"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

“Sistemas de Poder: Conversas sobre Revoltas Globais Democráticas e os Novos Desafios ao Império Americano"


recebido por e-mail - 17 fev 2013

[em tradução direta, o livro recente de Noham Chomsky com entrevistas com David Barsamian (com agradecimentos à editora, Metropolitan Books). As perguntas são de Barsamian e as respostas, de Chomsky].

1) Os EUA possuem ainda o mesmo grau de controle sobre as fontes de energia do Oriente Médio como já tiveram antes?

Os principais países produtores de energia estão sob firme controle das ditaduras apoiadas pelo Ocidente. Assim, na realidade, o progresso feito pela primavera árabe é limitado, mas não é insignificante. O sistema ditatorial controlado pelo ocidente está sofrendo uma erosão.
Na realidade, está passando por esse desgaste já há algum tempo. Por exemplo, se retrocedermos 50 anos, as fontes de energia - a principal preocupação dos estrategistas dos EUA - foram em sua maioria nacionalizadas. Constantemente têm sido feitas tentativas para reverter isso, mas sem êxito.

Tome a invasão do Iraque, por exemplo. Para qualquer um, exceto para um ideólogo obstinado, foi completamente óbvio que invadimos o Iraque não por nosso amor à democracia mas sim porque o país é a segunda ou terceira maior fonte de petróleo do mundo, e está bem no meio de uma região que é grande produtora de energia. Mas, não se pode dizer isso porque é considerado uma teoria conspiratória.

Os EUA foram seriamente derrotados no Iraque pelo nacionalismo iraquiano, em sua maior parte por uma resistência não violenta. Os EUA poderiam matar os revoltosos, mas não poderiam lidar com meio milhão de pessoas fazendo demonstrações nas ruas. Pouco a pouco, o Iraque conseguiu desmantelar os controles montados pelas forças de ocupação.
Por volta de novembro de 2007, foi se tornando perfeitamente claro que seria muito difícil atingir as metas dos EUA. E, naquele instante, interessantemente, esses objetivos estavam explicitamente expressos.
Assim, em novembro de 2007, o governo de Bush II surgiu com uma declaração oficial sobre como como teria que ser qualquer arranjo futuro com o Iraque. Ela tinha dois requisitos principais: um, que os EUA têm que ter liberdade para executar operações de combate a partir de suas bases militares, as quais ainda retêm; e dois, "encorajar o fluxo de investimentos estrangeiros para o Iraque, especialmente os investimentos americanos". Em janeiro de 2008, Bush deixou isso claro em uma de suas declarações assinadas. Um par de meses depois, face à resistência iraquiana, os EUA tiveram que desistir e seu controle sobre o Iraque está desaparecendo à frente de seus olhos.

O Iraque foi uma tentativa de reinstituir pela força algo como o antigo sistema americano de controle, mas isso fracassou. Acho que no geral as políticas dos EUA permanecem as mesmas, mas a capacidade de implementá-las está declinando.

2) Declinando por causa de fraqueza econômica?

Em parte porque o mundo está simplesmente se tornando mais diversificado, possui mais centros de poder diversificados. No final da Segunda Grande Guerra, os EUA estavam completamente no pico de seu poderio. Possuíam metade das riquezas do planeta, e cada um de seus concorrentes estava severamente prejudicado ou destruído. Desfrutavam de uma posição de inimaginável segurança, e desenvolveram planos para literalmente dirigir o mundo - não irrealisticamente, naquele momento.

3) Isso foi denominado planejamento da "grande área"?

Sim. Logo após a segunda guerra mundial, George Kennan, chefe da equipe de planejamento estratégico do Departamento de Estado, e outros esboçaram os detalhes e, em seguida, eles foram implementados. O que está acontecendo hoje no Oriente Médio e no norte da África, até certo ponto, e na América do Sul remonta substancialmente aos fins dos anos 1940. A primeira grande resistência bem sucedida contra a hegemonia americana deu-se em 1949, quando se deu um evento que, interessantemente, foi chamado "a perda da China". Esta é uma expressão interessante, nunca contestada. Houve muita discussão sobre quem é o responsável pela perda da China, isto se tornou um enorme assunto interno (nos EUA). Mas, ela é uma expressão muito interessante. Você só pode perder algo se o possuir. Teve-se então como líquido e certo: a China é nossa - e, se ela se mover para tornar-se independente, perdemos a China. Posteriormente, surgiram preocupações com a "perda da América Latina", a "perda do Oriente Médio", a "perda de" certos países, todas elas baseadas na premissa de que somos os donos do mundo e qualquer coisa que enfraqueça nosso controle é uma perda para nós, e ficamos imaginando como recuperá-lo.

Hoje, se você ler, digamos, publicações sobre política externa ou, em uma forma cômica e ridícula, ouvir os debates dos republicanos, eles estão indagando: "Como evitar mais perdas?"

Por outro lado, a capacidade de preservar o controle reduziu-se fortemente. Por volta de 1970, o mundo já era o que se chamava tripolar economicamente falando, com um centro industrial na América do Norte baseado nos EUA, um centro europeu apoiado na Alemanha grosseiramente comparável em tamanho, e um centro no leste asiático apoiado no Japão, que era à época a região de crescimento mais dinâmico no mundo. Desde então, a ordem econômica global tornou-se muito mais diversificada. Assim, tornou-se mais difícil levar a cabo nossas políticas, mas os princípios básicos delas não mudaram muito.

Tomemos a doutrina Clinton. Ela dizia que os EUA tinham direito a recorrer à medida de força unilateral para assegurar "acesso ilimitado a mercados, suprimentos de energia e fontes estratégicas essenciais".
Isso vai além do que qualquer coisa dita por George W. Bush. Mas, foi expresso de maneira calma e não foi arrogante nem rude, por isso não provocou muito alvoroço. A crença naquele direito permanece a mesma até agora, e é também parte da cultura intelectual americana.

Logo em seguida ao assassinato de Osama Bin Laden, em meio às vibrações e aplausos, houve alguns poucos comentários críticos questionando a legalidade do que fora feito. Séculos atrás, costumava existir algo chamado presunção de inocência. Se você capturar um suspeito, ele é um suspeito até ficar provado que é culpado. Ele deveria ser levado a julgamento, isto é o coração da lei americana.
Você pode rastrear isso de volta até à Carta Magna. Houve então um par de vozes dizendo que talvez não devêssemos jogar fora todo o fundamento da legislação anglo-americana. Isso gerou um bocado de reações muito irritadas e furiosas, mas as mais interessantes, como sempre, foram as vindas do extremo esquerdista-liberal do espectro político. Matthew Yglesias, um comentarista da esquerda liberal muito conhecido e altamente respeitado, escreveu um artigo em que ridicularizava esses pontos de vista. Ele disse que eles eram "surpreendentemente inocentes" e estúpidos, e depois explicou porque achava isso. E disse: "Uma das principais funções da ordem institucional internacional é precisamente legitimar o uso de forças militares letais pelas potências ocidentais". É óbvio que não se referia à Noruega, ele focava os EUA. Assim, pois, o princípio em que se baseia o sistema internacional é que os EUA têm o direito de usar a força conforme a sua vontade. Falar sobre os EUA estarem violando as leis internacionais, ou algo parecido, é surpreendentemente inocente e completamente estúpido. Por falar nisso, eu era o alvo dos comentários de Matthew e sou feliz por confessar minha culpa. Eu realmente acho que a Carta Magna e as leis internacionais são dignas de alguma atenção.

