Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 22 de novembro de 2011.
A conclusão, óbvia, é que a Amazônia precisa ser internacionalizada para evitar que utilizemos os cursos de água daquela bacia hidrográfica para produzir energia e proporcionar o desenvolvimento daquela região em nosso benefício exclusivo. Então, para começar, é urgente impedir a construção das hidrelétricas, enviando seguidas delegações de notáveis que se prestem a fazer o ridículo papel de defensores de etnias das quais mal conhecem a designação correta e certamente desconhecem a localização das aldeias (alguns acreditam que se trata de remanescentes de tribos astecas…).
(Antonio Delfim Neto - Revista Carta Capital)
As inúmeras manifestações de personalidades tanto estrangeiras como nacionais e de alienados artistas globais sobre a construção da Hidrelétrica de Belo Monte fizeram minha mente madrugar no passado. No longínquo pretérito, o escritor Gastão Cruls dissertava sobre a região sem nuca tê-la conhecido pessoalmente baseando-se apenas em relatos e vivências de outros pesquisadores.
Veja: http://www.youtube.com/watch?v=TWWwfL66MPs
– A Amazônia que eu vi
O escritor Gastão Cruls procurava retratar, nas suas obras, a vida brasileira, em especial a realidade Amazônica. Seu romance “A Amazônia Misteriosa” e a “Hiléia Amazônica” tinham como cenário a Região Norte do país, ainda desconhecida pessoalmente pelo autor. Em 1928, porém, Cruls resolveu conhecê-la acompanhando a expedição do General Rondon, que subiu o Rio Cuminá até os campos do Tumucumaque, nos idos de 1928 e 1929, e que resultou no épico “A Amazônia que eu vi”. Os relatos em forma de diário são ricos e encantadores, trazem à baila o conhecimento nativo e retratam a beleza da Hiléia captada pela retina, retratada fielmente pela pena do inspirado escritor como nenhum pesquisador ou naturalista estrangeiro teve a capacidade de fazer antes dele. Gastão precisou vê-la “in loco” para captar sua essência, sua magia, suas carências, seus mistérios e suas riquezas.
– Uma Hidrelétrica de “Fio D’água”
Belo Monte foi planejada para gerar no pico cerca de 11 mil MW e como energia firme, média, cerca de 4 mil MW. Esta diferença visa gerar energia de forma constante com baixa impacto socioambiental e com a menor área alagada possível, que é o reservatório com 516 km2. Belo Monte é uma hidrelétrica de “fio d’água”, porque a produção de energia é proporcional à vazão natural do rio.
Veja: http://www.youtube.com/watch?v=Yb1WaWOw11c&feature=player_embedded#!
– Belo Monte e os Covardes “Inocentes Úteis”
Em fevereiro de 1989, o então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, ganhou destaque internacional ao ser ameaçado com um facão pela índia kaiapó Tuíra no “I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu”, em Altamira. A imagem de Muniz Lopes com o facão no rosto ganhou destaque internacional e fez com que o Banco Mundial (BIRD), pressionado pelas Organizações Ambientalistas Internacionais, retirasse seu apoio financeiro ao projeto.
Em maio de 2008, o engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernando Rezende, coordenador dos estudos de inventário da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, foi a Altamira, convidado pelos organizadores do “Encontro Xingu Vivo para Sempre” para apresentar os estudos que estão sendo feitos sobre aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte. O encontro foi organizado pela Arquidiocese de Altamira e teve a participação de aproximadamente duas mil e quinhentas pessoas, entre representantes de populações indígenas e ribeirinhas, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e pesquisadores que discutiram projetos hidrelétricos e seus impactos na Bacia do Rio Xingu.
Esse engenheiro, ele chegou, foi, explicou muita coisa diferente, muito mal. Ele agrediu os kayapós, ele agrediu o pessoal ali no evento. Engenheiro falou coisa mal demais e nós não entendeu. Eu peguei na camisa dele, rasguei a camisa, eu sabendo que ele tava muito mal, falando da FUNAI, falando nos índios, índio não é assim, que temos que aceitar a barragem. Eu briguei, tirei a camisa. (Ireô)
Após ter realizado sua apresentação o engenheiro Rezende estava assistindo a exposição do terceiro palestrante quando um grupo de índios o puxou pela camisa e o derrubou no chão e começou a golpeá-lo com bordunas e facões até ser cortado por um deles.
Veja: http://www.youtube.com/watch?v=LqI944vpZQw
– Belo Monte, a Energia do Futuro
A Região Amazônica precisa de energia limpa e renovável com o menor custo para a sociedade para seu desenvolvimento sustentável. O projeto da hidrelétrica de Belo Monte é, sem dúvida, uma das melhores opções para a ampliação do parque energético brasileiro, pois além de ser capaz de produzir grande quantidade de energia permitirá a integração com o sistema elétrico nacional reforçando a transferência de energia entre as várias regiões aumentando a oferta de energia e a segurança do sistema elétrico.
Os linhões que estão sendo construídos para levar energia de Tucuruí até Manaus serão aproveitados por Belo Monte, também, permitindo que a bauxita extraída no Porto Trombetas e Juriti seja processada, e em vez, de vendedores terceiro-mundistas de matéria prima nos tornaremos exportadores de alumínio. A energia propiciará mais conforto aos ribeirinhos, mais eficiência aos hospitais e escolas, mais segurança, mas isso não interessa aos talibazinhos verdes que usam roupas de grife e são pagos por Organizações que costumam rasgar ou tripudiar nosso pavilhão verde-amarelo. Aqueles que condenam Belo Monte se deixam arrastar pelas cantilenas das ONGs e missionários estrangeiros que não tem interesse que suas ovelhas tenham acesso à modernidade e tenham a oportunidade de melhorar de vida e de se livrar de seu jugo.
– Quebram-se Ovos para se fazer um Omelete
Felizmente o governo abandonou sua surrada cartilha ambientalista e está construindo as tão necessárias Hidrelétricas no Xingu, Madeira e planejando as do Tapajós. Deixando de lado estes projetos o governo estaria mergulhando o país na estagnação. A falta de investimentos de toda ordem gerariam, sem dúvida, a curto prazo o desemprego e o caos se instalaria. É muito fácil condenar projetos de infra-estrutura tão necessários quando se mora em regiões mais desenvolvidas onde o acesso ao conforto e à modernidade faz parte do dia-a-dia de todos. É preciso conhecer a realidade da Amazônia e do Brasil para não se entregar a movimentos hipócritas dos que não se interessam pelo futuro de nossa gente e de nossa nação. Aos abutres estrangeiros interessa o engessamento da região para que em caso de necessidade dela se sirvam como lhes aprouver, sem resistência nem luta.
– Livro
O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Vice-Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional