"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, dezembro 28, 2012

Acordo ultrajante com o HSBC prova que a guerra à droga é uma piada

resistir info - 24 dez 2012

por Matt Taibbi
Se alguma vez foi preso por posse de droga, se alguma vez passou um dia na prisão por ter um bocado de marijuana no seu bolso ou "equipamentos de droga" na sua mochila, o procurador-geral assistente e amigo de longa de data de Bill Clinton, Lanny Breuer, tem uma mensagem para si: Suma daqui.

Breuer concluiu esta semana um acordo com o gigante bancário britânico HSBC que é o insulto final a toda pessoa comum que alguma vez na vida teve a sua vida alterada por uma acusação de narcóticos. Apesar do facto de o HSBC ter admitido que lavava milhares de milhões de dólares para cartéis de droga colombianos e mexicanos (entre outros) e violava um conjunto de importantes leis bancárias (desde o Bank Secrecy Act até o Trading With the Enemy Act), Breuer e seu Departamento da Justiça preferiu não efectuar processamentos criminais do banco, optando ao invés por um acordo financeiro recorde de US$1,9 mil milhões, que um analista observou corresponder a cerca de cinco semanas de rendimento do banco.
As transacções de lavagem dos bancos eram tão descaradas que a National Security Agency provavelmente podia tê-las detectado do espaço. Breuer admitiu que os traficantes de droga por vezes vinham a agências mexicanas do HSBC e "depositavam centenas de milhares de dólares em cash, num único dia, numa única conta, utilizando caixas concebidas para ajustarem-se às dimensões precisas das janelas dos caixas".
Isto importa repetir: a fim de movimentar mais eficientemente tanto dinheiro ilegal quanto possível para a instituição bancária "legítima" do HSBC, traficantes de droga conceberam caixas destinadas a passar através das caixas receptoras. O homem de confiança do [personagem] Tony Montana a marchar com sacos de cash no [filme de ficção] "American City Bank", em Miami, era realmente mais subtil do que aquilo que faziam os cartéis quando lavavam o seu dinheiro por meio de uma das mais célebres instituições financeiras britânicas.
Embora não seja declarado explicitamente, a lógica do governo para não avançar com processos criminais contra o banco aparentemente estava enraizada em preocupações de que colocar executivos de uma "instituição sistemicamente importante" na cadeia por lavagem de dinheiro da droga ameaçaria a estabilidade do sistema financeiro. O New York Times colocou isto desta forma:
Autoridades federais e estaduais optaram por não acusar o HSBC, o banco com sede em Londres, por ampla e prolongada lavagem de dinheiro, por receio de que a acusação criminal derrubasse o banco e, no processo, pusesse em perigo sistema financeiro.
Não é preciso ser um génio para ver que o raciocínio aqui é altamente enviesado. Quando se decide não processar banqueiros por crimes de milhares de milhões de dólares conectados com o tráfico de droga e o terrorismo (alguns clientes sauditas e bangladeshis do HSBC tinham ligações terroristas , segundo uma investigação do Senado), isso não protege o sistema bancário, faz exactamente o oposto. Aterroriza investidores e depositantes por toda a parte, deixando-os com a impressão clara de que mesmo os bancos mais "reputados" podem de facto ser instituições capturadas cujos executivos sénior estão ao serviço de (isto não pode ser repetido demasiado repetido) assassinos e terroristas. Ainda mais chocante, a resposta do Departamento da Justiça ao saber acerca de tudo isto foi fazer exactamente a mesma coisa que os executivos do HSBC fizeram em primeiro lugar para se meterem em perturbações – tomaram o dinheiro a olhar para o outro lado.
E eles não só liquidaram-se aos traficantes de droga, eles liquidaram-se barato. Pode-se ouvir esta semana jactâncias da administração Obama de que conseguiram uma penalidade recorde do HSBC, mas isso é uma piada. Algumas das penalidades envolvidas são literalmente de dar gargalhada. Isto é do anúncio de Breuer:
Em consequência da investigação do governo, o HSBC ... "recuperou" bónus previstos para dar como compensação a alguns dos seus mais importantes responsáveis nos EUA anti-lavagem e concordou em adiar bónus de compensação para os seus principais responsáveis sénior durante o período de cinco anos do acordo de acusação adiado.
