"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, maio 27, 2014

Guia rápido dos partidos que querem teu voto em 2014

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As eleições constituem um momento em que as elites buscam canalizar o descontentamento da população para eleger aqueles que vão aumentar seus problemas, já que todo o processo é coordenado para tudo continuar como está. Ou piorar. São os partidos tradicionais que vão realizar o governo dos sonhos dos donos do capital, enriquecendo os mais ricos e perseguindo os movimentos sociais. Os partidos de contraponto são controlados para não disputar as eleições em igualdade de condições. Vejamos algumas dessas siglas que vão concorrer em 2014.

PT (Partido dos Trabalhadores) - Partido que hoje cede migalhas para o povo e abre os cofres para os banqueiros. Basta lembrar que quase a metade da arrecadação de tributos vai para o pagamento da dívida pública.

PMDB - Partido de fachada que, haja o que houver, está sempre no governo para sugar tudo o que pode. Tem o vice-presidente e o presidente do Senado, que já foi cassado por corrupção.
PSDB - Partido que já quebrou o Brasil e entregou o patrimônio público para o setor privado. Estrela? FHC.

Democratas (Dem) - Antigo PFL posando de moderno. Capitalista e direita até a medula, é caricato no discurso.

PSB - Partido da Boquinha, gosta de cargos como formiga de açúcar. Adora fazer parte dos governos, mas pula fora do barco quando a coisa encrespa, pois não vive sem CCs.

PC do B - É o PFL da “esquerda”. Faz um discurso dito socialista com silogismos simplórios para amealhar
cargos e benesses. Aliado que oferecer cargos passa a ser um democrata.

PPB - Antiga Arena, organiza a direita saudosa da ditadura. Foi para eles que Chico Buarque escreveu “Apesar de você”. Torturadores honorários.

PSol - Partido anticapitalista, tem sido no Congresso Nacional a voz dos movimentos populares. Boa opção para não se arrepender do voto.

PSTU - Partido coerente. Mantido pelos seus militantes, não aceita doação de empresas. Não prioriza eleições, mas participa. Boa opção de esquerda.
 
Não concordo com a situação do PSol, me lembro da Luciana Genro recebendo dinheiro para a campanha vindo do Gerdau. Não é bem assim a coisa...

EM TEMPOS DE COPA DO MUNDO


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Um desabafo contra a indiferença estatal

 Hoje perdi a paciência.


Falando com um amigo cujo filho sofre de leucemia e que, portanto, frequenta os corredores dos hospitais, tomei conhecimento da terrível rotina das crianças que fazem tratamento contra a doença, num sofrimento atroz que poderia ser minimizado com um ou dois por cento de qualquer uma das roubalheiras de dinheiro público que são do conhecimento de todos.

Por exemplo, crianças com leucemia, tratadas pelo SUS, fazem frequentes punções na coluna cervical, com aguhas idênticas aquelas que são utilizaas para anestesia peridural (grossas e enormes). A dor é insuportável. Quando a família possui meios, o tratamento é feito com anestesia. Quando não possui, colocam a criança em posição de “conchinha” e aplicam a injeção entre as vértebras, a seco. Esses pequenos tremem só de pensar que o horário da injeção se aproxima.

O Brasil não tem dinheiro para comprar anestesia para essas crianças, e entende que é suficiente dar-lhes o
tratamento básico. Ora, por respeito aos meus amigos, que são dos mais diversos partidos, nunca postei por aqui nada que pudesse indicar uma crítica ou apoio em relação a políticos oposicionistas ou situacionistas.

Assisti em silêncio, como um velho monge zen-budista, tudo o se disse sobre mensalão, superfaturamento das obras do metro de São Paulo (425 milhões), superfaturamento da refinaria de Pasadena (1 bilhão de dólares), superfaturamento das obras do estádio Mané Garrincha ( 430 milhões), empréstimos de dinheiro público para Cuba, Copa do Mundo para aparentar sermos o país que não somos e por aí vai.

Pois bem, quando ninguém estiver olhando nem ouvindo, quando os que roubam e, principalmente, os que os apoiam, estiverem a sós com seus pensamentos e não pensando no dinheiro, na eleição, no partido, nos seus carguinhos em comissão ou na ideologia (de esquerda ou de direita) que a dor dessas crianças seja insignificante, diante da dor das suas consciências.

(Raimar Machado é advogado e professor universitário)

Além dos vencimentos de até R$ 40 mil, médicos do Senado recebem verba do Congresso para atender servidores em suas clínicas particulares

recebido por e-mail - 26 mai 2014

 
Josie Jeronimo
CARO E POUCO EFICIENTE
O hospital do Senado, que ocupa uma área de 2.500 metros quadrados, não
atende nem 5 mil pessoas por mês e custa ao contribuinte R$ 5 milhões por ano
Há três anos, em meio ao escândalo dos atos secretos, o presidente do Senado, José Sarney, contratou uma auditoria da Fundação Getulio Vargas (FGV) para melhorar a gestão. Em seu relatório, os auditores propuseram várias medidas saneadoras. Entre elas, a extinção do Departamento Médico do Senado, considerado pouco eficiente ante a estrutura semelhante à de um hospital de pequeno porte. O relatório da FGV foi para a gaveta e, em vez de ser extinto, o serviço cresceu. Este ano, mais dez médicos passaram a integrar o corpo de 103 funcionários concursados. Esses profissionais, que trabalham quatro horas por dia, em plantões montados de acordo com o tempo livre de cada um, embolsam mensalmente uma média de R$ 20,9 mil. Em alguns casos, o salário pode chegar a R$ 40 mil, somado a gratificações pouco justificáveis. Não bastasse toda a mordomia, ISTOÉ descobriu que vários desses médicos, além dos vencimentos oficiais, também recebem como terceirizados do próprio Senado.
A terceirização funciona da seguinte maneira: uma insuspeita entidade de classe denominada Associação dos Médicos de Hospitais Privados do Distrito Federal recebe do Senado e repassa os valores para as clínicas onde trabalham os médicos do próprio Senado. Em 2011, a entidade fechou contrato com a Casa parlamentar no valor de R$ 55 milhões para “intermediação no pagamento dos honorários relativos à prestação de serviços complementares à saúde, aos beneficiários do plano de assistência do Senado”. O contrato foi feito sem licitaç&ati lde;o.
A Associação funciona numa sala de um centro hospitalar próximo das clínicas onde os médicos trabalham após o expediente no Senado. Muitos de seus clientes na rede privada são servidores que eles atendem no Senado e encaminham para uma segunda consulta e determinado tratamento. ISTOÉ visitou as clínicas e acompanhou o entra e sai de pacientes. Ao menos dez dos 48 médicos em exercício no Senado têm centros de saúde registrados no próprio nome. Desses, seis estão na lista dos “conveniados” da Associação de Médicos Privados do Distrito Federal. Um deles é Átila Cesetti, servidor do Senado e dono da clínica ProCardíaco. O médico está na lista dos prestadores de serviço da Associação. Ele cumpre sua enxuta carga horária no hospital do Senado e atende em sua clínica da Asa Sul. Em outubro, além do salário de R$ 42 mil com gratificações, Cesetti também embolsou os lucros da clínica.
LUCRO DOBRADO
A clínica ProCardíaco, que recebe como conveniada do Senado, tem como dono o
servidor Átila Cesetti. Médico do próprio Senado, Cesetti ganha salário de R$ 42 mil mensais
