"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, julho 31, 2010

A Copa e a Olimpíada

Estamos nos caminhando para o grande volume de gastos infraestruturais necessários para essas competições que o povo brasileiro foi levado a apoiar.
Me lembro nessas condições do velho lema do imperador romano Vespasiano: panis et circenses, que significa pão e circo (jogos). Vespasiano quando criou o coliseu previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra os governantes.
O provimento do pão através do bolsa família (programa que tem grandes méritos e que não estou criticando aqui) está feito, o circo virá através da copa e da olimpíada. No nosso caso o problema não é diminuir a insatisfação popular com o governo (visto a aprovação de Lula), mas com as desigualdades sociais que ainda persistem, e o pior, permite que um pequeno grupo se beneficie de vultosos investimentos e obtenham lucros extraordinários. Pode-se alegar que tais investimentos em infraestrutura vai gerar empregos, mas, e depois, o que faremos com a série de elefantes brancos criados (a exemplo do Engenhão e outros para o Pan), quando poderíamos ter direcionado esse volume de recursos em benefícios infraestruturais para a população como um todo e não segmentos localizados, geraríamos a mesma onda de empregos ou sem dúvida, uma onda até maior.
A atração destas competições ,alegam, vai beneficiar o Brasil com uma maior vinda de turistas. Garanto que se um décimo do que vai ser gasto fosse direcionado para dar visibilidade turística sob a forma de propaganda do Brasil na Europa, entre outros continentes, o número de turistas por aqui iria se ampliar bastante. Diversidade natural nós temos com sobra, é só uma questão de explorar de forma consciente que isso se torna um rio de dinheiro constante. E sabe o que é melhor? No turismo uma grande parcela de empregos não exige mão-de-obra qualificada, só quem trabalha diretamente com a recepção do turista, em hoteis, etc, é que tem a necessidade de uma formação específica, daí a geração de empregos ter grande amplitude.
Se ao invés de ter sonhos megalomaníacos de copas e olimpíadas fizéssemos investimentos na infraestrutura e segurança, o país poderia crescer ao ritmo que sabemos que pode. Mas, como disse Vespasiano vamos de
panis et circenses.

Repetência

O tema da repetência escolar é bastante controverso, há quem a defenda e quem seja contra. O grande problema da questão na realidade são as soluções.
Justifico meu ponto de vista.
Dos que estão contra: como os professores universitários citados em recente artigo da Carta. Fala-se da ausência de benefício pela repetência, e, mesmo quando citam a questão salarial e infraestrutural das escolas (caso de Miguel Arroyo) não há apresentação de soluções. Esquece-se que simplesmente não reprovar, não educa se as atuais estruturas se mantiverem.
Penso sozinho quando escuto ou leio tais comentários se eles são sérios, se há realmente boa intenção por trás deles ou simplesmente estão deixando de lado uma grande parcela de brasileiros.
Não permitir a repetência com a canetada na atualidade significa que uma grande parcela de jovens vai chegar nos concursos públicos, vestibulares (que por sinal, onde esses mesmos professores estão e não fazem nada para mudar o modelo, ou pelo menos reduzir o conteúdo absurdo que é cobrado nos vestibulares) e seleções de empregos que exigem mão-de-obra qualificada sem condições de competir.
Se é assim, às vezes penso que tais defensores estão criando uma estrutura oficial que crie subempregados e possam dizer: fizemos de tudo, até impedimos o desestimulo da repetência para que os jovens atingissem o seu melhor potencial.
Vou aprofundar um pouco a situação do vestibular, pois acho ridículo um vestibular que cobre conteúdos de história (desde a pré até a contemporânea), de geografia (geral e Brasil, só tudo), matemática, física e química (também), entre outras. Precisamos realmente disso? Não há um core que possa ser explorado e realmente seja o essencial de cada disciplina? Nós professores estamos infelizmente presos pela "ditadura universitária", que dita tal volume de conteúdos e assim "corremos" atrás da máquina universitária, só que, essa corrida, nem todos os alunos tem condição de acompanhar, e ao invés de termos tempo de voltar com calma e retrabalhar as deficiências destes alunos, eles fazem uma recuperação de faz de conta (que aí sim, só se cobra o essencial, mas não o deixa apto para os desejos universitários) e continuamos nossa corrida. Não defendo aqui algo como o ensino americano que repete sem cessar os mesmos conteúdos em todos os níveis só amplificando sua dificuldade gerando assim um exército de idiotas sem criticidade, mas creio que poderíamos realmente trabalhar com um conteúdo mais condensado e assim termos tempo de criar em sala de aula um ambiente de verdadeira aprendizagem.
Quando vejo esses conteúdos imensos nos programas dos vestibulares (em sua maioria públicas, pois as particulares estão migrando para outro modelo, é claro para arrebanhar quem não passa no massacre público) imagino as seguintes situações: ou as Universidades brasileiras são sádicas, ou os pedagogos dessas universidades fazem belos discursos e é só isso, ou por último os professores universitários são incompetentes para fazer uma bela prova que cobre o essencial de cada disciplina. Para mim nada justifica esse nível de cobrança realizado por nossas universidades públicas em seus vestibulares.
Por outro lado, os que defendem a repetência, também não apresentam as soluções infraestruturais e como os opositores criam um exército de subempregados que não vai ter condições de competir no mercado de trabalho mais qualificado.
Então, vejo que os opositores e os defensores estão do mesmo lado, apenas usando discursos diferentes. A educação real é deixada de lado. O essencial é esquecido e trabalhamos com volume, com a quantidade sem pensar na qualidade, pois a máquina universitária de moer aluno não pode parar.