Uau. Então os executivos que passaram uma década a lavar milhares de milhões de dólares terão de adiar parcialmente os seus bónus durante os cinco anos do acordo de acusação adiada? Estão a brincar comigo? Isso é lá punição? Os negociadores do governo não podiam manter-se firmes forçando os responsáveis do HSBC a esperar para receber os seus mal fadados bónus? Eles tinham de decidir fazê-los esperar "parcialmente"? Todo promotor honesto na América tem de estar a vomitar as suas entranhas diante de tais tácticas de negociação. Qual foi a oferta de abertura do Departamento de Justiça – pedir aos executivos para restringirem sua temporada de férias no Caribe para nove semanas por ano?
Então, pode-se perguntar, qual é a penalidade apropriado para um banco na posição do HSCB? Exactamente quanto dinheiro deveria ser extraído de uma firma que desavergonhadamente ao longo de anos e anos lucrou de negócios com criminosos? Recorde-se, estamos a falar acerca de uma companhia que admitiu um vasto conjunto de graves crimes bancários. Se você fosse o promotor, teria o banco preso pelos colhões. Assim, quanto dinheiro deveria ser tomado?
O que acha de tudo isto? O que acha de cada dólar que o banco ganhou desde que começou a sua actividade ilegal? O que acha de mergulhar em cada conta bancária de cada simples executivo envolvido nesta sujeira e tomar até o último dólar de bónus que eles alguma vez ganharam? A seguir tomar suas casas, carros, as pinturas que compraram em leilões do Sotheby's, as roupas nos seus armários, os trocos soltos nos jarros sobre os balcões das suas cozinhas, tudo o que restasse. Tome isso tudo e não pense duas vezes. E a seguir lance-os na prisão.
Soa duro? Assim parece, não é? O único problema é que se trata exactamente do que o governo faz todos os dias a pessoas comuns envolvidas em casos de droga habituais.
Será interessante, por exemplo, perguntar a residentes em Tenaha, Texas, o que pensam acerca do acordo HSBC. É a cidade onde a polícia local rotineiramente detém motoristas (sobretudo negros) e, sempre que encontram dinheiro, propõem uma escolha aos motoristas: Poderiam deixar a polícia tomar o dinheiro ou enfrentar acusações de droga e lavagem de dinheiro.
Ou podiam perguntar a Anthony Smelley , residente em Indiana, que ganhou US$50 mil num acordo de acidente de carro e estava a transportar US$17 mil em cash no seu carro quando foi detido pela polícia. Os polícias revistaram o seu carro e tinham cães para cheirar droga. Os cães alertaram duas vezes. Não foram encontradas drogas, mas a polícia ficou com o dinheiro na mesma. Mesmo depois de Smelley ter apresentado documentação provando onde obtivera o dinheiro, responsáveis do Putnam County tentaram manter o dinheiro com base no argumento de que ele podia ter utilizado o dinheiro para comprar drogas no futuro.
Sem brincadeira, isso aconteceu. Isso acontece o tempo todo, e mesmo o próprio Departamento da Justiça de Lanny Breuer envolve-se nestes actos. Só em 2010, gabinetes de Procuradores dos EUA depositaram aproximadamente US$1,8 mil milhões em contas do governo em consequência de casos de apreensão, a maior parte deles casos de droga. Pode ver neste gráfico as estatísticas do próprio Departamento da Justiça:
Se nos EUA for detido na estrada levando cash consigo e o governo pensar que é dinheiro de droga, esse cash vai servir para comprar ao seu chefe de polícia local uma nova Ford Expedition na tarde do dia seguinte.
E isso é só a cobertura do bolo. O prémio real que você obtém por interagir com um responsável pela aplicação da lei, se acontecer estar conectado de qualquer forma às drogas, é uma ridícula e descomunal penalidade criminal. Mesmo aqui em Nova York, um em cada sete casos que acaba em tribunal é um caso de marijuana.
Noutro dia, enquanto Breuer anunciava seu tabefe no pulso dos mais produtivos lavadores de dinheiro do mundo, eu estava num tribunal no Brooklyn a observar como eles tratam pessoas reais. Um defensor público explicou o absurdo das prisões por droga nesta cidade. Nova York realmente tem leis razoavelmente liberais acerca da marijuana – não se supõe que a polícia o prenda se possuir a droga em privado . Então como é que a polícia consegue fazer 50.377 prisões relacionadas a marijuana num único ano só nesta cidade? (Isso foi em 2010, o número em 2009 era de 46.492).
