"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, maio 24, 2011

Deputados vazam que Palocci operou a fusão Itaú-Unibanco e favoreceu dezenas de empresas

Alerta Total - quarta-feira, 18 de maio de 2011

Edição do Alerta Total – http://www.alertatotal.net
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Por Jorge Serrão
Exclusivo - Em absoluto sigilo, o médico, ex-ministro da Fazenda de Lula e deputado federal Antônio Palocci Filho foi um dos “cirurgiões” contratados e muito bem pagos para coordenar a complicadíssima fusão entre os bancos Itaú e Unibanco, em novembro de 2008. A empresa de Palocci – com todo o conhecimento do ex-governador José Serra – também prestou serviços às empreiteiras que atuaram na obra do Rodoanel, em São Paulo. A consultoria de Palocci tinha (ou tem?) parcerias com o advogado e também consultor José Dirceu – também ex-ministro da Casa Civil, até o ser derrubado pelo escândalo do mensalão.

Mas esses foram apenas dois entre as dezenas de trabalhos de Palocci que fizeram sua empresa Projeto Consultoria, Planejamento e Eventos Ltda arrecadar – pelo menos oficialmente - R$ 7,4 milhões, desde 2006. Deputados de oposição vazaram para alguns jornalistas, ontem à noite, a lista de empresas para quem o atual ministro-chefe da Casa Civil trabalhou (ou ainda trabalha?). Os sigilosos contratos de Palocci foram (ou são) com as maiores empresas que atuam no Brasil. Por isso, pode ser ainda maior que 20 vezes o surpreendente crescimento de seu patrimônio pessoal, nos últimos quatro anos.

Na inconfidência cometida por deputados, Palocci prestou assessoria internacional para as Organizações Globo. Palocci é um dos principais tocadores da Operação Copa do Mundo, junto com o companheiro José Dirceu. Também pilota, pessoalmente, o modelo de concessão de áreas dos aeroportos. Ele e Dirceu prestam consultorias para grandes empresas na área de telecomunicações. O agora revelado poder de relacionamento empresarial de Palocci explica por que Henrique Meirelles preferiu tirar o corpo fora do governo.

A lista vazada do portifólio de Palocci é longa. Além do Itaú-Unibanco, na área financeira, o principal ministro de Dilma Rousseff trabalhou para a Bradesco Holding. Até a EBX do bilionário Eike Batista usou os bons serviços do “doutor” Palocci. A Petrobrás e a Vale também usaram os sigilosos serviços do ilustre consultor. Tamanho prestígio indica que o verdadeiro fiador e articulador econômico-financeiro da eleição de Dilma Rousseff foi Palocci – e não o ex-presidente Lula

Além das empresas já citadas, foram clientes de Palocci, na versão vazada pelos deputados, que um repórter de um grande jornal gaúcho e uma famosa colunista das Organizações Globo preferiram não divulgar, pelo menos por enquanto: Pão de Açúcar, Íbis, LG, Samsung, Claro-Embratel, TIM, Oi, Sadia Holding, Embraer Holding, Dafra, Hyundai Naval, Halliburton, Volkswagen, Gol, Toyota, Azul, Vinícola Aurora, Siemens, Royal (transatlânticos).
O troco

Deputados vazaram a lista de clientes sigilosos de Palocci em retaliação ao conteúdo do e-mail enviado ontem pela Casa Civil, falando em nome do ministro, aos líderes partidários.

A bronca foi com um item da nota oficial alegando que a nota que “o ministro não manteve nenhuma atividade vedada quando era deputado e que 273 deputados federais e senadores da atual legislatura são sócios de estabelecimentos comercial, industrial, de prestação de serviços ou de atividade rural".

A nota também irritou Pedro Malan, Armínio Fraga, Henrique Meirelles, Persio Arida, Mailson da Nóbrega e André Lara Rezende – citados como pessoas que viraram banqueiros e consultores de prestígio quando deixaram o governo federal.
A notinha, por favor

Palocci esclareceu que todas informações sobre seu patrimônio estão na sua declaração de renda de pessoa física e que todos os dados fiscais e contábeis da empresa Projeto são enviados regularmente à Receita Federal:

“Não há nenhuma vedação que parlamentares exerçam atividade empresarial, como o atesta a grande presença de advogados, pecuaristas e industriais no Congresso. Levantamento recente mostrou que 273 deputados federais e senadores da atual legislatura são sócios de estabelecimentos comercial, industrial, de prestação de serviços ou de atividade rural”.
“No mercado de capitais e em outros setores, a passagem por Ministério da Fazenda, BNDES ou Banco Central proporciona uma experiência única que dá enorme valor a estes profissionais mo mercado. Não por outra razão, muitos se tornaram em poucos anos, banqueiros como os ex. Pres. do BACEN e BNDES Pérsio Arida e André Lara Rezende, diretores de instituições financeiras como o ex-ministro Pedro Malan ou consultores de prestígio como ex-ministro Mailson da Nóbrega”.

“Muitos Ministros importantes também fizeram o percurso inverso, vieram do setor privado para o governo, tomando as precauções devidas para evitar conflitos de interesse, como o ex-ministro Alcides Tápias, ex-diretor de importante instituição financeira, os ex-presidentes do BC Armínio Fraga, antes gestor de um grande fundo de investimentos internacional e Henrique Meirelles, com longa trajetória no mercado financeiro. Os mecanismos utilizados pelo ministro Palocci para impedir qualquer conflito de interesses foram os mesmos adotados pelos citados”.
Imobiliária Palocci

A nota da Casa Civil alega que hoje a empresa de Palocci “tem como única finalidade a administração de seus dois imóveis em São Paulo”:

“O objeto social da sociedade foi modificado antes da posse como Ministro para vedar qualquer prestação de serviço que implique conflito de interesse com o exercício de cargo público, nos termos da legislação vigente”.