Mencionei isso simplesmente para ilustrar que, na cultura intelectual, os princípios nucleares da política americana não mudaram muito, mesmo no chamado extremo esquerdo-liberal do espectro político. Mas, a capacidade de implementá-los diminuiu drasticamente. É por isso que se tem toda essa conversa sobre o declínio americano. Dê uma olhada na edição de fim de ano da "Foreign Affairs", a principal publicação do establishment. Sua vistosa primeira página primeira pergunta, em negrito: "A América está acabada?" (ou, "A América já era?"). É uma reclamação típica daqueles que acreditam que devem ser donos de tudo.
Se você acredita que deve ser dono de tudo e alguma coisa escapa de você, é uma tragédia e o mundo é visto como entrando em colapso.
Então, a América já era? Há muito tempo atrás "perdemos" a China, perdemos o sudeste da Ásia, perdemos a América do Sul. Talvez percamos o Oriente Médio e os países do norte da África. A América já era? Isto é um tipo de paranoia, mas é a paranoia dos super-ricos e dos super-poderosos. Se você não possuir tudo, é um desastre.

O New York Times (NYT) descreve "o dilema de definição da política da primavera árabe como sendo a busca de como harmonizar impulsos contraditórios dos EUA, incluindo apoio para mudança democrática, um desejo por estabilidade e cautela com islamitas que se tornaram politicamente poderosos". O NYT identifica três objetivos dos EUA. O que você acha deles?

Dois deles estão corretos. Os EUA são a favor da estabilidade, mas é preciso lembrar do que significa estabilidade. Estabilidade significa concordância com as ordens dos EUA. Assim, por exemplo, uma das acusações contra o Irã, a grande ameaça na política externa, é que está desestabilizando o Iraque e o Afeganistão. Como? Tentando expandir sua influência em direção a países vizinhos. Por outro lado, nós "estabilizamos" países quando os invadimos e os destruímos.

E, ocasionalmente, citei uma das minhas maneiras favoritas de ilustrar isso, que é da autoria de um famoso e muito bom analista liberal de política externa, James Chace, um ex-editor da Foreign Affairs.
Escrevendo sobre a deposição do regime de Salvador Allende e a imposição da ditadura de Augusto Pinochet em 1973, ele disse que tivemos que "desestabilizar" o Chile no interesse da "estabilidade".
Isso não é entendido como uma contradição - e realmente não é.
Tivemos que destruir o sistema parlamentar chileno para ganhar estabilidade, isto significando que fariam o que mandássemos que fizessem. Assim, pois, somos a favor da estabilidade nesse sentido técnico.

Preocupação com o Islã político é simplesmente igual à preocupação com qualquer desenvolvimento independente. Você tem que se preocupar com qualquer coisa que seja independente, porque ela pode destruir você aos poucos. Na realidade, isso é um pouco paradoxal porque tradicionalmente os EUA e o Reino Unido têm, geralmente, prestado forte apoio ao fundamentalismo islâmico radical, não ao Islã político, como uma força para bloquear o nacionalismo secular, que é a preocupação real de ambos. Assim, por exemplo, a Arábia Saudita é o estado mais extremadamente fundamentalista no mundo, um estado islâmico radical - tem um zelo missionário, está levando o islamismo radical ao Paquistão e está financiando o terror, mas, é o baluarte da política dos EUA e do Reino Unido, que o têm apoiado de forma consistente do Egito de Gamal Abdel Nasser ao Iraque de Abd al-Karim Qasim, entre muitos outros. Mas, ambos não gostam do Islã político porque ele pode tornar-se independente. [A mais recente novidade nessa relação espúria é a descoberta de uma base secreta de Vants (Veículos aéreos não tripulados, os drones) dos EUA na Arábia Saudita.]

O primeiro dos três pontos, nosso anseio por democracia, está mais ou menos no mesmo nível de Joseph Stalin falando sobre o compromisso russo com autodeterminação, democracia e liberdade para o mundo. É o tipo de declaração da qual você ri quando a ouve da boca de comissários (no sentido soviético ou russo da palavra) ou clérigos iranianos, mas para a qual você acena polidamente com a cabeça, e talvez até com admiração, quando a ouve das contrapartes ocidentais.

Se você observar os registros históricos, o anseio por democracia é uma piada de mau gosto. Isto é reconhecido até por acadêmicos de ponta, embora não o façam dessa maneira. Uma das maiores autoridades acadêmicas na denominada promoção de democracia é Thomas Carothers, que é bastante conservador e tido em alta conta - um neo-reaganista, não um liberal inflamado. Ele trabalhou no Departamento de Estado de Reagan e escreveu vários livros analisando o curso da promoção de democracia, que ele leva muito a sério. Ele diz ok, isso é um ideal americano profundamente arraigado, mas tem uma história engraçada. A história é que todo governo dos EUA é "esquizofrênico". Eles apoiam a democracia apenas quando ela está de acordo com certos interesses estratégicos e econômicos. Ele descreve isso como uma patologia estranha, como se os EUA necessitassem de tratamento psiquiátrico ou algo parecido. Obviamente, há outra interpretação, mas é uma que não pode ser lembrada se você for um intelectual bem-educado e bem comportado.

Vários meses após a derrubada do presidente Hosni Mubarak no Egito, ele estava sendo julgado e enfrentando acusações de crimes e prisão. É inconcebível pensar-se que líderes dos EUA sejam alguma vez detidos para responder por seus crimes no Iraque ou alhures. Isso mudará em algum futuro próximo?

Esse é basicamente o princípio Yglesias: a base fundamental da ordem internacional é que os EUA tenham o direito de usar a violência à sua vontade. Se é assim, como é que se pode acusar alguém?

4) E ninguém mais tem esse direito (do uso indiscutível da força)?

Claro que não. Bem, talvez nossos clientes o tenham. Se Israel invadir o Líbano, matar 1.000 pessoas e destruir metade do país, OK, está tudo bem. É interessante. Barack Obama foi um senador antes de ser presidente. Não fez muito como senador, mas fez um par de coisas, incluindo uma da qual se sente particularmente orgulhoso. De fato, se você olhasse em seu website antes das primárias veria que Obama destacava o fato de, durante a invasão do Líbano por Israel em 2006, ter co-patrocinado uma resolução do Senado demandando que os EUA não fizessem nada para impedir as ações militares de Israel até que elas tivessem atingido seus objetivos, e censurando o Irã e a Síria porque estavam apoiando a resistência contra a destruição do sul do Líbano por Israel. Por sinal, pela quinta vez em 25 anos. Assim, eles herdaram o direito (do uso da força à sua vontade). Outros clientes também.

