"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, dezembro 22, 2012

Le Soudan du Sud reconnaît avoir abattu un hélicoptère de l’ONU

RFI - Article publié le : samedi 22 décembre 2012 - Dernière modification le : samedi 22 décembre 2012

 

L'armée du Soudan du Sud reconnaît avoir abattu «par erreur», un hélicoptère de l'ONU, dans l'Etat de Jonglei, le 21 décembre 2012.

L'armée du Soudan du Sud reconnaît avoir abattu «par erreur», un hélicoptère de l'ONU, dans l'Etat de Jonglei, le 21 décembre 2012.

AFP PHOTO/ HANNAH MCNEISH

Par RFI

Les militaires sud-soudanais ont reconnu le 21 décembre avoir abattu un hélicoptère de l’ONU. L’appareil s'est écrasé dans l'Etat de Jonglei, provoquant la mort des quatre membres d'équipage. L'armée plaide le malentendu. Selon elle, l'ONU n'avait pas prévu de vol de reconnaissance sur le territoire, et pensait avoir affaire à un appareil des forces ennemies. L’incident provoque la colère des Nations unies dont les personnels sont régulièrement pris pour cible au Soudan du Sud.

Avec notre correspondant à New York, Karim Lebhour

L’hélicoptère de l’ONU, un appareil de transport prêté par la Russie, effectuait un simple vol de routine au dessus de l’Etat de Jonglei quand il a été pris pour cible. Aucun des quatre membres d’équipage, tous de nationalité russe, n’a survécu.

Les militaires sud-soudanais du SPLA ont dit avoir confondu l’hélicoptère de l’ONU avec un appareil ennemi dans une zone où les groupes rebelles sont très actifs. Le secrétaire général Ban Ki-moon a répliqué que l’appareil de l’ONU était clairement identifiable et demande que les responsables rendent des comptes. D’autant que l’incident n’est pas isolé. Les convois et hélicoptères de l’ONU sont régulièrement pris pour cible au Soudan du Sud, le plus souvent sans conséquence.

La Russie a déjà indiqué, il y a quelques mois, qu’elle entendait retirer son personnel et ses appareils de la mission de l’ONU au Soudan du Sud en raison de ces attaques à répétition.

A Arábia Saudita envia para a Síria os seus condenados à morte a fim de travarem a "jihad"

resistir info – 22 dez 2012

Um documento oficial inquietante, com o carimbo de "muito confidencial", datado de Abril de 2012, que seria proveniente do Ministério do Interior da Arábia Saudita, confirma o envio de condenados à morte para combater na Síria.

Muito confidencial [*]

O ofício do Ministério do Interior saudita.Reino da Arábia Saudita
Ministério do Interior
Sua excelência o general Seoud al Thounayane
Gabinete secreto do Ministério do Interior
25/05/1433 hégira
Saudação e benção de Alá
Sequência do telegrama do gabinete real nº 112 com data de 19/04/1433 hégira.
Nas prisões do reino detidos (105 iemenitas, 21 palestinos, 212 sauditas, 96 sudaneses, 254 sírios, 82 jordanos, 68 somalis, 32 afegãos, 194 egípcios, 203 paquistaneses, 23 iraquianos e 44 kuwaitianos) acusados de tráfico de droga, de assassínio, de violação, merecendo o castigo da charia islâmica e da execução pela espada serão – em acordo com eles – agraciados com a contrapartida de irem combater pela jihad na Síria após treino e equipamento. Um salário mensal será pago aos seus familiares e seus próximos que se verão proibidos de viajar para fora da Arábia Saudita.
Queira receber as minhas saudações.
Abdallah ben Ali al Rmeizan
Director do gabinete de acompanhamento no Ministério do Interior
- Cópia ao director do Comité para ordenar o Bem e proibir os actos ímpios.
- Cópia às informações gerais
[Fim]

11/Dezembro/2012

O original encontra-se em http://www.silviacattori.net/article4033.html

Rogério Correia: “Valério operou ao mesmo tempo para o Aécio em Minas e o PT em Brasília”

viomundo - publicado em 21 de dezembro de 2012 às 7:58

Rogério Correia: "Os tucanos tentam sempre colocar o Nílton Monteiro na conta do PT, mas o Nílton é cria deles"

por Conceição Lemes

Desde a semana passada, quando a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso aprovou convite para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dar explicações sobre a Lista de Furnas, os tucanos estão em polvorosa.

Em discurso no plenário, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) atacou:

– Esta Lista de Furnas é um documento produzido em oficinas criminosas que operam sob o comando do PT com objetivo de atacar a reputação dos adversários, com uma série de nomes de políticos que teriam recebido contribuição ilegal da estatal. Submetida à investigação, a perícia já constatou ser uma fraude. As assinaturas foram falsificadas.

No início de novembro, o PSDB e aliados foram surpreendidos com outra notícia embaraçosa. Dino Miraglia, advogado do lobista Nílton Monteiro, entrou com petição no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando ao ministro Joaquim Barbosa que junte no mesmo inquérito a Lista de Furnas e o mensalão tucano. Alega haver conexão entre os processos, pois envolve as mesmas partes e a mesma forma de fazer caixa 2. Nílton, velho conhecido dos mineiros, denunciou os dois esquemas.

“Os tucanos tentam colocar o Nílton Monteiro na conta do PT, mas o Nílton é cria deles”, diz o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG). “O Nílton foi usado pelo Cláudio Mourão para pressionar o Azeredo [Eduardo Azeredo], de quem cobrava uma dívida da campanha eleitoral de 1998. Só que o Cláudio acabou perdendo o controle sobre o Nílton, e o seu relatório com os financiadores da campanha daquele ano e os candidatos beneficiados acabou vazando.”

“O próprio Nílton apresentou também a Lista de Furnas, elaborada por Dimas Toledo, que, em 2002, fez uma operação monstro para levantar recursos para as campanhas de tucanos e aliados”, prossegue Correia. “Dimas lista nomes e quantias recebidas por candidatos que se se beneficiaram do esquema. Seu objetivo era pressionar Aécio Neves, eleito governador, e  outros tucanos, para que pressionassem Lula a mantê-lo à frente de Furnas, como, de fato, aconteceu por um tempo.”

Ou seja, duas listas tiram o sono dos tucanos.  A do mensalão, que a mídia insiste em chamar de mensalão mineiro, diz respeito à eleição de 1998. Eduardo Azeredo era candidato à reeleição pelo governo de Minas Gerais pelo PSDB. Perdeu para Itamar Franco, na época no PMDB.  Já a Lista de Furnas refere-se à campanha eleitoral de 2002. Como ambas têm origem em Minas, no mesmo grupo político, muita gente confunde os dois esquemas.

“A mídia geralmente omite que Aécio estava na lista do mensalão tucano, como tendo recebido R$ 110 mil reais e que o esquema extrapolou Minas, irrigando até a campanha de reeleição de Fernando Henrique à presidência”, afirma Correia. “Assim como passa por cima da história da Lista de Furnas, feita toda no esquema político do Aécio e que se espalhou pelo Brasil inteiro. Foi o esquema da Lista de Furnas que sustentou os tucanos na campanha de 2002.”

Tucanos e aliados odeiam Rogério Correia. Em 2005, ao tomar conhecimento da Lista de Furnas, o deputado levou-a à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal e Estadual para que fosse investigada.  Em 2011, após reportagem publicada por Veja, tentaram lhe cassar o mandato, dizendo que havia participado do processo de falsificação dos nomes da lista. “Falsa era a reportagem da Veja”, ressalta. “A verdade acabou aparecendo.”

Daí esta nossa entrevista com o deputado, que é líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa e do Movimento Minas Sem Censura. Aqui, ele  faz um raio X  das duas denúncias que, desde que se tornaram públicas, têm contado com a blindagem da mídia corporativa.

Viomundo — Na semana passada, o senador  Aloysio Nunes disse que a “perícia já constatou ser uma fraude” a Lista Furnas e que “as assinaturas foram falsificadas”.  O que acha?

