o cenário mais provável, ainda que se possa concluir duas coisas: os EUA optaram pelo militarismo para mitigar seu declínio e necessitam do petróleo da Colômbia, Equador e, sobretudo, da Venezuela para afiançar sua situação hegemônica ou, pelo menos, diminuir a velocidade deste declínio. No entanto, as coisas não são tão simples.

Para o jornal francês, “a chave está em Caracas”. Sim e não. Sim porque, com efeito, 15% das importações de petróleo dos EUA provém da Colômbia, Venezuela e Equador, mesmo índice da quantidade importada do Oriente Médio. Além disso, a Venezuela caminha para converter-se na maior reserva de petróleo do planeta, assim que se confirmarem as reservas do Orinoco descobertas recentemente. Segundo o Serviço Geológico dos EUA, seriam o dobro das da Arábia Saudita. Tudo isso seria suficiente para que Washington desejasse, como deseja, tirar Hugo Chávez do poder.

Ao meu modo de ver, o problema central para a hegemonia estadunidense no seu “quintal” é o Brasil. O petróleo é uma riqueza importante. Mas é preciso extraí-lo e transportá-lo, o que demanda investimentos, ou seja, estabilidade política. O Brasil já é uma potência global, é o segundo dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), ficando atrás em importância apenas da China. Dos dez maiores bancos do mundo, três são brasileiros (e cinco chineses). Nenhum destes dez bancos é dos EUA ou da Inglaterra. O Brasil tem a sexta reserva de urânio do mundo (com apenas 25% de seu território investigado) e estará entre as cinco maiores reservas de petróleo quando for concluída a prospecção da bacia de Santos. As multinacionais brasileiras figuram entre as maiores do mundo. A Vale do Rio Doce é a segunda mineradora e a primeira em mineração de ferro; a Petrobras é a quarta empresa petrolífera do mundo e a quinta empresa global por seu valor de mercado; a Embraer é a terceira empresa aeronáutica, atrás apenas da Boeing e da Airbus; o JBS Friboi é o primeiro frigorífico de carne de gado bovino do mundo; a Braskem é a oitava petroquímica do planeta. E poderíamos seguir com a lista.

Ao contrário da China, o Brasil é autosuficiente em matéria de energia e será um grande exportador. Sua maior vulnerabilidade, a militar, está em vias de ser superada graças à associação estratégica com a França. Na década que se inicia, o Brasil fabricará aviões caça de última geração, helicópteros de combate e submarinos graças à transferência de tecnologia pela França. Até 2020, se não antes, será a quinta economia do planeta. E tudo isso ocorre debaixo do nariz dos EUA.

O Brasil já controla boa parte do Produto Interno Bruto da Bolívia, Paraguai e Uruguai, tem uma presença muito firme na Argentina, da qual é um sócio estratégico, assim como no Equador e no Peru, que facilitam a saída para o Pacífico. Aí está o osso mais duro para a IV Frota. O Pentágono desenhou para o Brasil a mesma estratégia que aplica a China: gerar conflitos em suas fronteiras para impedir a expansão de sua influência: Coréia do Norte, Afeganistão, Paquistão, além da desestabilização da província de Xinjiang, de maioria muçulmana.

Na América do Sul, um rosário de instalações militares do Comando Sul rodeia o Brasil pela região andina e o sul. A pinça se fecha com o conflito Colômbia-Venezuela e Colômbia-Equador. Agora contará com o porta-aviões haitiano, deslocando desta ilha a importante presença brasileira à frente da Minustah. É uma estratégia de ferro, friamente calculada e rapidamente executada.

O problema que as nações e os povos da região enfrentam é que as catástrofes naturais serão uma moeda de troca corrente nas próximas décadas. Isso é apenas o começo. A IV Frota será o braço militar mais experimentado e melhor preparado para intervenções “humanitárias” em situações de emergência. O Haiti não será a exceção, mas sim o primeiro capítulo de uma nova série pautada pelo posicionamento militar dos EUA em toda a região. Dito de outro modo: nós, latino-americanos, corremos sério perigo e já é hora de nos darmos conta disso.

[*] Jornalista, uruguaio.

A versão em português encontra-se em www.cartamaior.com.br . Tradução de Katarina Peixoto

Leitores denunciam que telejornal paulista da Globo "vaza" em outras partes do Brasil

Site do Azenha - Atualizado em 06 de fevereiro de 2010 às 22:00 | Publicado em 06 de fevereiro de 2010 às 13:53

por Luiz Carlos Azenha

Vários comentaristas tem tratado deste assunto nos últimos dias: no sinal emitido para as parabólicas do estado de São Paulo a Globo aparece sem a chamada "faixa comercial".