Mas, na realidade, esse direito tem sede em Washington. Isso é o que significa ser dono do mundo. É como o ar que você respira, você não pode questioná-lo. O principal fundador da teoria contemporânea das RI (Relações Internacionais), Hans Morghentau, era na realidade uma pessoa bastante decente, um dos raros cientistas políticos e especialistas em assuntos externos a criticar a guerra do Vietnam sob o ponto de vista moral, não tático. Algo muito raro. Ele escreveu um livro chamado "O Objetivo da Política Americana" (The Purpose of American Politics).
Você já sabe o que ele traz. Outros países não têm objetivos. O objetivo da América, por outro lado, é "transcedental" - levar liberdade e justiça para o resto do mundo. Mas, ele (Morghentau) é um bom acadêmico, como Carothers. Então, vasculhou os arquivos. Ele disse que, quando você examina esses arquivos, é como se os EUA não vivessem à altura de seus objetivos transcendentais. Mas, diz ele então, criticar nossos objetivos transcendentais é "cair no erro do ateísmo, que nega a validade da religião com base nas mesmas razões" - que é uma boa comparação. É uma crença religiosa profundamente arraigada - tão profundamente, que será difícil desmaranhá-la. E se alguém questionar isso, gera-se uma quase-histeria e, frequentemente, acusações de antiamericanismo ou de "ódio à América" - conceitos interessantes que não existem em sociedades democráticas, mas em regimes totalitários e aqui (nos EUA), onde são simplesmente considerados como indiscutíveis.


terça-feira, fevereiro 19, 2013

" O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"

recebido por e-mail - 17 fev 2013
 
 
José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.

 
Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
   Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
  – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
    E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
  – Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
    A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando- nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
    Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
    – Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
    Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
    Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
    Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
    O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
    – Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
    Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
    Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
    Que saudade do compadre e da comadre!

domingo, fevereiro 17, 2013

RDC : des miliciens s'emparent de Punia

RFI - Article publié le : dimanche 17 février 2013 - Dernière modification le : dimanche 17 février 2013

 

Un groupe de soldats des FARDC en patrouille à Minova, le 26 novembre 2012.

Un groupe de soldats des FARDC en patrouille à Minova, le 26 novembre 2012.

REUTERS/Goran Tomasevic

Par RFI

En République démocratique du Congo, après deux heures de combats samedi 16 février dans la matinée avec les troupes de l'armée régulière, des miliciens Raïa Mutomboki ont pris le contrôle de la cité de Punia dans la province du Maniema, à l'est du pays. La semaine dernière, le chef des miliciens avait lancé un ultimatum au gouvernement congolais. Il avait demandé à Kinshasa de retirer ses troupes présentes de cette région particulièrement riche en or, diamant et cassitérite, les accusant d'exactions.

C’est hier dans la matinée que les éléments de Raïa Mutomboki ont attaqué les positions de l’armée régulière à Punia. Après seulement deux ou trois heures de combat, les insurgés ont pris le contrôle de la ville contraignant les Forces armées de la République démocratique du Congo (FARDC) à se replier vers le Beach de Yumbi et vers l’aérodrome.

RDC : le M23, présent sur le territoire de Rutshuru

12/02/2013 - REPORTAGE AFRIQUE

RDC : le M23, présent sur le territoire de Rutshuru

Joint au téléphone par RFI, le porte-parole du gouvernement a confirmé la chute de Punia. Lambert Mende Omalanga a ajouté que la hiérarchie militaire promet de reprendre cette ville dans les quarante-huit heures.

Pour leur part, certains élus de Punia appellent encore une fois à des contacts entre les gouvernants et les dirigeants de Raïa Mutomboki. Cela permettra de connaître le cahier des charges de ce groupe armé, explique le député national, Kolosso Sumahili. « Ils nous ont dit qu’ils sont contre les Rwandais,poursuit-il. Il n’y a aucun Rwandais à Punia. Ils disent qu’ils sont contre la tracasserie des militaires, mais pas contre le pouvoir de Kinshasa ».

Depuis plusieurs semaines, la population avait alerté l’opinion sur l’avancée de Raïa Mutomboki. Des assurances avaient été données quant à la protection de Punia.

O papel dos EUA no Golpe de Estado na Guatemala

resistir info – 17 fev 2013

– A campanha criminosa do general Ríos Montt

por Rui Pedro Fonseca [*]

A Doutrina Monroe, anunciada por James Monroe (em 1823), reafirmou a posição dos Estados Unidos em relação aos grandes ex-colonizadores europeus, particularmente a Espanha, de que os países da América Latina deveriam ser soberanos, independentes e democráticos. Esta tomada de posição, em jeito de bluff , acabou por dar o mote à doutrina do Destino Manifesto, segundo a qual a expansão dos EUA seria justificada pelo cumprimento da vontade divina. Tal doutrina provocou o extermínio de povos indígenas do continente americano, a anexação de parte substancial do México (cidades de Califórnia, Novo México, Nevada e Arizona) e um prolongado e vasto conjunto de intervenções militares, políticas e financeiras nas estruturas públicas e privadas do "seu quintal" (América Latina). Ao longo dos séculos XIX e XX, Washington esforçou-se para que as nações latino-americanas tivessem o nó suficientemente apertado para que, independentemente dos meios usados, os interesses de privados estado-unidenses fossem garantidos ?– a Guatemala foi um dos casos.
Quando Jorge Ubico, ditador apoiado por Washington, foi derrubado (em 1944) pelas populações guatemaltecas entra no poder Juan José Arévalo. O seu derrube deu os primeiros sinais de que o país se poderia democratizar e tornar-se independente do Império.
Em 1951 foi eleito Jacobo Árbenz que procurou melhorar as reformas económicas e educacionais do seu antecessor: legalizou sindicatos e (em 1952) aprovou uma Lei de Reforma Agrária em benefício de mais de 100 mil famílias rurais pobres
[1] , incluindo camponeses/as. A última reforma mencionada de Árbenz tinha como objetivo distribuir terra de forma mais equitativa pelas populações, mesmo que tal medida implicasse a nacionalização de terras. Jacobo Árbenz, visto pela população como um símbolo de justiça social, adotou medidas estatais que não eram bem-vistas pelo governo dos EUA, particularmente pela United Fruit Company. Esta era proprietária de milhares de hectares de terra, estradas, meios de telecomunicações [2] e grande parte do porto marítimo. Até então, com o ditador pró-norte-americano Jorge Ubico, a United Fruit Company era o negócio mais importante da Guatemala, com isenções fiscais garantidas [3] pelos sucessivos governantes e com elevada exploração dos/as trabalhadores/as. A United Fruit Company era a maior proprietária de terras na Guatemala [4] mas, apenas utilizava 8 por cento da sua propriedade [5] ficando 390 mil hectares por cultivar [6] .
Para o presidente da multinacional, John Foster Dulles, e o seu irmão Allen Dulles, até então diretor da CIA, não foi necessário muito esforço para que Eisenhower desse luz verde para derrubar o governo legitimamente eleito e destruísse o espírito de independência cada vez mais forte da população guatemalteca. O importante era que a United Fruit Company permanecesse intocável. Edward Bernay, o proeminente relações públicas, autor do livro "Propaganda " (1928), tinha diversas ligações com agentes dos media e políticos estado-unidenses, era um fiel conselheiro da multinacional – o que incluíra o pagamento a repórteres para viajarem à Guatemala nas suas"missões de averiguação" e expor eventos encenados onde constavam diabolizadas investidas do comunismo do país
[7] .
Com o medo da expansão do comunismo na Guatemala, o presidente Eisenhower aprovara uma operação encoberta da CIA (" PBSUCCESS ") para fornecer armas e financiamento para grupos paramilitares destituírem o presidente Arbenz
[8] . O agente da CIA Howard Hunt foi contratado como orquestrador da campanha de propaganda a fim de "livrar a Guatemala do regime de Árbenz" [9] . Menciona o próprio:
"O que queríamos era uma campanha para aterrorizar particularmente o Árbenz, mas também as suas tropas, tal como os bombardeiros Stuka alemães aterrorizaram a população da Holanda, Bélgica e Polonia durante a Segunda Guerra"
[10]
Em 2 de julho de 1954, com o golpe de Estado apoiado pelos EUA, o coronel Carlos Castillo Armas tomou o lugar do então presidente democraticamente eleito Jacobo Árbenz. Em Setembro do mesmo ano, Castillo Armas foi aclamado por Nixon como o presidente de Guatemala:
"Pela primeira vez na história um governo comunista é derrubado pelas pessoas e, por isso, damos-lhes os parabéns a si [Castillo] e às pessoas da Guatemala pelo apoio dado. Por outras palavras, o regime de Árbenz não era um governo da Guatemala, era um governo estrangeiro [Moscovo] controlado por estrangeiros [Moscovo]. (...) E temos a certeza de que (…) a Guatemala vai entrar numa nova era em que haverá prosperidade para o povo juntamente com liberdade para o povo."
[11]
Uma vez no cargo, Carlos Castillo Armas assegurou a "prosperidade" e a "liberdade", tão a gosto de Nixon, removendo os direitos de voto à população analfabeta e cancelando a Lei de Reforma Agrária, o que obrigou os/as camponeses/as a abandonarem suas terras recém-adquiridas [12] . Castillo também decretou uma Lei Penal preventiva contra o comunismo, o que levou à prisão arbitrária, muitas vezes por tempo indefinido, de indivíduos rotulados como comunistas [13] . Tal como pretendido, os EUA tomaram de novo as rédeas da economia guatemalteca após a destruição bem-sucedida do seu sistema democrático: a United Fruit estava de novo nos eixos.
Os EUA procuraram assegurar que problemas criados outrora por Árbenz não voltassem a acontecer treinando agentes do exército e forças de segurança, incluindo elementos da Policia Militar Ambulante, e da polícia especializada na repressão política. O objetivo era aumentar eficientemente a repressão para assegurar a manutenção da ordem doméstica, mesmo que implicasse, como se relatará mais adiante, o recurso a massacres em populações.
A partir de 1954, desde que a Guatemala passou a ser dirigida por governos militares, a desigualdade da partilha da terra acentuou-se, a polarização entre ricos e mais pobres cresceu, a mortalidade de crianças tornou-se a maior da região e 85% das crianças com menos de 5 passou a sofrer de malnutrição – o que originou movimentos de insurgência e de protesto
[14] . Grandes segmentos da população camponesa, indígenas, primariamente, começaram a prestar apoio a guerrilhas – depois de o governo ter procurado esmagar os seus esforços não-violentos para ultrapassar as suas condições de semi-escravatura e de miséria. Com o apoio dos Estados Unidos, em 1960 teve início uma longa e brutal guerra civil na Guatemala.
Algumas das atrocidades durante o período de Ríos Montt
José Efraín Ríos Montt graduou-se (em 1950) na Escola das Américas
[15] , nos EUA, academia que tinha como especialidade aplicar técnicas de treino para combater insurgências e comunistas [16] . Em 1970 Ríos Montt torna-se general e chefe de gabinete do exército [17] . Em Março de 1974 candidata-se a presidente, perde, e é enviado à Espanha como militar até 1977 [18] . A 7 de março 1982, Angel Guevara ganha a eleição presidencial e, a 23 de Março, Ríos Montt aproveita o poder militar e o apoio da CIA para organizar um Golpe de Estado e tornar o clima de negócios ainda mais favorável aos EUA.
O genocida e o seu patrão.Durante o seu mandado, Ronald Reagan voou à Guatemala para dar as boas vindas ao general, que tomou o poder em 23 de Março de 1982. Reagan manifestou-lhe forte apoio no seu "combate aos comunistas", explicando que:
"é um homem de grande integridade pessoal e compromisso… sei que ele quer melhorar a vida dos guatemaltecas e promover justiça social."
[19]
A "integridade" de Ríos Montt e a promoção de "justiça social" que Reagan mencionou traduziram-se numa brutal campanha de contra-insurgência das forças militares e milícias que atuaram como esquadrões da morte, com o apoio do governo, realizando extensas violações dos direitos humanos, massacrando milhares de civis desarmados no país, provocando "desaparecimentos ", na sua maioria de populações indígenas que lutavam por justiça económica e social. Como resposta à resistência, Montt lança, em Junho de 1982, a campanha " frijoles y fuziles" ("feijões e armas") explicada pelo próprio de forma muito clara:
"Se você está connosco vamos alimentá-lo. Se não está, vamos matá-lo."
[20]
A estratégia do regime de Ríos Montt, defendida por Ronald Reagan e o seu especialista Elliot Abrams, foi explicada na altura (1982) por um jornal de referência:
"A estratégia do exército é limpar as áreas populacionais apoiadas por guerrilhas. As tropas e militares entram em aldeias, disparam, queimam ou decapitam os habitantes que apanham; e os sobreviventes são atingidos por metralhadoras a partir de helicópteros que sobrevoam a zona"
[21]
Massacre em aldeia guatemalteca.O equipamento militar dos esquadrões da morte estatais era oriundo de Israel (por exemplo, as conhecidas metralhadoras Galil). Os conselheiros do exército guatemalteco eram também israelenses que mencionavam a sua experiência na Cisjordânia no controle de população [22] . Mas grande parte do aparato militar utilizado pelos esquadrões estatais vinha da própria indústria militar estado-unidense. Apesar das restrições do Congresso que dificultavam a ajuda militar ao regime de Ríos Montt, a administração Reagan lá obteve licenças de exportação de jipes, camiões [23] , aviões, helicópteros e peças [24] , etc.
A Amnistia Internacional afirmou que em Outubro de 1982 o governo de Ríos havia "destruído grandes aldeias, torturado e mutilado pessoas locais e levado a cabo execuções em massa."
[25] Numa aldeia "as tropas forçaram todos os habitantes a irem para o tribunal onde violaram as mulheres e decapitaram os homens, e depois batiam com crianças contra as rochas até à morte num rio próximo." [26]
Uma delegação de Sobrevivência Internacional reuniu depoimentos de refugiados/as do México que reportaram massacres em que
"mulheres grávidas e crianças foram mortas, mulheres foram violadas, pessoas foram torturadas e queimadas vivas, destruídas cidades e aldeias inteiras, queimadas zonas cultivadas e destruídas zonas de pecuária".
[27]
Houve um registo sistemático e padronizado de atuação dos esquadrões de morte estatais: aldeias queimadas, mulheres e crianças queimadas vivas, pessoas esventradas, pescoços cortados com catanas, desaparecimentos em massa, empilhamento de corpos nas ruas, etc.
De citar o exemplo do massacre (a 17 de Junho de 1982) na Herdade de San Francisco, em Huehuetenango. Foi um caso crítico mas, infelizmente, não foi o único da campanha de Ríos Montt. Ainda antes da chegada à Herdade de San Francisco, em Huehuetenango, as tropas do exército entraram em Nenton, Sebep, e mataram 38 pessoas; seguidamente, na aldeia de Petanac, 89 pessoas foram massacradas e, em Yolcultac, outras oito foram executadas; no dia seguinte foram executadas cinco pessoas em Bulej e, finalmente, chegando à São Francisco
[28]testemunhas descrevem como pessoas foram assassinadas, mulheres violadas, mortas, ou queimadas vivas em casas incendiadas, pessoas mais velhas que foram cortadas em pedaços com catanas, as crianças estripadas, etc.[29] Também havia crianças penduradas pelos pés na igreja e que depois foram atiradas, como sacos, contra uma coluna de madeira. Uma testemunha disse:
"Depois de terem matado as nossas mulheres levaram as crianças de dez, oito, cinco e quatro anos, que foram penduradas pelos pés e que depois de tanta pancada ficaram com os cérebros despedaçados como farinha de milho. Eu tinha seis filhos e todos morreram (...), tal como a minha esposa."
[30]
Na Herdade de San Francisco cerca de 350 pessoas foram assassinadas. E mal a notícia se espalhou por toda a região os/as habitantes Chuj Maya das aldeias situadas ao longo da fronteira com as montanhas de San Mateo Ixtatán deslocaram-se para o México [31] . Entre Julho e Agosto de 1982, cerca de nove mil pessoas fugiram para o México. As aldeias de Yolambojoch, Yuxquén, Santa Elena, Yulaurel, La Cienega, Yolacatón, Buena Vista, Yaltoyá e El Quetzal foram completamente abandonadas [32] .
Já as aldeias de La Trinidad, El Aguacate, La Palma foram parcialmente abandonadas. De acordo com dados obtidos a partir do Programa de Ayuda a los Vecinos del Altiplano (PAVA) 45 aldeias ou fazendas foram abandonadas (em 1984) na cidade de Nentón
[33] .
Um outro método de controlar a rebelião foi por via do sequestro. No total, 38 mil pessoas desapareceram
[34] . A polícia secreta e o exército guatemalteco massacraram a grande maioria das pessoas entre 1981-1983: onde 440 aldeias desapareceram das montanhas guatemaltecas e, depois de finais de 1983, as pessoas que sobreviveram ficaram em aldeias vigiadas ao estilo vietnamita, onde as populações concentradas estão cercadas por militares sem terem liberdade de movimento [35] .
As Nações Unidas descreveram a campanha de Ríos Montt, apoiada por Washington, contra as populações de Maias como " Genocídio " onde, de acordo com a National Security Archive cerca de 600 aldeias foram destruídas na designada "Operação Sofia" que teve como desígnio essencial "massacrar milhares de camponeses indígenas".
O relatório, intitulado "Guatemala, Memória do Silêncio" , descobriu que cerca de 200 mil pessoas – a esmagadora maioria delas civis – foram mortas ou " desaparecidas "
[36] . O relatório documentou 626 massacres cometidos pelo exército guatemalteca na década de 1980, que realizou uma campanha sistemática de "genocídio". "A violação de mulheres, durante a tortura ou antes de serem assassinadas, era uma prática comum" [37] Conclui o relatório ["Guatemala, Memória do Silêncio "] que "a maioria das violações dos direitos humanos ocorreu com o conhecimento ou por ordem das mais altas autoridades do Estado". "A responsabilidade de uma grande parte dessas violações é da cadeia de comando militar bem como há imputação política e administrativa (…)" [38]
A 29 junho de 1983, Ríos Montt declara estado de emergência e, a 8 de agosto de 1983, é derrubado por outro golpe militar [39] . Mais tarde (em 1985) Ríos Montt recebeu uma Medalha de Recomendação por serviço meritório dada pelo secretário do Exército dos Estados Unidos, John Otho Marsh [40] .
O julgamento de Ríos Montt e colaboradores
Efraín Ríos Montt foi o líder militar que presidiu durante o período mais intenso e sangrento da repressão estatal na Guatemala. Em dezembro de 1999, Rigoberta Menchú, em parceria com organizações não-governamentais guatemaltecas e espanholas peticionou para levar Ríos Montt e outros ex-funcionários ao Tribunal Nacional de Espanha por motivos de genocídio, terrorismo, tortura e detenção ilegal. Apesar dos graves riscos, corajosas testemunhas prestaram depoimentos, por duas vezes em 2008, nos tribunais de Guatemala e de Madrid. A recente acusação pela juíza Carol Patricia Flores de genocídio e crimes contra a humanidade faz com que Ríos Montt enfrente a possibilidade real de um julgamento criminal.
Há, contudo, duas questões de ordem legal que podem influenciar o decorrer do caso. Uma é a jurisdição internacional, baseada no "princípio de que todos os países têm interesse em levar à justiça os responsáveis por violações dos direitos humanos, não obstante o local onde os crimes foram cometidos, e independentemente da nacionalidade dos autores ou vítimas".
[41] O que pressupõe que cada país pode e deve investigar, tal como julgar, casos onde existam provas suficientes. No caso do ditador Augusto Pinochet os contornos foram idênticos. Foi também extraditado para Espanha e julgado enquanto ex-chefe de Estado que depois teria mandato de prisão. Quando a Espanha pediu a sua extradição em 2006, Ríos Montt anunciou (em Janeiro de 2007) que estava a concorrer para um lugar no Congresso, o que impediria a sua extradição – o que também depende da vontade política dos países [42] e do estatuto de imunidade governamental, baseado na doutrina de que um/a membro/a do governo é imune à ação civil ou criminal. Contudo, tal como aconteceu no caso de Pinochet, a Convenção Contra a Tortura (Convention against Torture and Other Cruel, Inhuman or Degrading Treatment or Punishment) da ONU impede que se alegue imunidade e cria obrigatoriedade para extradição para julgamento [43] . É, de resto, o que se espera: que responsáveis e cúmplices de graves violações de direitos humanos, independentemente do país a que pertençam, não estejam à margem da lei e sejam responsabilizados pelos seus atos.

Referências
Alexandrov, Nick; "Ríos Montt on Trial for Genocide (A U.S. Protégé Is Forced to Face the Past)" January 30, 2013 Counter Punch http://www.counterpunch.org/2013/01/30/Ríos-montt-on-trial-for-genocide/
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http://www.youtube.com/watch?v=LsuxXG4BL2M
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Becker, Marc, "United Fruit, The CIA, and counter-Revolution Latin American Revolutions S/D" http://revolutions.truman.edu/ guatemala/united fruit the cia and counter revolution.htm
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Cultural Survival and Anthropology resource Center, 1983, "Voices of the survivors" , (Latin america Regional Reports, 7 de Maio, 1982; citado por McClintock, American Connection, II, 232-233) in Chomsky, Noam (1985) "Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle for Peace", South and Press, Boston
Diskin, Martin ed.; "Trouble in our Backyard" (Phantheon, 1983, 186) Al News release, 11 October, 1982, in Chomsky
Doyle, Kate; "Justice in Guatemala" Nacla Report on the Americas Vol. 45, No 1
https://nacla.org/sites/default/files/A04501039_10.pdf
Farah, Douglas; "War Study Censures Military in Guatemala" Washington Post Foreign Service Friday, February 26, 1999; Page A19 , http://www.washingtonpost.com/wp-srv/inatl/daily/feb99/guatemala26.htm
Kozloff, Nikolas; " Demeaner of the Faith Rev. Pat Robertson and Gen. Ríos Montt" ; Weekend Edition September 17-19, 2005, tp://www.counterpunch.org/2005/09/17/rev-pat-robertson-and-gen-Ríos-montt
Nelson, Craig and Taylor, Kenneth, "Witness to Genocide" (Survival Internacional, 1983) Os entrevistadores são Nelson e Thomas Anderson) in Chomsky
Nenadov, Mark "Ronald Reagan´s Administration and the Massacres in Guatemala", All Things expounded January 29, 2013
New York Times "U.S Clears military vehicles for export to Guatemala", June 19, 1981,
http://www.nytimes.com/1981/06/19/world/ around-the-world-us-clears-military-vehicles-for-export-to-guatemala.html
Oliver, Arnold J. "Guatemala and the Forgotten Anniversary" June 18, 2004 by CommonDreams.org , http://www.commondreams.org/views04/0618-13.htm
Pilger, John "War on Democracy" , 2007, http://www.youtube.com/watch?v=zy1Nwv8JErM
Rothschild, Matthew; "Ríos Montt on Trial, but Not Reagan Officials?" , January 29, 2013, The Progressive, http://www.progressive.org/Ríos-montt-on-trial-but-not-reagan-officials
Notas:
1. Calderón, Maria José, "Timeline: Guatemala´e History of Violence" FrontLine World
2. Alternative Views, "Guatemala: A comprehensive View" Maio 1987
3. Calderón, Maria José, "Timeline: Guatemala´e History of Violence" FrontLine World
4. Guatemala, o país conhecido como "Republica das Bananas" devido ao poder que multinacional United Fruit Company tinha no território.
5. Calderón, Maria José, "Timeline: Guatemala´e History of Violence" FrontLine World
6. Oliver, Arnold J. "Guatemala and the Forgotten Anniversary" June 18, 2004 by CommonDreams.org
7. Becker, Marc, "United Fruit, The CIA, and counter-Revolution Latin American Revolutions S/D"
8. Calderón, Maria José, "Timeline: Guatemala´e History of Violence" FrontLine World
9. Howard Hunt in Pilger, John "War on Democracy" , 2007
10. Idem
11. "CIA Coup in Guatemala 1954 (A Coup Made in America)"
12. Calderón, Maria José, "Timeline: Guatemala´e History of Violence" FrontLine World
13. Idem
14. Alternative Views, "Guatemala: A comprehensive View" Maio 1987
15. Rebatizada de Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança
16. Amnesty Internacional "Justice Without Borders The Campaign to Bring Efraín Ríos Montt to Trial", 2008 (p. 7)
17. Idem 7
18. Idem 7
19. Nenadov, Mark "Ronald Reagan´s Administration and the Massacres in Guatemala", All Things expounded January 29, 2013
20. Kozloff, Nikolas; "Demeaner of the Faith Rev. Pat Robertson and Gen. Ríos Montt" ; Weekend Edition September 17-19, 2005
21. "Latin America Regional Reports", 7 de Maio, 1982; citado por McClintock, American Connection, II, 232-233) in Chomsky, Noam (1985) "Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle for Peace"
22. Arturo Arias co–autor de "El norte" Ejercito Nacional de Guatemala in Alternative Views, "Guatemala: A comprehensive View" Maio 1987
23. New York Times "U.S Clears military vehicles for export to Guatemala", June 19, 1981
24. Rothschild, Matthew; "Ríos Montt on Trial, but Not Reagan Officials?" , January 29, 2013, The Progressive
25. Chomsky, Noam (1985) "Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle for Peace" , South and Press, Boston
26. Idem
27. Idem
28. Comisión para el Esclarecimiento Histórico (CEH) "Masacre en la Finca, San Francisco (Caso Ilustrativo No 18) Nenton, Huehuetenango"
29. Cultural Survival and Anthropology resource Center, 1983, "Voices of the survivors" ,
(Latin america Regional Reports, 7 de Maio, 1982; citado por McClintock, American Connection, II, 232-233) in Chomsky, Noam (1985) "Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle for Peace" , South and Press, Boston
30. Comisión para el Esclarecimiento Histórico (CEH) "Masacre en la Finca, San Francisco (Caso Ilustrativo No 18) Nenton, Huehuetenango"
31. Idem
32. Idem
33. Idem
34. Arturo Arias co–autor de "El norte" Ejercito Nacional de Guatemala in Alternative Views, "Guatemala: A comprehensive View" Maio 1987
35. Idem
36. Farah, Douglas ; "War Study Censures Military in Guatemala" Washington Post Foreign Service Friday, February 26, 1999; Page A19
37. Idem
38. Idem
39. Amnesty Internacional "Justice Without Borders The Campaign to Bring Efraín Ríos Montt to Trial", 2008
40. Nenadov, Mark "Ronald Reagan´s Administration and the Massacres in Guatemala", All Things expounded January 29, 2013
41. Amnesty Internacional "Justice Without Borders The Campaign to Bring Efraín Ríos Montt to Trial", 2008
42. Cf. Idem
43. Cf. Idem
[*] Investigador, da Universidade do Porto.

