"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, maio 12, 2012

O que é o factor limitativo?

resistir info – 11 maio 2012

por Herman DCartoon de Tomy.aly [*]

No mundo pobre de antigamente o capital era o factor limitativo do crescimento económico. Mas agora vivemos num mundo rico.
Reparem: Qual é o limite para as pescas anuais – os barcos de pesca (capital) ou o que resta de peixe no mar (recursos naturais)? Nitidamente este último. Qual é o limite para o número de barris de petróleo extraídos – as plataformas e plataforms de perfuração (capital) ou o que resta dos depósitos de petróleo acessível – ou a capacidade de a atmosfera absorver o CO2 do petróleo queimado (ambos recursos naturais)? Qual é o limite para a produção de madeira – o número de moto-serras e de serrações, ou as florestas e o seu ritmo de crescimento? Qual é o limite para a agricultura por irrigação – as bombas e os aspersores ou o ritmo de reposição aquífera e os caudais dos rios? Isto deve chegar para pelo menos sugerir que vivemos num mundo refreado pelos recursos naturais e não num mundo refreado pelo capital.
A lógica económica recomenda que se invista e se economize o factor limitativo. A lógica económica não mudou; o que mudou foi o factor limitativo. Actualmente aquilo que temos que economizar e aquilo em que temos que investir é nos recursos naturais, e não no capital. Os economistas ainda não reconheceram esta mudança fundamental no padrão da escassez. Frederick Soddy, prémio Nobel da química e economista por vocação, previu esta mudança há oitenta anos. Argumentou que, em última análise, a humanidade vive da luz solar, captada através das plantas, do solo e da água. Esta base permanente fundamental para a vida é temporariamente complementada com a libertação da luz solar capturada durante os Verões do Paleozóico que está a ser rapidamente delapidada para alimentar aquilo a que ele chamava "a época do desperdício". Estamos tão viciados neste subsídio a curto prazo que os nossos tecnocratas defendem que se reduza parte da energia solar que recebemos para dar mais espaço térmico para a queima dos combustíveis fósseis! Estes doutores cretinos também andam atarefados a degradar quimicamente o solo superficial e a poluir a água, enquanto brincam com a base genética das plantas, tudo isto com o objectivo de maximizar o crescimento a curto prazo. Como diz Wes Jackson, as plantas agrícolas agora têm genes escolhidos pelo Conselho do Comércio de Chicago, e não por se adequarem ao ecossistema e à geografia dos organismos que as rodeiam.
O que é que impede os economistas de aceitarem a visão de Soddy? A sua animosidade contra a dependência da natureza, e a sua devoção ao domínio. Esta atitude básica tem sido auxiliada pelo compromisso teórico ao factor da substituição e pela rejeição da complementaridade pelos economistas clássicos actuais. Sem complementaridade não pode haver factor limitativo – se o capital e os recursos naturais são substitutos na produção, então nenhum deles pode ser limitativo – se um deles começar a faltar, basta substitui-lo pelo outro e continuar a produzir. Se são complementares, ambos são necessários e o que for mais escasso é limitativo.
Antigamente os economistas acreditavam que o capital era o factor limitativo. Portanto, implicitamente, deviam ter acreditado na complementaridade entre o capital e os recursos naturais nessa economia de um mundo pobre. Mas, quando os recursos começaram a ser limitativos na economia do novo mundo rico, em vez de reconhecerem a mudança no padrão da escassez e o novo factor limitativo, abandonaram toda e qualquer ideia de factor limitativo, realçando a capacidade de substituição e excluindo a complementaridade. A nova razão para destacar o capital sobre os recursos naturais é a afirmação de que o capital é um substituto quase perfeito para os recursos.
William Nordhaus e James Tobin foram muito explícitos ("Is Growth Obsolete?," 1972, NBER, Economic Growth, New York: Columbia University Press):
O modelo de crescimento standard predominante parte do princípio que não há limites quanto à viabilidade de ampliar os abastecimentos dos agentes de produção não humanos. É basicamente um modelo de dois factores em que a produção depende apenas da mão-de-obra e do capital reprodutível. A terra e os recursos, o terceiro membro da tríade clássica, foram postos de lado… a justificação tácita tem sido que o capital reprodutível é um substituto quase perfeito para a terra e para outros recursos não renováveis.
A afirmação de que o capital é um substituto quase perfeito para os recursos naturais é um absurdo. Para já, a substituição é reversível. Se o capital é um substituto quase perfeito para os recursos, então os recursos são um substituto quase perfeito para o capital – então, porque é que se dão ao trabalho de acumular capital se a natureza já nos dotou com um substituto quase perfeito?