Rogério Correia – Foi perícia da Polícia Federal que atestou a autenticidade de Furnas. Assim como a lista do Cláudio Mourão, contendo nomes de parlamentares que receberam do mensalão tucano, na eleição de 1998. Esse documento foi periciado. Depois, o próprio Cláudio Mourão confessou na Polícia Federal que o documento era dele.

Viomundo – É impressão ou as pessoas confundem a Lista de Furnas com a do mensalão tucano?

Rogério Correia – Não é impressão, não. Muita gente confunde. Primeiro, porque ambas têm origem em Minas, envolvem os mesmos partidos políticos e os mesmos esquemas de caixa 2. Segundo, porque cita nomes de candidatos que teriam recebido dinheiro do esquema para as respectivas campanhas. Terceiro, porque a mídia não tem interesse em divulgá-las, muito menos em diferenciá-las. Isso é proposital. Fica parecendo então que só havia uma denúncia, quando, na verdade, são duas, de eleições diferentes.

Viomundo – Esses esquemas vieram a público quando?

Rogério Correia – Em 2005, após a denúncia sobre o mensalão do PT, é que eles ganharam  notoriedade. Só que a lista do Cláudio Mourão, a do mensalão tucano, é de 1998. A Lista de Furnas é da eleição de 2002.

Viomundo – Vamos começar pela lista do Cláudio Mourão.

Rogério Correia – O Cláudio Mourão foi secretário de Administração de Azeredo na Prefeitura de Belo Horizonte [1990-1992] e no governo de Minas Gerais [1995 a 1º de janeiro de 1999]. Depois, foi o coordenador financeiro da  malsucedida campanha pela reeleição de Azeredo ao governo do Estado. Consequentemente, dominava toda a operação envolvendo dinheiro para a campanha: dos financiadores aos beneficiários.

Pois bem, o Cláudio Mourão fez um documento onde relata minuciosamente essa operação, que custou mais de R$ 100 milhões. O documento atinge o próprio Azeredo, vários parlamentares e políticos, entre os quais o hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Nesse documento (íntegra, no final desta entrevista), ele diz, por exemplo, que:  arrecadou mais de R$ 100 milhões na gestão final de Eduardo Azeredo; valores não declarados ao TRE-MG acima de R$ 90 milhões (caixa 2); só a SMP&B e a DNA Propaganda, do Marcos Valério, movimentaram quase R$ 54 milhões dos recursos levantados. Aécio Neves está na lista do Mourão como tendo recebido R$ 110 mil para sua campanha à Câmara dos Deputados.

Esse documento foi periciado e a sua autenticidade comprovada. Na Polícia Federal, o Cláudio Mourão confessou que o documento era dele.

Viomundo – O que levou Cláudio Mourão a fazer e vazar esse documento? Como o Nílton Monteiro entrou no esquema?

Rogério Correia – O filho do Cláudio tinha uma empresa de locação de veículos, que prestou serviços à campanha do Azeredo. A fatura era de R$ 6 milhões. O Azeredo não tinha dinheiro para pagar e o Cláudio queria receber.

A intenção era chantagear o Azeredo. Para isso, usou o Nílton Monteiro, de quem era muito amigo. A revista Época chegou a publicar uma foto dos dois numa lancha…

Só que o Nílton e o Cláudio se desentenderam. E o Nílton, que também havia participado da campanha do Azeredo, começou a denunciar o esquema. Foi pelas mãos do Nílton que a lista do Cláudio vazou. Os tucanos perderam o controle sobre o Nílton. Eles querem colocar o Nílton Monteiro na conta do PT, só que é da conta deles. O Nílton é cria deles.

Viomundo – E a história do cheque do Marcos Valério para o Cláudio Mourão?

Rogério Correia – O Cláudio entrou na Justiça para cobrar a dívida do Azeredo. Quando chegou a campanha a senador, em 2002, ele apertou o cerco, ameaçando denunciar tudo. Aí, entra o Marcos Valério, pagando o Cláudio Mourão. Pagou na Justiça, com um cheque dele, a dívida do Azeredo. O Cláudio Mourão retira então o processo. A publicização da lista e do cheque do Marcos Valério derrubou o Azeredo da presidência do PSDB. Tudo isso, lembre-se, apareceu pelas mãos do Nílton Monteiro. Naquela época, estava-se discutindo o mensalão do PT.

Cheque de Marcos Valério a Cláudio Mourão e o recibo de quitação da dívida da campanha de 1998; em primeira mão, em reportagem de Amaury Ribeiro Jr e Rodrigo Rangel para a IstoÉ, em 2005

Viomundo – Em Minas, vocês  já conheciam essa denúncia?

Rogério Correia – Ela já tinha sido feita aqui. Era mais ou menos público. Em 1999, portanto no ano seguinte à campanha de Azeredo pela reeleição ao governo de Minas, o Durval Ângelo, que é deputado do PT, lançou o livro O voo dos tucanos, onde contava como o dinheiro dos tucanos tinha sido obtido.

Na época, o Itamar Franco, que disputava o governo de Minas Gerais pelo PMDB, entrou com uma ação, pedindo a impugnação da candidatura de Azeredo devido ao Enduro da Independência. Para levantar recursos para a campanha, a SMP&B, do Marcos Valério, promoveu o Enduro e obteve recurso, a título de patrocínio, da administração direta e empresas públicas de Minas Gerais, como Copasa, Bemge, Loteria Mineira, Comig.

Apenas uma pequena parte foi gasta com o Enduro. O grosso foi repassado, segundo o próprio Mourão, à campanha do Azeredo e aliados.

Outra fonte de recurso público  foi a Cemig, que repassou à SPMP&B R$ 1,6 milhão para a campanha publicitária A energia do bem. Só que, na verdade, o recurso foi para o caixa 2 da campanha dos tucanos, como comprova documento que obtive da própria direção da Cemig.

No mensalão tucano, portanto, o dinheiro público é na veia. Não há nenhuma dúvida sobre isso. O que o Nílton Monteiro trouxe de novo, em 2005, foram a lista do Mourão e os DOCs bancários de repasse de recursos da SMP&B para os candidatos.

Viomundo – Mas a mídia insiste em chamar de mineiro o mensalão tucano…

Rogério Tucano – Teve origem em Minas mas extrapolou o Estado.  O próprio Azeredo, num dos momentos de pressão, já falou que, em 1998, foi recurso para a campanha de reeleição de Fernando Henrique à presidência.

Reportagem da CartaCapital dessa semana mostra que o ex-presidente Fernando Henrique usou mesmo R$ 3,5 milhões do mensalão tucano, através das empresas de Marcos Valério. Na época, elas mantinham contrato com a Fundacentro, do Ministério do Trabalho.

Viomundo – O Marcos Valério continuou a operar para os tucanos depois?

Rogério Correia – Sim. Em 1998, houve a eleição, Itamar Franco ganhou aqui, o Fernando Henrique lá no Planalto. Em 1999, ao tomar posse, Itamar cortou todos os contratos do governo de Minas com a SMP&B. O Marcos Valério foi operar em Brasília. Sumiu daqui. Passou a trabalhar para os Correios, levado pelo tucano Pimenta da Veiga, então ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso.

Na eleição seguinte, em 2002, o Aécio ganhou aqui para governador e Lula foi eleito presidente.  Em 2003, o Marcos Valério voltou para cá. Começou a atuar na propaganda do governo de Minas, da Assembleia Legislativa…

Infelizmente, o PT, em vez de romper os contratos com o Valério em Brasília, deixou que ele se aproximasse… Ele conheceu o Delúbio e, aí, vem toda a história com o PT.

Lembro-me de que, em 2005, a CPI dos Correios veio a Minas, porque havia denúncias de que policiais civis estavam queimando notas fiscais e outros documentos aqui em Belo Horizonte. Colocou-se isso na conta do mensalão do PT. Só que, na verdade, estavam queimando arquivos e documentos referentes às operações da SMP&B, de Marcos Valério para o governo Aécio, em Minas.

Como o pessoal do PT estava totalmente atordoado naquela CPI, os tucanos aproveitaram para queimar toda a parte de Minas. E a CPI dos Correios não conseguiu ou não quis apurar o que aconteceu. Por isso, nada das operações de Marcos Valério para o governo Aécio vieram à tona.

Viomundo – O Marcos Valério operou então, simultaneamente, para os dois lados?

Rogério Correia – Exatamente, ao mesmo tempo. Ele operou em Brasília para o PT e aqui em Minas para o PSDB. Foi o auge do Marcos Valério.

Viomundo – E a Lista de Furnas?

Rogério Correia — Esse esquema não é do Valério, é do Dimas Toledo, para a eleição de 2002.  O Dimas Toledo era diretor de Furnas, onde durante muitos anos operou para os tucanos.

Em 2002, o Dimas fez uma operação monstro para os tucanos, PFL (hoje DEM) e demais aliados com vistas às eleições daquele ano. Lula disputava a presidência com o Serra. Alckmin era candidato a governador de São Paulo e Aécio, a governador de Minas. Se você examinar a Lista de Furnas vai ver que eles operaram no Brasil inteiro, a partir de Minas. Operaram pro Serra, Alckmin, Aécio…

Dimas é extremamente ligado a Aécio e a Danilo de Castro, que já foi deputado federal e presidente da Caixa Econômica Federal no governo Fernando Henrique Cardoso. É o homem forte do Aécio. Foi secretário de Governo na gestão Aécio e  hoje secretário de Governo do Anastasia [Antonio Anastasia, governador de MG pelo PSDB].

Pois bem, o Dimas, com conhecimento de Danilo de Castro,  captou recursos de empresas que trabalhavam com Furnas e formou o caixa 2, o mensalão de Furnas. Foi quem fez a lista com os nomes e valores recebidos pelos candidatos.

Viomundo – Por que o Dimas fez a lista incriminadora se era operador dos tucanos?

Rogério Correia – Para pressionar Aécio e demais tucanos, para permanecer em Furnas. Dimas queria que o tucanato fizesse  pressão sobre o Lula, para mantê-lo na direção da empresa,  como, de fato, aconteceu por um tempo.

Aqui, o pessoal do PT ficou furioso, porque o Dimas é inimigo nosso e continuou em Furnas a pedido do Aécio, que fez muita pressão para isso ocorrer.

Quem apresentou a Lista de Furnas foi o Nílton Monteiro.  Daí o ódio que os tucanos e aliados têm do Nílton. Chamam-no de estelionatário, vagabundo, etc, etc. Insisto. O Nílton Monteiro é alguém que veio lá de dentro deles, é cria deles.

Viomundo – E como essa lista se tornou pública?

Rogério Correia – O Nílton Monteiro mostrou essa lista para um monte de gente, inclusive para mim. Muitos não acreditaram… Todo mundo ficou desconfiado, com medo de mexer, já que envolvia as principais figuras do tucanato. Mas, como antes ele havia me dado uma cópia da lista do Cláudio Mourão e doss DOCs bancários,  que eram verdadeiros, eu resolvi dar atenção e verificar o que era.

Pedi-lhe então uma cópia, pois observei que a lista tinha lógica política. Só poderia fazê-la quem conhecesse bem a política mineira. Era impossível que fosse inventada de tão certinha que estava. Estão nela tucanos, peemedebistas, que naquele momento estavam divididos aqui…  O Itamar Franco, por exemplo, apoiou o Aécio e o Lula.

O que eu fiz? Entreguei o xérox da lista para a Polícia Federal examinar. Quem passou a investigá-la foi o delegado Luís Flávio Zampronha. O Nílton ficou enrolando para não entregar os originais. Depois de muito tempo, o Zampronha conseguiu com que o Nílton os entregasse.  Se eu não me engano, isso aconteceu já em 2006… O Zampronha veio de Brasília e o Nílton entregou os originais nas mãos dele. Nessa altura, a Polícia Federal já havia grampeado e  tinha dicas de que o documento era verdadeiro.

Viomundo – Foi o senhor que tornou pública a Lista de Furnas? 

Rogério Correia – Não, eu passei para a Polícia Federal. Mas como o Nílton entregou-a para um monte de gente em 2005, não se sabe quem a colocou na internet. Os tucanos trataram logo de desmoralizá-la, porque não havia o original. Diziam que o documento era falso.

Mas a Polícia Federal ficou atrás do Nílton, até que um dia ele resolveu entregá-la. O Zampronha veio a BH para receber receber pessoalmente, das próprias mãos de Nílton, a Lista de Furnas.

O Zampronha mandou periciar. Passados uns dois meses, veio o resultado da perícia: o documento era verdadeiro. Não havia sido montado, não era falsificado e a assinatura era do Dimas Toledo. Não se tem mais dúvidas disso.

Viomundo – Mas os tucanos insistem que a lista é falsa.

Rogério Correia — Os tucanos mandaram fazer perícia em outro documento que não o original. Fizeram perícia em cima de algum xerox. O único original existente é o que foi periciado pela Polícia Federal, ele está na mãos da Polícia Federal até hoje.

Mais recentemente os tucanos contrataram um especialista norte-americano para fazer perícia numa lista xerocada. Pagaram R$ 200 mil para esse perito, que é desmoralizado nos EUA, já foi até processado lá.

Viomundo – O Dimas Toledo disse que não assinou a Lista de Furnas e que a Polícia Federal havia sido induzida a erro.

Rogério Correia — Perguntaram isso ao Zampronha. Ele acha que não existe a possibilidade de a Polícia Federal ter errado. Para a Polícia Federal, a Lista de Furnas é autêntica, verdadeira. Não tem como os tucanos continuarem negando.  A única assinatura da lista é a assinatura do Dimas Toledo, que é comprovadamente verdadeira.

Viomundo – E o conteúdo?

Rogério Correia – De público, há três confissões que atestam a veracidade do conteúdo. A primeira foi a do Roberto Jefferson, que disse que recebeu exatamente o valor que consta lá: R$ 75 mil. Ele disse: “não posso dizer dos outros, mas eu posso dizer que eu recebi o que está aí”.

Em matéria postada no seu blog, o Noblat contou que havia conversado com um deputado que disse que o valor que constava da lista era realmente o que ele havia recebido. O Noblat não quis dar o nome do deputado.

Mais recentemente, quando os tucanos tentaram cassar o meu mandato aqui, o  deputado estadual Antonio Júlio, do PMDB, foi para cima deles. “Cassar o quê, se o que ele diz é verdade?!”, reagiu Antonio Júlio na época.

Antonio Júlio pediu a Dimas uma verba não para ele, mas para um hospital da sua base eleitoral. O Dimas mandou para lá exatamente o valor que está na Lista de Furnas.  O hospital recebeu e o Antonio Júlio tem o recibo disso (imagem abaixo). Foi a pá de cal  nos tucanos, que murcharam, e na matéria da Veja.

Viomundo – Como foi essa tentativa de cassá-lo?

Rogério Correia – Antes, vou explicar a armação montada pelo pessoal do Aécio & Cia.

Danilo de Castro nomeou Márcio Nabak como delegado do Departamento de Operações Especiais de Minas, o Deoesp, antigo  DOPS. O Nakak é nitidamente tucano, um capacho do Danilo. Tem péssima reputação aqui, há vários procedimentos contra ele, não poderia nunca ser nomeado delegado tal a ficha dele. Inclusive, já foi retirado do cargo.

Bem, o Danilo foi colocado no Deoesp para fazer basicamente esta operação. Prendeu Nílton Monteiro por crimes que ele  teria cometido no passado, nada a ver com Furnas. Mas o objetivo real era que  falasse sobre a Lista de Furnas. Segundo o Nílton, três deputados federais do PSDB de Minas estiveram com ele e o Nabak, oferecendo liberdade em troca de delação premiada: Domingos Sávio, vice-presidente do PSDB, Marcos Pestana e o Rodigo de Castro, que é filho do Danilo de Castro, o homem forte do Aécio.

Segundo o Nílton, o Nabak, na frente dos deputados federais, fez-lhe a proposta de delação premiada. Propôs que ele renunciasse à lista de Furnas, dissesse que era falsa e que tinha sido armação minha. De dentro da prisão, o Nílton mandou uma carta à  Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais contando tudo isso.

Estava na cara que prenderam o Nílton para poder me acusar depois. Aí, começaram a plantar notas na imprensa.

Ao mesmo tempo, o Nabak solicitou no Rio de Janeiro o inquérito sobre a Lista de Furnas. Lá existem conversas grampeadas do Nílton Monteiro. E, segundo a Veja, teria conversas grampeadas do Nílton Monteiro com um assessor meu e comigo mesmo.

Dentro do contexto, as conversas não são nada comprometedoras. Mas a Veja pinçou trechos, para dar a entender que um assessor meu falsificava com o Nílton Monteiro nomes para a lista. E com essas “informações” Veja publicou a matéria contra mim. Eles queriam me desmoralizar e depois me cassar. Mas como eu tinha todos os documentos mostrando que aquilo era mentira, a história não pegou.

Entrou em cena o esquema de sempre: PSDB vazou a história para a Veja, Estado de Minas repercutiu, PSDB viu e pediu a minha cassação. E como eles são maioria, iriam me cassar mesmo. Só que nós reagimos, fomos para cima deles e ainda provamos que falsa era a matéria da Veja.

Viomundo — Que deputados pediram a sua cassação?

Rogério Correia – O Domingos Sávio, vice-presidente do PSDB.

Viomundo – No final de 2011, a procuradora criminal Andréia Baião, do Ministério Público do Rio de Janeiro, concluiu o seu trabalho  sobre a Lista de Furnas, comprovando a existência do esquema de caixa 2. 

Rogério Correia – Exatamente. A conclusão dela é que a Polícia Federal, com base nos grampos, ficou ainda mais convencida de que a Lista de Furnas era verídica. Segundo relato da Polícia Federal, até para a mulher dele, o Nílton falava que a lista é verdadeira. Os grampos demonstraram também que ele procurava ganhar tempo com os dados que tinha em mãos, já que é um lobista.  A dra. Andréia Baião denunciou o Dimas Toledo por corrupção ativa e o Roberto Jefferson por corrupção passiva.

Outra ação que demonstra a veracidade da lista foi a derrota do então deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA). Ele entrou com uma ação aqui em Belo Horizonte contra o Nílton Monteiro, alegando que ele teria falsificado a lista. Tanto a juíza Maria Luíza de Marilac Alvarenga Peixoto, que examinou o caso inicialmente, quanto o Tribunal de Justiça de MG deram ganho de causa ao Nílton Monteiro. A juíza baseou-se no depoimento do delegado Praxedes, que trabalhou junto com o Zampronha, que levou ao conhecimento dela que o documento era verdadeiro e o Nílton não o havia falsificado.

Viomundo — O que aconteceu com esta lista?

Rogério Correia — A procuradora mandou o inquérito para o juiz federal no Rio de Janeiro, que  se  julgou incompetente para analisar o assunto. Disse que não era caso de Justiça Federal, e sim, estadual, porque, segundo ele, Furnas é uma empresa de economia mista. Se fosse empresa pública, a competência seria federal. Então todo procedimento voltou para a promotoria no Rio de Janeiro, onde está sob análise.

O advogado do Nílton Monteiro, que também trabalha para família daquela modelo mineira que circulava nos meios políticos e  foi assassinada, pediu  ao ministro Joaquim Barbosa, no Supremo,  que junte a lista de Furnas e o mensalão tucano no mesmo processo, alegando que as pessoas envolvidas são as mesmas, a forma de fazer caixa 2 é a mesma. O ministro Joaquim Barbosa está estudando.

Viomundo – E agora? 

Rogério Correia – O Roberto Gurgel, procurador-geral da República, e o ministro Joaquim Barbosa, atualmente presidente do STF, têm conhecimento de tudo isso. Dizem que é muito mais fácil um saci cruzar as pernas do que o Gurgel investigar o tucano. Esperamos que, diante de tantas provas, o ministro Barbosa acolha a solicitação de juntar  a investigação da Lista de Furnas com o mensalão tucano.

Agora, o que pretendo mesmo é ampliar a campanha pela reforma política, em especial o financiamento público. Isso que aconteceu, no fundo,  tem relação com o modelo eleitoral. O crime de caixa 2 é inerente a esse modelo. A solução é fortalecer os partidos políticos de caráter ideológico definido, permitindo governabilidade a partir do resultado eleitoral e não do toma lá dá cá entre o Executivo e o Parlamento.

Mensalão tucano:  a lista do Cláudio Mourão

Lista de Furnas: Laudo da PF autenticando o documento após sua apreensão

 

Como disse antes, o PT é o PSDB pintado com um esmalte de unha vermelho.

A decisão de Barbosa e a política interna no STF

viomundo - publicado em 22 de dezembro de 2012 às 13:13

Ricardo Lewandowski, em foto de Nelson Jr./SCO/STF

Mensalão: Decisão de Barbosa contra prisão imediata evita nova crise no STF

Alguns ministros eram radicalmente contra a decretação das prisões dos 22 condenados do mensalão e temiam que presidente da Corte contrariasse decisões anteriores do plenário

Ricardo Galhardo e Wilson Lima – iG São Paulo e iG Brasília | 22/12/2012 07:00:05

sugerido pelo Jose Mario HRP

A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de não determinar a prisão imediata dos 22 réus do mensalão condenados a penas em regime fechado ou semiaberto evita uma crise dentro da Corte. Alguns ministros eram radicalmente contra a decretação das prisões imediatas conforme pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

Na sua petição, o procurador-geral Roberto Gurgel alegou que não havia mais razões para a não expedição dos mandados de prisão já que o julgamento já havia sido encerrado. Gurgel também questionou no pedido a eficácia dos embargos infringentes e justificou que qualquer recurso, neste momento, teria apenas efeito protelatório.

Quem participou do julgamento do mensalão relatou que várias pessoas ponderaram junto a Barbosa sobre o custo político que poderia acarretar a prisão imediata dos condenados. Entre elas, estariam ministros do STF, amigos de Barbosa e até integrantes do Ministério Público Federal que fazem oposição ao procurador Roberto Gurgel.

O principal argumento usado para demover Barbosa foi a hipótese de o presidente do Supremo iniciar sua gestão isolado no tribunal ou no mínimo com o plenário rachado.

Além disso, os interlocutores teriam argumentado que a prisão imediata dos mensaleiros poderia reforçar a imagem de arrogância que adversários tentaram lhe imputar depois do episódio em que o STF decidiu pela cassação dos parlamentares condenados.

Além disso, havia a possibilidade de o ministro Ricardo Lewandowski revogar as prisões em meados de janeiro, quando ficará à frente do plantão no Supremo. “Tenho certeza que ele (Barbosa) fez isso pensando na própria sobrevivência e na governabilidade do Supremo durante sua gestão na presidência do tribunal”, disse Marco Aurélio Carvalho, chefe da assessoria jurídica do PT.

Pelo menos três ministros viam com reservas esse pedido de prisão imediata: o revisor, Ricardo Lewandowski, e os ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello. Outros, como Celso de Mello, decano da Corte, também já haviam dado sinais contrários à prisão imediata por respeito à jurisprudência da Corte. Uma decretação de prisão era vista nos bastidores do Supremo como uma “manobra” do procurador-geral e do presidente do STF e uma afronta ao que já foi determinado pelo STF em julgamentos anteriores.

O ministro Marco Aurélio Mello disse que ficaria surpreso se Barbosa decretasse algum pedido de prisão neste momento até porque o acórdão (documento com a íntegra da decisão) sequer foi publicado. “Ele adotou o princípio da não culpabilidade”, explicou Mello.

Para ele, foi estranho o fato de o procurador da República não ter apresentado a petição de prisão imediata na segunda-feira, no último dia do julgamento, alegando ainda ter que refletir mais sobre o caso e depois apresentá-la dois dias depois, durante o recesso do Judiciário.

Nas suas alegações, o presidente do STF reconheceu que durante o julgamento de um habeas corpus, ocorrido em fevereiro de 2009, cujo relator era o ministro Eros Grau, o STF “entendeu incabível o início da execução penal antes do trânsito e julgado da condenação”.

 

Creio que Joaquim Barbosa agiu corretamente, mas, o que me preocupa nesse artigo é o que está nas entrelinhas. O fato de que Lewandowski (que segundo parte da mídia, assim como Toffoli, é petista de carteirinha) poderia revogar a decisão ainda em janeiro. Ou seja, o STF pelo jeito, em alguns casos pode se transformar em “território de ninguém”.

DILMA TEM A VER COM O MENSALÃO, SIM !

conversa afiada - Publicado em 22/12/2012

 

Ou a Presidenta se deixou contaminar pelos neo-petistas que a cercam e se esqueceu de uma expressãosinha – “luta de classes” – , que ela deve ter conhecido enquanto na cadeia ?

Saiu numa colona (*) do Globo, aquela que é o melhor Proust que o PiG (**) planaltino conseguiu produzir, a seguinte preciosidade:
A Presidenta está “azeda … com o mensalão, que não tem nada a ver com ela, entrando para atrapalhar o Governo, numa briga infecunda entre o presidente do STF e da Câmara …”

Navalha

Como se sabe, o Palácio do Planalto, no atual Governo, passou a ser povoado por um conjunto significativo de neo-petistas pigais (**).

Talvez seja um neo-petista esse “um de seus ministros “, o que passou a informação especialíssima ao colonista global.

O amigo navegante deveria, porém, levar em conta que a Presidenta tem tudo a ver com o mensalão.

Primeiro, porque foram condenados sem prova alguns dos arquitetos do edifico político que permitiu uma desconhecida economista mineiro/gaúcha tornar-se presidenta da República.

Dilma deve mais ao Dirceu do que ao Celso Furtado.

Dilma tem a ver com o mensalão, sim, porque a condenação sem provas de líderes políticos insubstituíveis do PT significa que, cedo ou tarde, a mesma excepcionalidade chegará aos seus (dela) calcanhares.

Ou a Presidenta se deixou contaminar pelos neo-petistas que a cercam e se esqueceu de uma expressãosinha – “luta de classes” – , que ela deve ter conhecido enquanto na cadeia ?

E que a elite furiosa, anti-chavista que se instalou no Brasil e no Supremo, na bancada dos Chinco Campos, “tem lado”?

Ela acha que o julgamento do mensalão NÃO foi politico ?

Que o decano Celso de Mello, fã do Chico Campos, é um técnico ?

Que foi um julgamento tão técnico quanto o cálculo da desvalorização patrimonial das empresas de energia elétrica?

Ela tem a ver com o mensalão, sim, porque foi ela quem ofertou ao Brasil um Ministro do Supremo da altura do Fux.

O que deveria servir de advertência na hora de escolher os sucessores do trânsfuga Ayres Britto e do insigne decano, que, provavelmente, vai para casa sem julgar a ação que considera a TV Globo de São Paulo uma apropriação indébita.

Seria bom ela não se iludir com as chaleiras neo-petistas: quem frita bolinho com a Ana Maria Braga e os “prousts” brasilienses por eles será fritado.

Não é isso, Palocci ?

Adiantou salvar a Globo da concordata ?

E quem te enforcou, nobre consultor ?

Não é isso, Odarelo ?

Adiantou dar o furo ao jornal nacional ?

A resistência de Marco Maia à ameaça de garroteamento da Camara não é uma “briga infecunda”.

É uma resistência heroica, gaúcha, que tem a ver com a estabilidade institucional de que ela, a Dilma, será a maior beneficiária.

Se o Supremo fecha o Congresso, na próxima viagem sobe a rampa do Palácio.

E se essa “infecunda” briga resultou na suspensão do Orçamento de 2013, a culpa é dela, a Dilma.

Que acha que governar é abrir estradas.

A Dilma poderia, muito bem, nas férias do fim do ano, ler biografia de seu líder de juventude, o engenheiro Leonel de Moura Brizola, de autoria do F. C. Leite Filho.

Ele também não perdia “uma briga infecunda”.

(A propósito: Leite Filho é blogueiro sujo e não recebe um tusta da SECOM. A SECOM, como se sabe, é uma instituição eminentemente “técnica”, que destina 2/3 de sua verba à Globo.)

Por fim, a Dilma e o PT.

A Presidenta Dilma é do PT.

Ela não existe fora do PT.

Ela não se re-elege sem o PT.

Não existe o “PT contaminado”, o PT do Lula, do Dirceu, do Genoíno, e o “PT imaculado”, dela.

O PT é um só.

Limpo e “sujo”.

E quem disse que os buldogues investigativos do PiG (**) não andam atrás das sujeiras do Governo Dilma, para cuspir no ano que vem ?

A Rose é o aperitivo.

A campanha presidencial de 2013 será sangrenta.

O Cerra vem aí, mais inescrupuloso do que nunca.

E o PiG (**) vai defender a Dilma do Cerra …

Se “um de seus ministros” oferece na bandeja informações privilegiada aos pigais, ela deveria promover um “contingenciamento de vazamento”.

E não deixar vazar o que mais serve ao Golpe: pontas de informação que nutram a hipótese de ela romper com o Lula, aquele do “lado contaminado” do PT.

Se ela se entregar a esses neo-petistas e a petistas de sempre, como o Cardozo, um dia, o Lula vai ter que salvá-la.

Quando ela cair no abismo.

Para onde se encaminha, se achar que é maior do que o PT.

E do que o Lula.

 

Uma das coisas em que discordo do PHA é que Dilma precisa do PT. Dilma não precisa do partideco, assim como Lula também não. Dirceu? Quem é José Dirceu para ter tanto peso no partido? Ah! sei que é um dos que pertencem ao grupo mais moderado do partido (por estranho que pareça, de onde aparecem os escândalos), a ala um pouco mais à esquerda deve estar enlouquecida.

O PT de Dirceu é o PSDB com um esmalte (de unha, daqueles que sai fácil) vermelho. Foi nisso o que o grupo de Dirceu trasnformou o partideco. Aliás tão bem dito por Mino Carta recentemente.

Pena que Dilma não tenha tempo para pular fora e fundar um partido compessoas como o Olivio Dutra e o Antônio Reguffe (PDT-DF). Talvez assim poderíamos pensar em dias melhores.