Mentiras, cortinas de fumo e a vergonhosa difamação de Julian Assange

resistir info – 16 fev 2012

por John Pilger

Em Dezembro último, aguentei-me com apoiantes da WikiLeaks e de Julian Assange no frio glacial no exterior da Embaixada equatoriana em Londres. Foram acesas velas; as caras eram jovens e velhas e de todo o mundo. Estavam ali para demonstrar a sua solidariedade humana para com alguém com admiráveis nervos de aço. Não tinham qualquer dúvida acerca da importância do que Assange revelara e alcançara, nem dos graves perigos que agora enfrenta. Inteiramente ausentes estavam mentiras, maldade, inveja, oportunismo e nem ânimo patético de uns poucos que reclamam o direito de manter limites no debate público.
Estas manifestações públicas de calor humano para com Assange são comuns e raramente noticiadas. Vários milhares de pessoas abarrotaram a Municipalidade de Sidney, com centenas de outros na rua por não caberem mais ali. Em Nova York, recentemente, Assange recebeu o prémio Yoko Ono Lennon Prize for Courage. Na plateia estava Daniel Ellsberg, o qual arriscou tudo para revelar a verdade acerca do barbarismo da guerra do Vietname.
Assim como a filantropa Jemima Khan, o jornalista investigador Phillip Knightley, o aclamado realizador de filmes Ken Loach e outros arrecadavam dinheiro para a defesa de Julian Assange. "Os EUA estão determinados a esmagar alguém que revelou os seus segredos sujos", escreveu-me Loach. "A extradição via Suécia é mais do que provável... será difícil escolher a quem apoiar?"
Não, não é difícil.
No New Statesman da semana passada, Jemima Khan, uma filantropa, terminou o seu apoio a uma luta épica por justiça, verdade e liberdade com um artigo sobre o fundador da WikiLeaks. Para Khan, os Ellsbergs e Yoko Onos, os Knightleys e Loaches, e as incontáveis pessoas que representam, foram ludibriadas. Todos nós somos "tacanhos". Todos nós somos displicentemente "fiéis". Todos nós somos cultistas.
Nas palavras finais do seu j'accuse, Khan descreve Assange como "um L. Ron Hubbard australiano". Ela deve ter sabido que tal insulto gratuito faria uma manchete bombástica – como na verdade fez em toda a imprensa australiana.
Respeito Jemima Khan por apoiar causas humanitárias, tais como a dos palestinos. Ela apoia o Martha Gellhorn Prize for Journalism, do qual sou um dos juízes e também a feitura dos meus próprios filmes. Mas o seu ataque a Assange é especioso e actua para uma galeria familiar cuja coragem é enviada por twitter a partir de um smartphone. Uma das principais queixas de Khan é que Assange se recusou a aparecer num filme acerca da WikiLeaks do director americano Alex Gibney, no qual ela foi produtora executiva. Assange sabia que o filme não seria "subtil" nem "justo" e nem "representaria a verdade", como Khan afirmou, e que o seu próprio título,"WikiLeaks, nós roubamos segredos", era uma prenda para os fabricantes de uma falsa acusação criminal que poderia condená-lo a um dos buracos infernais da América. Tendo entrevistado ressentidos e vira-casacas, Gibney insulta Assange como paranóico. A DreamWorks também está a fazer um filme cerca do "paranóico" Assange. Oscars para todos.
A essência dos ataques de Khan e Gibney é que o Equador concedeu asilo a Assange sem ter provas. As provas são volumosas. Assange foi declarado inimigo "oficial" de um estado torturador, assassino e predatório. Isto está claro nos dossiers oficiais, obtidos sob [a Lei de] Liberdade de Informação, que revela a perseguição "sem precedentes" que Washington promoveu contra ele, juntamente com o abandono pelo governo australiano de um cidadão seu: uma base legal para concessão de asilo.
Khan refere-se a uma "longa lista" de "aliados alienados e insatisfeitos" de Assange. Quase nenhum foi alguma vez aliado. O que é gritante acerca da maior parte dos ditos "aliados" e inimigos de Assange é que os mesmos exibem os sintomas de desenvolvimento interrompido que atribuem a um homem cuja resiliência e humor, mesmo sob pressão extrema, são evidentes.
Na sua "longa lista" está o advogado londrino Mark Stephens, que lhe cobrou quase meio milhão de libras em taxas e custos. Esta conta foi paga a partir de um adiantamento sobre um livro cujo manuscrito não autorizado foi publicado por um outro "aliado" sem o conhecimento ou permissão de Assange. Quando Assange mudou o seu defensor legal para Gareth Peirce, a principal advogada britânica de direitos humanos, nela encontrou uma verdadeira aliada. Khan não faz qualquer menção à evidência condenatória e irrefutável que Peirce apresentou ao governo australiano, advertindo de como os EUA deliberadamente "sincronizaram" seus pedidos de extradição com casos pendentes e que o seu cliente enfrentava uma grave perversão de justiça e perigo pessoal. Peirce contou ao cônsul australiano em Londres em pessoa que havia conhecido poucos casos tão chocantes como este.
É uma táctica para desviar atenção discutir se a Grã-Bretanha ou a Suécia representam o maior perigo de entrega de Assange aos EUA. Os suecos recusaram todos os pedidos de garantias de que ele não será despachado sob um arranjo secreto com Washington; e é o executivo político em Estocolmo, com os seus laços estreitos à extrema-direita na América, não os tribunais, que tomará esta decisão.
Khan está correctamente preocupada acerca de uma "resolução" das alegações de má conduta sexual na Suécia. Pondo de lado o tecido de falsidades demonstrado nas provas deste processo, ambas as mulheres tiveram sexo consensual com Assange, e nenhuma delas afirmou outra coisa; e a promotora em Estocolmo, Eva Finne, quase descartou o caso. Como Katrin Axelsson e Lisa Longstaff, da [organização] Mulheres contra violação (Women Against Rape), escreveram no Guardian em Agosto último: "As alegações contra [Assange] são uma cortina de fumo por trás da qual um certo número de governos tentam limitar as acções da WikiLeaks por esta ter audaciosamente revelado ao público seu planeamento secreto de guerras e ocupações com o seu cortejo de violações, assassínios e destruição... As autoridades importam-se tão pouco acerca da violência contra mulheres que manipulam à vontade alegações de violação. [Assange] deixou claro que está disponível para interrogatório das autoridades suecas, na Grã-Bretanha ou via Skype. Por que estão elas a recusar este passo essencial na sua investigação? Do que é que têm medo?"

14/Fevereiro/2013

  • Assine a petição: http://freeassange.org/sign-petition
    O original encontra-se no New Statesman e em johnpilger.com/...
  • Dmitri Medvedev visita Brasil e Cuba para incentivar laços económicos

    darussia.blogspot - SEXTA-FEIRA, FEVEREIRO 15, 2013

    PUBLICADA POR JOSÉ MILHAZES

    O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, iniciará no próximo dia 20 de fevereiro, uma viagem à América Latina, onde visitará Brasil e Cuba, informou hoje o serviço de imprensa do Governo russo.

    Medvedev e o vice-presidente brasileiro, Michel Temer, presidirão à VI Reunião do Conselho de Cooperação Russo-Brasileiro, onde se “abordarão questões da cooperação… nos campos do comércio, investimentos, ciência, energia e educação”, anuncia-se no comunicado.

    Em relação à cooperação militar, espera-se que as partes analisem a possibilidade de assinatura de um acordo na área da defesa para a aquisição de cinco baterias de mísseis antiaéreos russos por parte das Forças Armadas do Brasil.

    Medvedev, que viajará acompanhado por uma numerosa delegação de altos funcionários e empresários russos, será recebido pela Presidente brasileira, Dilma Roussef, que visitou Moscovo em dezembro passado.

    Então, Roussef e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, assinaram então um pacote de documentos de cooperação estratégica para promover juntos os seus interesses e reforçar o seu comércio e negócios bilaterais.

    Depois da visita ao Brasil, Medvedev irá a Cuba onde se reunirá com o Presidente Raul Castro para fomentar as trocas comerciais, depois do que deixará a ilha a 22 de fevereiro.

    O dirigente cubano visitou a capital russa a 14 de julho do ano passado.