sexta-feira, julho 30, 2010

Palocci

Na Carta desta semana há um artigo sobre a participação de Palocci na campanha de Dilma. No caso o "esquecimento" do Deputado apenas reflete a sobrevivência.
Assim como a estrela vermelha e a sigla do PT, Palocci não está tão visível na campanha ,como forma de atrair o maior número possível de eleitores num estilo "Dilma, paz e amor".
De nada adianta se afirmar que o Supremo o inocentou nos escândalos (apesar de continuarem as investigações do seu período em Ribeirão Preto sob as denúncias de Rogério Buratti), pois a Justiça, como publiquei recentemente tem baixa confiança por parte da população, e o Daniel Dantas circulando livremente está aí para comprovar a razão disso.
O pior de tudo é que o PT chegou a cogitar o nome de Palocci em lugar da Dilma como candidato. Ainda bem que alguém os mostrou que estavam errados (não creio que dentro do PT tenha uma cabeça pensante que enxergasse isso). Mas, enfim, o certo é que se vier a assumir novamente o Ministério no Governo Dilma, será a primeira grande decepção com o próximo governo.

Verdade, a Primeira Vítima da Guerra

Por Cel Eng R/1 Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 28 de julho de 2010.

"A primeira vítima, da guerra, é a verdade". (Hiram Johnson)


Os recentes “vazamentos” de documentos considerados sigilosos pelas autoridades norte-americanas, sobre as atrocidades cometidas pelos seus soldados no Afeganistão, manipulação de dados referentes ao número de baixas nas suas fileiras e dos inocentes civis trucidados pelos autodenominados “defensores da democracia”, ocultação de informações sobre o crescimento significativo do número de insurgentes talibãs desde o início da guerra, dentre tantas outras irregularidades nos trazem a lembrança a frase pronunciada, em 1917, pelo senador republicano e ex-governador da Califórnia Hiram Johnson, “A primeira vítima, da guerra, é a verdade”.


- Guerra, imprensa e censura


A história dos correspondentes de Guerra tem início com William Howard Russel, do The Times, de Londres, que fez a cobertura da Guerra da Criméia. Descrevia com fidelidade os detalhes dos horrores da guerra, relatando o sofrimento dos soldados, as condições dos feridos e a brutalidade dos cirurgiões. Com Russel nasce o conflito entre a “verdade e a segurança nacional”, que ainda hoje persiste.


“Os cavaleiros avançam em duas linhas, aumentam o galope ao aproximar-se do inimigo... A mil e duzentas jardas, a inteira linha inimiga, de trinta bocas de ferro, um dilúvio de fumaça e chamas através do qual assoviam projéteis mortais..."


Em fevereiro de 1856, porém, o comandante inglês tomou a iniciativa de censurar determinados artigos autorizando seus subordinados a expulsar das trincheiras os jornalistas que não se submetessem às novas normas.


- Vietnã


A Guerra do Vietnã mostrou aos estrategistas americanos que os combates são decididos na trincheira doméstica. Em 1966, uma fotografia mostrando soldados americanos incendiando casebres vietcongues indignou a opinião pública no momento em que o país saía às ruas em marchas de paz e amor.


- Iraque


Na Guerra do Iraque a imprensa mostrou não ser “neutra”, e sim “patriótica”, como na guerra do Vietnã. Uri Avnery, jornalista israelense, comenta que: “nunca tantos jornalistas traíram tanto o seu dever como na cobertura da guerra. Na Guerra do Iraque, os exércitos dos EUA e Grã Bretanha são acompanhados por grandes quantidades de jornalistas. Um jornalista que aceita a cama de uma unidade do exército se torna um escravo voluntário”.


- Soldado Bradley Manning - “Dossiê Bradley”


O Exército dos EUA considera Bradley suspeito de divulgar o vídeo de um ataque militar no Iraque, no site internet Wikileaks, colocando em risco a “segurança nacional”. O vídeo, rodado em 2007, mostra helicópteros americanos atacando um grupo de civis inocentes que andavam despreocupadamente pelas ruas de Bagdá. No incidente que resultou em doze mortes, incluindo dois funcionários da agência de notícias Reuters, era possível ouvir os atiradores americanos rindo e chamando as vítimas de “bastardos mortos”. Logo em seguida, o mesmo vídeo mostra os helicópteros abrindo fogo contra civis desarmados que tentavam socorrer os feridos.


- Pentágono Investiga Vazamento de Informações

O Pentágono informou que foi aberta, nesta terça-feira, 27 de julho, uma investigação sobre o vazamento de 91 mil documentos secretos sobre a Guerra do Afeganistão. A investigação foi entregue aos cuidados da mesma Divisão encarregada do dossiê de Bradley, detido em maio. Os relatórios militares da Guerra no Afeganistão, do período de 2004 a 2009, que foram publicados no site Wikileaks, trazem fortes evidências de crimes de guerra.


- Guerra Impopular


A divulgação dos documentos secretos criam um clima de incerteza junto à opinião publica americana, justamente no momento em que o presidente Barack Obama se prepara para enviar um reforço de 30 mil soldados para combater os Talibãs.


- Julian Assange


Julian, o fundador do WikiLeaks, afirmou que o material divulgado é “apenas o começo”, e que possui mais de 15 mil documentos a serem publicados no site. Julian assegurou, ainda, que “milhares” de ações americanas no Afeganistão deveriam ser investigadas por apresentarem sérios indícios de “Crimes de Guerra”.


- Imprensa ‘Patriótica’


A omissão de informações, maximização de resultados positivos e minimização de reveses de toda a ordem para não perder o apoio da opinião pública é uma técnica que continua sendo usada desde a Guerra da Criméia. No Afeganistão podemos listar algumas das irregularidades que são intencionalmente omitidas pela mídia comprometida e patrulhada pelo Pentágono:

  • Captura e aniquilação de insurgentes, sem direito a julgamento;

  • Manipulação de informações referentes ao número de baixas civis e militares;

  • Emboscadas, ataques aéreos e incursões noturnas realizadas sem levar em conta os ‘efeitos colaterais’;

  • Ocultação de operações mal sucedidas;

  • Apoio do serviço secreto paquistanês aos insurgentes afegãos na luta contra os EUA;

  • Influência crescente do Irã no Afeganistão;

  • Grande nível de corrupção política e militar;

  • Complôs para assassinar dirigentes afegãos.




Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br


Índios, do CIR, Querem Criar Estado Independente!

Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 26 de julho de 2010.

"Uma raça, cujo espírito não defende o seu solo e o seu idioma, entrega a alma ao estrangeiro, antes de ser por ele absorvida”. (Rui Barbosa)


- Planalto ordena que governo, mídia e militares se calem sobre criação de Estado indígena independente em RR

Por Jorge Serrão, segunda-feira, 26 de julho de 2010


“O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República não vai se pronunciar oficialmente sobre um relatório reservado que recebeu da Agência Brasileira de Inteligência, advertindo sobre a real possibilidade de quebra da integridade do patrimônio nacional, com o movimento para a criação de um Estado indígena independente em Roraima. A mídia amestrada pelas verbas públicas do governo e suas estatais recebeu orientações do Palácio do Planalto para omitir do noticiário ou não jogar uma carga editorial pesada sobre o assunto. Os militares da ativa também devem manter silêncio obsequioso sobre o caso. (...)


Tititi nas Legiões


O caso de Roraima já gera profundo desconforto na área militar. Ainda mais depois que vazou a denuncia que a Polícia Federal investiga possíveis abusos de violência, invasão a residências, prisões ilegais, tortura e até homicídios praticados pela milícia indígena auto intitulada “Polícia Indígena do Alto Solimões (Piasol)”.


O próprio Exército, a ABIN e a Polícia Federal também investigam uma suposta ligação dos indígenas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), (...) No Palácio do Planalto, a ordem gerada pelo Ministério da Defesa para o Forte Apache é que o Comando Militar da Amazônia não intervenha.


Mesmo diante do caos institucional e da ameaça à Garantia da Lei e da Ordem, gerado pelos milicianos indígenas e pelo risco concreto de perda de soberania do Brasil nas terras indígenas criminosamente homologadas pelo espírito entreguista da turma do ‘$talinácio’ e seus socialistas fabianos”.


- Índios do CIR Estupram Jovem para Submeter Comunidade

A repercussão pública sobre a ‘Crise de Roraima’ demonstra que grande parte da sociedade brasileira e roraimense desconhece a gravidade do que esta ocorrendo na ‘Terra Indígena Raposa e Serra do Sol’ (TIRSS). O Conselho Indígena de Roraima (CIR) que, anteriormente, direcionava sua ira contra centenas de fazendeiros que ocupavam legitimamente aquelas terras, depois da demarcação transferiu sua campanha de terror contra os membros da ‘Sociedade dos Índios Unidos do Norte de Roraima’ (SODIUR).


- Índios do CIR Estupram Jovem para Submeter Comunidade

“Eu sou anti ONG picareta como o CIR. Isto eu não tenho dúvida de dizer, pois o CIR comprovadamente é uma entidade, uma instituição desonesta, comprovado pela Controladoria Geral da União”. (Senador Mozarildo Cavalcanti)


“Recebi a denúncia de uma pessoa fidedigna e nunca tive dúvida de que o CIR ia mudar este esquema de domínio. Apenas lamento que o procurador da FUNAI, ao invés de procurar averiguar a denúncia, ele vem com a história de me interpelar. O procurador não tem autoridade para me interpelar”, afirmou o Senador Mozarildo Cavalcanti, referindo-se a qualquer ação que venha a ser protocolada pelo procurador da FUNAI, Wilson Précoma, sobre a denúncia que o senador fez de estupro de uma indígena na Maloca do Contão por índios do CIR.


O senador afirmou: “... a ninguém é permitido cometer delitos porque está numa reserva indígena, se baseando ou se escudando na questão de usos e costumes. Na realidade, o que aconteceu lá no Contão foi um estupro contra uma jovem índia, contra uma pessoa humana com a finalidade de amedrontar uma comunidade, para se submeter ao comando do CIR”.


- Celerados Aterrorizam Cidadãos no Território Brasileiro!