Pagamento de Impostos x Horas Trabalhadas

Os 10 países onde MENOS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2011:

1. Maldivas: 0 horas

2. Emirados Árabes Unidos: 12 horas
3. Bahrein: 36 horas
4. Qatar: 36 horas
5. Bahamas: 58 horas
6. Luxemburgo: 59 horas
7. Omã: 62 horas
8. Suíça: 63 horas
9. Irlanda: 76 horas
10.Seicheles: 76 horas


Os 10 países onde MAIS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2011:


1. Brasil: 2.600 horas ( é mais que o dobro do 2º colocado! )


2. Bolívia: 1.080 horas
3. Vietnã: 941 horas
4. Nigéria: 938 horas
5. Venezuela: 864 horas
6. Bielorrússia: 798 horas
7. Chade: 732 horas
8. Mauritânia: 696 horas
9. Senegal: 666 horas
10.Ucrânia: 657 horas

Fonte: Banco Mundial

sexta-feira, dezembro 21, 2012

Pequena Nota

“Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.”
Malcolm X

Síria: Quais são as verdadeiras intenções dos Estados Unidos?

resistir info – 21 dez 2012

por Amin Hoteit [*]

Todo observador que se interessasse pelo comportamento do Estados Unidos quando às suas verdadeiras intenções em relação à Síria deparar-se-ia com uma série de indicações contraditórias.
Com efeito:
I. Por um lado, eles forçam o prosseguimento das operações terroristas enquanto ao mesmo tempo impedem o diálogo com as autoridades legítimas do país em que desejariam mudar radicalmente as personalidades e as orientações políticas. Eis porque eles têm trabalhado para:
1) Substituir às pressas o "Conselho de Istambul" (ou CNS) por uma pretensa "Coligação da oposição síria", cozinhada por Washington e dominada claramente pelos Irmãos Muçulmanos em todos os seus escalões.
2) Oficializar esta Coligação recém criada como representante legítima do povo sírio trabalhando pelo seu reconhecimento pelos países aliados; o que doravante já é coisa feita, após a reunião dos "Inimigos da Síria" em Marraquexe.
3) Formar um "Alto conselho militar" para manter um domínio sobre as operações desestabilizadoras fazendo, também aí, pender a balança para o lado do Irmãos Muçulmanos pela exclusão de duas categorias de combatentes irregulares: a primeira designada como "terroristas na dependência da Al Qaida", a segunda constituída por "aqueles que desconfiam dos Irmãos Muçulmanos e recusam a ideia da sua dominação sobre a Síria".
4) Recuar na sua decisão pública de não armar os grupos de opositores para se empenhar, também publicamente, em financiá-los e armá-los directamente a partir dos EUA e da Europa.
5) Multiplicar os encontros dos chamados "Amigos do povo sírio", o famoso fórum político reunindo todos aqueles que consentiram em marchar com os EUA para demolir a Síria independente e ali instalar um governo sob as botas do Ocidente, ele próprio enfeudado aos EUA.
6) Fazer instalar os mísseis Patriot na fronteira síria, história destinada a significar que só a solução militar é retida e que a NATO está finalmente prestes a intervir.
7) Encorajar os bandos armados a intensificarem suas operações terroristas sobre o terreno e conseguir assim radicalizar a oposição contra as autoridades sírias.
II. Por outro lado, eles dão a entender que doravante estão prontos a encarar uma solução política que não afastaria nenhum dos protagonistas, incluindo as autoridades legítimas do país, sob a égide do Presidente Al-Assad que eles foram incapazes de desqualificar apesar de dois anos de provocações, de manobras e de agressões. E ei-los partidos para pretensas negociações pacíficas dentre as quais observamos:
1) A última reunião tripartida efectuada a 9 de Dezembro em Genebra entre o ministro dos Negócios Estrangeiros adjunto da Rússia, Mikhail Bogdanov, o secretário de Estado adjunto americano, William Burns, e o representante especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi; a qual encerrou-se com um comunicado deste último estipulando "que uma solução política para a crise ainda é possível e que ela será realizada com base no acordo de Genebra de 30 de Junho último".
2) O empenhamento assumido para encarregar peritos russos e americanos de trabalharem na busca das modalidades operacionais para uma tal solução pacífica.
3) A distinção dos grupos armados operando na Síria entre "terroristas" que os EUA não caucionariam e "opositores" que eles apoiariam; seguida a 11 de Dezembro pela decisão de inscrever o grupo "Jabhat al-Nusra", tendo provado a sua "liderança" devastadora, na lista das organizações terroristas internacionais.
4) A redução do nível da representatividade estado-unidense na quarta reunião dos "Inimigos da Síria", a 12 de Dezembro em Marraqueche, nem que seja pela ausência de Hillary Clinton.
5) O laxismo aparente na instalação dos mísseis Patriota, os quais serão finalmente posicionados à distância da fronteira síria.
6) O recuo nas alegações mentirosas quanto ao recurso à utilização de armas químicas pretensamente encarada pelas autoridades sírias, por ausência de provas concludentes em favor de uma tal intenção.
7) A garantia reiterada de que nem os Estados Unidos, nem o Ocidente em geral, haviam tomado a decisão de uma intervenção militar na Síria.
III. Estas contradições, que não deixaram de suscitar a indignação dos ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, sobre quando eles declararam reconhecer a "Coligação da oposição síria" como a representante legítimas do povo sírio [declaração de Obama na véspera da Conferência de Marraquexe aquando de uma entrevista à BBC] e convidaram seu presidente recém eleito a comparecer em Washington, levantam a questão de saber quais são as suas verdadeiras intenções, ou antes, quais são os meios de que ainda poderiam dispor para alcançar o seu fim. Para responder a estas questões, é necessário recordar os dados fundamentais estabelecidos após 21 meses de agressão incessante contra o Estado e o povo sírios:
1) A incapacidade dos Estados Unidos e de todos os seus aliados para derrubar o governo sírio, sem uma intervenção militar directa tornada quase impossível, ou para o prosseguimento da guerra indirecta por terrorismo interposto e travada por grupos armados, financiados e treinados por forças que lhes estão enfeudadas.
2) O esgotamento dos alvos sírios a destruir, agora que máquina infernal dos EUA matou e destruiu tudo aquilo que podia atingir como infraestruturas económicas e sociais; estando o que escapou imunizado e relativamente fora de alcance.
3) A combatividade, a unidade, a disciplina e a tenacidade do Exército sírio, capaz de prosseguir seu combate defensivo e de impedir os grupos armados de manter suas posições pretensamente libertadas.
4) A rejeição dos insurrectos e dos terroristas pelo povo sírio, algumas categorias do mesmo chegaram até a reclamar e obter armas para a defesa da sua terra estes "estrangeiros"; razão suplementar que torna difícil, mesmo impossível, a manutenção dos grupos armados nas regiões momentaneamente ocupadas ou a ocupar.
IV. De tudo isto que antecede, podemos compreender e imaginar a posição dos EUA face à dita "crise síria", posição fundamentada sobre os seguintes elementos:
1) A convicção de que o governo sírio permanecerá nas suas posições qualquer que seja a intensificação criminosa (ocidental) da "sua máquina de matar" e que o prosseguimento da acção armada não conduzirá senão a mais mortes e destruições sem mudar nada nos resultados político e estratégico.
2) A ausência de garantia quanto à manutenção futura das actuais alianças anti-sírias, sobretudo se o incêndio se propagasse numa região correspondente em grande parte às suas zonas de influência, a começar pelos países do Golfo e a Turquia. O príncipe Talal bin Sultan não declarou que a Arábia Saudita seria a próxima vítima da "pretensa Primavera árabe"? E Davudoglou não encareceu, na Conferência de Marraquexe, que a situação síria é uma ameaça para os países vizinhos? Em consequência, os dirigentes dos EUA deveriam ter compreendido bem que o que eles poderiam obter hoje pela negociação em grande parte lhes fugiria se a adiassem!
3) A necessidade continuar a trabalhar com os Irmãos Muçulmanos enquanto aliados preferenciais, envoltos em bandeiras islâmicas mas submetidos aos seus diktats.
Eis porque não vemos contradições no comportamento dos Estados Unidos, mas antes uma certa complementaridade que lhes permitiria lançar as bases de uma solução momentaneamente satisfatória, uma vez que doravante estão condenados a negociar.
Já seria um êxito posicionar um novo poder reservando postos chave a Irmãos Muçulmanos, uma vez que se verifica dificilmente realizável que uma maioria do povo sírio lhes permita monopolizá-lo através das urnas. Assim, dispondo do seu direito de veto, os EUA poderia, no mínimo, desactivar não importa qual decisões futura que fosse contra os seus interesses. Daí a utilidade da "Coligação dos irmãozinhos opositores" e do Alto comando militar dos mesmos irmãozinhos... Pelo menos partilhar um poder que no imediato não se pode dominar com exclusividade!
Em consequência, dizemos muito simplesmente que a "solução negociada" desejada pelos dirigentes dos EUA é não ter em conta a vontade de uma grande maioria do povo sírio e da sacrossanta democracia, uma solução que garantiria aos Irmãos Muçulmanos o poder de decisão, mesmo se as urnas decidissem outra coisa.
Para aí chegar, os EUA não estão prestes a abandonar nem pressões políticas nem operações militares criminosas e isto num prazo que parece ter sido fixado até à próxima Primavera sem qualquer revisão!