“A gestão dos recursos financeiros da empresa foi transferida a uma gestora de recursos, que tem autonomia contratual para realizar aplicações e resgates, de modo a evitar conflito de interesse”.
Pequeno governo, grandes negócios

Reportagem de Leandro Colon, no Estadão de hoje, revela que cinco ministros de Dilma mantêm consultorias ativas em pleno exercício do cargo:

Fernando Pimentel (Desenvolvimento), José Eduardo Martins Cardoso (Justiça), Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), Leônidas Cristino (Portos) e Fernando Bezerra Coelho (Integração).

As empresas deles continuam atuando no ramo de “consultoria em gestão empresarial”.

Quem matou o facínora?

carta capital - 20 de maio de 2011 às 16:28h

Naquele que viria a ser o seu último grande western, John Ford conta a história de um velho senador, Rance Stoddard (encarnado por James Stewart), que, acompanhado da esposa, Hallie (Vera Miles), viaja rumo a uma cidadezinha do Oeste americano para poder prestar a última homenagem a um velho amigo, recém-falecido, Tom Doniphon (John Wayne).
O filme logo nos transpõe, em um longo flash-back, para um período já distante, em que o então jovem advogado e futuro senador Stoddard, um tipo suave e urbano, chega ao vilarejo e conhece a bela Hallie, com quem viria mais tarde a se casar, mas que na época era a paquera de Tom, um sujeito rude, mas de bom caráter.
A rivalidade pela mocinha entre o brando e intelectualizado (para os padrões locais, bem entendido) Stewart e o caubói machão, vivido por Wayne, é sempre um subtema do filme, mas o verdadeiro enredo gira em torno da prepotência de um malfeitor que domina a cidade, Liberty (!) Valance.
Em razão de peripécias várias, em que questões de representação popular e liberdade de imprensa estão, de algum modo, envolvidas, o pacato Rance Stoddard é levado a um duelo com o violento Liberty. A cidade aguarda, aterrorizada, a morte certa do bom moço. Mas, miraculosamente, é ele quem mata o bandido e liberta os habitantes de um agente do mal.
Voltando à época atual, um velho jornalista (que fora ele próprio agredido e humilhado pelo bandido) conta a um foca a verdadeira versão. Não fora o mocinho da fita, mas o grosseiro, ainda que de boa índole, Tom (Os Brutos Também Amam, como filosoficamente afirmou o título em português de outro western famoso) quem, num misto de amor e desprendimento, além é claro de um sentido de defesa do bem comum, abatera o facínora. E o fizera escondido.
Diante da revelação inesperada, o jovem repórter, com seu zelo profissional pela verdade e a pureza da idade, pergunta se o público não teria o direito de conhecer os fatos tais como ocorreram, ainda que isso viesse a empanar o brilho da carreira do bem-sucedido senador, cujos primeiros passos estiveram ligados à improvável façanha. Ao que seu experiente colega responde, com proficiência paternal: “No Velho Oeste, há uma regra: quando o fato vira lenda, publique-se a lenda”.
O clássico de John Ford é uma metáfora quase perfeita de vários dos aspectos que cercaram a morte do arquiterrorista Osama bin Laden. Talvez a principal diferença seja a de que o personagem vivido por Lee Marvin (cuja curiosa alcunha era “liberdade”) estava armado e chegou a sacar do revólver. Entre os paralelos, o que mais salta aos olhos é a convicção de que a verdadeira justiça dispensa as formalidades de um julgamento.
Os bons e os justos sabem que o são, nasceram com essas virtudes, e o seu julgamento não falha: sabem também onde está o bem e onde está o mal. Não padecem de dúvidas hamletianas sobre a complexidade da existência humana. Rance Stoddard não o fez, mas poderia perfeitamente dizer depois de ter matado o facínora Valance (segundo ele cria, naquele momento): “Justice is done”. Ou, justiça foi feita. Seguramente foi esse o pensamento de todos os habitantes da cidadezinha de uma região onde não havia lugar para a ambiguidade moral (ou para uma “moral da ambiguidade”, como diria Simone de Beauvoir).
Tampouco deixa de chamar a atenção de quem acompanhou as reações iniciais ao momentoso feito, a questão, colocada de maneira talvez mais sutil, sobre quem foi o verdadeiro autor da façanha: o urbano, suave e pacifista presidente atual ou seu antecessor, cujo estilo e ideias, digamos assim, estavam mais próximos (até em razão de sua origem) do Velho Oeste. Quem foi o responsável pelo início da caçada, quem determinou ou aprovou os procedimentos ampliados ou aprimorados (enhanced) de investigação? E quem foi que disse, em tom de quem sabe perseguir uma causa justa, “nós o arrancaremos de sua toca” (we will smoke him out).
Tudo isso parece irrelevante quando o secretário-geral da ONU sacramenta do alto de sua autoridade moral de representante da Comunidade das Nações a ideia de que a justiça foi feita. Se for assim, pode alguém ingenuamente perguntar-se: para que tantos tribunais internacionais, tantos conselhos e comissões, já que a justiça pode ser obtida de forma tão mais simples e barata?
Em suma, para que relatores especiais sobre execução sumária, quando na verdade quem determina se um ato foi uma execução sumária ou a efetivação da justiça (natural, divina?) é seu próprio autor? Não entremos na discussão sobre a legalidade das ações recentes, à luz da Carta da ONU, da integridade territorial dos Estados ou das resoluções do Conselho de Segurança.
Supor que o direito à legítima defesa, para legitimar um ato praticado dez anos depois do que deu origem à reação, é esticar a corda um pouco demais. Como também é zombar da inteligência mesmo dos mais tolos e ingênuos sustentar que uma pessoa vivendo isolada do mundo, com algumas mulheres e filhos (e aparentemente se deleitando com filmes pornográficos), sem telefone ou internet, continuava a controlar a elaboração e execução de ações terroristas de alguma envergadura.
Certamente, ninguém, salvo os familiares mais próximos e alguns fanáticos, vai chorar a morte de Bin Laden. “O mundo tornou-se um lugar melhor com seu desaparecimento”, poderá alegar-se, o que de resto é verdade em relação a muitas outras pessoas, que nem por isso são abatidas sumariamente.
O que está em jogo são procedimentos de justiça interna e internacional, aquilo que os anglo-saxões chamam de due process. Com tantas outras situações no mundo, em que o vilão pode ser posto para correr (ou morrer), há razões para temer que o dito comum no faroeste sobre ladrões de gado passe a ser uma norma não escrita do Direito Internacional: “Enforque-se o cara, depois deem a ele um julgamento justo”.
Neste caso, aliás, a julgar pelo segredo em torno das fotos e a liberação altamente seletiva das informações, nem mesmo esse tipo de justiça póstuma deve ser esperada.

