"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, janeiro 22, 2010

O óleo de algas

Blog do Luis Nassif - 22 jan 10

Por Hans Bintje

Uma das principais novidades na área vem da Argentina:

“A surpresa foi maiúscula: de um hectare de soja podem ser extraídos 400 litros de óleo, mas com uma superfície semeada com algas equivalente a um hectare podem ser produzidos 100.000 litros.

‘Para alimentar a unidade de San Nicolás, precisaríamos da produção de soja de 600.000 hectares. Com 300 hectares de algas na Patagônia pode ser obtida a mesma quantidade de óleo’, disse [o presidente da empresa Oil Fox, Jorge] Kaloustian.

De acordo com o empresário, ‘produzir óleo a partir de algas é muito mais simples do que fazê-lo a partir da soja, e tem a metade do custo’.

Em Chubut, a Oil Fox formará uma joint-venture com o Governo da província para produzir as algas e o óleo. Em San Nicolás, fabricará o biocombustível que será exportado quase totalmente à União Européia (UE).”

Fonte: http://www.biodieselbr.com/noticias/biodiesel/argentina-produzira-biodiesel-partir-algas-marinhas-24-02-07.htm

Ministro Ayres Brito: qual é a “margem de erro” do Globope e do Data-da-Folha ?

Conversa Afiada - 22/janeiro/2010 11:36

Ministro Ayres Brito, aí tem gato

Ministro Ayres Brito, aí tem gato

O Conversa Afiada, respeitosamente, sugere ao Ministro Ayres de Brito – que disse que a internet tem que ter mais liberdade que a imprensa, porque ela vigia a imprensa – , presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que leia essa modesta colaboração do amigo navegante Agremis.

Na “margem de erro”, Ministro, é que se escondem os gatos pardos…

PHA, por favor dê atenção ao post lá do Nassif. O documento que o cara sugere no link é fantástico. Mostra que a sempre repetida “margem de erro de tantos pontos para cima ou para baixo” é pura balela e não tem fundamentação estatística. Como a pesquisa é feita por quotas e a margem de erro é um conceito probabilístico, nem com muito esforço vc teria uma “margem equivalente probabilística”. É absolutamente ERRADO do ponto de vista estatístico e há papers indicando que essa metodologia adotada no Brasil pelas empresas de pesquisa de opinião está fundamentalmente ERRADA. Vosmecê que gosta do assunto “pesquisa de opinião” deveria dar uma olhadela para ver que o buraco da farsa é até mais embaixo. Os caras inclusive comentam que o correto seria cobrar que o TSE exigisse a metodologia do cálculo da margem (aí a coisa aperta, porque não tem!). Encampa essa frente de batalha, PHA! Abraços e até breve.

Crivella quer que Senado confirme ministro do Supremo de 4 em 4 anos

Conversa Afiada - 22/janeiro/2010 19:33

Já pensou se o Senador Suplicy pergunta assim: “mas, Ministro, DUAS vezes ?”

Já pensou se o Senador Suplicy pergunta assim: “mas, Ministro, DUAS vezes ?”

Por sugestão de amigo navegante mato-grossense:

Saiu na Agência Senado e o PiG (*) ignorou:

05/01/2010 – 19h45
Crivella quer que ministros do STF sejam confirmados pelo Senado a cada quatro anos
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) poderão ser obrigados a passar por confirmação do Senado a cada quatro anos, conforme estabelece a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 51/09) de autoria do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). A PEC tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde teve designado como relator o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
De acordo com a proposta, essa confirmação seria acrescida às atribuições constitucionais exclusivas do Senado Federal. Crivella argumentou na justificação da PEC que a escolha dos ministros dos tribunais superiores “precisa sofrer alterações que garantam, de modo mais pleno, o princípio da harmonia entre os poderes e que melhor satisfaçam o interesse público em relação ao cumprimento da missão conferida ao Poder Judiciário”.
Para o senador, como a Constituição prevê um sistema de freios e contrapesos como forma de garantir o equilíbrio entre os três poderes – a exemplo da aprovação da escolha, pelo Senado, dos magistrados indicados pelo presidente da República – a proposta que apresentou apenas corroboraria o princípio por não subtrair poderes do presidente da República e nem abalaria a estrutura do STF. Para ele, a obrigatoriedade de confirmação contribuiria para a maior atuação do Senado como instituição fiscalizadora.
- Hoje, o texto vigente garante a participação do Senado na escolha dos magistrados do STF somente no momento inicial de sua investidura. A partir daí, fica impossibilitado de interferir se o juiz nomeado não cumprir sua missão de forma honrada ou imparcial. De modo semelhante ao imperativo constitucional que garante ao Senado Federal a competência exclusiva de aprovar a exoneração do Procurador-Geral da República, tencionamos introduzir no texto constitucional alteração que permita à Casa, também, impedir que o magistrado da mais alta corte do país continue no seu posto caso não se mostre digno no exercício de tão séria missão – advoga.
Ricardo Icassatti / Agência Senado

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

Globo foi ao Haiti para derrubar o Lula

Conversa Afiada - 22/janeiro/2010 18:21

Os brasileiros tem orgulho dos militares brasileiros em missão de paz no Haiti. Quem está em guerra (contra o Lula ) é a Globo

Os brasileiros tem orgulho dos militares brasileiros em missão de paz no Haiti. Quem está em guerra (contra o Lula ) é a Globo

Reproduzo o que ouvi de um amigo navegante que conversou com uma autoridade governamental brasileira em Porto Príncipe, capital do Haiti:

“Não vou dizer que não houve violência em Porto Príncipe depois do terremoto. Longe de mim. Mas não foi a violência que a Globo mostrou. A violência foi muito menor e teve um impacto na situação geral bem menor do que a Globo mostrou. Parecia que a única coisa que funcionava, depois do terremoto, era a delinquência. Não é verdade. E, aliás, os militares brasileiros, que estão aqui para isso, fizeram um trabalho muito bom de evitar que a violência fosse do tamanho que a Globo achou que foi. A Globo parecia que veio aqui para cobrir as favelas do Rio. E não foi nada disso.”