20/Dezembro/2012

[*] Libanês, analista político, perito em estratégia militar e general de brigada na reserva.
O original encontra-se em
Sham Times e a versão em francês em www.legrandsoir.info/...

EX-CITAÇÕES * 130. por um défice mais feliz

aijesus.blogspot – 18 dez 2012

…”Os governos deveriam zelar pela felicidade dos cidadãos. Uma ideia básica que, hoje em dia, é tida como irresponsável, só porque não dá bons resultados na folha do Excel. (…)
E se não é rentável ter filhos, tão pouco é ter velhos, que só dão prejuízo e ainda escrevem cartas às Juntas de Freguesia. Muito menos doentes, que nem cartas escrevem; para não falar dos desempregados que, aprofundando a lógica, deviam morrer à míngua e assim aliviar as taxas que tanto preocupam os nossos parceiros europeus. Se o avô não dá lucro, atira-se pela janela.
Defenestrar avós não é permitido por lei. À sociedade resta algum bom senso e respeito pelos valores básicos. E mesmo a actual política não prevê tal acto, (…)
Há uma cegueira de curto prazo, da lógica imediata, que invalida saídas futuras.(Por ex: a saída do governo?) Esta lógica não só compromete o médio e o longo prazo como, por absurdo, inviabiliza a eficácia no prazo mais curto. Na Bélgica, há já muitos anos, resolveram iluminar as auto-estradas. (Eu sou testemunha: era uma profusão de candeeiros, um ambiente feérico, a perder de vista; tinha a minha filha 4 anos. Já tem 31. É só fazer as contas).
Através de um estudo, chegaram à conclusão de que a melhoria das condições de segurança na via compensava financeiramente, poupando-se não só em vidas humanas como em tratamentos hospitalares. Por cá desinvestem na saúde, nos transportes, na educação, na cultura, sem que se apercebam de que a médio e longo prazo o prejuízo (mesmo o financeiro) será altíssimo. O problema não é da folha de Excel, mas sim da fórmula utilizada.

[Manuel Halpern]

 

Sem comentários…

Putin diz que Estados Unidos está enterrado numa certa concistência

darussia.blogspot – 20 dez 2012

PUBLICADA POR JOSÉ MILHAZES

Putin considera que escudo antimíssil norte-americano ameaça neutralizar potencial nuclear russo

  O sistema de defesa antimíssil norte-americano a instalar na Europa ameaça neutralizar o potencial nuclear da Rússia, declarou Vladimir Putin numa conferência de imprensa para jornalistas russos e estrangeiros.

“Já dissemos várias vezes que vemos uma ameaça quando os nossos parceiros criam semelhantes sistemas, isso pode levar à neutralização, se não respondermos, do nosso potencial nuclear, o que viola consideravelmente o equilíbrio estratégico no mundo”, acrescentou.

Semelhante equilíbrio protege toda a humanidade de grandes conflitos militares depois da segunda guerra mundial.

“Há muitos conflitos pequenos, mas graças a Deus que não há grandes. Superámos a Crise das Caraíbas porque existia esse equilíbrio, ninguém quer a destruição mútua”, frisou.

Putin prometeu responder ao escudo antimíssil na Europa se não for possível chegar a um acordo com a NATO.

“Pelo menos fixemos no papel algo de caráter jurídico que garanta que isso não é contra nós. Mas até isso nos recusam. Temos de tomar medidas de resposta”, continuou.

Moscovo exige garantias da NATO de que o sistema de defesa antimíssil na Europa não visa neutralizar as forças estratégicas russas, mas a Aliança limita-se a promessas verbais que o Kremlin não aceita.

Putin reconhece ser "mau cristão" e responder à chapada numa face

O Presidente russo Vladimir Putin considera-se um “mau cristão”, porque não considera correto expor a sua face da cara, preferindo responder às agressões, nomeadamente nas relações internacionais.

“No que respeita à retórica anti-americana, anti-ocidental ou em relação a outro país, não precisamos de semelhante anti-retórica. Ela é sempre prejudicial. Mas nós convosco, ou melhor, eu sou mau cristão quando batem numa face, é preciso colocar a outra, mas eu, por enquanto, ainda não estou moralmente pronto para isso”, declarou numa conferência de imprensa.

“Se nos derem uma chapada, devemos responder. De outro modo, vão dar-nos sempre chapadas”, frisou.

Putin considera que os Estados Unidos violam os direitos humanos e, por isso, não têm direito a pregar sermões à Rússia.

“Eles estão enterrados até às orelhas numa dada consistência , mas atiram as culpas para cima de nós. Isso é incorreto. A opção não é nossa, nós não provocamos ninguém, provocam-nos”, declarou.

Putin respondeu assim à aprovação pelas autoridades americanas da “Lista de Magnistki”, lei que proíbe a entrada nos Estados Unidos de pessoas envolvidas na morte do advogado russo Serguei Magnitski.

A Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento Russo aprovou uma lista de resposta, que alguns observadores consideram que poderá deteriorar ainda mais as relações entre Moscovo e Washington.

“Repito: estou pronto para analisar se a resposta é adequada ou não. Não estamos interessados na deterioração de relações com quem quer que seja”, concluiu.

Putin não se preocupa com Assad, mas com o que irá depois acontecer na Síria

O Presidente russo Vladimir Putin disse hoje não estar preocupado com o destino do seu homólogo sírio Bashar Assad, mas com o que irá acontecer na Síria de pois da sua queda.

“O que se passa na Líbia? Os conflitos continuam, mataram o embaixador norte-americano. Quer que se repitam os erros na Síria? Não estamos preocupados com o destino de Assad, preocupa-nos o que vai acontecer depois. Não queremos uma luta eterna”, precisou numa conferência de imprensa.

“Essa região não fica próxima, não nos preocupam os nossos interesses, porque aí são poucos. Assad visitou mais vezes Paris do que a Rússia”, acrescentou.

“Defendemos que a Síria não se desintegre e reine a paz aí. Inicialmente, as pessoas devem chegar a acordo sobre a forma como dirigir o país e depois começar a mudar, e não ao contrário. É impossível uma solução militar. O que lá acontecer deve deopender do povo sírio”, frisou.

Rússia desenvolve dois novos tipos de míssil que superarão escudo antimíssil norte-americano

darussia.blogspot – 16 dez 2012

PUBLICADA POR JOSÉ MILHAZES

Moscovo, 14 dez (Lusa) – A Rússia deu início à criação de dois novos mísseis balísticos intercontinentais que poderão superar qualquer sistema de defesa antimíssil a criar no futuro, revelou hoje o general Serguei Karakaev.

Esta é a primeira vez que um oficial russo anuncia oficialmente que o seu país está a construir estes tipos de mísseis, um dos quais será movido a combustível sólido e outro a combustível líquido.

Quanto ao primeiro míssil intercontinental, o comandante das Tropas de Mísseis Estratégicos da Rússia (TMER) revelou que “ele está a ser criado com o emprego máximo e o desenvolvimento de soluções e reservas tecnológicas anteriores, conseguidas a quando do fabrico de mísseis de quinta geração, o que diminui consideravelmente os prazos de fabrico e o seu preço”.

Quanto ao segundo míssil, ele precisou que poderá ser empregue como “arma de grande precisão sem ogivas nucleares”.

Karakaev explicou que o fabrico deste novo míssil intercontinental, com um peso de 100 toneladas, é condicionado pelo facto de os Estados Unidos estarem a criar apressadamente um escudo espacial de meios ofensivos de defesa anti-aérea.