Não é por acaso que o nosso sistema se chama "capitalismo" em vez de "recursismo natural". É ideologicamente inconveniente para o capitalismo que o capital tenha deixado de ser o factor limitativo. Mas essa inconveniência tem sido contornada afirmando-se que o capital é um bom substituto para os recursos naturais. Sempre fiel à sua animosidade básica na negação de qualquer dependência fundamental da natureza, a economia neoclássica só encontrou duas alternativas – ou a natureza não é escassa e o capital é limitativo, ou a escassez da natureza não interessa porque o capital feito pelo homem é um substituto quase perfeito para os recursos naturais. Em qualquer dos casos é o homem que controla a natureza, graças ao capital, e isso é que é importante. O facto de o capital feito pelo homem ser ele próprio feito a partir de recursos naturais, não tem qualquer importância.
O absurdo da afirmação de que o capital e os recursos naturais são bons substitutos foi ainda mais profundamente demonstrado por
Georgescu-Roegen na sua teoria da produção fundos-fluxos. Reconhece que os factores de produção são de dois tipos qualitativamente diferentes: (1) fluxos de recursos que são transformados fisicamente em fluxos de produtos e de desperdícios; e (2) fundos de capital e de mão-de-obra, agentes ou instrumentos de transformação que não são incorporados fisicamente no produto. Se encontrarmos um parafuso duma máquina ou um bocado de um dedo de um trabalhador numa lata de sopa, temos razão para uma reclamação, e não a confirmação da noção metafísica de que o capital e a mão-de-obra se encontram "incorporados" no produto!
Há graus variáveis de substituição entre diferentes fluxos de recursos naturais e entre os fundos da mão-de-obra e do capital. Mas a relação básica entre fluxo de recursos, por um lado, e fundos de capital (ou mão-de-obra), por outro, é a complementaridade. A causa eficiente (capital) não substitui a causa material (recursos). Não podemos fazer o mesmo bolo com metade dos ingredientes, mesmo que se duplique ou triplique o número de cozinheiras e de fornos. Os fundos e os fluxos são complementares.
Mais ainda, o capital é a produção actual excedentária trocada por uma garantia contra a produção futura – fisicamente é feito a partir de recursos naturais. Não é fácil substituir recursos naturais quando o presumível substituto é ele próprio feito a partir dos recursos naturais.
Reconhece-se hoje de forma geral, até mesmo os economistas, que há demasiado endividamento a nível mundial, tanto público como privado. A razão para tão grande endividamento é que temos tido expectativas absurdamente irrealistas quanto à eficácia do capital em produzir o crescimento real necessário para resgatar a dívida, que é "capital" com outro nome. Por outras palavras, a dívida que se vai amontoando nas tentativas falhadas de fazer crescer a riqueza tão depressa quanto a dívida é prova da realidade dos limites ao crescimento. Mas, em vez de ser vista como tal, é considerada como a principal razão para tentar atingir um crescimento ainda maior, contraindo mais dívidas, e passando as dívidas incobráveis da contabilidade dos bancos privados para a do erário público, ou seja, monetarizando-as.
A ilusão que levou a essas infundadas expectativas de crescimento foi a crença de que, através do crescimento, podíamos acabar com a pobreza sem a necessidade de partilhar. À medida que os pobres ficassem mais ricos, os ricos ficariam ainda mais ricos" Pouca gente esperava que o crescimento agregado, por si mesmo, se tornasse anti-económico, começasse a custar-nos mais do que o seu valor marginal, tornando-nos colectivamente mais pobres e não mais ricos. Mas foi o que aconteceu. Apesar disso, os nossos economistas, os nossos banqueiros e os nossos políticos ainda têm expectativas irrealistas quanto ao crescimento. Tal como o jogador perdedor tentam apostar o dobro ou nada num crescimento maior.
Não podíamos fazer uma folga da roleta do crescimento para reavaliar a economia em estado estacionário? Afinal, a ideia está profundamente enraizada na economia clássica, assim como na física e na biologia. O movimento perpétuo e o crescimento infinito não são premissas razoáveis sobre as quais se possa basear uma política económica.
Até certo ponto há muita gente que certamente sabe isso. Então porque é que mantemos o crescimento como a primeira prioridade nacional? Primeiro, somos enganados porque a nossa medida de crescimento, o PIB, conta toda a "actividade económica", misturando assim os custos e os benefícios, em vez de comparar os seus valores marginais. Segundo, o benefício líquido acumulado do crescimento passado atinge o máximo exactamente no ponto em que o crescimento futuro se torna anti-económico (quando o benefício marginal decrescente se torna igual ao custo marginal crescente) e a experiência passada deixa de ser um bom guia para o futuro neste aspecto. Terceiro, porque, mesmo que os benefícios do crescimento futuro sejam neste momento menores do que os custos, as nossas elites que tomam decisões descobriram como manter os benefícios extras que estão a diminuir, "partilhando" os custos extras em explosão com os pobres, com o futuro e com outras espécies. Os meios de comunicação, propriedade das elites, os grupos de pensamento financiados pelas grandes empresas, os economistas enfeudados da academia, e o Banco Mundial – para não falar da Gold Sacks e de Wall Street – todos entoam hinos ao crescimento em perfeita sintonia e iludem os cidadãos ordinários.
O que é que vai acontecer?

08/Maio/2012

Do mesmo autor em resistir.info:

  • De uma economia de crescimento fracassado a uma economia de estado estacionário
  • Marx e Malthus no Nordeste brasileiro
  • A ciência económica num mundo repleto
    [*] Economista ecológico americano e professor na Escola de Política Pública da Universidade de Maryland, College Park nos Estados Unidos. Foi economista sénior no Departamento Ambiental do Banco Mundial, onde ajudou a desenvolver linhas de orientação políticas relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Apoia consistentemente as teorias de uma economia de Estado estacionário. Recebeu o Prémio Right Livelihood e o Prémio NCSE Lifetime Achievement.
    O original encontra-se em
    http://www.countercurrents.org/daly080512.htm . Tradução de Margarida Ferreira.

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
  • sexta-feira, maio 11, 2012

    Remuneração e Promoções dos Militares Compromisso da Presidente

    Quando da enchente, e a defesa civil precisa de suporte. Quem vai? O exército. Quando a policia não da conta ou entra em greve. Quem vai? O exército.

    Fazer campanha contra a dengue, etc. O município não da conta. Quem vai? O exército.

    Ficar na fronteira para defender nossa soberania, só o exercito mesmo...

    Relembrando Chico Anysio como Profº Raimundo: “ E o salário ó"…”images

     

    Assim é a Democracia

    John Perkins, antigo assassino de economias, que também já apareceu no documentário "The War on Democracy", entre outros. Explica detalhadamente como era o seu ofício de levar as riquezas de países de 3° Mundo, sob a supervisão das instituições internacionais.

    quinta-feira, maio 10, 2012

    Cem Anos CMPA

    Estes versos são de uma payada de Olavo Loreto, pai de alunas (3º Ano e 7º Ano do CMPA), dentista e compositor de músicas tradicionalistas. Um homem de grande intelecto e perspicácia.

    CEM ANOS: UM BOM COMEÇO


    A este Velho Casarão
    Da Várzea, que é sentinela
    Da Pátria verde-amarela,
    Minha humilde saudação,
    Aconchego de galpão
    E histórias compartilhadas
    Nas centenárias arcadas
    Que registram a passagem
    Dos que firmaram a imagem
    Desta escola consagrada.

    Quando o sol de cada dia
    Se ergue ao telhado leste,
    De dourado te reveste
    Com divina maestria,
    Dando início `a algaravia
    De tua essência juvenil
    E a luz, num gesto sutil,
    Aproveitando o ensejo,
    Vai depositar um beijo
    Na bandeira do Brasil.

    Tu, que de há muito te erguias
    Na várzea e na solidão,
    Distante da multidão
    Da Porto que amanhecia,
    Imponente em nossos dias
    De serena liberdade,
    És parte desta cidade,
    Pequena e também enorme,
    Que vê nos teus uniformes
    Um padrão de identidade.

    Colégio dos Presidentes,
    Esta é a marca que carregas,
    Mas à sociedade entregas
    -No passado e no presente-
    Os cidadãos competentes
    Dos mais diversos perfis,
    Militares e civis,
    Que são páginas da História
    Com ilustres trajetórias
    A engrandecer o país.

    Marcharam por teus valores,
    Ombro a ombro, lado a lado,
    Estudantes e soldados,
    Oficiais e professores,
    Os amigos e gestores
    Que te dão perenidade
    No convívio e na amizade
    Que só aumenta e persiste
    Naquele que mais resiste,
    Que é o Batalhão da Saudade.

    Mais de cem anos na estrada
    Do tempo tem tua estrutura
    E, após tantas formaturas,
    Após tantas alvoradas,
    Permanece inalterada
    Tua força, tua coragem,
    Um emblema na paisagem
    Que desfruta o privilégio
    De ser história e colégio,
    De ser caminho e mensagem.

