"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, setembro 06, 2012

Crimes de estalinismo: Dniproges


darussia.blogspot - Sexta-feira, Agosto 31, 2012





Texto traduzido e enviado pelo leitor Jest: 

"No dia 18 de agosto de 1941, o 157° regimento de guarda do NKVD e o tenente-coronel Boris Epov, receberam a ordem secreta do Estaline de explodir a maior hidroelétrica soviética – DniproHES.
O orgulho da industrialização soviética, DniproHES era uma cópia das hidroelétricas americanas, desenhada pela Freyn Engineering Company de Chicago. As suas turbinas hidráulicas foram fabricadas pela norte-americana Newport News Shipbuilding and Drydock Company. Em 1932, DniproHES era a maior e mais poderosa hidroelétrica europeia, produzindo cerca de 50% de toda a eletricidade usada nas indústrias da parte europeia da URSS. A hidroelétrica também elevou o nível do rio Dnipro em cerca de 37 metros.
Na noite de 17 para 18 de agosto de 1941, o exército alemão rompeu as defesas do Exército vermelho e a cidade de Zaporizhia estava condenada. A 274ª divisão de infantaria, completada pelos soldados inexperientes, empurrada pelos alemães, começou a sua retirada.
No dia 18 de agosto na represa da hidroelétrica foram colocados 20 toneladas de trotil, tapado com sacos de arreia para direcionar a força da explosão contra a crista da DniproHES. Os sapadores eram comandados pelo técnico principal do laboratório de minas e explosivos, engenheiro militar e tenente-coronel (segundo outras fontes, coronel), Boris Epov (Epin?), o mesmo que em 1931 comandou a destruição da Igreja do Cristo Redentor em Moscovo.
Segundo diversas fontes, a explosão que ocorreu entre 20h00 à 20h30, causou um rombo entre 100 e 165 metros na represa da hidroelétrica, através do qual uma onda gigantesca de mais de 30 metros de altura avançou, causando a destruição total à sua passagem.
Nem a população local, nem as unidades do Exército vermelho foram avisados de antemão. As aldeias inteiras, animais, colunas de refugiados, unidades militares, hospitais de campanha, não tiveram o tempo de se salvar e foram aniquilados momentaneamente. A onda gigantesca destruiu equipamentos militares e armazéns de alimentos e munições, afundou diversas embarcações da frota militar de Zaporizhia, juntamente com as suas tripulações. Foram atingidas as unidades da Frente Sul (2° Corpo da cavalaria, 9° e 18° Exércitos), que em combate se retiravam em direção ao Kherson. Uma parte dos militares se afogou, outros foram capturados pelos alemães, não conseguindo passar para a margem esquerda do rio Dnipro. A quantidade total das vítimas nunca foi contabilizada. As estimativas mais conservadoras apontam a morte de cerca de 80.000 civis e 20.000 militares soviéticos [1].
As perdas dos alemães foram avaliadas pelo comandante do 3° Corpo de blindados, coronel, mais tarde general, Hasso-Eccard von Manteuffel em cerca de 1500 homens. Os números semelhantes foram mencionados pelo general e marechal-de-campo alemão, Ewald von Kleist.
Crime e castigo
A ordem formal foi assinada pelo marechal soviético Semion Budionny. Mas a liderança política e militar da Frente Sul, o chefe do Conselho Militar, general A. Zaporozhets e o chefe do Departamento político, Leonid Brejnev, não foram informados sobre a operação. Em consequência disso, Boris Epov e os seus subordinados diretos foram desarmados e entregues ao SMERSH. Por sua vez, SMERSH também não sabia da operação e durante 10 dias torturou Epov, exigindo confessar a alegada “traição da Pátria”.
Um outro responsável do Departamento político da Frente Sul, Mamonov, enviou um telegrama ao chefe do Departamento Político Geral do Exército, Lev Mekhlis:
“Tenente-coronel Petrovsky … e tenente-coronel Epin (provavelmente Epov) … não informando o Conselho Militar da Frente, explodiram a represa e a ponte (a crista da represa funcionava e funciona com a ponte sobre o rio Dnipro) … os responsáveis foram detidos e entregues ao juízo do Tribunal militar”.
Apenas no dia 20 de setembro, após pôr Epov “em ordem” (colocação da maquilhagem para dissimular as torturas), ele foi enviado a Moscovo, onde no ano seguinte foi condecorado com Prémio Estaline de 1942-43 [2].
Quarenta e seis dias após a explosão, quando os alemães tomaram a cidade de Zaporizhia, a parte danificada de represa foi parcialmente reconstruída e no verão de 1942 a hidroelétrica renovou o seu funcionamento. Em 1943, deixando a cidade, os alemães novamente explodiram o que restava da DniproHES.     
Bibliografia