Enquanto estes mísseis não estão prontos, as TMER continuarão a ser modernizadas com mísseis intercontinentais “Iars” e “Topol-M”.

Mino Carta: O PT não é o que prometia ser, demoliu seu passado honrado

publicado em 1 de dezembro de 2012 às 13:06

Constatação de Mino Carta:  Miro Teixeira, o verdadeiro relator da CPI do Cachoeira. Foto: Agência Brasil

A traição do PT

por Mino Carta, em CartaCapital

Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta.

Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência.

A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contaminação até os escalões inferiores da administração governamental confirmem o triste destino do PT. No poder, porta-se como os demais, nos quais a mazela é implacável tradição.

Assisti ao nascimento do Partido dos Trabalhadores ainda à sombra da ditadura. Vinha de uma ideia de Luiz Inácio da Silva, dito Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo até ser alvejado por uma chamada lei de segurança nacional. A segurança da casa-grande, obviamente.

Era o PT uma agremiação de nítida ideo­logia esquerdista. O tempo sugeriu retoques à plataforma inicial e a perspectiva do poder, enfim ao alcance, propôs cautelas e resguardos plausíveis. Mantinha-se, porém, a lisura dos comportamentos, a limpidez das ações. E isso tudo configurava um partido autêntico, ao contrário dos nossos habituais clubes recreativos.

O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram. Seu maior líder, ao se tornar simplesmente Lula, fez um bom governo, e com justiça ganhou a condição de presidente mais popular da história do Brasil. Dilma segue-lhe os passos, com personalidade e firmeza. CartaCapital apoia a presidenta, bem como apoiou Lula. Entende, no entanto, que uma intervenção profunda e enérgica se faça necessária PT adentro.

Tempo perdido deitar esperança em relação a alguma mudança positiva em relação ao principal aliado da base governista, o PMDB de Michel Temer e José Sarney. E mesmo ao PDT de Miro Teixeira, o homem da Globo, a qual sempre há de ter um representante no governo, ou nas cercanias. Quanto ao PT, seria preciso recuperar a fé e os ideais perdidos.

Cabe dizer aqui que nunca me filiei ao PT como, de resto, a partido algum. Outro excelente amigo me define como anarcossocialista. De minha parte, considero-me combatente da igualdade, influenciado pelas lições de Antonio Gramsci, donde “meu ceticismo na inteligência e meu otimismo na ação”. Na minha visão, um partido de esquerda adequado ao presente, nosso e do mundo, seria de infinda serventia para este País, e não ouso afirmar social-democrático para que não pensem tucano.

O PT não é o que prometia ser. Foi envolvido antes por oportunistas audaciosos, depois por incompetentes covardes. Neste exato instante a exibição de velhacaria proporcionada pelo relator da CPI do Cachoeira, o deputado petista Odair Cunha, é algo magistral no seu gênero. Leiam nesta edição como se deu que ele entregasse a alma ao demônio da pusilanimidade. Ou ele não acredita mesmo no que faz, ou deveria fazer?

Há heróis indiscutíveis na trajetória da esquerda brasileira, poucos, a bem da sacrossanta verdade factual. No mais, há inúmeros fanfarrões exibicionistas, arrivistas hipócritas e radical-chiques enfatuados. Nem todos pareceram assim de saída, alguns enganaram crédulos e nem tanto.

Na hora azada, mostraram a que vieram. E se prestaram a figurar no deprimente espetáculo que o PT proporciona hoje, igualado aos herdeiros traidores do partido do doutor Ulysses, ou do partido do engenheiro Leonel Brizola, ­obrigados, certamente, a não descansar em paz.

Seria preciso pôr ordem nesta orgia, como recomendaria o Marquês de Sade, sem descurar do fato que algo de sadomasoquista vibra no espetáculo. Não basta mandar para casa este ou aquele funcionário subalterno. Outros hão de ser o rigor, a determinação, a severidade. Para deixar, inclusive, de oferecer de graça munição tão preciosa aos predadores da casa-grande.

Barbosa critica 'asilo' de condenados na Câmara

Enviado por luisnassif, sex, 21/12/2012 - 10:48

Por Assis Ribeiro

Do Estadão

Barbosa crítica ‘asilo’ a condenados no mensalão

Ministro considera 'Violação da Constituição' proposta de presidente da Câmara de acolher deputados

A possibilidade de a Câmara dar abrigo a deputados condenados no mensalão para evitar prisões foi classificada ontem como “uma violação das mais graves à Constituição” pelo presidente do STF e relator do processo, Joaquim Barbosa. Mais cedo, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), não descartou a hipótese de acolher os deputados condenados - como a Polícia Federal, que executa as prisões, não tem autorização para entrar no Parlamento, eles estariam “a salvo” da cadeia no fim de ano. Barbosa fez ainda outras críticas ao Legislativo, onde, para ele, há uma “tirania inconsequente, ignorante, sem noção, como se diz por aí”. Hoje Barbosa decidirá sobre o pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para a prisão imediata dos condenados. Ele emitiu sinais contraditórios sobre qual posição vai adotar. (Págs. 1 e Nacional A4)‘MP tem o dever de investigar acusações’
Joaquim Barbosa disse ontem que o Ministério Público tem o dever de investigar as acusações feitas no novo depoimento do empresário Marcos Valério, revelado pelo 'Estado' na semana passada. Ressaltou não ser prerrogativa do MP "escolher" o que quer investigar nem ser possível fazer "sopesamento político". No depoimento, Valério diz que o ex-presidente Lula deu o “ok" para o mensalão e teve despesas pessoais pagas pelo esquema. (Págs. 1 e A5)

 

A coisa tá feia. A Câmara, aliás o Congresso como um todo, criticado várias vezes por sua lentidão e jogos de interesses internos, revelado pela mídia como local onde se escondem meandros de corrupção, agora é simbolo da democracia, é a “Casa do Povo”, só porquê não quer ver seus integrantes julgados e condenados por outra instância do poder nacional.

Tá tudo errado. Primeiro o STF não poderia ter acesso político. Essa situação em que os Ministros do Supremo chegam ali por indicação é um absurdo. Lembro-me de ter lido recentemente que Lula se complicou ao colocar Barbosa e outros no STF. Pensando sobre isso, o que essa ideia subliminarmente transmite é: um Presidente (seja ele quem for) deve indicar seus aliados politicos ao STF, pois assim jamais terá seu grupo de “amigos” julgados e condenados na ultima instância do judiciário. Já vemos isso acontecer no passado, basta ver o histórico de condenação dos políticos corruptos (entre outros tipos de crime) no STF.

O Congresso por sua vez, jamais, e eu vou repetir, jamais deveria ter um posicionamento desse tipo, o de dar salvaguarda a politicos que estejam sendo julgados e com indicação de condenação.

Voltando ao STF, por desconhecer em profundidade a questão jurídica, se o caso não foi tramitado em julgado e esse fato é um impeditivo para o pedido de prisão, que seja solicitado então a prisão preventiva. Creio existirem casos de condenados que fugiram do país, que apresentavam poder político e econômico para tanto. Então há jurisprudência para se tentar algo do tipo e não ferir as regras do setor.

Voltando à Câmara. Como o próprio Carlos Maia (PT) falou na mídia, é de lá que saem as leis que regem o país. Pois bem, tá na hora da casa legislar esse tipo de questão. Fazer a reforma do acesso ao STF, criar uma legislação que funcione como uma “Controladoria” do judiciário, mas principalmente, criar leis que regulem os atos de seus próprios membros. Não se deve aceitar que um parlamentar se esconda atrás das prerrogativas do mandato para cometer crimes, e ainda por cima, quando ocorrer a possibilidade de sua casssação, esse fato ser feito em votação secreta. Assim como a CPI do Cachoeira, tudo parece uma grande pizza, em que oposição e situação se abraçam para blindar seus feitos.