Em tempo: o papel dos militares brasileiros no Haiti é precisamente zelar pela segurança. Ou seja, a Globo foi ao Haiti derrubar o Presidente Lula.

Paulo Henrique Amorim

Zé Alagão pensou que tinha sowetizado a pobreza. A chuva jogou a pobreza na cara da elite

Conversa Afiada - 22/janeiro/2010 19:09

Capa do jornal Agora desta sexta-feira, o único jornal de São Paulo que presta

Capa do jornal Agora desta sexta-feira, o único jornal de São Paulo que presta

Conversa com um amigo navegante ilustre:

- Por que só agora, com a chuva, o pobre de São Paulo apareceu ?

- Porque o pobre de São Paulo foi sowetizado.

- Como assim ?

- A elite se fechou para dentro e jogou a favela na periferia, num conjunto de sowetos: Heliópolis, Paraisópolis, Jardim Romano, São Miguel Paulista.

- Mas isso sempre existiu.

- Existiu, mas a elite não via.

- Por que não via ?

- Porque era possível você trabalhar na Faria Lima e morar no Morumbi e passar 20 anos sem ver um pobre. Não é como na Zona Sul do Rio, em que a favela entra pela tua janela adentro.

- O resultado disso ?

- Você acaba como os quatrocentões, que pensam que moram em Nova York, Milão, Veneza. Ou numa combinação das três..

- E por que isso acabou com a chuva ?

- Porque a chuva expulsou os pobres para as ruas, para a tela da tevê.

- Não tinha como evitar que os pobres fossem expulsos para as telas da tevê ?

- Não, porque há 15 anos os tucanos governam como se as sowetos de São Paulo não existissem. Um dia o copo tinha que derramar.

- Mas, e os tucanos, não fizeram nada pelos pobres ?

- Praticamente nada. Não há um único programa social dos tucanos, de assistência maciça aos pobres de São Paulo. Os tucanos fazem de conta que São Paulo é uma cidade do Primeiro Mundo, porque os pobres ficam escondidos nos sowetos.

- Qual vai ser a consequência política dessa chuva, em 2010 ?

- Os moradores dos sowetos são na maioria nordestinos e a maioria não vota em São Paulo. E, por isso, os tucanos não ligam para eles. Mas, como dizem os teus internautas, o Serra pode até “não ter noção”. Mas muito paulista e muito brasileiro passou a “ter noção” de que São Paulo tem pobre e é mal tratado.

Paulo Henrique Amorim

NaMaria: O dia em que 5 milhões ficaram livres das enchentes

Site do Azenha - Atualizado em 22 de janeiro de 2010 às 00:17 | Publicado em 22 de janeiro de 2010 às 00:01

Do Diário Oficial paulista, em 16.09.2003, descoberto pelo NaMaria News:

calha_um.jpg

livrar.jpg

obras1.jpgobras2.jpg

A pergunta que não quer calar: governador Geraldo Alckmin, por que sua promessa não foi cumprida?

Walter Sorrentino: por que Ciro em São Paulo?

Atualizado e Publicado em 22 de janeiro de 2010 às 15:57

21 de Janeiro de 2010 - 17h58
Foi importante a tese defendida por André Singer em 21 de dezembro, na Folha de S.Paulo. Em síntese fez a defesa de Ciro em contraponto à aliança PT-PMDB “que faz mal ao país e ameaça o PT”. A principal conclusão foi a de que o PT devia buscar diálogo com os vizinhos de centro-esquerda e esquerda. “Pular sobre essas forças sem discussão programática alguma é negar o sentido ideológico da escolha”, ou seja, leva a “negar os princípios que o PT deseja representar”.

por Walter Sorrentino, no Vermelho

Respeitáveis argumentos, defendidos com a costumeira elegância por Singer. São indicativos de Ciro como candidato a vice-presidente de Dilma.

Mas defendo que Ciro seja candidato a governador por São Paulo.

São Paulo ocupa o centro da cena política nacional e as forças que encabeçaram o ciclo de desenvolvimento dos últimos oito anos ganhariam mais com Ciro Gomes para polarizar o debate eleitoral. São Paulo não é apenas mais uma unidade da federação, mas centro da disputa política nacional. Não pode ser subestimado.

São Paulo precisa no debate eleitoral de uma lufada de debate político que saia do círculo vicioso a que a polarização PSDB-PT o circunscreveu.

Ciro é o nome mais denso. Seu nome é a opção certa, e a melhor, para o governo de São Paulo. Na disputa nacional que terá lugar em outubro, não é de somenos importância dedicar um quadro como Ciro à disputa de São Paulo.

Em parte pelos mesmos argumentos de Singer, em primeiro lugar os atributos pessoais. Ciro é homem de ideias, com conceitos próprios, preparado e bom polemista. Tem afoiteza verbal movida pelo compromisso com o Brasil e seu desenvolvimento. É leal nos compromissos.

Foi Ciro quem demarcou com seu partido PSDB quando, há pouco mais de 15 anos, compreendeu a necessidade de se opor ao sentido neoliberal representado por FHC. É quem melhor compreende o transformismo dos tucanos, incluído Serra.

Ele, ladeado pelas forças amplas que se dispõem a apoiá-lo, pode desvendar a “conta” de São Paulo após 16 anos de governos tucanos. Como afirmei em outro artigo, os tucanos perderam a capacidade crítica de pensar São Paulo e seus desafios neste momento de relançamento de ciclo neodesenvolvimentista brasileiro.