Em entrevista, no dia 10 de maio de 2008, à rádio CBN, no programa ‘Fato em Foco’, debati a ‘A questão indígena no Brasil’ com Joênia Batista de Carvalho, assessora jurídica do Conselho Indígena de Roraima (CIR), na oportunidade, afirmei que o indígena integrado precisava ser de fato, reconhecido como cidadão brasileiro. Joênia foi totalmente contrária à minha afirmativa, apelando para a preservação da cultura e outros tantos chavões, criados pelas ONGs indígenistas internacionais. Joênia e o CIR consideram que a cidadania é um óbice às suas pretensões dando claras demonstrações que além das terras se interessam, principalmente, pelas polpudas doações patrocinadas pelo alienado governo federal, fruto dos pesados tributos pagos pelos cidadãos brasileiros. O CIR reclama seus direitos mas, em contrapartida, não assume nenhuma obrigação ou dever para com o Estado. Os membros do CIR, definitivamente, não se consideram brasileiros.


As ações terroristas do CIR continuam contando o total apoio de membros da Igreja Católica e funcionários da FUNAI. O caos instalado exige que sejam tomadas medidas coercitivas que preservem a segurança e a integridade física dos dignos membros da SODIUR que, ao contrário dos facínoras do CIR, se consideram cidadãos brasileiros. Vamos publicar, na íntegra, um dos ‘Termos de Declaração’, que me foi enviado, de Roraima, com o objetivo de esclarecer a população brasileira a respeito das ações patrocinadas pelos guerrilheiros do CIR na TIRSS com a intenção de que se pressione as autoridades constituídas para que voltem a sua atenção para a situação insustentável que se ampliou desde a Demarcação contínua da TIRSS.


GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA

SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

“AMAZÔNIA: PATRIMÔNIO DOS BRASILEIROS”

Termo de Declaração I


“Aos dezenove dias do mês de março do ano de dois mil e dez, na Ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Roraima, na presença da Delegada de Polícia Civil Eliane de Lima, comparece o nacional JOÃO VIANA DE ALMEIDA, brasileiro, Indígena da Comunidade Reforma – SODIUR, casado, portador do RG 68.612 SSP/RR, CPF 201.134.202-34, filho de Bernardo de Almeida e Colombina Viana de Almeida, nascido aos 10.09.1966, sabendo ler e escrever, declarou QUE: Nasceu na comunidade acima citada, é casado e pai de 4 (quatro) filhos, todos menores de idade; Que a Igreja Católica, por meio da IRMÃ AUGUSTA e um PADRE BEM MORENO, tem apoiado as Comunidades do CIR, incentivando-os a ficarem com as fazendas melhores, a praticarem delitos como furtos e ameaças contra os indígenas da SODIUR; que isso acontece porque o CIR apoiou a Igreja Católica na luta pela Homologação das Terras Indígenas; que o CIR diz que foram eles quem mais brigaram pela Homologação das Terras, então eles que têm o direito de ficar com o melhor; que foi feito um acordo entre todos os indígenas do Estado de Roraima, que os religiosos que não são indígenas, não poderiam residir nas comunidades, mas a IRMÃ AUGUSTA, não está respeitando o acordo e afronta os demais indígenas, e reside próximo ao Lago Caracaranã; que depois da homologação das terras Indígenas RAPOSA SERRA DO SOL, o problema entre os indígenas aumentou; que o CIR e a SODIUR começaram a se desentender devido à repartição das terras; que o CIR quer ficar com todas as fazendas, inclusive aquela que ficou para a SODIUR, a Fazenda Mangabrava; que, atualmente, há duas famílias da SODIUR residindo na Fazenda Mangabrava; que o Declarante é o TUXAUA da Comunidade que está residindo na Fazenda Mangabrava; que os pais de família que moram na Mangabrava são EDSON ESBEL e KENIS; que são aproximadamente 16 (dezesseis) indígenas que compõem a família que está morando na Mangabrava; que a Avó de EDSON, a Indígena ERNESTINA, a qual reside próxima a Mangabrava, possui 26 (vinte e seis) cabeças de gado; que os Indígenas que pertencem ao CIR estão furtando o gado de ERNESTINA, tendo ele registrado o Boletim de Ocorrência n.° 191/2009, em 10.09.2009; que o Declarante é o Tuxaua que representa a comunidade onde reside ERNESTINA; que o Declarante também foi vítima de furto de gado, crime este praticado pelos indígenas do CIR, tendo registrado o BO n.° 031/2010, em 24.02.2010; que foram furtados 03 (três) cavalos e 01 (uma) vaca; que no dia que sumiu a primeira vaca, outra vaca voltou para casa com uma flecha no pescoço; que os indígenas do CIR é que estão utilizando tais flechas; que vários outros animais voltaram pra sede à noite com flechas; que os integrantes do CIR já furtaram do Declarante 14 (quatorze) cabras, 06 (seis) porcos, 03 (três) cavalos e 01 (uma) vaca; que isso está prejudicando na manutenção e alimentação da comunidade, pois esses animais são criados para manterem a alimentação dos integrantes da comunidade; que apresentou as flechas ao Secretário de Segurança Pública Eliéser Girão Monteiro, o qual determinou que o Delegado Douglas Gabriel as apreendesse e tomasse as providências cabíveis a fim de esclarecer os fatos; que a comunidade da Reforma retirou madeira para construir casa na comunidade; que JACY BARNABÉ DE ALMEIDA FILHO, integrante da Comunidade do Lamero, e integrante do CIR, ameaçou JOSÉ VIANA DE ALMEIDA, dizendo que ‘SE TE PEGOU NO RIO, TRANSPORTANDO MADEIRA, VOU AFUNDAR O BARCO E QUEM TIVER NELE’; que JOSÉ VIANA, é irmão do Declarante e mora na comunidade em que o Declarante é Tuxaua; que já tentaram conversar com os representantes da Comunidade do Lamero para tentar negociar e resolver o problema dos furtos de animais e da ameaça, mas não tiveram entendimento porque o ex-Tuxaua do Lamero, JACY BARNABÉ, disse que com ele não tinha acordo e as coisas lá seriam do jeito que ele queria; que desde então não se falaram mais; que o CIR destruiu 02 (duas) casas na Comunidade da Reforma, pertencente à SODIUR; que o CIR quer retirar a força os indígenas de lá, destruindo suas casas e matando seus animais; que os integrantes do CIR que destruíram as casas são TUXAUA DELÉSIA, DIEIMIS, LEONARDO, AFONSO, JACY, BARNABÉ, RAIMUNDO, CAUBÍ e MADRE TERREZA; que RAIMUNDO é professor da Comunidade do CIR e tem sido um ‘dos cabeças’ do movimento contrário a SODIUR; que chegaram por volta das 16h, do dia 03.03.2010, derrubaram as duas casas; que a TUXAUA DELÉSIA disse que aquela área pertence ao CIR, o Declarante não tem Declaração de Tuxaua, não mandava nada lá e quem mandava era ela; que DELÉSIA é Tuxaua da Comunidade LAMERO; Que o Declarante já solicitou da FUNAI por várias vezes a Declaração de Tuxaua, mas a FUNAI está fazendo discriminação e não está dando a Declaração aos TUXAUAS que pertencem à SODIUR; que já foram com GONÇALO várias vezes, mas ele não dá as declarações e não toma providências; que o Presidente da SODIUR, SILVIO DA SILVA, tem acompanhado os problemas de perto e vai junto com os indígenas na FUNAI e nos postos, mas nem assim estão sendo atendidos; que este problema é enfrentado somente pelos integrantes da SODIUR, pois os integrante do CIR estão recebendo a Declaração na hora, que isso tem causado revolta nos indígenas que já não suportam mais tanta humilhação; que a FUNAI e o CIR tem recebido dinheiro FEDERAL para suprir as necessidades das Comunidades Indígenas, mas não estão repassando remédios, alimentação, transporte, escola etc., não dão nada e não assistem as comunidades que pertencem à SODIUR; que muitas crianças estão sem alimentação, desnutridas; que os indígenas da SODIUR estão tão revoltados que já falam em confronto se não resolverem o problema, não vão mais correr ou se calar, agora vão lutar. E nada mais disse nem lhe foi perguntado”.




Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

quarta-feira, julho 28, 2010

FARRA DE SUPERSALÁRIOS FAZ MOTORISTA GANHAR R$ 16 MIL NO SENADO

recebido por e-mail - 27 jul 10




Enquanto isso, o salário mínimo ficou em R$510,00 por mês e para quem ganha acima desse valor, tiveram um "aumento" de 7.7%...Se isso acontecesse em outro país, que não exista um bolsa família de cerca de R$70,00 por "criança" até 17 anos, num total absurdo de 25 milhões de pessoas. com certeza teríamos uma REVOLUÇÃO SOCIAL!!!!! Entendam que se continuarmos nessa "politicagem maldita", acabaremos de vez com o trabalho e com o crescimento do indivíduo, pois, 1/4 da população já vive ás custas de quem trabalha e para religosamente seus impostos!...
Nada como a Copa do Mundo para encobrir ataque sorrateiro aos cofres públicos. Enquanto o País roia as unhas com o que rolava na África do Sul, o Senado Federal aprovou proposta de plano de carreira para seus 3.500 servidores que cria supersalários. Um motorista chegará a ganhar quase R$ 16 mil. O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados semana passada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até dia 28 para sancionar.


Veja as gratificações e para quanto devem ir os salários do Senado

Além de aumentar o vencimento básico entre 16% e 35%, o projeto mais que dobra a gratificação de atividade legislativa, cria novo bônus por desempenho e já promove funcionários empossados este ano.

O Senado pretende pagar a servidores de Nível Médio — como técnicos administrativos, de informática, de enfermagem, operadores de câmera, motoristas e agentes de segurança (chamados de policiais legislativos) — pelo menos R$ 14.365 por mês. Se a nova gratificação criada for paga integralmente, o valor chega a R$ 15.987, no mínimo.

Esse é o valor que os novatos, nomeados no início do ano, vão receber. Quem tem mais tempo de casa vai ganhar ainda mais (confira o valor por nível nas tabelas). Também estão nessa faixa salarial os motoristas da casa que foram reenquadrados como seguranças.

Os auxiliares da área gráfica, cargos de Nível Fundamental, passam a ganhar pelo menos R$ 13 mil. Os novos analistas legislativos, de Nível Superior — como advogados, jornalistas, analistas de sistemas, entre outros — receberão entre R$ 19.300 e R$ 21.700. Já os consultores passam a embolsar a partir de R$ 27 mil.

