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"O ensino, como a justiça, como a administração, prospera e vive muito mais realmente da verdade e moralidade, com que se pratica, do que das grandes inovações e belas reformas que se lhe consagrem." Rui Barbosa
Friedrich Nietzsche
sexta-feira, agosto 17, 2012
Meu filho, você não merece nada
Época – 11/07/2011 – atualizado em 09/08/2011
Eliane Brum
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.
Mensalão: voto de Barbosa confirma piores temores do PT
Petrobrás
Petrobras vai ajudar Transocean e Chevron
A reportagem é de Denise Luna e foi publicada no jornal Folha de S. Paulo, 16-08-2012.
Liminar concedida em 31 de julho pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região, a pedido do Ministério Público Federal, exige que as duas americanas suspendam suas operações no país.
O motivo é o acidente ocorrido em novembro, no campo de Frade, na bacia de Campos, que derramou 3.700 barris de petróleo no mar.
A Transocean já apresentou ao TRF embargos de declaração, recurso usado quando uma das partes considera que a decisão judicial foi obscura, omissa ou contraditória em algum ponto.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) pediu ao TRF para fazer parte do processo.
A Petrobras teme que a parada da Transocean tenha impacto em suas operações. A estatal tem oito sondas de perfuração contratadas da empresa, sendo que sete estão em operação.
"Claro que teria impacto, nosso jurídico está trabalhando junto com a Transocean e, na medida do possível, junto com a Chevron. Vamos mostrar à Justiça que não há razão nessa decisão", afirmou ontem o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli.
Em relação à Chevron, a preocupação da estatal se refere à produção interrompida em março, no campo de Frade, após um segundo vazamento.
A Petrobras tem 30% do campo, que produzia no início do ano 70 mil barris de petróleo por dia.
Os efeitos da alta do dólar
quinta-feira, agosto 16, 2012
Militância na Ásia Central: mais do que extremismo religioso
Publicada por
Jose Milhazes
O desafio da infraestrutura
Coluna Econômica
Equador: “Não somos uma colônia britânica”
Miguel Urbano: Novas formas de agressão dos EUA
Miguel Urbano Rodrigues é jornalista e escritor português.
L'appel de Karim Ouattara pour «décourager toutes les velléités d’attaques armées»
Par RFI
En Côte d'Ivoire, le climat d'insécurité perdure. Presque
deux semaines après la première attaque d'une longue série, qui a visé
des sites militaires sur tout le territoire, l'armée a déployé des
barrages dans de nombreux quartiers d'Abidjan et à l'intérieur du pays.
Et les soldats aident la police et la gendarmerie pour mener des
arrestations et des perquisitions. Les accusations, soupçons et rumeurs
ont créé une atmosphère tendue. Ceci inquiète la Commission dialogue,
vérité et réconciliation (CDVR), qui a choisi mercredi 15 août de
s'adresser à la population.
Somalie : à l'approche de l'assaut sur Kismayo, l'ONU s'inquiète pour les civils
Par RFI
La prise de Kismayo en Somalie, le bastion des shebabs, avait
été annoncée de longue date comme devant survenir avant le 20 août, la
date théorique de l’élection du nouveau président dans le cadre des
nouvelles institutions remplaçant le gouvernement de transition actuel.
Des bombardements ont eu lieu il y a quelques jours et l’ONU évoque une
attaque imminente.
Les notables de la région de Gao, nouveau canal de négociation avec les islamistes
Par RFI
Les efforts de médiation avec les groupes armés se
poursuivent au Mali. Différentes initiatives en la matière existent :
celle du Burkina Faso et du Haut conseil islamique. Mais il faut aussi
compter avec les filières de négociations maliennes. La dernière mission
en date est celle de notables de la région de Gao, présentés comme des
proches du Mujao. Ils viennent d'arriver à Bamako.
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La conférence nationale malienne : une conférence à enjeux multiples
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De
tous les organes de transition promis par le président Dioncounda
Traoré, c'est bien la Conférence nationale qui est la plus attendue.
Cette instance largement ouverte à la société malienne aura pour
mission de cadrer la transition, mais aussi d'initier un dialogue entre
Maliens et de réfléchir à l'avenir du pays. Le fédéralisme peut-il par
exemple être une réponse à la crise du Nord ? Elle sera aussi appelée à valider les autres instances de la transition : un Haut conseil d'Etat dirigé par Dioncounda Traoré, avec à ses côtés deux vice-présidents issus de l'armée et de la société civile. Le premier aura en charge la réforme du secteur de la défense et l'organisation de la reconquête du nord du Mali. Tous les pronostics donnent le chef de la junte, le capitaine Sanogo, gagnant sur ce poste. L'autre vice-président pilotera le CNT, le Conseil national de transition. Il sera chargé de la préparation du processus électoral. Ce poste semble plus ouvert. Une autre nouveauté : une commission sera chargée de négocier avec les groupes armés du Nord. Certains souhaitaient que la conférence nationale puisse aussi se prononcer sur le gouvernement d'union, ce qui n'est pas le cas. Ce dernier est attendu pour les prochains jours, si tout va bien. RFI |
quarta-feira, agosto 15, 2012
Brasil tem munição para apenas uma hora de guerra, diz portal
Comentários
terça-feira, agosto 14, 2012
Lula fala sobre os aposentados
segunda-feira, agosto 13, 2012
Dilma quer o ITA fora do sistema de cotas que ela deve aprovar. A picaretagem intelectual está comprovada! Qual é a tese, presidente? Seria só covardia?
a) rebaixar o seu padrão de exigência, o que significaria, por óbvio, queda da qualidade num tempo muito curto e migração das melhores cabeças, então, para cursos privados de alta performance — existem;
b) manter o seu padrão de exigência e excluir, na prática, logo no primeiro ano, os menos preparados. A escola manteria a excelência, mas formaria menos engenheiros aeronáuticos.