O fiscalismo tucano e a falta de ativismo do Estado é muito tacanho. São Paulo fez obras, mas num ritmo incompatível não só com o desenvolvimento acelerado do Brasil, como também com os próprios padrões de civilidade pública. Índices na segurança pública, educação, saúde, trânsito e transporte público, mortalidade entre jovens, e bens culturais segregados, são alguns dos sinais de fadiga percebidos pela população. Decididamente, não estão ao nível de uma metrópole mundial depois de 16 anos.

Ciro em São Paulo, vindo de uma força importante como o PSB, pode agregar tanto quanto ou mais que uma candidatura do PT. Além de PT, as forças que compuseram o bloco de esquerda, além de segmentos sociais e empresariais. Candidato ao governo, pode vencer ou, mesmo na hipótese contrária, acrescentar forças e perspectivas para o futuro.

O PT com isso fará um gesto na direção indicada por Singer. Buscar em seus parceiros da esquerda e centro-esquerda as forças com que se pode liderar — hegemonizar — não apenas com força política de aparato, mas com liderança programática, intelectual e moral sobre o novo Brasil que está sendo gestado por Lula.

De fato, o PT tem nomes destacadíssimos para a própria disputa a governador (Marta, Palocci, Emídio, Mercadante, Haddad, Arlindo, Suplicy…). Ciro não fica atrás de nenhum deles. Mas a questão não é essa — e, sim, a de sinalizar, a partir da simbologia de São Paulo, um PT como maior partido de um campo de forças de esquerda e centro-esquerda, dominante, mas por outros caminhos, líder de um bloco histórico de forças.

Para Ciro candidato a governador de São Paulo, há tempo. Até março, naturalmente, se pode definir, pois que as forças que animam a candidatura têm tradição e força no cenário de São Paulo. Não se está perdendo o timing, pode haver tranquilidade até lá.

Quanto à aliança de Dilma-PT com PMDB, é uma necessidade lógica. Em termos programáticos, parece muito claro um projeto desenvolvimentista conduzido por Lula e Dilma, com apoio de numerosas forças de esquerda e de centro. Sob essa hegemonia, não há ameaça programática com a vinda do PMDB.

Enfim, o tabuleiro está posto e tem que ser composto. No sudeste do país, a oposição tem cancha em São Paulo, Minas gerais e, agora, Rio de Janeiro. Da parte de Dilma, é preciso uma forte alternativa de sustentação nesses estados. No Rio o caminho já está traçado. Ciro resolve a equação de São Paulo. Restará Minas, onde o PT e PMDB dependem da armação nacional.

* Walter Sorrentino é secretário de Organização do PCdoB

Ciro Gomes é extremamente inteligente e capaz. Mas, como cearense gostaria de lembrar que governou o Estado pelo PSDB, levado pelas mãos de Tasso Jereissati de quem (é?) era aliado e apadrinhado politicamente. O governo de Ciro Gomes foi uma continuidade do de Tasso, uma vez que, na época não existia a figura da reeleição ainda. Nessa condição Tasso passou o governo a Ciro (1991) que saiu (09/1994) e repassou a Tasso (1995) tendo dois governadores interinos entre esse último repasse (Barros Leal 09/1994 a 10/1994) e (Chico Aguiar 10/1994 a 01/19950 . A isenção de Ciro em relação ao PSDB deve ser bem analisada, mas mesmo assim, mil vezes ele ao Serra ou aliados de Fernando Henrique Cardoso.

Barcelos / Moura

Por Hiram Reis e Silva, Barcelos, AM, 08 de janeiro de 2010.

“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”. (Henry Ford)


Acordamos às cinco horas e, das cinco horas e trinta minutos até as seis horas, aguardamos pelo Sargento PM Pepes e sua viatura. Como ele não aparecesse, solicitamos o apoio de um graduado do 3º Batalhão de Infantaria de Selva que nos levou até o porto de onde partimos às seis horas e quarenta minutos.

- Partindo para o Sítio do Sr. Abeni (09 de janeiro de 2010)

Ao passar pelo posto de combustível flutuante, observamos o Queen II atrelado a ele. As dívidas do Lodge Hotel, com o dono do posto, ultrapassavam o valor da embarcação. Mais uma mostra de como o poder público corrupto pode favorecer estrangeiros sem qualquer critério a implantação de mega-projetos em regiões de preservação. Novamente, os enormes bancos de areia e os banzeiros que iniciaram por volta das oito horas retardaram nossa progressão. Eu continuava extasiado contemplando, nos paredões de tabatinga, as enormes raízes expostas daqueles moribundos gigantes da floresta. As lúgubres formas artísticas tanto dos troncos tombados, como de suas raízes, tinham uma beleza rude e fúnebre. O Teixeira, depois da última parada, ficou encarregado de achar o melhor local para pararmos e decidiu pelo sítio do senhor Abeni, que ali reside com a esposa, filhos e netos. O Osmarino, logo que aportamos, por volta das catorze horas, preparou o almoço fritando as piranhas que havia pescado no caminho. A isca artificial que o Teixeira havia comprado em Barcelos estava funcionando. Depois do almoço, concluímos a montagem do acampamento e tomamos um banho no Negro. Só então iniciei a análise da rota do dia seguinte. A hospitalidade ribeirinha, mais uma vez, ficou patente, quando o irmão do senhor Abeni veio visitá-lo no sítio. Ele queria que o Teixeira tivesse escolhido o sítio dele para o pernoite onde tinha frutas a nossa disposição, ancoradouro protegido dos banzeiros e uma cobertura para as barracas. A chegada de visitantes é, sempre, uma novidade para estes valorosos ribeirinhos. O Osmarino, neste dia, pescou duas traíras, algumas piranhas e dois barba-chatas garantindo o almoço do dia seguinte.

