Fiocruz decifra genoma do BCG
Seqüenciamento da cepa brasileira da bactéria que causa tuberculose permitirá melhorar vacina contra a doença
Fabiana Cimieri, RIO
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou ontem ter concluído o seqüenciamento completo do genoma da cepa (tipo) brasileira da vacina BCG, usada para imunizar contra a tuberculose e a hanseníase.
No curto prazo, serão produzidos kits de validação das vacinas para um maior controle de qualidade na fabricação. Os pesquisadores também poderão aprofundar os estudos para a elaboração de vacinas recombinantes, ou seja, que protegem contra mais de uma doença. Já existe um projeto para combinar a imunização contra tuberculose e tétano e outro para associar leishmaniose à BCG.
A coordenadora do estudo, Leila Mendonça de Lima, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz, disse que os kits devem estar prontos no laboratório até o final de 2007, mas as vacinas recombinadas só devem estar disponíveis em dez anos.
O mapeamento levou três anos e foi feito em parceria com a Fundação Ataulpho de Paiva, entidade privada sem fins lucrativos que produz todas as 20 milhões de doses compradas anualmente pelo Ministério da Saúde.
O estudo foi financiado pelas fundações e custou R$ 500 mil.
'Caminhamos muito para diminuir nossa dependência externa em medicamentos e vacinas e hoje é um dia para renovarmos o ânimo', disse o presidente da Fiocruz, Paulo Buzz.
Segundo a coordenadora Leila, o estudo da Fiocruz deve ser publicado em uma revista científica no ano que vem, depois que a equipe finalizar a análise das mutações sofridas pela variação brasileira do Bacilo de Calmette e Guérin (BCG).
EFICÁCIA
O BCG é uma atenuação da Mycrobacterium bovis, microorganismo que causa a tuberculose em bois. O M. tuberculosis, também conhecido como Bacilo de Koch, causa a doença em humanos. Ambos têm o genoma mapeado.
O grande desafio da ciência é descobrir uma vacina que aumente a imunização contra a tuberculose pulmonar, doença que mata anualmente 5 a 6 mil pessoas no Brasil e 1,9 milhão no mundo. A vacina BCG possui uma eficácia de 85% contra as formas infantis da doença, mas apenas de 40% contra a tuberculose pulmonar.
Seqüenciamento da cepa brasileira da bactéria que causa tuberculose permitirá melhorar vacina contra a doença
Fabiana Cimieri, RIO
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou ontem ter concluído o seqüenciamento completo do genoma da cepa (tipo) brasileira da vacina BCG, usada para imunizar contra a tuberculose e a hanseníase.
No curto prazo, serão produzidos kits de validação das vacinas para um maior controle de qualidade na fabricação. Os pesquisadores também poderão aprofundar os estudos para a elaboração de vacinas recombinantes, ou seja, que protegem contra mais de uma doença. Já existe um projeto para combinar a imunização contra tuberculose e tétano e outro para associar leishmaniose à BCG.
A coordenadora do estudo, Leila Mendonça de Lima, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz, disse que os kits devem estar prontos no laboratório até o final de 2007, mas as vacinas recombinadas só devem estar disponíveis em dez anos.
O mapeamento levou três anos e foi feito em parceria com a Fundação Ataulpho de Paiva, entidade privada sem fins lucrativos que produz todas as 20 milhões de doses compradas anualmente pelo Ministério da Saúde.
O estudo foi financiado pelas fundações e custou R$ 500 mil.
'Caminhamos muito para diminuir nossa dependência externa em medicamentos e vacinas e hoje é um dia para renovarmos o ânimo', disse o presidente da Fiocruz, Paulo Buzz.
Segundo a coordenadora Leila, o estudo da Fiocruz deve ser publicado em uma revista científica no ano que vem, depois que a equipe finalizar a análise das mutações sofridas pela variação brasileira do Bacilo de Calmette e Guérin (BCG).
EFICÁCIA
O BCG é uma atenuação da Mycrobacterium bovis, microorganismo que causa a tuberculose em bois. O M. tuberculosis, também conhecido como Bacilo de Koch, causa a doença em humanos. Ambos têm o genoma mapeado.
O grande desafio da ciência é descobrir uma vacina que aumente a imunização contra a tuberculose pulmonar, doença que mata anualmente 5 a 6 mil pessoas no Brasil e 1,9 milhão no mundo. A vacina BCG possui uma eficácia de 85% contra as formas infantis da doença, mas apenas de 40% contra a tuberculose pulmonar.