Porém, nas parabólicas do Nordeste, o sinal captado é o da Globo de São Paulo, com toda a propaganda da Sabesp e o "telejornalismo" padrão Ali Kamel. Será que a Globo preparou um esquema especial para propagar no Nordeste as inaugurações que Serra fará como governador de São Paulo, antes de deixar o cargo?

Solicito a leitores do Nordeste que fotografem ou gravem o sinal de parabólicas e nos enviem ou subam no You Tube:

Edu (06/02/2010 - 00:44)
E ai Azenha, tudo em ordem ?

Queria sugerir, novamente, que o tema sobre a globo emitindo sinal da praça paulista pro Nordeste seja investigado

A cada dia temos mais relatos sobre essa manipulação sem parale na nossa história, neste texto mesmo há o comentário do José Carlos relatando esse fato no MA, conhecidos meus que estiveram em outros estados da região comentaram isso, até com espanto por acharem que há algo estranho, afinal aqui no Litoral Norte de SP, no interior do estado ou mesmo no Rio, se voce comprar uma parabolica e aponta la pro satelite que cobre aqui, vai encontrar apenas o sinal do "feed" da emissora, aquele que transmite jogos dos times do Rio, que não tem comerciais e com as telas de contagem e informação das vinhetas

Então é isso aí, abraço

jose carlos lima (05/02/2010 - 21:19)
Em grande parte do nordeste o que impera é o monopólio da comunicação e de uma forma mais presente do que no restante do Brasil. Estou no sul do Maranhão, por aqui no lugar do noticiário do Maranhão aparece o SPTV com as propagandas de Serra. Mesmo para quem tem parabólica, os outros canais não funcionam direito. Parece boicote. Qual a responsabilidade da privatizada Embratel neste esquema tucano-demo de transmitir o que interessa a Serra para todo o Brasil? A TV Diário era concorrente da Globo mas esta a familia Marinho deu um jeito de extinguir. www.josecarloslima.blogspot.com

IBOPE do Gilmar: 71% dos brasileiros duvidam da honestidade da Justiça

Conversa Afiada - 6/fevereiro/2010 12:52

É assim que os brasileiros percebem a Justiça. De quem é a culpa ?

É assim que os brasileiros percebem a Justiça. De quem é a culpa ?

Saiu na pág. A12 do Estadão:

“Judiciário – para 39,8%, STF não foi neutro no caso Palocci. Pesquisa da Direito GV indica, ainda, que insatisfação com a Justiça é alta”.

A pesquisa da Escola de Direito da FGV de São Paulo ouviu 1.588 entrevistados em Brasília, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Rio, Recife e Belo Horizonte.

O Estadão é uma espécie de house organ do Supremo Presidente do Supremo.

Por isso, mostrou o irrelevante e escondeu o relevante.

O mais assustador da pesquisa é que “71% dos entrevistados disseram duvidar da honestidade ou imparcialidade do Judiciário”.

Portanto, ao fim dos dois anos trevosos em Gilmar Dantas (*) foi Supremo Presidente, os brasileiros acham que ele presidiu um Judiciário corrupto ou parcial.

É um IBOPE devastador.

Ele vai para a sua ministerial insignificância sob o opróbrio dos brasileiros.

A pesquisa diz mais.

O Judiciário que Ele presidiu não é capaz de resolver conflitos.

O Judiciário brasileiro é inacessível.

Quer dizer, os brasileiros sabem que o Judiciário é da elite: só quem chega à Justiça são os brancos, ricos e de olhos azuis.

Gilmar Dantas (*) deu entrevista ao Estadão – what else is new ? – sobre o resultado do IBOPE.

E manifestou seu desapontamento: a pesquisa não deveria ter destacado a absolvição do Palocci.

Ele tem razão.

Esse foi o grande erro da pesquisa da FGV de São Paulo.

A pesquisa deveria perguntar o que os brasileiros acham de o Supremo Presidente do Supremo dar dois HCs em 48 horas a um passador de bola apanhado no ato de passar bola.

Foi com esse ato que Gilmar Dantas (*) entrou para a História do Judiciário Brasileiro.

É isso o que ele vai levar para os livros de História, na companhia desse IBOPE.

Não foi Ele quem disse que não julgava para o Zé Mané ?

Pois é.

O Zé Mané disse o que pensa dEle.

Como disse o corajoso Ministro Joaquim Barbosa – clique aqui para rever o vídeo histórico – Gilmar desmoralizou a Justiça.

Paulo Henrique Amorim

Clique aqui para ler “Como funciona a Justiça de Gilmar e Asfor Riocha”.

E aqui para ler “Como Gilmar desmoralizou a Suprema Corte americana”.

(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista (**) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (**) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista