"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Guerra de drogas no Rio

 recebido por e-mail - 07 dez 2010

Uma pequena guerra ocorreu na semana passada no Rio de Janeiro, Brasil, entre as forças brasileiras e centenas de traficantes entrincheirados no complexo de favelas do Complexo do Alemão dublada. Após os recentes esforços dos funcionários para pacificar o Rio de drogas e relacionadas com a violência das gangues em frente da próxima Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, os traficantes atingiu na semana passada - atacando delegacias de polícia e assaltos a massa de teste. Após dias de preparação, as forças de segurança brasileiro lançou uma invasão no Complexo do Alemão, onde entre 500 e 600 traficantes de droga foram escondidos. Pelo menos 42 pessoas foram mortas na violência na semana passada, com as forças de segurança tomando o controle de vários bairros. Um número relativamente baixo de prisões foram feitas, e as autoridades alertam para novos conflitos como continuar a expulsar mais suspeitos no Rio de labirinto das favelas.

supostos traficantes de drogas que não quis se identificar, posar para uma foto como eles estão em uma rua em uma favela na zona oeste do Rio de Janeiro, Brasil em 07 novembro de 2010. (AP Photo / Felipe Dana)

A general view of the Complexo do Alemão slum in Rio de Janeiro, Brazil on Sunday, Nov. 28, 2010. (AP Photo/Felipe Dana) #

A bus burns on Maria da Graca neighborhood in Rio de Janeiro November 26, 2010. (REUTERS/Sergio Moraes) #

supostos traficantes de drogas, um deles segurando uma arma, um passeio de motocicleta através de um cruzamento na favela de Morro Alemão, em 27 novembro de 2010 no Rio de Janeiro, Brasil. (Evaristo SA AFP / Getty Images /) #

Um policial militar toma posição durante a incursão na favela do Morro do Alemão em 28 de novembro de 2010 no Rio de Janeiro, Brasil. (JEFFERSON BERNARDES AFP / Getty Images /) #

Polícia se deslocar para posições durante uma operação contra supostos traficantes de drogas no Complexo do Alemão favela, no Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 28 de novembro de 2010. A polícia do Rio com apoio de helicópteros e veículos blindados começaram a invadir um complexo de favelas longa realizada por traficantes, no domingo, movendo-se lentamente seu caminho através de pequenas vielas em meio a artilharia pesada. (AP Photo / Silvia Izquierdo) #

As pessoas reagem após o disparo definir uma casa pegando fogo durante uma operação de siameses na favela do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, Brasil, sábado, 27 nov 2010. Soldados e policiais agachados atrás dos veículos blindados treinaram seus rifles em dezenas de entradas para uma extensa favela sábado, se preparando para invadir e tentar empurrar os traficantes de drogas numa área por muito tempo considerada a mais perigosa no Rio de Janeiro. (AP Photo / Silvia Izquierdo) #

Os soldados do Exército, policiais e jornalistas assumem posições durante uma operação pelas autoridades na favela Alemão no Rio de Janeiro 27 de novembro de 2010. (REUTERS Sergio Moraes /) #

Um membro de uma gangue armada de drogas armados suspeitos toma posição atrás de um morador durante uma operação na favela da Grota, no Rio de Janeiro 26 de novembro de 2010. (REUTERS Sergio Moraes /) #

Um policial olha através de seus binóculos, durante uma operação contra traficantes de drogas no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 28 de novembro, 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um veículo blindado do Exército Brasileiro em rolos de um bloqueio durante uma operação na favela Alemão no Rio de Janeiro 28 de novembro de 2010. Polícia posicionado veículos blindados à beira de uma favela de Rio de Janeiro ao anoitecer de sábado, em preparação para uma possível ofensiva para erradicar os traficantes de drogas. (REUTERS Bruno Domingos /) #

A criança reage durante um tiroteio, como resultado de uma operação policial contra traficantes de drogas no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, Brasil, sábado, 27 de novembro de 2010. (AP Photo / Silvia Izquierdo) #

A photographer takes a position behind an empty water tank during an operation at Alemão slum in Rio de Janeiro on November 27, 2010. (REUTERS/Sergio Moraes MEDIA) #

Drug dealers point guns at the police at Grato shantytown in Alemão slum on November 26, 2010 in Rio de Janeiro, Brazil. (THIAGO CARDOSO/AFP/Getty Images) #

Um policial é visto durante um tiroteio com traficantes durante uma operação na favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro 25 de novembro de 2010. (REUTERS Bruno Domingos /) #

