"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, agosto 12, 2011

Governo do Povo

Do anarquista russo do século 19, Mikhail Bakunin: "Assim, sob qualquer ângulo em que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares representa-s e por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana."

Qualquer semelhança com a banda podre do PT é mera coincidência.

Não sejamos professores!

 

recebido por e-mail – 11 ago 2011

Por Almirene Sant'Anna, graduada em Letras com especialização em Língua Portuguesa e Psicopedagogia

O Ministério da Educação veicula nos meios de comunicação uma propaganda incitando os cidadãos brasileiros a serem professores. A mensagem é para (tentar) convencer-nos que a profissão é uma das melhores do mundo, esquecendo que numa pesquisa nacional realizada há alguns meses, o professor ocupava o quinto posto no "ranking" dos profissionais mais confiáveis, atrás, pasmem (!), dos advogados.

Por que, então, ser professor tornou-se, agora, tão bom? Respondendo-lhes, eu lhes digo:
Não sejamos professores! Perdemos a credibilidade de toda a sociedade.
Não sejamos professores! Nossos empregadores não têm o menor respeito por nós; deixam-nos amedrontados para lutar pelos nossos direitos, acreditando que, se assim procedermos, teremos nossos salários cortados, nossas férias interrompidas, nossa moral em baixa.
Não sejamos professores! Quase sempre falta-nos material de trabalho, e, quando o temos, com frequencia não sabemos utilizá-lo, pois não recebemos treinamento adequado para usá-lo.
Não sejamos professores! Somos vítimas dos alunos, vítimas dos pais dos alunos, vítimas da comunidade que não acredita em seu poder nem em sua autonomia para tomar decisões.
Não sejamos professores! Nosso salário em início de carreira é vergonhoso e para quem tem tempo de serviço, especialização, mestrado ou doutorado é simplesmente "indizível".
Não sejamos professores! Para que tenhamos uma qualidade de vida decente e para que possamos usufruir de um mínimo de conforto, precisamos recorrer ao limite do cartão de crédito/cheque especial ou tomar empréstimo consignado, comprometendo ainda mais o salário injusto.
Não sejamos professores! A falta de funcionários de apoio e de segurança nos deixam a mercê de todo tipo de indivíduos: armados, drogados, mal-intencionados.
Não sejamos professores! A carga horária que nos é imposta é extenuante.
Não sejamos professores! Apesar das propagandas falando sobre a qualidade da educação, o que os governantes querem é quantidade: excesso de alunos em sala de aula, aprovados sem merecimento.
Não sejamos professores! A família transferiu para o professor a tarefa de educar, aconselhar, transmitir valores, cuidar da saúde física e psíquica dos seus filhos.
Não sejamos professores! É nossa a culpa quando o aluno não aprende, mas não é mérito nosso quando ele obtém êxito.
Não sejamos professores! Não temos vida própria, vivemos em função dos que ditam as leis comportamentais, que só são punitivas se o profissional for PROFESSOR;
Não sejamos professores! A nossa está longe de ser a profissão mais valorizada em nosso país, porque dela foi tirada toda a dignidade, o prazer de ensinar, o valor, o respeito, a moral e a perspectiva de um mundo melhor.
Ser professor, no Brasil, é menos digno que ser advogado, médico, bombeiro, policial ou estar na vida política.

Apesar de nos envergonharmos dos políticos do nosso tempo, somos responsáveis pela formação de todos os profissionais, incluindo esses, mas não somos valorizados por nenhum deles, o que tira de nós o desejo de continuar realizando as nossas atividades.
Não queremos convites para sermos professores. Queremos um país digno, que respeite e valorize seus profissionais não apenas inflando seu ego, mas pagando-lhes um salário justo e dando-lhes melhores condições de trabalho, escolas mais equipadas, funcionários qualificados, segurança e proteção. Queremos que o governo vincule o Bolsa Família à assiduidade e rendimento do aluno, assim a família vai estar mais presente e atuante na escola, as tarefas serão divididas e a sobrecarga do professor diminuirá e ele poderá, realmente, ser um profissional de valor.

terça-feira, agosto 09, 2011

Histórias de professor


16 de julho de 2011 - CORREIO DO POVO


Caro Juremir!

 
Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre, onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio.
Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano.
Era 21/06/11 e talvez pela entrada do inverno, resolveu também ir à aula uma daquelas alunas? turista? que aparece uma que outra vez para fazer uma social?. Para rever os conhecidos.
Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos. Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava bastante atenção de todos, toca o celular da menina, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma ideia e prejudicando o andamento da aula.
Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender ''e que o Colégio é um local onde se vai para estudar''. Então, a estudante? quis argumentar, quando falei que não discutiria com ela. Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas.
De casa, a mãe da menina ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretora da Escola.
Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil! 
Isso mesmo, tive que comparecer no dia 13/07/11 na oitava delegacia de polícia de Porto Alegre para prestar esclarecimento por ter constrangido(?) uma adolescente (17 anos), ''que muito pouco frequenta a aula e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores''.
A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo. Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil. Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado.
Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço que dediques umas linhas a respeito da violência contra o professor''.

segunda-feira, agosto 08, 2011

20 Anos da Web

Compartilho um artigo sobre os 20 anos da criação da Internet. Este artigo me foi remetido pela Maj Eliane Padrão* e foi postado por ela para seus alunos do 3 ano EM - Pré-Vestibular do CMRJ - após uma arrebatadora discussão sobre as tecnologias da informação, mídias e redes sociais, etc...