- Partindo para Acampamento 2 (10 de janeiro de 2010)

O dia transcorreu sem grandes novidades com os banzeiros tradicionais e pancadas de chuvas até o quilometro quarenta. A seca tinha colocado um grande banco de areia na rota prevista forçando-nos a percorrer um outro canal que aumentou em cinco quilômetros a rota. A energia adicional minou minhas forças, mas o esforço foi recompensado com um belo local de acampamento. Era, pelos vestígios das fogueiras, pelos cascos de tartaruga, um local usado sistematicamente pelos pescadores da região. Montamos as barracas no meio da vegetação buscando proteger as barracas da ação dos fortes ventos do quadrante este. Comemos arroz e peixe e, como nossas reservas pesqueiras fossem suficientes, o Osmarino ficou a ler a bíblia na sua rede após cumprir as habituais tarefas. A noite foi quente, mas de bom tempo, de modo que tirei o teto da barraca para poder admirar a abóbada celeste que nesse imenso deserto humano é muito mais bela.

- Partindo para Moura (11 de janeiro de 2010)

Os ventos começaram às oito e não pararam mais. O grande e largo braço que navegávamos formava grandes ondas e minha velocidade foi reduzida para uma média de 5,5 quilômetros por hora. Na segunda parada, encontrei a equipe de apoio na altura de Carvoeiro e, nessa oportunidade, o leme bateu no barranco quebrando o seu suporte. Navegar sem leme com os fortes banzeiros seria uma prova de resistência física e controle mental, ainda faltavam trinta e cinco quilômetros para nosso destino. Combinei com a equipe de apoio de encontrá-los na entrada do furo que permite uma abordagem a Moura livre dos inconvenientes ventos e consequentes banzeiros. Continuei lutando com as ondas e resolvi fazer uma abordagem pela margem direita da foz do rio Branco. Escolhi o melhor ponto de ataque para a foz do rio Branco, onde o rio se torna mais estreito, fiz uma parada antes para recompor as forças e me lancei na travessia. Os banzeiros que quase afundaram o ‘bonguinho’ de minha equipe formavam ondas de até setenta centímetros que vinham de todos os lados. Naveguei em zigue-zague pelas pedras à direita da foz do rio Branco e só consegui encontrar águas mais calmas, quando a margem esquerda do Branco me deu certa proteção dos ventos. Era reconfortante observar o encontro das águas negras com as cristalino-esverdeadas do Branco. Tive de refrear minha vontade de aportar e mergulhar naquelas belas águas, mas como os ventos dessem uma súbita trégua resolvi seguir em frente. As águas do Branco, espremidas pela torrente do Negro, permaneciam sem se misturar até a altura de Vila Remanso, a trinta quilômetros da Foz do Branco. As curiosas ilhas de pedra eram uma constante e depois de passar pelas inscrições rupestres de uma delas resolvi aportar e tirar algumas fotos das praias e das pedras incrustadas com cristais de rocha. Logo que reiniciei a navegação, avistei minha equipe e nos reunimos numa praia paradisíaca para ultimar os preparativos para a abordagem em Moura. Faltavam ainda vinte quilômetros e afirmei que se tudo corresse bem chegaria por volta das dezesseis horas e quinze minutos. Como sempre o imponderável acompanha os indômitos, uma hora antes de chegar a Moura a chuva acompanhada de fortes ventos me fez aportar e colocar a saia no caiaque. A estreita praia era protegida por uma ilha de pedras e o barranco mostrava belas árvores com suas grandes raízes quase que totalmente expostas. Os cíclopes das matas aguardavam resignadamente seu destino, uma nova cheia e os temidos banzeiros lhes solapariam continuamente os alicerces até arrancá-las do alto do barranco. A chuva passou rápida e as ondas diminuíram um pouco permitindo que eu chegasse às dezesseis horas e vinte minutos, depois de remar quase dez horas. O Teixeira já tinha engrenado com o administrador local, Senhor Zeca, para acantonarmos na Escola Santa Rita e com o pessoal da Comara de Moura para nos apoiar com viatura.

- Moura

Jantamos no bar da senhora Lane e fui deitar cedo. No dia seguinte, depois do café na Lane, levamos o caiaque até a Comara para soldar o suporte do leme. A solda de material inox foi feita com precisão e esperamos que não volte a apresentar problemas futuros. Depois do almoço na Lane fomos descansar um pouco, nada funciona na cidade até às catorze horas. Contatamos o administrador, senhor Zeca, para conseguirmos uma voadeira para ir até a foz do rio Branco tirar algumas fotos e ele sugeriu que contatássemos o senhor Léo. Alugamos a voadeira e seguimos de voadeira até o rio Branco, fotografando as imagens que não tínhamos conseguido registrar em virtude das chuvas e dos banzeiros. Especial atenção foi dada à série de inscrições rupestres. A variedade dos símbolos representando animais, seres humanos e formas que não conseguimos interpretar eram muito grandes. Visitamos a foz do rio Branco, desta vez, com muito mais calma e segurança e fotografamos o belo rio de águas claras. As ilhas de belas praias e rochas exóticas fazem de Moura um pólo de turismo inigualável. Quem sabe um dia com uma estrutura de apoio adequada seu povo gentil possa receber turistas de todas as origens. O dia estava um tanto nublado o que, certamente, diminui um pouco a qualidade das fotografias, mas vale o registro.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Mapa da Estabilidade

OPSA - 1º Semestre 2009

O Mapa da Estabilidade, relatório semestral sobre o grau de estabilidade e violência política na América do Sul, é uma publicação que analisa e classifica as crises institucionais na região e episódios de violência política associados. Trata-se de um documento apoiado na pesquisa permanente desenvolvida pelo OPSA mediante a elaboração dos Indicadores de Instabilidade e de Violência Política.


http://observatorio.iuperj.br/pdfs/8_mapaestabilidade_mapa_20091.pdf

Resolvi publicar esse link do Mapa de Estabilidade de 2009 para os que se interessam pelo assunto poderem acompanhar esse estudo, ferramenta importante para entender as diferentes nuances dos governos latino-americanos. No site do OPSA tem acesso para os mapas publicados desde o ano de 2006, além das "Análise de Conjuntura" e "Estudos e Cenários" que dão uma visão bem ampla de toda a política Sul-Americana.