A polícia anda na parede de um passado com uma pintura da bandeira brasileira marcadas com buracos de bala durante uma operação contra traficantes de drogas no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 28 de novembro de 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um residente (centro inferior), que foi baleado encontra-se no chão como os outros ajudá-lo durante uma operação policial na favela da Grota, no Rio de Janeiro, Brasil, em sexta-feira 26 de novembro, 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um soldado olha como se senta em um veículo blindado durante uma operação contra supostos traficantes de drogas no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro, no sábado, 27 de novembro de 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Coordenação de Recursos Especiais (CORE), policiais de escolta presos supostos traficantes de drogas e levar uma planta de maconha apreendidos durante a operação realizada na favela do Morro do Alemão em 28 de novembro de 2010 no Rio de Janeiro. (JEFFERSON BERNARDES AFP / Getty Images /) #

Residents flee the conflict area during the raid in the Morro do Alemão shantytown on November 28, 2010 in Rio de Janeiro. (JEFFERSON BERNARDES/AFP/Getty Images) #

Um fotógrafo tira fotos de drogas, armas e projéteis apreendidos durante uma operação contra traficantes de drogas no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro, no domingo, 28 de novembro de 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um suspeito algemado espera dentro de um ônibus da polícia durante uma operação contra supostos traficantes de drogas no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro, no sábado 27 novembro, 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Policiais carregam um traficante suspeito ferido após um tiroteio em 23 de novembro de 2010, uma vez que realizou um ataque a gangues de traficantes na favela Mandela 2, no Rio de Janeiro. (REUTERS / Sergio Moraes) Escantilhão #

Policiais busca de um laboratório de refino de cocaína durante a incursão na favela do Morro do Alemão em 28 novembro de 2010 no Rio de Janeiro. (JEFFERSON BERNARDES AFP / Getty Images /) #

Um oficial de polícia mãos pacotes de maconha apreendidos durante uma operação contra traficantes de drogas a um colega policial no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro, no domingo, 28 de novembro, 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um menino com a palavra "paz" escrita em sua testa olha durante um protesto na favela do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, sábado 27 de novembro de 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

A military helicopter overflies the Morro do Alemão shantytown during a raid on November 28, 2010 in Rio de Janeiro. (EVARISTO SA/AFP/Getty Images) #

Crianças brincam em uma piscina na casa de um traficante de drogas alegado ausente na favela do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 28 de novembro, 2010. (AP Photo Andre Penner /) #

Riot Forças Especiais carga policiais de um helicóptero com seis toneladas de maconha encontrada em um bunker durante uma incursão na favela do Morro do Alemão em 28 de novembro de 2010 no Rio de Janeiro. (Evaristo SA AFP / Getty Images /) #

Um garoto está fora de sua casa como motocicletas queimam na favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro sexta-feira 26 de novembro de 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um morador segurando um bebê esconde atrás de uma porta como um veículo blindado da polícia patrulha durante uma operação na favela do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, domingo, 28 de novembro de 2010. (AP Photo Andre Penner /) #

Policiais Militares tomam lugar durante uma incursão no Morro do Alemão favela em 28 de novembro de 2010 no Rio de Janeiro. (ANTONIO SCORZA AFP / Getty Images /) #

Os soldados com suas armas durante uma operação contra traficantes de drogas no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro, sábado, 27 de novembro de 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um soldado fecha a porta de um veículo blindado antes de uma operação contra traficantes de drogas no Rio de Janeiro, Brasil, em sexta-feira 26 de novembro, 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um suposto traficante conhecido como Zeu (centro) é preso durante uma operação policial no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 28 de novembro de 2010. (AP Photo / Silvia Izquierdo) #

Um corpo encontra-se próxima a uma rota de fuga utilizada por traficantes após uma operação contra traficantes na favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, Brasil, sexta-feira 26 novembro, 2010. (AP Photo Felipe Dana /) #

Um policial militar olhares sobre os telhados durante uma incursão na favela do Morro do Alemão em 28 de novembro de 2010 no Rio de Janeiro. (ANTONIO SCORZA AFP / Getty Images /) #

O hit janela bala de um táxi, como "fotógrafo da Reuters Paulo Whitaker ficou ferido durante uma operação na favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro 26 de novembro de 2010. Whitaker foi baleado no ombro durante a cobertura, mas ele está se recuperando rapidamente sua lesão não é a vida em risco, disseram os médicos. (REUTERS Paulo Whitaker /) #

Um policial aponta sua arma durante uma operação contra supostos traficantes de drogas no Complexo do Alemão favela no Rio de Janeiro no domingo, 28 de novembro de 2010. (AP Photo / Silvia Izquierdo) #

Polícia prende um suspeito no Complexo do Alemão favela do Rio de Janeiro, Brasil, na segunda-feira 29 de novembro de 2010. Autoridades tomaram o controle do que era tempo a mais perigosa das favelas na cidade, como operações continuadas segunda-feira para localizar membros de gangues de drogas. (AP Photo Andre Penner /) #

Campanha TAC Inglaterra

Apesar de já ter postado esse video anteriormente, resolvi postá-lo novamente devido às festas de fim de ano, para que nos lembremos e conscientizemos quem está ao nosso lado também.

Falsa surpresa, outra verdadeira e a revelação

Carta Capital - 20 de dezembro de 2010 às 9:20h
Mino Carta registra neste derradeiro mês de 2010 sobre uma falsa surpresa, outra verdadeira e uma revelação. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Abr

Registro neste derradeiro mês de 2010 uma falsa surpresa, outra verdadeira e uma revelação. A surpresa que não houve vem do WikiLeaks e é de amplo raio. O WikiLeaks­ demonstra apenas no plano mundial o baixo QI da diplomacia americana e, em perfeita afinação em relação ao Brasil, que os representantes de Tio Sam aqui sediados baseiam seus despachos na leitura de Veja, Estadão, Folha e Globo. Seria esta razão de espanto? De maneira alguma, está claro. E seria verificar que Washington, como informa o ­WikiLeaks, faz lobby contra a lei do pré-sal a favor das irmãs do petróleo?
O petróleo é deles? – Telegramas confidenciais remetidos pelos diplomatas americanos para o Departamento de Estado mostram profunda contrariedade diante das mudanças introduzidas pelo governo Lula nos sistemas de exploração do nosso petróleo. E surge em cena uma certa Patricia Pedral, diretora da Chevron no Brasil. Ela acusa o governo de fazer uso “político” do modelo, mas não perde as esperanças. “As regras sempre podem mudar depois”, teria afirmado, o que também implica confiança no poder de persuasão das irmãs petroleiras e do próprio Tio Sam. Os métodos deste poder são bastante conhecidos, passam pela chantagem e pelo tilintar dos dólares.
Surpresa? Nem pensar. Segundo dona Patricia, em novembro do ano passado ela teria recebido de José Serra a garantia de que, eleito, mudaria as regras. Não sei até que ponto dona Patricia é confiável. Pergunto, de todo modo: se a promessa de Serra existiu, cabe espanto? Obviamente, não. Eleito em lugar de Dilma Rousseff, ele faria a vontade da sua turma e da mídia nativa. O tucanato é assim mesmo. É do conhecimento até do mundo mineral que Fernando Henrique sonhou em privatizar a Petrobras até onde fosse possível. Difícil é imaginar que Serra presidente deixaria por menos. Vejam só do que nos livramos.
O escândalo é outro – Surpresa autêntica é proporcionada por um livro publicado, O Escândalo Daniel Dantas. Poderia ser da autoria dos advogados do banqueiro orelhudo, e não nos deixaria de queixo caído. Dá-se que quem escreve, e não há defensor de Dantas habilitado a realizar trabalho melhor, é um jornalista, Raymundo Rodrigues Pereira, de hábito empenhado em nobres causas, a me merecer desde sempre amizade como indivíduo e respeito como profissional.
Raymundo me presenteou recentemente com seu livro e com uma coletânea de ensaios sobre a obra de um criador de cinema que ambos admiramos, John Ford. Eu já estava informado a respeito do conteúdo de O Escândalo Daniel Dantas e cuidei de não lê-lo para evitar que ventos malignos soprassem entre o fígado e a alma. Disse apenas ao velho amigo e companheiro de algumas aventuras: “Concordamos quanto a Ford, discordamos quanto a Dantas”. No livro ele aponta Carta­Capital como uma publicação que perseguiu Dantas injustamente e eu fingi ignorar.
Na Folha de S.Paulo, de 10 de dezembro, entrevistado por Frederico Vasconcelos, ele volta à carga. Diz que por trás das reportagens publicadas contra o banqueiro do Opportunity – e no caso de CartaCapital, segundo ele teriam sido cem, número talvez exagerado, mas pouco importa – “estavam os fundos de pensão, a canadense TIW, a Telecom Italia e Luiz Roberto Demarco (ex-sócio de Dantas)”, conforme relata Vasconcelos. Ou, por outra: CartaCapital prestou-se a um jogo sujo, não se esclarece a que preço. Vale soletrar o contrário: o orelhudo, que assim chamamos por sua comprovadíssima obsessão no uso desbragado do grampo, tentou amansar CartaCapital por meio de polpudo contrato de publicidade, obviamente ineficaz. Que fazer, a gente não está à venda.
Não me permito ilações sobre as razões de Raymundo e até que ponto ele se dispôs a servir aos interesses de amigos chegados ao orelhudo. Diante da grave ofensa, cometida contra esta revista e vários honrados jornalistas, declaro meu suspanto, misto de susto e espanto, como diria o próprio Raymundo, desta vez entregue a um gênero de jornalismo que sequer posso classificar como de péssima qualidade. Não há dúvidas de que ele conversou longamente com seu herói e apaniguados. Não procurou, contudo, os vilões, os profissionais que ofende, a começar por Rubens Glasberg, dono de um arquivo completo a respeito de Dantas e suas façanhas.
Não há uma única, escassa reportagem de CartaCapital que não tenha sido baseada em documentos irrefutáveis para provar as inúmeras mazelas dantescas e as condenações que colecionou, em Cayman, em Nova York, em Londres, por uma corte internacional. E é muito estranho que jornalistas, mercenários segundo Raymundo, processados pelo orelhudo, cinco vezes Glasberg, duas vezes o acima assinado, incontáveis Paulo Henrique Amorim, tenham saído vencedores destes embates judiciários.
Papai Noel a risco – E agora a revelação, que devemos agradecer à revista Veja: Papai Noel existe. Trata-se de um milagre. Metido naquelas fartas roupas de lã, botas e capuz, arrastado para o trópico a bordo de um trenó puxado por renas à espera da neve impossível, ele resiste impávido ao nosso verão. Na minha infância, celebrava-se Jesus Menino, que, como todos, veio ao mundo nu. Em um Natal desses, Papai Noel bate literalmente as botas. Coisas de um país onde há quem gostaria de privatizar a Petrobras e acha DD um capitalista exemplar.