Os valores que a Associação dos Médicos de Hospitais Privados paga a ele e a outros colegas não são públicos, embora o dinheiro que abasteça sua conta venha do Senado. Para receber os honorários, as clínicas encaminham à entidade “cheques-consulta” que descrevem a especialidade e o valor do atendimento, mas o Senado não tem acesso a esses valores e só presta conta dos recursos globais que repassa à associação. Os beneficiados na transação da subcontratação também permanecem ocultos. No mesmo centro clínico da Asa Sul também funciona a empresa médica do servidor César Luiz Gonzalez. Assim como Átila, Gonzalez recebeu R$ 42 mil em vencimentos do Senado, em outubro, e turbinou o salário com honor& aacute;rios recebidos por meio do convênio de sua clínica, a Cardiocare, com a Associação.
Duas unidades médicas dos funcionários operam no Sudoeste, outro bairro nobre de Brasília. Uma delas pertence ao médico Cantídio Lima Vieira. Ele tem participação em mais quatro clínicas. Duas delas, a Policlínica Planalto e a Cordis são prestadoras de serviço da mesma associação de médicos contratada pelo Senado. Em outubro, o servidor-empresário recebeu R$ 20,9 mil de salário mais R$ 4,8 mil em gratificações, fora a remuneração das clínicas. Há ainda aqueles que mantêm contrato direto como prestadores de serviço da associação, sem vínculo com empresa, como o médico Paulo Nery Teixeira Rosa.
Uma característica comum aos integrantes do serviç o médico do Senado, chamados de “marajás” nos corredores da Casa, é a antiguidade no serviço público. A maioria tem mais 15 anos de Casa, com exceção de Gustavo Korst Fagundes, que entrou no concurso deste ano e engorda seu contra-cheque de R$ 16,7 mil com a atividade médica complementar da associação. ISTOÉ procurou o servidor no serviço de atendimento da Casa e foi informado pelas atendentes do ho spital do Senado que o urologista dá consulta das 9h às 12h, diariamente. Fagundes é sócio da clínica Serviço Brasiliense de Urologia. Em março de 2011, a Casa assinou contrato no valor de R$ 80 mil com a clínica de Fagundes. O valor também é pago por meio dos chamados cheques-consulta, emitidos de acordo com a demanda de beneficiários do plano de saúde do Senado.
O BENEFICIÁRIO
O médico Cantídio Lima Vieira é sócio de
duas clínicas que prestam serviço ao Senado
Em nota, o Senado confirma que “possui alguns servidores, na área médica de especialização, que exercem atividade laboral em clínicas conveniadas com o SIS”, sem sobreposição da jornada de trabalho. Diz ainda a nota “que os profissionais de saúde do Serviço Médico do Senado estão impedidos de atender pacientes, pelo SIS, em clínicas particulares”.
Quem visita o Departamento Médico do Senado encontra um local sem filas. Segundo a auditoria da FGV de 2009, a média de atendimentos não chega a cinco mil por mês. Uma UPA, que possui metade do corpo de funcionários, atende 25 mil pacientes no mesmo período. O hospital do Senado ocupa uma área de 2.500 metros quadrados e sua estrutura custa ao contribuinte R$ 5 milhões por ano. Pelo estudo, o grosso da demanda dos mais de 25 mil beneficiários do plano de saúde da Casa acaba sendo suprido pela rede hospitalar privada, paga com o fundo do Sistema Integrado de Saúde do órgão legislativo. O maior sintoma da ineficiência do serviço médico é o volume de gastos com reembolso de despesas dos parlamentares com hospitais particulares. Os senadores não utilizam os serviços do hospital da Casa e apresentam R$ 60 milhões em notas de ressarcimento por ano. O orçamento para despesas médicas dos parlamentares, servidores, aposentados e dependentes chega a R$ 105 milhões anuais.

Sugiro a Globo fazer uma reportagem para o Fantástico sobre esse tipo de situação que deve se repetir em outras esferas. Falar de filas no SUS é fácil, mas e as filas de atendimento para pacientes de convênios particulares? Alguém já viu médico, mesmo se pagando particular, atender no horário?