Celso Amorim

Celso Amorim é ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula. Formado em 1965 pelo Instituto Rio Branco, fez pós-graduação em Relações Internacionais na Academia Diplomática de Viena, em 1967. Entre inúmeros outros cargos públicos, Amorim foi ministro das Relações Exteriores no governo Itamar Franco entre 1993 e 1995. Depois, no governo Fernando Henrique, assumiu a Chefia da Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas e em seguida foi o chefe da missão brasileira na Organização Mundial do Comércio. Em 2001, foi embaixador em Londres.

Antonio Palocci

 retirado do wikipedia

Francenildo Santos Costa (ou "Nildo") é um caseiro brasileiro, que obteve notoriedade ao dizer publicamente ter visto o então Ministro da Fazenda Antonio Palocci freqüentar habitualmente uma determinada mansão em Brasília, coisa que o ministro negava com veemência perante a opinião pública e a imprensa.
No local, conforme narrou Francenildo, teriam ocorrido reuniões, churrascos e festas com a presença de garotas de programa, das quais participavam o ministro (que, segundo o caseiro, tinha o apelido de "Chefe") e os seus ex-assessores da prefeitura de Ribeirão Preto, com o suposto objetivo de se fecharem negócios considerados suspeitos e procederem à divisão do dinheiro relativo a tais negócios.
Aos depoimentos de Francenildo perante a imprensa e a Polícia Federal seguiram-se um polêmico indiciamento por lavagem de dinheiro (já arquivado), tido por certos analistas como meio velado de pressão do governo do PT sobre uma testemunha julgada perigosa, além da muito comentada quebra do sigilo bancário do caseiro, que divulgou para a Revista Época extratos bancários sigilosos nos quais constavam certos depósitos em dinheiro. Aventou-se que tais recursos poderiam ter sido pagos ao caseiro pela oposição ao governo federal, mas logo após foi esclarecido que o dinheiro vinha do pai biológico de Francenildo.
Os testemunhos de Francenildo e o envolvimento direto de Antonio Palocci e de seus assesores na quebra do sigilo bancário do caseiro foram a principal causa da demissão do mesmo, no dia 29 de março, de 2006. No episódio, também perdeu o cargo o então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, tido como co-responsável pela quebra do sigilo.
O caseiro é tido por certos analistas como exemplo de pessoas de condição social e cultural baixa que colaboraram decisivamente para investigações no Brasil, a exemplo do que já tinha feito o motorista Eriberto França, nos anos 90, durante a investigação que resultou no impeachment de Fernando Collor.

Outro lado

A Caixa alegou ter havido regularidade e legitimidade no episódio da quebra do sigilo bancário de Francenildo.
A Caixa apresentou contestação nos autos da ação ajuizada pelo senhor Francenildo dos Santos Costa, demonstrando a regularidade e legitimidade de todos os procedimentos adotados no âmbito da instituição em relação ao senhor Francenildo. O juiz da causa promoveu duas audiências de conciliação e também concedeu prazos visando à composição amigável entres as partes, iniciativas que resultaram infrutíferas, tendo em vista que Francenildo e seu advogado não aceitaram as propostas da Caixa.

Mais um belo exemplo do crescimento democrático do país. Que soltem-se os rojões para festejar nosso ganho político com esses 26 anos de democracia. Pois, durante os 20 anos dos Governos Militares, com toda certeza, os desvios de conduta da classe politica dirigente do país seriam muito mais brandamente tratados ,e não com o rigor que hoje nossos tribunais e seus parceiros os julgam.

segunda-feira, maio 23, 2011

O Caso da Máfia do Tylenol

 


Retirado do PHARMAGOSSIP
O Livro “The Tylenol Mafia" de Scott Bartz


Hoje, a Associated Press e  as grandes apresentadoras de notícias relataram  que o FBI está trabalhando para coletar amostras de DNA de Ted Kaczynski, o Unabombernuma tentativa de ligá-lo  aos assassinatos da Tylenol Cyanide Johnson & Johnson de 1.982.
Em 09 de maio Ted Kaczynski, apresentou uma moção para impedir a coleta de seu DNA. Esta é uma excelente forma de agitar a mídia com um caso do arquivo morto para recolher o DNA  de Kaczynski, numa tentativa de ligá-lo a tais assassinatos. 
(Isto é semelhante à obtenção de amostras de DNA de Kaczynski para colocá-lo sobre o montinho de grama naquele fatídico dia de novembro de 63 em Dallas.)
Então por que agora? Porque isso está acontecendo? Antes de eu chegar ao "Porquê " Eu vou mostrar a você o que a mídia não mostrou. Preste muita atenção aqui. 
Além da quantidade de propaganda dos medicamentos na televisão, a mídia tem laços profundos com os grandes laboratorios (big pharma), principalmente com o fabricante do Tylenol, a Johnson &Johnson.
A conexão é a “Família Burke". Durante os assassinatos  Tylenol, BURKE JAMES era o presidente da Johnson & Johnson.
No Conselho de Administração da Johnson & Johnson tinha um homem chamado Thomas Murphy. Que foi também o presidente da Capital Cities que comprou a ABC em 1985.
James Burke tinha um ás na manga para assegurar que os meios de comunicação papagaiassem a Teoria Aprovada pela Johnson & Johnson  dos assassinatos Tylenol, a linha que se tornaria a "história oficial" e não foi por acaso, que justamente seu colega de Harvard e do Conselho da Diretoria era o presidente da ABC.
Daniel Burke, irmão de James era também o diretor executivo da Capitol Cities / ABC cinco anos antes de a Disney ter comprado essas empresas... e imagine que Daniel e  James Burke foram ambos diretores do The Washington Post.
Mas os laços da família Burke vão ainda mais profundo.
Stephen Burke, filho de Daniel Burke, é atualmente o presidente da Comcast, que adquiriu a NBC em 2010.
Stephen também é membro do Conselho de Administração na  JP Morgan AO LADO do atual presidente da Johnson & Johnson, William Weldon. Nós chegamos, assim, a um círculo completo. 
Você pensa que eu já terminei? Nada disso. O filho mais velho de Daniel Burke, Bill Burke trabalhou diretamente com Ted Turner, proprietário da TBS e fundador da CNN, e foi quem escreveu a biografia de Turner.

Então, porque estas ligações são importantes? Porque se você quiser poupar sua empresa de gastar  Milhões em um litigioso caso de homicídio culposo, você só precisa saber onde plantar a "história aprovada."

Então, de volta para o Ted Kaczynski, porque depois de todos esses anos está a mídia reportando o novo interesse do FBI nele?
Porque um novo livro tem lançamento previsto para o próximo mês que pode indiciar a Johnson & Johnson, o FBI e a FDA e, finalmente, revelar o encobrimento de quase três décadas para livrar a Johnson & Johnson de responsabilidade, colocando a culpa no ainda "louco solitário". 
Eu entrevistei Scott Bartz, autor do livro "Tylenol Máfia: Marketing, Murder and Johnson & Johnson" e perguntei-lhe se ele achava que o lançamento do seu livro estava forçando a Johnson & Johnson em ativar os seus laços com a mídia:

Neste clip o Bartz, um ex-funcionario da Johnson & Johnson, discute comigo a história oposta que poderia custar milhões à Johnson & Johnson e é por isso que estamos assistindo a um ressurgimento do interesse na mídia na história:

A fim de chegar à frente da reação que esperam vir a partir do lançamento do livro "Tylenol Mafia", está a Johnson & Johnson  pedindo aos federais para colocarem a carga toda em um só homem, o Unabomber?  Para condicionar e redirecionar, o povo americano antes da publicação do livro? 
No livro, Bartz alega que não houve nenhum louco solitário viajando de loja para loja colocando cianureto em garrafas. Mas com base em lotes de informações relacionadas com as mortes, foi de fato um próprio funcionário da secção de distribuição  da Johnson & Johnson . E  a história do "louco solitário" foi fabricada anos atrás para livrar a Johnson & Johnson do litígio quase certo da morte de  sete pessoas.

E quem isentou Johnson & Johnson? Foi Arthur Hayes Jr, o Comissário da FDA que foi convidado a demitir-se em 1983 depois de tirar vantagem de sua posição no conselho consultivo do FDA usando do voto de desempate para aprovar o adoçante artificial aspartame do seu amigo  Donald Rumsfeld, que na época era o CEO da fábrica de aspartame em Illinois, GD Searle. 
Agora, quase três décadas mais tarde,  provavelmente à beira da maior ameaça para a Johnson & Johnson, aos federais e à mídia, que para encobrir tudo isso, eles apresentam o velho e assustado Ted Kaczynski, um homem já sob sua custódia, e o nome de uma dona de casa, quando a origem vem de uma única trama maluca. 
O que você está vendo aqui é a sua primeira lição no condicionamento pela mídia em conluio com o big pharma e os federais para proteger os interesses corporativos e jogar fora os fatos à custa de vidas humanas.

Você nunca vai ouvir este relatado pela “big media” por causa de sua profunda ligação com o “big pharma”. Para saber mais sobre essa investigação vá para AmericanFraud.co
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Para o Reality Reporter. Eu sou Gary Franchi.

 Não consegui formatar o texto, então ficou com os espaços desnecessários que tinha no original. Se você não entendeu, talvez seja por não saber quem foi Unabomber e nem o que foi o assassinato Tylenol. Clique  nas palavras em negrito no primeiro parágrafo: Unabomber - assassinatos - Tlenol Cyanide.

domingo, maio 22, 2011

Base Naval Pasquistanesa Sob Ataque

Al Jazeera – 22 maio 2011

Uma coluna de fumaça de dentro da base naval do Paquistão após o ataque na noite de domingo. [EPA]

São relatadas as mortes de pelo menos quatro pessoas em um ataque contínuo por homens armados a uma base militar na cidade paquistanesa de Karachi.

Alguns dos agressores ainda estão dentro da base e comandos e fuzileiros navais estão continuam a combatê-las.

Segundo nosso correspondente, pelo menos uma dúzia de homens atacaram a base Mehran, uma instalação-chave de aviação naval, na noite de domingo. Dois aviões de patrulha marítima foram destruídos e pelo menos nove pessoas ficaram feridas no ataque.

Ele disse que a Marinha está "num estado elevado de alerta", enquanto "o ataque levanta muitas questões sobre como um número tão grande de pessoas, muito bem armado, poderia ter realmente entrado na base".

"Ataque terrorista"

O governo local disse que a base estava sob "ataque terrorista".

Aamir Latif, o chefe do escritório do Paquistão está Online, disse à Al Jazeera que o tiroteio estava ainda da mesma forma de quando as forças de segurança tentaram tomar o controle da base.

"Os militantes tomaram o controle de um edifício dentro da base e ainda não está confirmado se eles tem reféns lá ou não."

Funcionários de inteligência disseram que entre 15 e 20 atacantes estavam dentro da base, e atacaram três aeronaves nos hangares.

Um porta-voz militar disse que dois funcionários da Marinha do Paquistão foram mortos no ataque.

Commodore Irfan ul Haq, porta-voz da Marinha do Paquistão, disse à agência de notícias AFP: “ Um de nossos oficiais e um pessoal da Marinha foram martirizados”.

Cinco explosões foram ouvidas na base antes do ataque, segundo a TV paquistanesa Express.

Yusuf Raza Gilani, o primeiro-ministro do Paquistão, condenou o ataque.

"Tal ato covarde de terrorismo não pode impedir o compromisso do governo e do povo do Paquistão de combater o terrorismo", disse Gilani, em comunicado.

Nenhum grupo reivindicou responsabilidade pelo ataque, mas al-Qaeda e combatentes talibãs prometeram vingar a morte de Osama bin Laden, o líder da Al-Qaeda, por forças especiais dos EUA.

Eles realizaram vários ataques desde a sua morte em 2 de maio

Sobre a política económica de Dominique Strauss-Kahn e a sua morte política

resistir info - 19 maio 2011


por Yanis Varoufakis [*]

O que se segue é acerca do significado económico e político da prisão de Dominique Strauss-Kah (DSK), o presidente do Fundo Monetário Internacional. Nada direi acerca dos méritos (ou falta deles) das acusações contra DSK. Todos os casos de alegado assalto sexual contra homens altamente colocados apresentam duas exigências igualmente importantes (embora muitas vezes contrapostas) a todos nós: a importância de respeitar a aflição da alegada vítima (bem como de respeitar a sua luta com o espectro do terror que todas as mulheres enfrentam quando se decidem a acusar um homem poderoso) e a obrigação de respeitar a presunção de inocência do acusado. É neste espírito que nada direi acerca do caso e concentrar-me-ei numa parte importante da política económica contemporânea.
Normalmente, a "eliminação" de um presidente do FMI não teria senão um efeito passageiro sobre a instituição. Suspeito que o afastamento de DSK será diferente. Não se trata apenas de DSK ser um peso pesado que pressionou o FMI a um modo diferente de pensar (adoptando uma abordagem mais subtil quanto às causas mais profundas de crises). Muito mais significativa é a maneira como ele parece entender o que faz a economia global funcionar.

Para abreviar, darei um exemplo pungente – um exemplo cujo significado transcende todas as anedotas acerca da maior "condescendência" que DSK teria demonstrado durante as negociações UE-FMI-governo grego sobre os termos dos empréstimos maciços de salvamento da Grécia. Para reforçar meu argumento vou citá-lo directamente, ao invés de basear minha argumentação no ouvi dizer.

Em Janeiro de 2011 DSK foi entrevistado por uma jornalista da BBC Radio 4 no contexto de um documentário sobre a história do FMI. [1] Próximo do fim do programa, ouvi a voz inconfundível de DSK a responder a uma pergunta da jornalista sobre como a economia global pode ser reconfigurada na sequência da Crise de 2008. A sua espantosa resposta foi:
Nunca no passado uma instituição como o FMI foi tão necessária como hoje ... Keynes, sessenta anos atrás, já previa que era necessária, mas era demasiado cedo. Agora é o momento de avançar. E penso que já estamos a fazê-lo!
Isto foi, na minha opinião, uma declaração programática explosiva, vinda do presidente do FMI. A que é que se estava a referir? Estava, naturalmente, a referir-se ao argumento poderosamente colocado por Keynes (no contexto da conferência de Bretton Woods em 1944) de que um sistema de taxas de câmbio fixas não pode sobreviver por muito tempo sem um mecanismo automático que trate (a) de excedentes comerciais sistemáticos e (b) de défices comerciais sistemáticos como os dois lados da mesma moeda problemática.

A recomendação de Keynes era que, para tratar do efeito desestabilizador do sistema de défices e excedentes, o mundo precisava de um mecanismo que os reequilibrasse pela transferência de excedentes dos países excedentários para os deficitários. Em suma, o mundo precisava de um Mecanismo de Reciclagem de Excedentes (Surplus Recycling Mechanism, SRM). Clique aqui para um extenso, embora académico, relato dos argumentos em favor de um SRM.

Isto era, muito naturalmente, uma sugestão radical. Os Estados Unidos, como era de esperar, rejeitaram a proposta – não, contudo, porque os new dealers no poder naquele tempo não reconhecessem a importância de um SRM a nível global, mas porque não gostavam da ideia do automatismo da reciclagem (que Keynes estava a propor). [2]

Como tenho explicado alhures a função de um SRM (e as consequências da sua ausência ) com algum pormenor (ver aqui por exemplo), desistirei de repeti-las aqui. Basta destacar a significância política e económica do endosso de DSK à sugestão de Keynes e, em particular, a sua declaração de que Keynes estava à frente do seu tempo mas que é oportuna agora após o Crash de 2008: "Agora é o momento de avançar. E penso que estamos prontos para fazê-lo!".

Se o leitor precisar de um pouco mais de persuasão sobre a significância daquela declaração, considere isto: No contexto europeu, a declaração de DSK significa que, do seu ponto de vista, a Alemanha é um problema para a eurozona na mesma medida que a Grécia. Pois se excedentes sistemáticos têm a capacidade de minar uma área de divisa comum (ou de câmbios fixados), então o modelo de desenvolvimento da Alemanha está a minar a eurozona tanto quanto os défices crónicos da Grécia.

Penso que DSK fez uma excelente observação. Mas o problema não é se o leitor concorda ou não comigo. A questão é a morte política de DSK (o anúncio da qual pode revelar-se prematuro) transmite um significado sem precedentes dentro e fora da Europa.

Dentro da Europa, a perspectiva de um presidente francês que acredita fortemente (e está pronto a apoiar a sua convicção com uma formidável panóplia analítica) que a eurozona não pode sobreviver sem um Mecanismo de Reciclagem de Excedentes (que canalize excedentes alemães para países em défice sob a forma de investimento produtivo) tem o potencial para alterar radicalmente a agenda política e económica do continente. Tal presidência, em particular, apresentaria um contraponto estimulante à actual incapacidade mental para encarar as causas mais profundas da crise do euro e para reconhecer, finalmente, que a crise da dívida é um sintoma, não a causa, da cadeia de fracassos que ameaça a própria existência da eurozona.

Mais amplamente, o debate global acerca do que fazer com os crescentes excedentes da China também está destinado a tomar uma rota diferente conforme o presidente do FMI acredite, como DSK declarou fazê-lo, na importância de criar mecanismos automatizados, supranacionais, para reciclar excedentes (em oposição à insistência de Tim Geithner de desequilíbrios globais serem tratados apenas com ajustamentos nas taxas de câmbio).

Em suma, DSK é um dos raros responsáveis a encabeçarem uma instituição extremamente poderosa que possuem visões refrescantes atípicas de cinzentos burocratas mastigadores de números. Sua passagem política pode ficar desapercebida simplesmente porque o seu mandato no FMI foi curto e a sua presidência francesa agora é improvável que se concretize. Contudo, suspeito fortemente de que possa revelar-se como o mais significativo presidente francês já visto, bem como o mais influente presidente que já houve no FMI.

1. BBC Radio 4, Inside the IMF , Part Two, broadcast on 17th January 2011. 
2. Os Estados Unidos demonstraram que não rejeitaram a ideia da própria reciclagem de excedentes ao implementarem o Plano Marshall (um exemplo fabuloso de reciclagem maciça de excedentes) e ao tomarem uma miríade de outros passos entre 1947 e 1970 para reciclar uma ampla percentagem de excedentes americanos na Europa e no Japão. O que rejeitarem foi a ideia de uma instituição supranacional que fizesse a reciclagem foram do controle político de Washington. 

[*] Professor de Teoria Económic da Faculdade de Ciências Económicas da Universidade de Atenas. Autor de: The Global Minotaur: The True Origins of the Financial Crisis and the Future of the World Economy (Zed Books, 2011); (com S. Hargreaves-Heap) Game Theory: A Critical Text(Routledge, 2004); Foundations of Economics: A Beginner's Companion (Routledge, 1998); e Rational Conflict (Blackwell Publishers, 1991). 

O original encontra-se em http://mrzine.monthlyreview.org/2011/varoufakis170511.html 



Sempre achei estranho essa prisão de Strauss-Kahn.  Parece-me que agora começam a aparecer os reais motivos.

Rodrigo Vianna: Palocci e as escolhas de Dilma

Site do Azenha - 22 de maio de 2011 às 10:20


por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador
A denúncia contra Palocci parece consistente. Ah, mas a “Folha” quer desgastar a Dilma… E daí? O fato ocorreu ou não?
Ah, mas a denúncia foi vazada por “ruralistas” interessados em enfraquecer o ministro. E daí, de novo? É só quando os poderosos divergem que essas coisas vêm à tona…
Sim, Palocci (contradição do mundo real?!) cumpria nesse caso um papel positivo: negociava duramente com os ruralistas da base governista, para que aceitassem um Código Florestal menos retrógrado do que o proposto por Aldo Rebelo.
Por isso, criticar Palocci agora – dizem alguns apoiadores de Dilma – é fazer “o jogo da direita”. Será?
Aliás, se o caso surgiu como “fogo amigo” de dentro da base governista, por conta da votação do Código Florestal, a essa altura parece ter ganho dinâmica própria. Os jornais já relacionam o enriquecimento de Palocci à campanha de Dilma. Vale a pena manter um ministro que traz esse grau de instabilidade ao governo?
Quem acompanhou os bastidores da campanha eleitoral de 2010 sabe qual foi a opção de Dilma e do núcleo dirigente do PT no primeiro turno: tentaram ganhar a eleição só com o programa de TV e a popularidade do Lula. A idéia era ganhar sem fazer política. No primeiro turno, foi assim: campanha controlada pelo marqueteiro e pelos 3 porquinhos (Palocci, Dutra e Zé Eduardo).
Quem fez política foi o Serra. Politizou pela direita: trouxe aborto e religião para a campanha. Com isso, empurrou milhões de votos pra Marina, e levou a eleição pro segundo turno. Aí, a ficha no PT caiu. Dilma e o núcleo da campanha finalmente compreenderam o que já estávamos vendo na internet há semanas: o terrorismo conservador. Dilma deixou os conselhos do marqueteiro de lado, teve coragem de ir pra cima no debate da “Band” (primeiro domingo do segundo turno): pendurou no pescoço do Serra a história do aborto (a mulher de Serra tinha dito que Dilma gostava de “matar crancinhas”), falou em Paulo Preto, reanimou a militância.
Se Dilma tivesse insistido no figurino do primeiro turno, poderia ter perdido a eleição. Pesquisas internas, pouco antes do debate da Band, davam apenas 4 pontos de diferença sobre Serra no início do segundo turno. Foi a realidade que levou Dilma a mudar de figurino.
Pois bem. Passada a eleição, Dilma montou o ministério e começou a governar. Como? Com o figurino idêntico ao usado no primeiro turno da eleição:  sem política, longe dos movimentos sociais, procurando agradar o “mercado” e a “velha mídia”. Foi uma escolha.
Palocci tem a ver com isso. Coordenou a campanha. Ele quer um governo moderadíssimo, que não assuste a turma a quem dá “consultoria”.
Logo no início do governo, estava claro que Dilma procurava ocupar um espaço mais ao centro. Lula tinha (e tem) apoio da esquerda tradicional, dos movimentos sociais, do povão que saiu da miséria. Dilma foi em direção à classe média que lê a “Veja”. Com Palocci à frente. Palocci é amigo da “Veja” e da “Globo”. Palocci é blindado na “Globo”. Perguntem ao Azenha o que aconteceu na Globo quando ele tentou fazer uma reportagem sobre o irmão do Palocci, 5 anos atrás…
Renato Rovai publicou em seu blog um texto que mostra a repercussão desastrosa – para o governo – do caso Palocci nas redes sociais. Como aconteceu na eleição, com o aborto e a onda consevadora: primeiro os temas batem na internet, depois chegam às ruas.
Assim como ocorreu na eleição, Dilma talvez perceba que o figurino palocciano não garantirá estabilidade ao governo. Com quem ela vai contar quando enfrentar crise séria? Com a família Marinho? Com os banqueiros?
Dilma segue com popularidade alta. Mas o caso Palocci mostra os limites do governo. E os riscos que ela corre diante da primeira crise mais grave. Pode faltar base social…

Saiu um abaixo assinado pelo impeachment de Gilmar

conversa afiada - Publicado em 22/05/2011


Depois da petição que o advogado Piovesan protocolou no Supremo e na OABril 1001 utilidades (na jestão Ophir).