Na realidade, o salário é ainda maior, pois os valores só correspondem ao vencimento básico e gratificações do projeto aprovado, que valem para todos. Se o servidor, por exemplo, tiver cargo comissionado — quase todos — é mais dinheiro na conta. Dos 3.516 servidores efetivos, 3.228 ocupam funções comissionadas (FCs), que chegam a R$ 6.441.

Parte deles recebe ainda vantagens pessoais, como adicional por tempo de serviço. Um tremendo gol contra com o dinheiro público.

Votação apressada e sob críticas por falta de clareza

O projeto que reajusta os supersalários substituiu outro apresentado em agosto do ano passado, que era, na verdade, um cheque em branco. A proposta original que seria levada à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiria que a Comissão Diretora do Senado (formada por senadores) atualizasse o plano de carreira dos servidores da Casa como bem quisesse. Como alguns parlamentares chiaram, a direção do Senado correu atrás de substitutivo.

O texto da proposta de aumento não tem muita clareza: a linguagem é técnica, recheada de cálculos e remissões a tabelas e documentos anexos, dificultado o trabalho de quem deseja chegar aos novos valores.

Não há ainda nenhuma referência ao reajuste ou explicação sobre o que estava sendo proposto, como ocorreu com o projeto do Judiciário, que prevê aumento de 56%, que está na Câmara — outra exorbitância.

A primeira tentativa de se votar a proposta em plenário ocorreu em 20 de maio, após aprovação do plano dos servidores da Câmara dos Deputados. Mas o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) protestou dizendo que o reajuste “estava acima do razoável” e que não havia transparência, já que os cálculos das remunerações eram complexos.

A versão final do relator da proposta, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), foi apresentada aos colegas parlamentares a 24 horas da votação, dia 23, no meio da Copa do Mundo. Assim, o projeto passou pelo plenário sem que ninguém pudesse calcular o tamanho da mordida nos cofres públicos. Bola nas costas do contribuinte.

Benefícios vão valer para aposentados e pensionistas

Todos os reajustes previstos no projeto aprovado estendem-se aos aposentados e pensionistas do Senado. Eles abocanharão até a gratificação por desempenho que, em sua origem, é um bônus pago a quem está na ativa, trabalhando.

O plano é tão generoso que um terço dos 3.413 servidores efetivos aguarda apenas a sanção de Lula ao projeto para pedir aposentadoria, conforme informações obtidas por O DIA. Os 3 mil funcionários comissionados de gabinetes dos senadores, que entraram sem concurso, também terão reajuste.

Servidor pode ter 100% em bônus

Além de quase triplicar a gratificação de atividade legislativa e fixar o valor de função comissionada com base no maior padrão salarial do Senado (dos consultores), independentemente do nível em que está o servidor, outro ‘carrinho’ no bolso do contribuinte dado pelo projeto é a criação da gratificação por desempenho. O bônus nada mais é que a incorporação disfarçada das horas extras pagas de forma indiscriminada nos últimos anos, que foram objeto de críticas e denúncias.

O texto fala que a gratificação vai variar de 40% a 100%, mas, nos corredores do Senado, a informação unânime é que será paga integralmente. São os chefes que dirão o que merece cada servidor.

Pela proposta também aprovada na Câmara e que vai à sanção, os servidores já começam recebendo pelo menos 40% da gratificação a partir deste mês, com ou sem melhoria de desempenho. Em janeiro, se não for regulamentada, esse mínimo passa a 60%, com ou sem avaliação. Ou seja, os 40% são letra morta em 2011.


E A MP 2215/01, DOS MILITARES MOFANDO NAQUELA CASA.

Sobre o Consumo

Há muito tempo desejo escrever esse comentário. Como consumidor inserido e educado pelo sistema a bastante tempo tenho notado uma queda na qualidade dos produtos ofertados.
Como um exemplo cito a situação do leite. Lembro que apesar de pausterizado a bastante tempo o sabor do leite atualmente (se é que se pode chamar de leite o que nossas crianças tomam) de longe lembra o produto original, saido de nossas bacias leiteiras. Aliás, como os nossos criadores estão preocupadíssimos com nossa saúde e de seus animais, é claro, fazem uso de antibióticos para prevenir entre outras coisas a mastite. O interessante é que alguns produtos utilizados (não sei seu uso no Brasil, mas se nos EUA o DFA liberou idiotamente aqui também deve se fazer uso) para ampliar a produção de leite por parte das vacas, tem como efeito colateral a mastite.
Outro derivado do leite e que tem problema assemelhado é o requeijão. Lembro-em que na minha infância o requeijão tinha gosto de queijo e não essa massa branca como gosto indefinido que hoje consumimos.
Saindo do ramo alimentício, o papel higiênico teve mudanças interessantes. Reduziu-se o tamanho do rolo, mantendo-se o preço, ou seja, aumento do lucro. Para os desavisados que não observam a metragem no rolo é a festa da indústria. Então se fazem promoções com rolos de menor metragem e muitos entram nessa ciranda achando que estão economizando, quando na realidade estão é gastando mais.
O cotonete. A marca lider do mercado tinha como mote de suas propagandas no passado o fato do algodão de suas hastes não se soltarem. Hoje, que absurdo, rara é a haste em que isso não ocorre.
Aí pode-se pensar: são todos produtos de consumo do povão, então é por isso que ocorre tais situações. Mas, se pegarmos a situação da indústria automobilística (que não é voltada para o povão, basta ver o preço do carro popular no Brasil) vemos que os problemas são os mais variados possíveis. Quando por em risco de vida o usuário, as empresas fazem os famosos recall, solucionam o problema e tudo bem. Mas, se forem problemas menores, já vimos em diversos fóruns na internet reclamações de problemas os mais variados nos automóveis novos.
Vemos assim variados problemas, olha que nem falei da área de serviços como telefonia, internet a cabo, tv a cabo, etc.
Assim, ficamos nós, os consumidores, abandonados a própria sorte ou tentando fazer grupos de pressão que mudem essa situação.