Porque os EUA devem milhares de milhões ao Haiti

resistir info - 21 jan 10

por Bill Quigley

Hillary Clinton e o presidente Préval. Porque é que os EUA devem milhares de milhões ao Haiti? Colin Powell, antigo secretário de Estado dos EUA, definiu a sua política externa como a "regra do Pottery Barn". Ou seja – "quem parte, paga".

Durante 200 anos os EUA fizeram tudo para "partir" o Haiti. Estamos em dívida para com o Haiti. Não é uma questão de caridade. Estamos em dívida para com o Haiti por uma questão de justiça. Indemnizações. E não apenas os 100 milhões de dólares prometidos pelo presidente Obama – isso são trocos. Os EUA devem ao Haiti milhares de milhões – com Ms maiúsculos.

Há séculos que os EUA têm feito tudo para dar cabo do Haiti. Os EUA usaram o Haiti como uma plantação. Os EUA ajudaram a sangrar o país economicamente desde que ele se tornou independente, invadiu várias vezes o país com forças militarizadas, apoiou ditadores que violentaram a população, utilizaram o país como caixote do lixo para nossa conveniência económica, arruinaram as suas estradas e a sua agricultura, e derrubaram os eleitos pela população. Os EUA até usaram o Haiti como os antigos proprietários de plantações e esgueiravam-se para ali frequentemente para recreação sexual.

Eis a história mais resumida de algumas das principais tentativas dos EUA para dar cabo do Haiti.

Em 1804, quando o Haiti conquistou a sua independência da França na primeira revolução de escravos bem sucedida a nível mundial, os Estados Unidos recusaram-se a reconhecer o país. Os EUA continuaram a recusar o reconhecimento do Haiti durante mais 60 anos. Porquê? Porque os EUA continuavam a escravizar milhões dos seus próprios cidadãos e receavam que o reconhecimento do Haiti encorajasse a revolução dos escravos nos EUA.

Depois da revolução de 1804, o Haiti foi sujeito a um debilitante embargo económico pela França e pelos EUA. As sanções americanas duraram até 1863. A França acabou por usar o seu poderio militar para forçar o Haiti a pagar indemnizações pelos escravos que foram libertados. As indemnizações foram de 150 milhões de francos. (A França vendeu todo o território da Louisiana aos EUA por 80 milhões de francos!).

O Haiti foi forçado a pedir dinheiro emprestado aos bancos da França e dos EUA para pagar as indemnizações a França. Por fim, em 1947, foi finalmente feito um enorme empréstimo aos EUA para liquidar a dívida aos franceses. Qual o valor actual do dinheiro que o Haiti foi forçado a pagar aos bancos franceses e americanos? Mais de 20 mil milhões de dólares – com Ms maiúsculos.

Os EUA ocuparam e governaram o Haiti pela força de 1915 a 1934. O presidente Woodrow Wilson enviou tropas para o invadir em 1915. As revoltas dos haitianos foram dominadas pelos militares americanos – que mataram mais de 2000 num só confronto. Durante os dezanove anos que se seguiram, os EUA controlaram as alfândegas no Haiti, cobraram impostos e dirigiram muitas instituições governamentais. Quantos milhares de milhões foram aspirados pelos EUA durante esses 19 anos?

De 1957 a 1986, o Haiti foi forçado a viver sob as ditaduras de "Papa Doc" e de "Baby Doc" Duvalier, apoiados pelos americanos. Os EUA apoiaram esses ditadores económica e militarmente porque eles faziam o que os EUA queriam e eram politicamente "anti-comunistas" – ou seja, como se traduz hoje, eram contra os direitos humanos das suas populações. Duvalier roubou milhões ao Haiti e contraiu uma dívida de centenas de milhões que o Haiti ainda continua a dever. Dez mil haitianos perderam a vida. As estimativas revelam que o Haiti tem uma dívida externa de 1,3 mil milhões de dólares e que 40% dessa dívida foi contraída pelos Duvaliers apoiados pelos EUA.

Há trinta anos o Haiti não importava arroz. Hoje o Haiti importa quase todo o seu arroz. Embora o Haiti fosse a capital do açúcar das Caraíbas, hoje também importa açúcar. Porquê? Os EUA e as instituições financeiras mundiais dominadas pelos EUA – o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial – forçaram o Haiti a abrir os seus mercados ao mundo. Depois os EUA despejaram no Haiti milhões de toneladas de arroz e açúcar subsidiados pelos EUA – arruinando os seus agricultores e arruinando a agricultura haitiana. Ao arruinar a agricultura haitiana, os EUA forçaram o Haiti a passar a ser o terceiro maior mercado mundial do arroz americano. Foi bom para os lavradores americanos, mau para o Haiti.

Em 2002, os EUA suspenderam centenas de milhões de dólares de empréstimos ao Haiti que deviam ser utilizados, entre outros projectos públicos, como a educação, para estradas. São essas as mesmas estradas que as equipas de salvamento têm tido tanta dificuldade em percorrer actualmente!

Em 2004, os EUA voltaram a destruir a democracia no Haiti quando apoiaram o golpe contra o presidente eleito do Haiti, Aristides.

O Haiti até é usado para recreação sexual tal como no tempo das antigas plantações. Analisem cuidadosamente as notícias e encontrarão inúmeras histórias de abuso de menores por missionários, soldados e trabalhadores caritativos. Mais ainda, há as frequentes férias sexuais que americanos e outros estrangeiros passam no Haiti. Quanto se deve por isso? Qual o valor que lhe atribuiriam se fossem os vossos irmãos e irmãs?

Há anos que empresas americanas têm vindo a conluiar-se com a elite haitiana para dirigir oficinas escravizantes enxameadas de milhares de haitianos que ganham menos de 2 dólares por dia.

O povo haitiano tem resistido ao poder económico e militar dos EUA e de outros desde a sua independência. Tal como todos nós, os haitianos também cometem os seus erros. Mas o poder americano tem forçado os haitianos a pagar um preço enorme – mortes, dívida e abusos.

É tempo de a população americana se juntar aos haitianos e inverter o curso das relações EUA-Haiti.

Esta breve história mostra porque é que os EUA devem ao Haiti milhares de milhões – com Ms maiúsculos. Isto não é uma questão de caridade. É uma questão de justiça. É uma indemnização. A actual crise é uma oportunidade para a população americana tomar consciência da história do nosso país no que se refere ao domínio do Haiti e dar uma resposta deveras justa.

17/Janeiro/2010

Para saber mais sobre a história da exploração do Haiti pelos EUA ver:
  • Paul Farmer, The Uses of Haiti
  • Peter Hallward, Damming the Flood
  • Randall Robinson, An Unbroken Agony: Haiti, from Revolution to the Kidnapping of a President

    O original encontra-se em http://www.countercurrents.org/quigley170110.htm . Tradução de Margarida Ferreira.
  • Os pecados do Haiti

    resistir info - 19 jan 10

    por Eduardo Galeano

    'Loteria', de Yordan Dabady. A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.

    O voto e o veto

    Para apagar as pegadas da participação estado-unidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito nem sequer com um voto.

    Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:
    – Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

    'Cavalheiro bem apessoado', de Pierre Louis Riche. O álibi demográfico

    Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema:
    – Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

    E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilómetro quadrado.

    Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.

    Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

    A tradição racista

    Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objectivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".

    'A reunião', de Aland Estime. O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das leis,

    Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

    A humilhação imperdoável

    Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes a sua independência, mas tinha meio milhão de escravos a trabalhar nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.

    'Lavadeiras', Watson Etienne. A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém lhe comprava, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.

    O delito da dignidade

    Nem sequer Simón Bolíver, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar havia podido reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete nave e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma ideia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.

    Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um génio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pénis. Por essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perdã por haver cometido o delito da dignidade.

    A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental. Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

    18/Janeiro/2010
    O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org , Nº 2146

    MAIS VALTERISTAS QUE O VALTER

    aijesus.blogspot.com - 18 jan 10

    O Estatuto do Aluno é uma aberração. Tão grande, que o próprio (ex)governo teve que alterar o Decreto por Despacho, a que chamou esclarecedor.



    Na altura, a ministra de má memória e o Valter de memória não menos má clamaram que os professores é que não sabiam ler. Tenho que reconhecer
    [ainda que muito me custe]
    que numa coisa eles tinham razão: há professores que são mais papistas que o Papa
    [quero dizer, mas Valteristas que o Valter].
    Já tinha sido assim com as "aulas" de substituição.

    As "aulas" de substituição são outra aberração
    [pelo menos, tal como estão pensadas e no secundário].
    Apesar disso, conheço escola(s) onde a regulamentação interna tratou de aprimorar a nódoa: foram criadas equipas de coordenação, fichas de avaliação das "aulas" com 2 páginas A4, obrigatoriedade de criação de dossiê com tarefas para os alunos, relatórios com vista a melhorar a coisa... Tudo isto, produzido por gente que apregoava aos ventos a sua total discordância em relação à coisa: mas -- acrescentava a dita gente -- já que tem que ser, então que funcione o melhor possível.


    Com o Estatuto do Aluno é a mesma coisa. Tanto o Decreto como, sobretudo, o Despacho apontam no sentido da informalidade da prova de recuperação. Pois sim, 'tá bem 'tá!... Conheço escola(s) onde a regulamentação interna tratou de aprimorar isto, determinando que
    Todos os aspectos a ter em conta na elaboração desta prova de recuperação (tipo de prova, duração, matriz) são competência das áreas disciplinares, com supervisão do coordenador de departamento.
    Áreas disciplinares. Supervisão. Departamento. Arquivamento em dossiê dos documentos produzidos... Sendo que estas determinações são complementadas com o esclarecimento oral de que "o processo tem que ser devidamente formalizado".


    Tenhamos bom senso, já que o governo o não tem...

    escrito por ai.valhamedeus

    A luta dos professores em Portugal continua grande. Quem acompanha o blog a mais tempo lembra do inúmeros posts no ano de 2008 que teve praticamente 6 meses de greves da área educacional.

    Jornalista morre devido a espancamento de polícia



    Um jornalista espancado por um agente da polícia no início de Janeiro faleceu hoje num hospital da cidade de Tomsk (Sibéria), anunciou a Comissão de Investigação da Procuradoria local.
    O jornalista de 47 anos, cujo nome não foi revelado, foi espacando e violado num centro de assistência anti-alcoólica na madrugada de 04 de Janeiro, tendo sido conduzido para o hospital em estado grave.
    Segundo o jornal Tomskaia Nedelia, que denunciou o caso, “tudo começou com uma insignificância. O homem estava em casa a beber calmamente e a única violação consistia em ouvir música alto”, o que levou os vizinhos a chamar a polícia.
    “Tendo abrido a porta à polícia, embora pudesse não ter feito isso, foi rapidamente levado para um centro de assistência anti-alcoólica”, continua o jornal, acrescentando que o jornalista foi aí “selvaticamente espancado” e “violado”.
    “Os médicos que operaram o paciente ficaram completamente chocados ao ver o sadismo das ofensas a que foi sujeito o homem”, sublinha o jornal.
    Segundo a agência Interfax, “o homem tinha a bexiga e os intestinos perfurados”.
    As autoridades judiciais detiveram o polícia Alexei Mitaev, 26 anos, acusando-o de “agressões premeditadas” e “abuso do poder”. Ele foi despedido, um chefe-adjunto da polícia local e outros dois agentes apresentaram a demissão depois do drama e o centro de assistência anti-alcoólica encerrado.
    Andrei Gussev, porta-voz da Procuradoria, disse à agência Ria-Novosti polícia explicou o seu comportamento pelo profundo stress “ligado a circunstâncias familiares”, “tem duas famílias e três filhos pequenos: dois de uma mulher e um de outra”.
    Agentes do Ministério do Interior da Rússia vêem-se frequentemente no centro de escândalos de corrupção, assassinatos e falsificação de provas.
    No ano passado, o Tribunal de Tomsk condenou um oficial da polícia a 23 anos de prisão por “tortura” e “assassinato” de homens de negócio.
    No mês de Janeiro, um tenente-coronel da polícia de Moscovo foi detido por ter assassinado a sangue frio o condutor de um camião de limpar neve que arranhou o seu automóvel.
    Os numerosos escândalos levaram Presidente Medvedev a tomar uma série de medidas para sanar a situação criada na polícia russa. Nos próximos dois anos, os quadros do Ministério do Interior serão reduzidos em 20 porcento, o que permitorá aumentar os salários dos restantes e atrair para a profissão pessoas qualificadas.
    A polícia russa é tão mal vista na sociedade que meios de informação legalmente registados utilizam frequentemente a palavra “ment” (bófia) quando falam dela.

    Será que é esse modelo de "democracia" que a nossa Resistência iria implantar?

    Reflexões na Rússia sobre as eleições na Ucrânia




    Desculpe-me o leitor por, nos últimos dias, ter dedicado praticamente toda a atenção à Ucrânia, não obstante o meu blogue se chamar "Darussia", mas o facto é que as eleições no segundo maior país da Europa depois da Rússia são de extrema importância para a Ucrânia e todo o continente.

    A primeira lição a tirar é que, não obstante a extrema incompetência das elites e o caos político existente no país, os ucranianos deram mais uma prova de maturidade e realizaram um escrutínio legítimo e democrático.

    No dia das eleições, conversei por telefone com o deputado português João Soares, que dirigiu uma delegação de observadores da OCSE, e senti na voz dele algum espanto ao constatar que o escrutínio estava a correr de forma muito melhor do que se esperava.

    Outra lição é que, diga o que se disser, o Presidente Victor Iuschenko soube perder e acredito que entregará o poder no prazo previsto pela lei.

    A terceira lição é que os dirigentes russos, que não se cansam de apontar o dedo aos vizinhos, têm muito a aprender com os ucranianos no que diz respeito à realização de eleições democráticas.

    É impossível imaginar na Rússia umas eleições presidenciais com 18 candidatos e com resultado final imprevisível. Neste momento, são poucos os que se arriscam a prognosticar quem irá vencer à segunda volta: Victor Ianukovitch ou Iúlia Timochenko. Também é muito difícil acreditar que a oposição russa tenha as mesmas possibilidades de defender as suas opiniões e ideias na televisão e na rádio, como acontece na Ucrânia.

    É verdade que, na Ucrânia, o acesso aos meios de informação depende muito do dinheiro que se tem, mas, na Rússia, nem o dinheiro ajuda se não estiver ligado ao poder.

    Não tenho inveja do vencedor da segunda volta, seja ele quem for, porque se realmente quiser fazer da Ucrânia um país independente, europeu e próspero, terá de soar muito. Não simpatizo com nenhum dos dois candidatos, tendo em conta o seu passado e o seu presente, mas gostaria que se mostrasse capaz de ser o Presidente de todos os ucranianos, pondo assim fim aos receios de desintegração do país.

    Em prol da verdade, é preciso reconhecer que, desta vez, o Kremlin se está a comportar de uma forma mais inteligente em relação às eleições no país vizinho. Em 2004, o Presidente Putin felicitou duas vezes Ianukovitch pela vitória, mas, desta vez, espera pela decisão do povo ucraniano.

    Este cuidado poderá também estar ligado ao facto de Moscovo compreender que vença Ianukovitch ou Timochenko, nenhum deles será um interlocutor obediente. Parece ter passado a época dos candidatos pró-russo e pró-ocidental...

    Por isso, a União Europeia deverá também tirar as conclusões deste fenómeno. Tendo apoiado as mais altas expectativas dos ucranianos durante a "revolução laranja" de 2004, abandonou a Ucrânia a si própria. O que não é de estranhar se tivermos em conta que a UE não tem uma política externa estruturada e clara, ou melhor, parece não ter política comum em campo algum.

    A União Europeia faz-me lembrar cada vez mais a União Soviética, mas pode ser que esteja enganado.

    O escaner do relatório italiano

    Blog do Luis Nassif - 19/07/09 11:39


    Na série “O Caso de Veja”, o capítulo “O post-it de Mainardi” foi feito com a ajuda dos leitores.

    Pela leitura e inspeção do arquivo, constatou-se que ele fora escaneado no Brasil, e não pelas “sete fonte italianas” de Mainardi.