Depois de se verificar que a petição equivale a um BO do Gilmar Dantas (*).

Agora surge na internet um abaixo-assinado a pedir o impeachment o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*) :

Meus Amigos,


Acabei de ler e assinar este abaixo-assinado online:


«A FAVOR DO IMPEACHMENT DO MINISTRO GILMAR MENDES»


http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N10181



Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que também concordarás.


Assina o abaixo-assinado aqui http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N10181 e divulga-o por teus contatos.


Obrigado.
ADIB ABDOUNI


Clique aqui para ler “As 37 ações contra PHA. Diz-me que te processa e dir-te-ei quem és” .
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

A Rússia e a China desafiam a NATO

darussia.blogspot.com - SEXTA-FEIRA, MAIO 20, 2011


PUBLICADA POR JOSÉ MILHAZES



Blog do Leitor (A Rússia e a China desafiam a NATO)


Texto enviado pelo leitor Pippo:



19.Mai.11
A intervenção ocidental na Líbia poderia ser apenas a ponta do iceberg, e o que está em desenvolvimento poderá constituir uma geoestratégia orientada no sentido de perpetuar a dominação histórica do Ocidente sobre o Médio Oriente na era posterior à Guerra Fria. E interligado com este processo está o precedente extremamente preocupante de uma acção militar da NATO sem um mandato específico da ONU.
Esperava-se que as consultas do Ministro do Estrangeiros chinês Yang Jiechi em Moscovo, no decurso do fim-de-semana, preparassem a visita do presidente Hu Jintao à Rússia no próximo mês. Mas acontece que, afinal, se revestiram de um carácter de imensa importância para a segurança internacional.
Os continuados esforços russo-chineses para “coordenar” a sua posição sobre temas regionais e internacionais evoluíram para um nível qualitativamente novo no que diz respeito à situação em desenvolvimento no Médio Oriente.
A agência oficial de notícias russa utilizou uma expressão pouco usual –“estreita cooperação”- para caracterizar o novo modelo a que conduziu a sua coordenação de políticas regionais. Isto tenderá a colocar perante um forte desafio a agenda unilateralista do Ocidente no Médio Oriente.
A visita de Hu à Rússia tem lugar, em princípio, para assistir de 16 a 18 de Junho ao desenrolar do Fórum Económico Internacional, que o Kremlin está cuidadosamente a coreografar como um acontecimento anual no estilo de um “Davos da Rússia”. Ambos os países estão muito entusiasmados face à possibilidade de a visita de Hu constituir um momento crucial na cooperação energética entre China e Rússia.
O gigante russo da energia, Gasprom, espera bombear anualmente para a China 30.000 milhões de metros cúbicos de gás natural até 2015, e as negociações sobre os preços estão numa etapa avançada. Os funcionários chineses sustentam que as negociações, agora paradas, se concluíram com um acordo por ocasião da chegada de Hu à Rússia.
Naturalmente, quando a economia importante de mais rápido crescimento no mundo e o maior exportador de energia do mundo chegam a um acordo, o assunto tem maior alcance do que um acordo de cooperação bilateral. Haverá inquietação na Europa, que tem sido historicamente o principal mercado da Rússia para a exportação de energia, devido ao facto de que surja um “competidor” a Oriente e que o negócio energético do Ocidente com a Rússia possa ter a China como “sócio comanditário”. Esta mudança de paradigma potencia uma transferência das tensões Este-oeste acerca do Médio Oriente.


Posição idêntica


O Médio Oriente o Norte de África acabaram por ser o tema central das conversações em Moscovo de Yang com o seu anfitrião Sergei Lavrov. A Rússia e a China decidiram trabalhar juntas para enfrentar os problemas que decorrem da agitação no Médio Oriente e no Norte de África. Disse Lavrov: “Acordámos em coordenar as nossas iniciativas utilizando as capacidades de ambos os Estados com o fim de ajudar à estabilização mais rápida que for possível e à prevenção de mais consequências negativas imprevisíveis na zona”.
Lavrov disse que a Rússia e a China têm uma “posição idêntica” e que “qualquer nação deveria determinar o seu futuro de forma independente, sem interferência externa”. É presumível que os dois países tenham agora acordado uma posição comum de oposição a qualquer iniciativa da NATO no sentido de realizar uma operação terrestre na Líbia.

Até agora, a posição russa tem sido de que Moscovo não aceitará que o Conselho de Segurança da ONU atribua mandato à NATO para uma operação terrestre sem uma “posição claramente expressa” de aprovação desse mandato por parte da Liga Árabe e da União Africana (da qual a Líbia faz parte).
Existe, evidentemente, um “défice de confiança” neste caso, que se torna cada dia mais inultrapassável a menos que a NATO decida um cessar-fogo imediato na Líbia. Dito em poucas palavras, a Rússia já não confia em que os EUA e os seus aliados da NATO sejam transparentes acerca das suas intenções no que diz respeito à líbia e ao Médio Oriente. Há alguns dias Lavrov falou longamente sobre a Líbia em entrevista ao canal de televisão russo Tsentr. Exprimiu grande frustração face à ambiguidade e aos subterfúgios com que o Ocidente interpreta unilateralmente a Resolução 1973 da ONU, de modo a fazer praticamente tudo o que lhe apetece.
Nessa entrevista Lavrov revelou: “Chegam-nos relatórios acerca da preparação de uma operação terrestre [na Líbia] que sugerem que os planos correspondentes estão em desenvolvimento na NATO e na UE”. Deu a entender publicamente que Moscovo suspeita de que o plano dos EUA seria evitar a necessidade de um contacto com o Conselho de Segurança para obter mandato para operações terrestres da NATO na Líbia e, em vez disso, pressionar o secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon no sentido de obter de que este “solicite” à aliança ocidental a disponibilização de escoltas para a missão humanitária da ONU, utilizando essa “solicitação” como cobertura para dar início a operações terrestres.
A posição pública da Rússia e da China impediria os funcionários do secretariado de Ban Ki-Moon de facilitarem sub-repticiamente, por portas travessas, uma operação terrestre da NATO. Ban visitou Moscovo recentemente e alguns relatos russos sugeriram que “levou uma descompostura” pela forma como dirige a organização mundial. Um perito comentador moscovita escreveu com contundente sarcasmo:
Há muitas maneiras de dizer politicamente a um convidado, por conta própria e por conta dos próprios parceiros internacionais: “Não estamos muito satisfeitos com o seu desempenho, estimado senhor Ban”. É usual que nem sequer sejam necessárias palavras nestes casos. É óbvio que o secretário-geral aprecia o romantismo revolucionário das guerras civis e que apoia os combatentes pela liberdade em geral. Em resultado disto, aparece com frequência ao lado dos arqui-liberais da Europa e dos EUA.