Blogueiro
Cerca de 100.000 cidadãos soviéticos foram sacrificados para atingir 1500 alemães. Este era o preço terrível que os cidadãos da URSS tiveram de pagar pelo mito estalinista de “vencer o inimigo à custa do pouco sangue no seu próprio território”. Após o fim da II G.M., durante o julgamento de Nuremberga, a URSS apresentou a caso de destruição de DniproHES como um dos crimes nazis. E Alemanha teve que pagar pelo crime comunista.

Raul do Valle: Laranjais com agrotóxicos para “proteger” nascentes

viomundo - publicado em 5 de setembro de 2012 às 10:01

Lento adeus ao Código Florestal
Por Raul Silva Telles do Valle, no site do ISA

Os grandes jornais estamparam, na semana passada, a foto do bilhete da presidente Dilma endereçado à ministra Isabela Teixeira (Meio Ambiente), no qual extravasa um suposto descontentamento com o acordo fechado entre o Palácio do Planalto e a bancada ruralista para aprovar a Medida Provisória (MP) do Código Florestal na comissão mista do Congresso que a analisa. A imagem foi flagrada numa reunião em Brasília.
Segundo o pequeno pedaço de papel, Dilma estaria preocupada com a alteração da “escadinha”, o escalonamento na obrigação de recuperar as chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens de rios e nascentes, de acordo com o tamanho do imóvel – imóveis menores recuperam menos.
Oxalá esse fosse o principal problema do texto aprovado na semana passada pela comissão e o governo estivesse realmente preocupado com uma legislação florestal coerente e eficaz para o país. Mas não é nada disso.
Enquanto a ministra veio a público dizer que não abre mão da “escadinha”, a bancada ruralista, com a benção dos emissários do Planalto, destrói o chão sobre a qual ela está apoiada. O texto aprovado – por unanimidade – acrescentou um item à MP que permite a recuperação de nascentes e matas ciliares com “árvores frutíferas”: laranjeiras, pés de café, mamoeiros e por aí vai.
Não misturados entre a vegetação nativa, o que já era permitido aos pequenos agricultores e tem lá o seu sentido; mas inclusive na forma de monocultivos em grandes propriedades.
A escadinha vai sair do nada e chegar a lugar nenhum, pois uma plantação de laranja – exigente em agrotóxicos para ser produtiva – pode ter muitas funções, mas não a de proteger uma nascente ou servir como corredor de fauna ao largo de um rio, como deveria ser uma APP.
Se a regra vier a ser confirmada pelos plenários da Câmara e do Senado e a presidente não vetá-la – algo bastante plausível – um determinado médio proprietário, por exemplo, que, em 2007, tenha desmatado ilegalmente 30 hectares de vegetação à beira de um pequeno rio, poderá se “regularizar” plantando nove hectares de mamoeiros e explorando o restante da área com pasto.
Se isso tiver ocorrido numa região de cerrado goiano, por exemplo, ele terá colocado abaixo, ilegalmente, 30 hectares de vegetação com pelo menos 50 espécies diferentes de árvores e mais centenas de outros tipos de plantas, que serve de abrigo e fonte de alimentação para um incontável número de espécies animais (de grandes mamíferos a pequenos insetos).
Em seu lugar plantará nove hectares de uma única espécie (talvez algum capim se espalhe por debaixo, caso não exista “faxina química” com agrotóxicos, como ocorre usualmente nessas plantações), que servirão de abrigo e alimentação apenas para algumas espécies muito generalistas de insetos e pássaros, os quais provavelmente serão atacados de forma persistente com inseticidas para não danificarem a colheita.
A MP foi editada em maio para suprir as lacunas deixadas pela sanção parcial de Dilma ao projeto aprovado pela Câmara para alterar o antigo Código Florestal. Pelas regras já sancionadas e que agora são lei, esse pequeno rio terá suas margens medidas na época da seca, e não da cheia, o que fará com que ele “diminua” de tamanho, caindo de algo próximo a 15 metros para menos de 10 metros de largura.
Esse médio proprietário, segundo as regras da MP, teria de recuperar, então, 15 metros de cada lado do curso de água, ou seja, 30% da área que em 2007 estava protegida por lei (50 metros em cada margem). Com a regra acrescentada pelos parlamentares, esses 15 metros poderão ser uma monocultura de mamão.