Caro(a) aluno(a),

Você consegue imaginar o seu mundo sem computador, internet (Orkut, MSN, Youtube, Facebook, Twitter etc.)? Pois tudo isso começou há muito, muito, muito pouco tempo, se pensarmos na História da Humanidade.
No dia 06 de agosto de 2011, a World Wide Web (WWW) fez 20 anos que se tornou disponível ao público em geral. Isso quer dizer que todas as pessoas que têm mais de 30 anos não conheceram nada disso com que você se diverte hoje quando tinham a idade que você tem agora.
Parece muito estranho, não é? Mas é a mais pura verdade!
Para quem quer conhecer um pouco da história da Web, exponho abaixo uma tradução livre, adaptada, do texto publicado em inglês aqui. Na postagem de origem, há imagens, vídeo e muitas outras informações.
O dia 06 de agosto de 2011 é um dia muito importante na história da Internet. Exatamente há 20 anos atrás, o World Wide Web (WWW) tornou-se publicamente disponível. Seu criador, o agora conhecido internacionalmente Tim Berners-Lee, publicou um breve resumo do projeto no grupo de notícias alt.hypertext e deu à luz uma nova tecnologia que mudaria o mundo como o conhecíamos.
A World Wide Web tem sua base no trabalho que Berners-Lee fez na década de 1980 no CERN, a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear. Ele estava procurando uma maneira para que os físicos compartilhassem informações em todo o mundo sem a necessidade de igualdade de hardware e software entre eles. (...)
Embora a proposta inicial não tenha conseguido ganhar muito movimento dentro do CERN, mais tarde foi expandida para um documento mais concreto propondo uma World Wide Web de documentos, ligada através de links de hipertexto. (...) A proposta de maio de 1990 descreveu o conceito de hipertexto como uma forma de ligação e acesso a informações de vários tipos como uma teia de nós, no qual o usuário poderia navegar à vontade. (...)
O documento previa a Web como sendo usada para uma variedade de finalidades, tais como documento de registro, ajuda online, documentação de projeto, esquemas de notícias e assim por diante. No entanto, Berners-Lee e Robert Cailliau, seu colaborador, um engenheiro belga e cientista da computação, perceberam que não poderiam ser muito específicos sobre seus usos potenciais.

Em 6 de agosto de 1991, a World Wide Web foi ao vivo para o mundo. Não houve alarde na imprensa global. Na verdade, a maioria das pessoas ao redor do mundo nem sequer sabia o que a Internet era. (...)

O projeto começou com a filosofia de que informação acadêmica deve ser sempre disponível para todos. (...)

A evolução da Web
Você sabia que a primeira imagem na Web só foi carregada em 1992? Foi uma foto de um grupo de rock francês.
Em 1993, foi anunciado que o CERN pela World Wide Web estava livre para que todos pudessem usar e desenvolver conteúdo, sem taxas a pagar. Isso geraria uma grande transformação no mundo: o mundo em que você nasceu e hoje vive!
(...)
O crescimento do "fácil-de-usar" (easy-to-use) navegadores Web coincidiu com o crescimento do negócio ISP comercial, com empresas, trazendo um número crescente de pessoas da comunidade exterior científica para a Web. Isso foi o início da Web que conhecemos hoje. (...)
O que era inicialmente uma rede de documentos HTML estáticos tornou-se um organismo enorme de informações, em mudança constante, alimentado por uma ampla gama de tecnologias, de sistemas de banco de dados, que pode exibir dados dinamicamente, para streaming de mídia e páginas que podem ser atualizadas em tempo real. (...)

A Web tornou-se uma parte de nossas vidas diárias - algo que se acessa em casa, em movimento, nos celulares e na TV. Ela mudou a forma como nos comunicamos e tem sido um fator chave na maneira como a Internet transformou a economia mundial e as sociedades ao redor do mundo. Sir Tim Berners-Lee ganhou o título de Cavaleiro mil vezes, pois foi nomeado pela rainha Elizabeth II por seu trabalho pioneiro e a decisão do CERN para que a Web seja completamente aberta, talvez tenha sido o seu maior presente para o mundo.

O futuro da Web
Então, aonde é que a web vai a partir daqui? O que é que vai ser daqui a 20 anos mais?
(...)
Nós não podemos prever com precisão tudo o que o futuro trará para a Web, mas aconteça o que acontecer, não serão poucas mudanças. Vigésimo aniversário feliz, World Wide Web!

Eliane Padrão - Maj

Profª Redação do CMRJ