"O que ele fazem é pará-lo na rua e dizer-lhe para esvaziar os seus bolsos", explicou o defensor público. "Então, no instante em que um cachimbo ou uma semente está fora do bolso – bum, é de "uso público". E você fica preso".
Pessoas passam noites na prisão, ou pior. Em Nova York, mesmo se eles o deixam sair com uma contravenção e tempo passado, você tem de pagar US$200 e tem o seu DNA extraído – um processo que tem de ser pago por si (custa 50 dólares). Mas além disso não é preciso investigar muito para encontrar casos de sentenças draconianas, idiotas por crimes de droga não violentos.
Peça só a Cameron Douglas, o filho de Michael Dougal, que foi condenado a cinco anos de prisão pela simples posse. Seus carcereiros mantiveram-no em solitária durante 23 horas por dias durante 11 meses e negaram-lhe visitas de família e amigos. Embora o típico condenado não violento não o filho branco de uma celebridade, ele é habitualmente o utilizador que obtém sentenças mais duras do que os garotos brancos ricos obtém por cometerem os mesmos crimes – todos nós recordamos a controvérsia crack versus coca na qual orientações federais e estaduais de sentenciamento deixavam que os utilizadores de crack (uma minoria) obtivessem sentenças 100 vezes mais duras do que aquelas administradas aos utilizadores predominantemente brancos da coca em pó.
O viés institucional nas orientações das sentenças por crack eram um ultraje racista, mas este acordo do HSCB deixa aquilo longe. Ao abster-se de processos criminais de grandes lavadores de dinheiro da droga com o argumento (claramente absurdo, a propósito) de que o seu processamento põe em perigo o sistema financeiro mundial, o governo acabou de formalizar o duplo padrão.
O que eles agora estão a dizer é que se você não for um dente importante na engrenagem do sistema financeiro global, você não pode escapar impune de coisa alguma, nem mesmo pela simples posse. Você será encarcerado e qualquer dinheiro que eles encontrem consigo será apreendido na hora, e convertido em novos cruzadores ou brinquedos para a sua equipe local de agentes aplicadores da lei (SWAT team), a qual estará pronta a arrombar as portas de casas onde vivem dentes da engrenagem tão pouco essenciais como você. Se não tiver um emprego sistemicamente importante a posição do governo é, por outras palavras, de que os seus activos podem ser utilizados para financiar a sua própria privação de direitos políticos.
Por outro lado, se você for uma pessoa importante e trabalhar para um grande banco internacional, você não será perseguido mesmo se lavar nove mil milhões de dólares. Mesmo se se conluiar activamente com as pessoas no topo máximo do comércio internacional de narcóticos, a sua punição será muito mais pequenas do que aquela na base da pirâmide mundial da droga. Você será tratado com mais deferência e simpatia do que um drogado desmaiado numa carruagem do metro em Manhattan (utilizar dois assentos numa carruagem de metro é um delito comum processável nesta cidade). Um traficante internacional de droga é um criminoso e habitualmente um assassino; um viciado em droga a passear na rua é uma das suas vítimas. Mas graças a Breuer, agora estamos no negócio, oficialmente, de encarcerar as vítimas e deixar os criminosos.
Isto é a desgraça das desgraças. Não faz mesmo qualquer sentido. Não havia razão para que o Departamento da Justiça não pudesse ter agarrado toda a gente no HSBC envolvida com o tráfico, processado criminalmente e actuado com reguladores bancários para assegurar que o banco sobrevivesse à transição para nova administração. Nessas circunstâncias, o HSBC não teve virtualmente de substituir ninguém na sua administração de topo. As partes culpadas aparentemente eram tão importantes para a estabilidade da economia mundial que tiveram de ser deixados nas suas mesas de trabalho.
Não há absolutamente nenhuma razão para que eles não pudessem enfrentar penalidades criminais. Que não estejam a ser processados é covardia e corrupção pura, nada mais. E ao aprovar este acordo, Breuer removeu a autoridade moral do governo para processar qualquer um por qualquer delito de droga. Não é que a maior parte das pessoas já não soubesse que a guerra à droga é uma piada, mas isto torna-a oficial.
O original encontra-se em www.rollingstone.com/...