Ah, se essa propriedade estiver dividida em mais de uma matrícula (algo muito comum em todo o país) e esse proprietário cadastrar cada uma como se fosse um imóvel diferente no Cadastro Ambiental Rural, fraude possível pela nova lei que já está em vigor, o tamanho da “restauração” será bem menor, pois cada “sítio” se enquadrará num degrau mais baixo da “escadinha”, no qual a obrigação de restaurar é menor ainda.
Caminho do absurdo
A criação de laranjais “produtores de água” não foi a única modificação no texto da MP promovida pelos parlamentares. Eles também diminuíram o tamanho da área de matas ciliares e nascentes a ser restauradas pelos grandes proprietários, que agora passará a ser definido no caso a caso por meio dos programas de regularização ambiental que serão criados pelos estados.
Essa é uma pauta antiga dos ruralistas: deixar para o nível local a decisão de restaurar ou não. Além disso, diminuíram a proteção às veredas e pequenos rios intermitentes – as nascentes desses rios já estão sem proteção e podem ser legalmente desmatadas pela nova lei em vigor. Aos poucos, vamos dando o adeus definitivo àquilo que um dia chamamos de legislação florestal.
O acordo fechado não surpreende, por mais absurdo que possa parecer – pelo menos aos olhos de quem acredita que proteger nossas florestas faz algum sentido. Quem acompanha a novela, já sabe seu final. Já não há mais qualquer racionalidade nas discussões parlamentares sobre a nova legislação “florestal”.
Permitir “recuperação” de nascentes com cafezais e de matas ciliares com laranjais é tratado como algo razoável, que sequer suscita qualquer tipo de questionamento. Retirar a proteção à vegetação responsável pela infiltração de água que alimenta as nascentes da Caatinga e do Cerrado, justamente as que secam durante alguns meses do ano em função do estresse hídrico, é algo comemorado.
Determinar que cada estado defina o quanto os grandes proprietários terão de “recuperar” – se for com pés de mexerica, a palavra está equivocada – das áreas de preservação irregularmente desmatadas, incentivando uma “guerra ambiental”, é perfeitamente normal.
Bilhete em branco
O que fica claro nessa história toda é que nenhuma das partes está preocupada em ser coerente com o que diz, mas apenas em aprovar o texto o mais rápido possível e ficar bem na foto.
O bilhetinho de Dilma, embora escrito em letras garrafais para que todas as lentes pudessem flagrá-lo, carece de sinceridade.
O Palácio do Planalto já tinha deixado claro suas intenções quando optou por assinar embaixo da lista de desejos dos ruralistas e sancionar, com poucos e irrisórios vetos, o projeto por eles elaborado, editando na sequência uma medida provisória para repor parte daquilo que eles rejeitaram.
Até Eremildo, o Idiota, sabia que aquilo era um golpe de marketing. Não tinha nenhum compromisso em ser politicamente viável. Afinal, quem poderia acreditar que, já tendo sido derrotado duas vezes pelos ruralistas nesse mesmo assunto, sancionando uma lei com praticamente tudo que eles queriam, o governo teria condições de negociar com os ruralistas e garantir um texto cheio de coisas que eles não queriam?
O resultado, óbvio, está aí: mais e mais concessões, mais e mais prejuízos ao meio ambiente.
Os ruralistas, por sua vez, vão deixando cair as máscaras uma depois da outra.
Já não precisam mais disfarçar nada, pois sabem que estão com tudo e não estão prosa. Se no começo da campanha pela revogação do Código Florestal clamavam por regras que tivessem “base científica”, alegando que a lei revogada era dela desprovida, agora fingem que não escutam as reiteradas advertências feitas pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) às regras que aprovaram. Ou alguém acha que a regra que permite plantar laranja em nascentes é fruto de uma recomendação técnica embasada no melhor conhecimento científico?
A senadora Kátia Abreu, que até a sanção da lei pela presidente Dilma afirmava que os maiores interessados na proteção de nascentes e riachos seriam os próprios produtores rurais, na comissão especial estava na tropa de choque que aprovou o fim das matas ciliares dos rios da Caatinga e transformou as Áreas de Preservação Permanente em “Áreas de Plantações Permanentes”.
Agora ela já duvida publicamente da relação entre proteção de florestas e produção de água. Com isso, ganhou o título de Doutora Honoris Causa da Academia Brasileira de Filosofia. E uma forte indicação para integrar o ministério da presidente Dilma.