Ditador José Serra

recebido por e-mail- 28 jul 10

O video (deve ter sido feito por um professor) retrata a situação dos professores durante o Governo José Serra.

terça-feira, julho 27, 2010

Coerente e Otimista

Esse é o título de entrevista à Armando Monteiro Filho na Carta da edição passada.
Não concordo com alguns pontos de vista, principalmente pela extrema parcialidade. Em primeiro em relação à Juscelino: realmente trouxe a indústria automobilística, mas também o mal do rodoviarismo que até hoje é um dos principais gargalos da infraestrutura nacional e consequente redução de competibililade do país no mercado global. Jango, como bom oligarca rural, não iria realizar as tais mudanças de base (tese já demonstrada por historiadores e não militares) tão belamente defendidas em diversos setores. Já os Governos Militares só merecem a crítica da ditadura, nada de desenvolvimento econômico e industrial.
Por sinal, é bom lembrar que as Ligas Camponesas surgiram em meio ao latifundios açucareiros de Pernambuco devido às más condições de vida dada aos trabalhadores rurais. Talvez daí venha o tratamento dos usineiros como leprosos como diz Armando Monteiro Filho, ou talvez venha dos sucessivos problemas com suas dívidas desde o lançamento do Próalcool, ou quem sabe, ambos.

Le président Karzaï accuse les forces internationales d’avoir tué 52 civils afghans

Me desculpem, mas outra que vai sem tradução. Quem tem o mozilla pode instalar o IM Translator como plugin que ele traduz o texto.

RFI - Article publié le : lundi 26 juillet 2010 - Dernière modification le : lundi 26 juillet 2010


Des soldats de l'Isaf combattaient des talibans dans le district de Sangin.
Des soldats de l'Isaf combattaient des talibans dans le district de Sangin.
RFI / Isabelle Artus
Par RFI

Le président afghan Hamid Karzaï a accusé lundi 26 juillet les forces internationales d'avoir attaqué un village à la roquette et tué 52 « civils innocents » dans la province du Helmand, bastion des talibans dans le sud de l'Afghanistan. Pour l'OTAN, ces accusations sont « complètement infondées ».

Des soldats de l'Isaf, la Force internationale sous l'égide de l'OTAN, étaient en train de mener des combats contre les talibans dans le district de Sangin. Selon le porte-parole du gouvernement afghan, une roquette de l'Isaf a détruit une maison dans laquelle de très nombreux civils s'étaient réfugiés. Des femmes et des enfants sont morts et Hamid Karzaï dénonce une bavure de l'Isaf. D'après le président afghan, « les forces de l'OTAN ont tué des civils innocents ».

Dans un premier temps, l'Isaf avait démenti toute implication dans ces pertes civiles. Son commandement a toutefois annoncé qu'il menait l'enquête. Mais visiblement cela ne suffit pas au président afghan.

Depuis 2001, toute une série de tirs accidentels ont fait des ravages parmi la population. En septembre 2009, par exemple, un bombardement de l'OTAN dans la province de Kunduz avait pris pour cible des civils par erreur. Il avait fait trente morts et provoqué la colère de la population locale.

Des bavures à répétition qui soulèvent la défiance des civils vis-à-vis de cette force internationale, qui était censée ramener la paix. De son côté, Hamid Karzaï redoute d'en subir les retombées. Il a donc pris l'habitude de prendre les devants et de renvoyer la balle dans le camp de l'Isaf.

A DISNEYLAND SOCIALISTA


Texto traduzido e enviado pela leitora Cristina Mestre:

"Reportagem de uma jornalista russa na Bielorrússia
No voo Moscovo – Minsk costumam dar jornais bielorrussos aos passageiros. Ao lê-los, mergulhamos num mundo fantástico de ordenhas e ordenhadoras, de heróis da produção agrícola, da luta pelas colheitas e pelo conhecimento, de êxitos desportivos e laborais.
Estes jornais alimentam-nos de moral em grandes doses. Na sociedade bielorrussa de gente boa também aparecem uns meliantes, condenados ao fracasso: uns burocratas maus, com os quais esta mesma sociedade leva a cabo uma permanente luta vitoriosa.
Não sei, de facto, que relação têm estes jornais com o jornalismo mas o facto é que acalmam espantosamente os nervos.
No mundo das futuras crises financeiras mundiais, os médicos deveriam receitar imprensa bielorrussa a todos os que estão aflitos, em vez de calmantes e soporíferos.
A Bielorrússia é a última ilusão de estabilidade e regresso da infância soviética, quando não havia publicidade nem engarrafamentos nas estradas, quando todos tinham a confiança tranquila que o futuro seria …igual ao presente.