Madrid aprova lei para privatização de hospitais


Por Marco St.
Esquerda.net
Um dia após os médicos cumprirem a sua quinta semana de greve, a Assembleia de Madrid aprovou uma lei que abre caminho à privatização de seis hospitais e 27 centros de saúde da região e que atribui benefícios fiscais a projectos megalómanos, como é o caso do projecto Eurovargas, do magnata Sheldon Adelson.
Artigo | 28 Dezembro, 2012 - 03:09

Foto EPA/KOTE/LUSA.
Esta quinta feira, a Assembleia de Madrid aprovou, com os votos a favor do PP e os votos contra de toda a oposição (PSM, Esquerda Unida e UPyD), a lei de Medidas Fiscais e Administrativas da Comunidade de Madrid para 2013, que, entre outras medidas, abre a porta à privatização de seis hospitais, localizados em Vallecas, San Sebastián de los Reyes, Coslada, Arganda, Aranjuez y Parla, e de 27 centros de saúde da região.
Mediante a privatização destes estabelecimentos de saúde, aproximadamente 1,5 milhões de cidadãos passarão a ser atendidos em hospitais e centros de saúde com gestão privada.
A lei de Medidas Fiscais e Administrativas da Comunidade de Madrid para 2013 prevê também, entre outros, um corte no orçamento das seis universidades públicas de 16%, uma redução de 4,9% no orçamento da Saúde, a introdução da taxa de um euro por receita e um corte orçamental de 21% no setor dos transportes.
Esta legislação, também conhecida por ‘Ley Escoba’, modifica ainda a Lei do Jogo, contempla a liberalização do período de saldos dos estabelecimentos comerciais e atribuiu benefícios fiscais alargados a projectos como o Eurovegas – projecto do magnata Sheldon Adelson que junta seis casinos e doze hotéis na região.
Durante a discussão da ‘Ley escoba’ na Assembleia madrilena, a oposição exigiu a demissão do conselheiro para Saúde do executivo, Javier Fernández-Lasquetty, acérrimo defensor da privatização dos serviços de saúde.
“Não podem dedicar 8 milhões a impedir despejos, mas perdoam 1.800 milhões aos casinos”, acusou a representante da Izquierda Unida, Libertad Martínez.
Demissões em bloco contra privatizações
Nas últimas semanas, os protestos contra os cortes no serviço nacional de saúde e medidas que incluem a privatização de áreas do setor têm sido uma constante.
Os médicos entraram esta quarta feira na quinta semana de greve indefinida, que está a ter uma adesão de 70% dos profissionais. Entretanto, as direcções dos 270 centros de saúde da região aprovaram a semana passada demitir-se em bloco para tentar travar as privatizações, sendo que as direcções de, pelo menos, 125 centros já confirmaram a sua demissão.

Acho que devem ter proibido a reprodução de Sicko do Michael Moore no país. Bastava assistí-lo para perceber a diferença entre o irracional sistema privatizado americano, do bem planejado e assistido sistema público canadense, inglês e francês.
Com todos os seus males (que são vastos), pelo menos no Brasil ainda temos o SUS.