Todavia, o secretário-geral da ONU não deveria adoptar posições políticas extremas, e muito menos deveria alinhar com a minoria dos Estados membros da ONU no que diz respeito a este tema, como fez nos casos da Líbia e da Costa do Marfim. Não é para isso que foi eleito. A questão não reside em obrigar o senhor Ban a mudar de posição ou de convicções, mas em procurar que ajuste ligeiramente a sua visão no sentido de uma maior neutralidade.
Moscovo e Pequim parecem encarar o denominado Grupo de Contacto Líbia (formado por 22 países e seis organizações internacionais) com muitas reservas. Referindo-se à decisão de grupo, na sua reunião de Roma na 5ª feira passada, de disponibilizar de imediato um fundo temporário de 250 milhões de dólares como ajuda aos rebeldes líbios, Lavrov afirmou de forma cáustica que o grupo “intensifica os seus esforços no sentido de desempenhar um papel dirigente na definição da política da comunidade internacional em relação à Líbia”, e advertiu de que deveria evitar “tentar substituir-se ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, ou tomar partido por uma das partes”.
Converteu-se em motivo de inquietação para Moscovo e Pequim que o grupo de contacto evolua gradualmente para um verdadeiro processo regional, marginalizando a ONU, com a finalidade de formatar o levantamento árabe em moldes que se ajustem às estratégias ocidentais. O grupo de Estados do Conselho de Cooperação do Golfo (e da Liga Árabe) que está presente no grupo de contacto permite que o Ocidente proclame que o processo constitui uma voz colectiva de opinião regional. (Ironicamente, a França convidou a Rússia a unir-se ao grupo de contacto).
Ponta do iceberg
Na conferência de imprensa com Yang em Moscovo na passada 6ª feira, Lavrov foi directo ao essencial: “O grupo de contacto estabeleceu-se por sua conta. E agora arroga-se a responsabilidade pela política da comunidade internacional em relação à Líbia. E não apenas em relação à Líbia, temos ouvido apelos a que este grupo decida o que fazer em outros Estados da região”. O que preocupa a Rússia no imediato é que o grupo de contacto poderia estar-se deslocando em direcção à Síria no sentido de realizar também nesse país uma mudança de regime.
A China tem sido até agora muito diplomática no que diz respeito ao tema da Líbia e tem deixado à Rússia o papel de por em respeito o gato ocidental, mas começa a tornar-se cada dia mais eloquente. Yang foi bastante directo na conferência de imprensa em Moscovo na sua crítica à intervenção ocidental na Líbia. Há apenas três semanas o Diário do Povo comentou que a guerra na Líbia estava em ponto morto; o regime de Muhamar Khadafi tinha mostrado a sua resistência e a oposição líbia foi sobrestimada pelo Ocidente. Comentou o jornal
“A guerra líbia converteu-se numa situação delicada para o Ocidente. Primeiro, o Ocidente não pode permitir-se a guerra, económica e estrategicamente… A guerra sai demasiado cara aos países europeus e aos EUA, que ainda não saíram completamente da crise económica. Quanto mais tempo dure a guerra, mais os países do Ocidente se verão em desvantagem.
“Segundo, o Ocidente vai deparar-se com muitos problemas militares e legais… Se o Ocidente prossegue o seu envolvimento será visto como tendo optado por uma das partes… No que diz respeito às operações militares, os países ocidentais vão ter que enviar forças terrestres para depor Khadafi… Isso vai muito para além do âmbito da autoridade das Nações Unidas, e é provável que repita os erros da Guerra no Iraque… Numa palavra, a solução militar para o problema da Líbia chegou ao limite e há que colocar a solução política na agenda.”
As conversações de Yang em Moscovo significam que Pequim já se deu conta que o Ocidente está determinado em aguentar, custe o que custar, a delicada situação, fazer com que se “tranquilize” seja a que preço for e depois consumir os resultados sem compartilhar com ninguém. Por conseguinte, parece haver uma revisão da posição chinesa e uma aproximação à da Rússia (a Rússia tem sido muito mais abertamente crítica em relação à intervenção ocidental na Líbia).


Moscovo poderia ter incentivado Pequim a perceber o que se avizinha. Mas o argumento decisivo parece ser o crescente sentimento de intranquilidade em relação ao que está em causa. A intervenção ocidental na Líbia poderia ser apenas a ponta do iceberg, e o que está em desenvolvimento poderá constituir uma geoestratégia orientada no sentido de perpetuar a dominação histórica do Ocidente sobre o Médio Oriente na era posterior à Guerra Fria. E interligado com este processo está o precedente extremamente preocupante de uma acção militar da NATO sem um mandato específico da ONU.
Desde então, Lavrov e Yang participaram em Astana numa conferência de ministros de Negócios Estrangeiros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) que negociará a agenda para uma cimeira do organismo regional a ter lugar na capital cazaque em 15 de Junho. A grande questão é se o acordo russo-chinês sobre “estreita cooperação” em relação aos temas do Médio Oriente e o Norte de África irá converter-se em posição comum da SCO. Parece que a probabilidade de que tal suceda é elevada.
*O embaixador M. K. Bhadrakumar foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Exerceu funções na extinta União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão, Kuwait e Turquia