    Dois mil e doze é o ano,
    Mês de março, vinte e dois,
    Podemos festejar, pois,
    O momento soberano;
    Mais ainda, fazer planos
    Para o tempo que virá,
    Mas podemos gritar, já,
    Neste teu aniversário,
    No ano do Centenário:
    SALVE O CMPA!

    O que dizer, me pergunto,
    Quando tempo e sentimento
    Se fundem num elemento
    Pra poderem seguir juntos.
    Como tratar de um assunto
    Que está além da lembrança,
    Mas que é jovem na esperança
    Do propósito que encerra:
    Ser guardião de nossa terra,
    Formando nossas crianças.

    O que dizer, Casarão,
    Trincheira do tempo antigo,
    Que agora se faz abrigo
    Dos rumos da educação.
    Como expressar gratidão
    Por algo que não tem preço,
    Que da alma é o adereço
    Mais fino e que não ilude:
    O saber que a juventude
    Encontra em teu endereço.

    Em versos sem pretensões,
    Sem estilo e sem beleza,
    Registro com singeleza
    O que nos vai nos corações,
    E, em meio a tais emoções,
    Meu veterano soldado,
    Pelos serviços prestados
    E pelo dever cumprido,
    Eu te digo comovido:
    Mil vezes, muito obrigado!

    Olavo Loreto – fevereiro 2012

    quarta-feira, maio 09, 2012

    Discurso de Jair Bolsonaro

    Discursos e Notas Taquigráficas

     

    CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ


    Sessão: 070.2.54.O Hora: 17:24 Fase: CP
    Orador: JAIR BOLSONARO, PP-RJ Data: 04/04/2012

    O SR. JAIR BOLSONARO (PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a imprensa publicou, há 2 dias, fotografias da Presidenta argentina, Cristina Kirchner, em que levantava uma placa onde estava escrito Islas Malvinas, ou seja, ela, com a cara de coitada, reclamando as Malvinas para si.
    Quero dizer à Sra. Kirchner o seguinte: vocês estão pagando o que o seu governo e o que o seu ex-marido, falecido, fizeram. Eles esculhambaram as Forças Armadas. Eles desacreditaram as Forças Armadas do seu país. Eles prenderam militares em seu país. Vocês argentinos e você, Cristina Kirchner, têm que agradecer ao ditador, como assim chamam o Presidente João Figueiredo, porque interferiu, junto a Ronald Reagan, para que os ingleses não levassem a Guerra das Malvinas para o continente argentino, evitando um mal maior para o seu povo. Graças a Figueiredo, isso deixou de acontecer.
    Volto os olhos para o Brasil agora. Este Congresso votou a Comissão da Verdade sem que a maioria soubesse o que é a Comissão da Verdade. Todos os dias estamos nas páginas dos jornais. Estamos desacreditados pela mídia, com depoimentos mentirosos de Parlamentares da Comissão de Direitos Humanos desta Casa. Mesmo assim, os militares continuam na frente nas pesquisas internas. Por quê? Porque o povo sabe que é mentira aquilo de que nos acusam.
    Algumas verdades agora: só no mês de março, 38 capitães e tenentes de carreira pediram demissão das Forças Armadas. Se a média for mantida, será um efetivo maior que a soma do que é formado, por ano, na Academia da Força Aérea ou na Escola Naval. Por que estão indo embora? Porque a Presidenta não honra seus compromissos. Inclusive há uma carta dela aos comandantes militares, por ocasião das eleições de 2010, dizendo que iria recuperar o poder de compra dos militares. Não fez nada em 2011, e nada está previsto também para o corrente ano. É uma presidenta que não tem palavra, e fala em Comissão da Verdade!
    Escola de Sargentos das Armas, em Três Corações, concurso para este ano: eles chamam o efetivo previsto para matricular e mais 80% de majoração, tendo em vista as desistências. Saibam V.Exas. que, mesmo com 180% do previsto, não completou o preenchimento do número mínimo de vagas, e o mesmo aconteceu na Escola Preparatória de Cadetes, em Campinas. Isso é reflexo do quê? Da má remuneração e da campanha de desmoralização das Forças Armadas. E este Congresso está de costas, no tocante a isso.
    Sr. Presidente, este Congresso tem que tomar providências. Se deixar nas mãos desses facínoras, de quem quer destruir as Forças Armadas, como Cristina Kirchner fez, o Governo está no caminho certo. Agora, haverá o dia, infelizmente, em que nós precisaremos das Forças Armadas para a garantia da lei, da ordem e da Constituição, como foi feito em 1964.
    A resposta está nas mãos dos senhores.












    segunda-feira, maio 07, 2012

    Aquecimento Global Uma Farsa

    Ricardo Augusto Felício é um professor de climatologia na USP que afirma com todas as letras: "o aquecimento global é uma mentira". Ele fez doutorado sobre a Antártida.




    domingo, maio 06, 2012

    France: François Hollande élu président de la République

    Article publié le : dimanche 06 mai 2012 - Dernière modification le : dimanche 06 mai 2012

     

    François Hollande, le candidat socialiste à la présidentielle française, à Rennes, le 4 avril 2012.

    François Hollande, le candidat socialiste à la présidentielle française, à Rennes, le 4 avril 2012.

    REUTERS/Stephane Mahe

    Par Igor Gauquelin

    C'est une victoire nette. Selon les premières estimations de l'institut Ipsos, François Hollande est élu président de la République française avec 51,9% des suffrages exprimés, ce dimanche 6 mai 2012.Le président sortant Nicolas Sarkozy est battu avec 48,1% des voix. La participation serait très légèrement supérieure à celle du premier tour, avec 79,9% contre 79,48%. Mais elle est inférieure à 2007 (83,97%).

    NOTRE SITE SPÉCIAL

    Article mis à jour suite aux déclarations de Nicolas Sarkozy et François Hollande

    François Hollande a appris son élection depuis son fief de Tulle, en Corrèze. A 57 ans, le socialiste devient le 7e président de la Ve République, le 24e président français depuis Louis Napoléon Bonaparte en 1848, et le deuxième dirigeant de Corrèze à accéder à l'Elysée après Jacques Chirac. Il est aussi le deuxième chef de l'Etat issu du Parti socialiste (PS), après François Mitterrand en 1981.

    François Hollande

    Président élu

    Chacune et chacun en France, dans la République, sera traité à égalité de droits et de devoirs

    06/05/2012

    « Je veux saluer tous ceux qui m'ont permis d'être ce que je suis aujourd'hui, a réagi François Hollande, depuis le centre de Tulle, où s'étaient réunis nombre de ses soutiens. Je mesure l'honneur qui m'est fait et la tâche qui m'attend. Devant vous, je m'engage à servir mon pays avec le dévouement et l'exemplarité que requièrent cette fonction », a-t-il ajouté.

    « J'adresse un salut républicain à Nicolas Sarkozy qui a dirigé la France pendant cinq ans et qui mérite à ce titre tout notre respect, a poursuivi François Hollande. J'exprime ma profonde gratitude à toute celles et à tous ceux qui ont par leurs suffrages rendu cette victoire possible ».

    Trente et un ans après

    Les Français ont découvert le nom de leur nouveau président à 20 heures, lorsque le visage de l'ancien Premier secrétaire du PS s'est affiché sur les écrans des télévisions, comme le veut la coutume. Mais nombre d'entre eux savaient déjà le résultat, grâce aux médias étrangers, et grâce à la frénésie des réseaux sociaux.

    En témoigne l'effervescence ressentie place de la Bastille, où s'étaient réunis les partisans du candidat socialiste, dès l'annonce des premières rumeurs le donnant en tête.

    Enième dirigeant de l'UE sanctionné par les urnes depuis le déclenchement de la crise économique en 2008, Nicolas Sarkozy est le deuxième président français à ne pas être reconduit par le suffrage universel, après Valéry Giscard d'Estaing il y a 31 ans.

    « Un Français parmi les autres »

    Nicolas Sarkozy

    président sortant

    Il y a quelque chose de beaucoup plus grand que nous, c'est notre pays, notre patrie

    06/05/2012

    Dans une déclaration prononcée à paris, le président sortant a reconnu sa défaite. « La France a un nouveau président de la République, a expliqué Nicolas Sarkozy à ses supporters réunis à la Mutualité. Le peuple français a fait son choix, c'est un choix démocratique, républicain. François Hollande est le nouveau président de la France et doit être respecté. »

    Au cours de la campagne, l'avocat de 57 ans avait annoncé qu'il quitterait la vie politique en cas de défaite. Il pourrait changer d'avis. « Une autre époque s'ouvre, dans cette nouvelle époque je resterai l'un des vôtres et vous pourrez compter sur moi pour défendre nos idées et nos convictions, a expliqué M. Sarkozy ce dimanche. Mais ma place ne pourra plus être la même, mon engagement dans la vie de mon pays sera désormais différent. Je m'apprête à redevenir un Français parmi les Français ».

    Nicolas Sarkozy restera comme le président le plus atypique et le plus décrié de l'histoire de la Ve République. Il a dores-et-déjà annoncé aux ténors de la majorité qu'il ne dirigerait pas la bataille des législatives en juin, les exhortant à rester « unis ».