Os grandes empresários argentinos


Por Andre Araujo
OS GRANDES EMPRESARIOS ARGENTINOS - Nos anos 50 havia grandes investimentos argentinos no Brasil. A elite do empresariado do vizinho Pais olhava o Brasil como hoje os brasileiros olham a Africa, um territorio atrasado a desbravar. O carro chefe dos grandes empresarios argentinos com ramificação no Brasil era o celebre Grupo Bunge y Born, os reis do trigo, que no Brasil tinham um imperio, o Moinho Santista, a Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro-SANBRA, a Fabrica de Tecidos Tatuapé, introdutora do jeans no Brasil, a Tintas Coral, a Serrana de Mineração e outras. O grupo era tão grande que construiu o Centro Empresarial de São Paulo, um conjunto de quatro torres quadradas, para seus escritorios. O Conjunto é até hoje enorme, com galerias de lojas e restaurantes no terreo, imenso estacionamento, construido pela Lubeca, imobiliaria do grupo.
Outro grupo argentino famoso era a São Paulo Alpargatas, subsidiaria da Fabrica Argentina de Alpercatas, grupo anglo-argentino que no Brasil foi muito depois comprada pela Camargo Corra, , empresa famosa pelas sandalias Havaianas.
Na Argentina desde o começo do Seculo XX grandes empresarios construiram o Pais. O Matarazzo da Argentina era o italiano Antonio Devoto, com todo o conjunto de industrias basicas de seu patricio no Brasil.  Na cerveja o Grupo Bemberg, com a Quilmes, hoje da Ambev, na navegação os Dodero, com navios que partiam de Buenos Aires para a Europa, inclusive de passageiros.  No setor bancario depois derivando para o imobiliario, Ernesto Tornquist, que construiu o Hotel Plaza, ainda hoje lindo predio ,  na metalurgia os Torcuato di Tella, com a empresa SIAM que tambem veio para o Brasil, tambem na metalurgia e industria mecanica os Pescarmona com a IMPSA, hoje grande fabricante de turbinas e pás eólicas no Btasil.
Luis Magnasco na famosa La Serenissima, industria de laticinios, a melhor manteiga da Argentina.
Após a geração de pioneiros veio a geração peronista , de empresarios ligados ao Estado, uma caracteristica argentina que permanece a até hoje. Os Bulgheroni, resi do petroleo com a Bridas e hoje com a PanAmerican Energy, Alejandro e Carlos estão entre os bilionarios da Forbes, tambem os Perez Companc, que venderam sua petrolifera para a Petrobras por US$2,2 bilhões, os Fortabat, reis do cimento com a Loma Negra, vendida por US$1 bilhão para o grupo Camargo Correa.
No perido da Segunda Guerra nasce a Techint, fundada por Agustin Rocca, um engenehrio italiano que tinha sido um dos hierarcas industriais do fascismo italiano, diretor da Ansaldo, empresa estatal equivalente à Krupp na Alemanha, fabricante de aço, artilharia, navios e turbinas. Rocca recomeçou na Argentina, protegido por Peron cresceu muito, no Brasil comprou a CONFAB, principal fabricante de tubos do Pais, depois comprou o controle da USIMINAS, na Italia tem a Dalmine, o Grupo hoje com o nome de Tenaris é o maior fabricante de tubos de aço do mundo e Paolo Rocca está na lista de bilionarios da FORBES.
O empresariado argentino é muito pequeno para o tamanho da Argentina, o modelo de economia do vizinho Pais desde o primeiro governo Peron NÃO é mais o de economia de mercado e sim de uma economia dependente do Estado, não competitiva, só se dá bem que é amigo do governante, é o pior modelo para um Pais, tem as ruindades do capitalismo somadas as ruindades do estatismo, o que explica a decadencia economica inexoravel da Argentina há 60 anos.
Os argentinos em geral são bons executivos e pululam nas multinacionais americanas, são muito diferentes dos brasileiros, mais posudos e arrogantes, dados a rituais e cerimoniais mas tem no geral otima educação e formação profissional. A Argentina não conseguiu porem aprender a extraordinaria flexibilidade mental dos executivos brasileiros, que são muito mais praticos e objetivos, é uma questão de indole, nós ganhamos em comparação disparado deles.
Me lembro quando uma multinacional americana reabriu uma fabrica em Cordoba, levou seis executivos do Brasil, perguntei porque, se na Argentina tem abundancia de pessoal bem formado e o americano me respondeu: os brasileiros são muito mais parecidos conosco, um executivo argentino é incapaz de pular o almoço, comer um sanduiche na mesa de trabalho se precisar terminar um serviço, ele precisa de duas horas completas para ""el almuerzo", se a secretaria falta o argentino será incapaz de levantar da cadeira para tirar uma copia xerox, isso é tarefa abaixo da dignidade dele, não são flexiveis com nós e os brasileiros.
Reamente há uma cultura pouco flexivel na Argentina, não gostam de mudar habitos, tem muito engessamento de metodos, posturas e atitudes. Isso explica muito da economia argentina.