    A visita teve como objetivo encontrar vias para incrementar e diversificar o comércio bilateral através de vários projetos e empresas mistas nos setores da energia, transporte, telecomunicações, cosmonáutica e indústria farmacêutica.

    Brasil é 2º país que mais gasta com parlamentar

    Enviado por luisnassif, dom, 17/02/2013 - 12:44

    Por Marco Antonio L.

    Estudo: parlamentar do Brasil é o 2º mais caro do mundo

    No Terra

    Os deputados e senadores brasileiros são os segundos mais caros do mundo em um universo de 110 países. A conclusão é de um estudo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com a UIP (União Interparlamentar), publicado na Folha de S. Paulo deste domingo. Segundo o levantamento, cada um dos 594 parlamentares brasileiros - 513 deputados e 81 senadores - custa para os cofres públicos US$ 7,4 milhões por ano. A pesquisa converteu todos os valores em dólar e os ajustou pela paridade do poder de compra de cada país para efeito de compração. No caso dos Estados Unidos, que liderou o ranking, o custo de cada congressista é de  US$ 9,6 milhões anuais.

    Com os dados extraídos do estudo da ONU e da UIP, o jornal dividiu o orçamento anual dos congressos pelo número de representantes - no caso de países bicamerais, como o Brasil e os Estados Unidos, os dados das duas Casas foram somados. Por essa conta, o resultado do levantamento não corresponde apenas aos salários e benefícios recebidos pelos parlamentares, porém as verbas a que cada congressista tem direito equivalem a boa parte do total. No Brasil, por exemplo, salários, auxílios e recursos para o exercício do mandato de um deputado representam 22% do orçamento da Câmara. Em outra comparação, que leva em conta a divisão do orçamento do Congresso por habitante, o Brasil é o 21º no ranking, com um custo de cerca de US$ 22 por brasileiro.

    Terra

    G20 discute aumentar taxações sobre multinacionais

    Enviado por luisnassif, dom, 17/02/2013 - 13:17

    Por Marco Antonio L.

    Ministros do G20 discutem reforçar taxação sobre multinacionais

    Da Redação, No SUL21

    Ministros das Finanças do G20 – grupo que reúne as principais economias do mundo – estão reunidos neste sábado (16) em Moscou para discutir novas reformas de regras internacionais de impostos corporativos, que atualmente permitem que multinacionais desviem lucros para jurisdições com menor carga tributária.

    Reino Unido, Alemanha e França lideram os esforços para conter a evasão fiscal de grandes conglomerados internacionais. Pedidos por uma revisão em regras internacionais de impostos devem ser destacados também por um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    O debate internacional se repete em âmbito local em alguns países. No Reino Unido, a questão virou tema de discussão desde que vieram à tona informações de que multinacionais como Google, Amazon e Starbucks pagam limites mínimos de impostos sobre seus lucros no país.

    Com informações da Agência Brasil.

     

    Impressiona-me a demora da tomada dessa decisão.

    FrancoAtirador: O partido apolítico apartidário

    publicado em 17 de fevereiro de 2013 às 10:18

    Foto do Minha Marina

    por FrancoAtirador, em comentário aqui

    Antigamente, na época em que o acesso à escola e aos tratamentos médicos, no Brasil, era limitado a uma elite sócio-econômica, as campanhas eleitorais – todas demagógicas – sempre incluíam genericamente “Saúde” e “Educação” como “as prioridades das prioridades” no rol de promessas dos candidatos, pois “Doença” e “Ignorância” sempre renderam votos.

    Com o passar do tempo, fundamentalmente a partir da Constituição Federal de 1988, a universalização da prestação desses serviços públicos absolutamente essenciais à toda população – ainda que o atendimento estatal e privado, nesses setores, seja vergonhosamente insuficiente até os dias atuais – somada ao advento da concentração populacional urbana nas grandes cidades, causada pela concentração de terras e o êxodo rural, que trouxe indubitavelmente conseqüências drásticas ao cotidiano dos cidadãos, outras demandas como “Segurança” e “Transporte vieram concorrer com aquelas já desgastadas propostas dos candidatos demagogos que costumeiramente prometem, elegem-se e não cumprem as promessas de véspera de eleição.

    Porém estes são assuntos que restringem-se às administrações dos estados e municípios.

    É claro que, nesse ínterim, as soluções para os problemas econômicos nacionais, que dizem respeito diretamente à vida dos trabalhadores, como “Desemprego” e “Inflação”, também estiveram, estão e estarão na ‘Relação Geral da Demagogia BraZileira’.

    Mas, agora, o País encontra-se numa situação de praticamente pleno emprego, de inflação relativamente baixa e com reajustes reais do Salário-Mínimo; o poder aquisitivo e a capacidade de consumo das famílias mantêm-se em níveis razoáveis; a miséria e o analfabetismo diminuem, os níveis de escolaridade aumentam; a mortalidade infantil se reduz e a expectativa de vida cresce.

    E, apesar dos reflexos das políticas neoliberais assombrarem o País, até hoje, as perspectivas de desenvolvimento do Brasil, no médio e no longo prazo, são animadoras.

    Assim é que, diante da superação nacional de algumas fases agudas de males crônicos – porque não totalmente resolvidos, mas sensivelmente atenuados – surgem os temas “Ambientalismo” e “Sustentabilidade”, na crista da onda das novas gerações, a “New Wave” da juventude planetária que surfa, não navega, nas redes sociais da internet.

    Seria impossível criar termos mais genéricos, pois se referem a Tudo e significam Nada.

    Na verdade, não passam de símbolos de uma “Nova Política Demagógica”, em contraponto à “Velha Política” onde se colaram as etiquetas “Corrupção” e “Impunidade”.

    Convenhamos que realmente está todo mundo de saco cheio de conchavos partidários demagógicos, sem COERÊNCIA IDEOLÓGICA alguma, à esquerda, à direta, ao centro, ao sul e ao norte.

    Talvez por isso, até o prestigiado jornalista Mino Carta, mais que reivindicando, está implorando por uma alternativa partidária menos incoerente.

    É nessa marola que o PAA (Partido do Ativismo Autoral ou Partido Apolítico Apartidário) vai surfar em 2014, embora, na prática, esteja tentando amalgamar uma massa amorfa, uma frente constituída de uma miscelânea de componentes que, pela generalidade da temática, vão desde a extrema-esquerda até a extrema-direita, muitos de boa-fé, alguns sem-fé e outros tantos de má-fé, quase todos antipetistas.

    Vem daí, inclusive, o verdadeiro pavor que está causando à concorrente direita conservadora, financista e impatriótica, agrupada em torno de PSDemB/PPS, diante da possibilidade concreta de ficar de fora do segundo turno da próxima eleição para Presidente da República.

    Por enquanto, ninguém da concorrência está se dando conta de que só a Margarina Salva os silva da extinção.

    O FrancoAtirador esqueceu que o PAA não trás nenhuma novidade em termos de miscelânea. O atual governo petista é assim. Alia-se à direita (Sarney, Collor, etc.) e tem também membros da extrema-esquerda (apesar de que alguns sairam para o PSOL,  e dentre estes a Luciana Genro costuma receber verba da elite empresarial para sua campanha).