O aluno reprovado Toffoli tentou dar aula ao professor emérito Luiz Fux

recebido por e-mail - 03 set 2012
 
Carlos Newton

 
Foi uma aula de direito às avessas. Todo enrolado, sem saber o que dizer, fazendo pausas intermináveis, o ministro Dias Toffoli deu um voto destinado a ficar na História, mas às avessas, para que os alunos de Direito assistam diversas vezes e aprendam como não se deve proceder ao ocupar uma caderia na mais alta corte de Justiça.

 Toffoli, a ignorância envaidecida

Ficou mal para ele e pior ainda para quem o conduziu até essa investidura. Sua nomeação para o Supremo mostra que, em seu permanente delírio de grandeza, Lula acabou perdendo a noção das coisas. Fez um bom governo, foi o primeiro operário a chegar à presidência da República de um país realmente importante, pelo voto poder, tornou-se uma importante personalidade mundial, mas o sucesso lhe subiu à cabeça, começou a fazer bobagens, uma após a outra.

Lula poderia ficar na História como um dos mais destacados líderes da Humanidade, mas não tem a humildade de um Nelson Mandela nem o brilho de um  Martim Luther King. Suas tiradas acabam soando em falso e os erros cometidos vão se avolumando.

Dias Toffoli foi um dos maiores equívocos cometidos pelo então presidente, que sempre se orgulhou de jamais ter lido um só livro. Desprezando o sábio preceito constitucional que exige notório saber jurídico, Lula nomeou para o Supremo um advogado de poucos livros, que por duas vezes já tinha sido reprovado em concursos para juiz.

O resultado se viu no julgamento de segunda-feira. Todo atrapalhado, Toffoli não sabia quando estava lendo alguma citação ou falando por si próprio.  O mau estar no plenário foi num crescendo. Os outros ministros já não aguentavam mais tamanha incompetência. Toffoli não se comportava como um magistrado, que necessariamente tem de examinar os argumentos de ambas as partes. Limitava-se a citar as razões dos advogados de defesa dos réus, sem abordar nenhuma das justificativas da Procuradoria Geral da República ou do relator.

Ainda não satisfeito com essas demonstrações de inaptidão  e de parcialidade, Dias Toffoli resolveu inovar. De repente, para justificar seu papel grotesco, proclamou que a defesa não precisa provar nada, quem tem de apresentar provas é a acusação. Fez essa afirmação absurda e olhou em volta, para os demais ministros, cheio de orgulho, como se tivesse descoberto a pólvora em versão jurídica.

Os demais ministros se entreolharam, estupefactos,  e Luiz Fux não se conteve. Pediu a palavra e interpelou Toffoli, que repetiu a burrice, dizendo que não cabe à defesa apresentar provas, isso é problema da acusação.

Infelizmente, a TV não mostrou a risada de Fux, considerado um dos maiores especialistas em  Processo Civil, um professor emérito e realmente de notório saber.

Até os contínuos do Supremo sabem que as provas devem ser apresentadas tanto pela defesa quanto pela acusação, mas na faculdade Toffoli não conseguiu aprender nem mesmo esta simples lição. É um rábula fantasiado de ministro, uma figura patética.