Mino Carta

Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br

quinta-feira, dezembro 23, 2010

E Ainda Querem Que o Tiririca Saiba Ler e Escrever

recebido por e-mail - 21 dez 2010

É pralamentar...

Guerra do Rio

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 02 de dezembro de 2010.

- Origem da “guerra”

Os serviços de inteligência afirmam, categoricamente, que a violência no Rio de Janeiro foi em consequência de um impasse nas negociações entre políticos e policiais corruptos com os chefões da bandidagem. Os quadrilheiros quebraram o pacto de não-agressão porque se negaram a reajustar a tabela de propinas cobradas pelas autoridades policiais e políticas.

- Governantes Omissos e Coniventes

A atuação das Forças Armadas nas Operações contra o narco-tráfico no Rio de Janeiro escancaram ao Brasil e ao mundo a inoperância dos governadores do estado do Rio de Janeiro, nas últimas três décadas, a crônica falta de recursos e a corrupção das polícias civil e militar da “Cidade Maravilhosa”. A mídia amestrada usou e abusou das imagens mostrando a apreensão de drogas e armas, mas a fuga dos chefões do tráfico mostra a incompetência de uma operação pirotécnica mais preocupada nas tomadas espetaculares do que nos resultados. O planejamento equivocado realizado pelas Forças Auxiliares (policias civil e militar) é patente quando se permitiu que os bandidos usassem rotas de fuga conhecidas por todos. A série de equívocos e falhas mostra que o comando das operações, como reza a Constituição, deveria ter sido realizado pelas Forças Armadas.

- A Guerra no Rio
Cel Gelio Fregapani

Muito já se escreveu sobre o assunto. Além do aplauso pela apreensão de droga e de armamento, me limitarei a preocupações ainda não aventadas suficientemente.

1ª – Não adiantará muito prender ou eliminar os que estavam incendiando os veículos. Estes são familiares de presos menores, forçados a fazê-lo sob ameaça a seus parentes. Maior efeito teria sobre os chefões, castigando-os severamente a cada ação de seus bandidos na rua. Claro, isto não será possível enquanto os direitos humanos dos bandidos forem maiores do que os direitos humanos de suas vítimas.

2º - Todos os pequenos traficantes mortos ou presos são descartáveis e facilmente substituíveis. Os grandes estão fora do alcance. O único segmento que podemos atingir eficientemente é o usuário, que financia tudo. Enquanto quisermos tratá-lo como doente e coitadinho nada funcionará. Temos que impor pesada multa ou trabalhos forçados, conjugado com uma campanha psicológica como a que foi feita contra o cigarro; centrada não sobre o perigo (que atrai os audazes), mas sobre o mote de que “a droga é para os fracos”.

3ª - Quando aquele tenente do Exército entregou três traficantes à facção inimiga apareceram o MP e os “direitos humanos” para atacar o Exército. O Beltrame disse "o Exército não está preparado para atuar na Segurança Pública..." Agora, por passe mágica, o Exército virou "a solução para o Alemão"... Mais cedo ou mais tarde alguém terá que atirar. Será processado também?

Todos sabemos que a responsabilidade terminará nas mãos do Exército, e que em breve o atual aplauso das comunidades se transformará em descontentamento, pelo prejuízo à estrutura econômica baseada no tráfico. O Exército sabe que só poderá ter sucesso acumulando o poder militar com o poder político, sob lei marcial. Ou não?



Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br