Em frente rumo ao passado
No restaurante “Déjà vu”, no centro de Minsk, há esculturas de mármore de jovens comunistas com cornetas, vagueiam imponentes empregadas sonolentas, nas paredes estão pendurados retratos do Politburo e carpetes gastas (tal como na minha infância, quando colocar carpetes no chão era considerado um hábito burguês e uma bofetada à moral pública).
Os altifalantes difundem com entusiasmo: “Nada de tristezas, temos toda a vida pela frente!”. Parece que os bielorrussos não têm razões para estarem tristes. Têm um TSUM e um GUM, ruas de Lenine e de Karl Marx, avenidas largas e direitas. A criminalidade, pelos vistos, não existe: as crianças andam na rua até altas horas da noite. As pessoas são amigáveis e um bocado inibidas, os taxistas são bem-educados e dão troco de acordo com o taxímetro, os bêbados andam a direito, em geral mantendo a direcção, e não são brutos. As mulheres são moderadamente bonitas, os homens são moderadamente feios.
Pela discrição nas cores, pela fleuma e moderação no comportamento, a Bielorrússia está mais próxima da Europa do que a Rússia.
O lema do presidente “um prato de torresmos e um cálice de vodka” é rigorosamente respeitado: nas ruas não há mendigos e um naco de toucinho e um cálice de vodka estão garantidos a todos.
Acrescente-se a isso a natural sovinice camponesa dos bielorrussos. “Quando compro toucinho na loja, levo fresco e vez de salgado, que é mais barato, e salgo-o em casa”, explica-me uma minha conhecida. “Nós, bielorrussos somos poupados, gostamos de guardar coisas como os hamsters. Todos têm qualquer coisa escondida em casa para o que der e vier”.
A popular rede de lojas “Rubliovski”, que eu erradamente tomei por um oásis de luxo e produtos gourmet, está antes vocacionada para as pessoas que gostam de poupar. “Isto não é a vossa Rubliovka”, explicaram-me os bielorrussos ligeiramente ofendidos. “Rubliovka vem da palavra rublo. É uma loja para quem cada rublo conta”.
O bielorrusso não é só uma nacionalidade mas uma mentalidade.
“Trata-se de um fenómeno de um país de camponeses, ou melhor, de um país de camponeses migrantes não adaptados”, diz o politólogo bielorrusso Leonid Zaiko.
É daqui que vem a sua prudência de pessoas do campo, a capacidade de se adaptar a uma realidade pobre, a baixa emigração, a astúcia amenizada por uma gentileza faladora e uma irremediável hostilidade em relação a qualquer ideia revolucionária que tenham ouvido nos últimos 20 anos.
Em Moscovo há muito menos trabalhadores imigrantes bielorrussos do que tajiques, moldavos ou ucranianos.
Os bielorrussos ficaram presos à terra dos seus campos. Eles sentem nostalgia em relação ao seu passado soviético, basta-lhes o seu presente e têm medo do amanhã.
Neles está há muito tempo escondida uma desconfiança em relação ao enriquecimento rápido, aos novos-ricos. Não é tanto uma assumida consciência de classe mas sim uma secreta inveja de camponês. Quando há umas semanas, um carro velhinho embateu num Bentley em Minsk, os cidadãos viram-se a braços com um complexo sentimento: por um lado, orgulho de na Bielorrússia terem surgido os primeiros Bentley, por outro, o embate satisfez-lhes o seu sentido de justiça social (“é bem feito, para o Bentley não andar a fazer-se de fino!)
“No nosso país é indecente ser rico”, diz Viktor Lobkovich, um empresário local.
“Não se pode mostrar o dinheiro que tens: para quê irritar as pessoas? Aqui não há um fosso tão grande entre os pobres e os ricos, como na Rússia”.
“Então vocês gostam de serem todos nivelados?”, perguntei.
“Gostamos da estabilidade”.
“Estabilidade na pobreza?”
“Ainda que assim seja. Não temos pessoas MUITO pobres, mas também não há bielorrussos na Forbes.”
A elite russa gosta de ter o Abramovich, que pode comprar iates ou um submarino, gosta dos oligarcas”, diz o politólogo Leonid Zaiko. “Quando eu olho para essas caras tenho a impressão que estou no futebol: andam 20 jogadores no campo e os outros estão sentados a ver. Na Bielorrússia não há um único iate. É perigoso tê-los. Se alguém aparece com algum, o presidente “privatiza-o” logo e mete o dono na prisão. No nosso país gostam de prender as pessoas.
Se um empresário começa a ter dinheiro, é convidado para uma “conversa” com as autoridades locais e estas propõem-lhe afavelmente que patrocine alguma escola ou hospital (conforme os rendimentos).
Esta é uma proposta que pode ser recusada mas que é melhor não recusar já que na Bielorrússia há cerca de 70.000 leis e actas normativas e não será difícil encontrar uma razão para prender um empresário renitente.
O patrocínio é uma espécie de imposto moral: se tu tiveste sorte, faz favor de ajudar a sociedade.
“É mais fácil para mim dar uns computadores e equipamento desportivo todos os anos à escola, do que pôr em risco a minha liberdade”, explicou-me um empresário conhecido.
(continua)

http://kp.by/daily/24344/534140 "

E por aqui temos medo de taxar as grandes fortunas.