Fernando Branquinho: JN transforma 1,7 milhão de empregos em notícia ruim

viomundo - publicado em 27 de dezembro de 2012 às 21:20

TV manipula notícia sobre criação de empregos
por Fernando Branquinho, no Observatório da Imprensa em 24/12/2012 na edição 726

Na quarta-feira (19/12), no Jornal Nacional, o gráfico atrás da apresentadora Patrícia Poeta mostrava a criação de 1,77 milhão de empregos até agora, em 2012. Considerada a pindaíba econômica do mundo ocidental, qualquer cidadão de outro país olharia com inveja para cá. Mas na Globo não é assim: toda notícia que venha do governo tem que ser “negativada”.
Foi o que fizeram. Este foi o texto lido pela apresentadora:
“A criação de empregos com carteira assinada, este ano, foi 23% menor do que em 2011. É o pior resultado desde 2009. Mas, isoladamente, os números de novembro mostram um aumento de quase 8% no emprego formal.”
Quem estivesse jantando nessa hora sem olhar para a TV não veria o gráfico e faria juízo sobre a informação apenas com o que estivesse ouvindo. Desta vez mudaram a técnica: deram a notícia positiva de forma negativa, e no fim veio o “mas” positivando parcialmente os fatos. Isso é democracia, liberdade de expressão e tudo o mais que eles dizem quando se quer acabar com o oligopólio da mídia? O nome disso é partidarismo de mídia através de manipulação da notícia.
Paranoia? Perseguição à Globo? Coisa de esquerdista, de petista, de lulista, brizolista? Confira aqui mais essa vergonha. Agora veja a notícia por outro ângulo: “Brasil cria 1,77 milhão de empregos com carteira assinada em 2012”.
Os dados do Caged
De janeiro a novembro deste ano, foram abertos 1.771.576 postos de trabalho com carteira assinada no Brasil, o que representa uma expansão de 4,67% no nível de emprego comparado com o final de 2011, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quarta-feira (19/12) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os dados de novembro, segundo o MTE, mostram continuidade à tendência de crescimento do emprego no Brasil, que registrou pela terceira vez em 2012 um saldo superior ao do ano anterior. Foram declaradas 1.624.306 admissões e 1.578.211 desligamentos no referido mês. Como resultado, o saldo do mês foi de 46.095 novos empregos com carteira assinada no Brasil, correspondentes ao crescimento de 0,12% em relação ao registrado no mês anterior.
Segundo o Caged, apresentaram desempenho positivo no mês o comércio, com 109.617 postos (1,27%), sendo o terceiro melhor saldo para o período; e serviços, com 41.538 postos (0,26%). Por outro lado, alguns setores apresentaram desempenhos negativos. A construção civil teve baixa de 41.567 postos (-1,34%), decorrente de atividades relacionadas à construção de edifícios (-15.577 postos) e construção de rodovias e ferrovias (-8.803 postos), associados a términos de contratos e a condições climáticas.
Complexo sucroalcooleiro puxa emprego para baixo
Na agricultura, houve retração de 32.733 postos (-1,98%), devido à presença de fatores sazonais negativos. A indústria de transformação teve perda de 26.110 postos (-0,31%), proveniente dos ajustes da demanda das festas do fim do ano, queda menor que a ocorrida em novembro de 2011 (-54.306 postos ou -0,65%).
O emprego cresceu em três das cinco grandes regiões, sendo a Sul, com 29.562 postos (0,41%); Sudeste, com 17.946 vagas (0,08%), e Nordeste, com 17.067 empregos (0,28%). As exceções ficaram por conta da região Centro-Oeste (-14.820 postos ou -0,50%), cuja redução deu-se ao desempenho negativo da agricultura (-9.130 postos); da construção civil (-6.393 postos) e da indústria de transformação (-5.929 postos); e da região Norte (- 3.660 postos ou -0,21%), onde a construção civil (-3.371 postos) e a indústria e transformação (-2.084 postos) foram os principais setores responsáveis pela queda no mês.
Por unidade da federação, dezesseis tiveram expansão do emprego. Os destaques foram Rio Grande do Sul (+15.759 postos ou 0,61%); Rio de Janeiro (+13.233 postos ou 0,36%); Santa Catarina: (+8.046 postos ou 0,42%); São Paulo (+7.203 postos ou 0,06%); Paraná (+5.757 postos ou 0,22%) e Bahia (+5.695 postos ou 0,34%). Os estados que demonstraram as maiores quedas no nível de emprego foram: Goiás (-8.649 postos ou -0,75%), devido, principalmente, às atividades relacionadas ao complexo sucroalcooleiro, e Mato Grosso (-5.910 postos ou -0,97%), por causa do desempenho negativo do setor agrícola (-4.798 postos) [ver aqui].


Talvez seja por isso (baixa criação de empregos) que tenhamos mapas como esses abaixo, que representam indices de imigração para o Brasil.