    Constatou-se também que havia falhas na numeração, sugerindo que foram suprimidas páginas. O Ministério Público Federal brasileiro já requisitou o inquérito à Itália. Em breve se saberá se as páginas suprimidas visavam manipular ou não o Judiciário – já que o próprio Mainardi afirmou que encaminhou os documentos às autoridades.

    Vamos, agora, a um breve exercício de investigação em relação ao arquivo que Mainardi atribuiu às suas “sete fontes italianas”. Aproveite a maravilha da Internet para fazer sua própria investigação em tempo real:

    Passo 1 – Vá até o endereço no Divshare e baixe o PDF do tal processo italiano, apresentado por Diogo Mainardi em sua coluna (clique aqui). O nome do arquivo é Telecomitalia.pdf

    Passo 2 – Depois, extraia informações do arquivo. Pode ser feito ou através do programa PDF-ANALYSER (que pode ser baixado aqui). Para quem tiver Mac, bastará abrir com o programa PREVIEW e utilizar o comando INSPECTOR. Ou, no caso do Windows, abrir com o Wordpad (procure a tag "xap:CreatorTool", próxima do final da página). Por qualquer desses métodos, se constatará que o relatório foi escaneado pelo programa PFU ScanSnap Manager 4.1.12.

    Passo 3 – O ScanSnap Manager faz parte do Scanner produzido pela FUJITSU. É o programa de gerenciamento dos Scanners ScanSnap (faz a cópia de documentos e automaticamente os converte para PDF). Conclui-se então que o .pdf foi produzido por um Scanner ScanSnap da FUJITSU.

    Passo 4 - A versão utilizada foi a 4.1. Após pesquisas, constata-se que o scanner S510 utiliza essa versão de software. O que pode ser comprovado acessando o catálogo (clique aqui) (Verificar ScanManager 4.1) em System Requirements.

    O modelo ScanSnap S300, utiliza-se da versão 4.2 do ScanSnap Manager. O que pode ser comprovado acessando o seguinte catálogo (clique aqui). (Verificar ScanManager 4.2) em System Requirements.

    As versões para Macintosh do Scanner ScanSnap, modelos S300M e S510M, utilizam respectivamente a versão, 2.2 e 2.1 do ScanSnap Manager (clique 1 clique 2).

    Portanto, de forma inequívoca, se conclui que o aparelho utilizado para a confecção do documento .pdf, foi: ScanSnap S510.

    Passo 5 - Se acessar o site da Fujitsu (clique aqui) conseguirá localizar as revendas FUJITSU no Brasil. Ao selecionar a cidade do Rio de Janeiro (clique aqui) a primeira revenda chama-se GED & AP Consultoria Ltda. - Revenda Exclusiva Fujitsu. Clique aqui para entrar em seu site.

    Passo 6Clicando aqui se conferirá os modelos do Scanner ScanSnap que a empresa possui. Estão lá, expostos, os modelos S300 e S510. Como já apuramos, a versão 4.1 é para o modelo S510.

    Passo 7Clica-se aqui para entrar no hall de clientes da GED & AP. E quem aparece? O Banco Opportunity.

    Juízes federais defendem De Sanctis. E o Ministério Público ?

    Conversa Afiada - 21/janeiro/2010 10:17

    “Atacar magistrado pela decisão que proferiu é atacar a democracia”, diz a Ajufe

    “Atacar magistrado pela decisão que proferiu é atacar a democracia”, diz a Ajufe

    Saiu na Folha (*), pag. A9:

    “Democracia requer juiz independente, diz Ajufe, Associação dos Juízes Federais do Brasil.”

    “Em nota, presidente da Ajufe reage à tentativa de desqualificar magistrados.”

    “Texto comenta suspensão pelo STJ das operações Satiagraha e Castelo de Areis, sob a responsabilidade do Juiz Fausto De Sanctis”.

    Clique aqui para ler “O cerco de Dantas a De Sanctis para escolher o Juiz que o julgará”.

    E quando o Ministério Público vai sair á rua para defender o Juiz De Sanctis ?

    Paulo Henrique Amorim

    O mínimo que o Ministério Público deveria fazer era ir à rua defender o Juiz De Sanctis, uma vez que o juiz apenas acata as denúncias do Ministério Público e dá seguimento ao processo. Então temos duas situações impostas pela lógica: 1- ele deve ser afastado pois a turma do Ministério Público foi incapaz, imprudente e burra p0r não fazer o seu serviço direito e o juiz ter aceitados suas besteiras, ou 2- o Ministério fez seu serviço de forma correta e o juiz percebendo isso acatou e mandou prender os peixes graúdos, o que impõe por uma questão de hombridade que o pessoal do Ministério deve dar apoio irrestrito ao juiz por ter colocado sua cabeça na forca.

    A patranha não durou muito: CVM investiga compra da BrT e o Opportunity

    Conversa Afiada - 21/janeiro/2010 8:47

    Na foto, a BrOi, destino de dinheiro do FAT

    Na foto, a BrOi, destino de dinheiro do FAT


    O Conversa Afiada tem o prazer de republicar reportagem de Rubens Glasberg e Helton Posseti, da respeitada publicação Teletime:

    quarta-feira, 20 de janeiro de 2010, 20h13

    No dia 14 de janeiro a Oi surpreendeu o mercado ao informar que estava interrompendo o processo de incorporação das ações da BrT, devido à necessidade de reajustar a relação de substituição de ações da BrT por ações da Telemar. A auditoria BDO Trevisan constatou que existem pendências judiciais na BrT, no valor de R$ 1,29 bilhão, que não haviam sido até então provisionadas pela companhia.

    A CVM informou a este noticiário que analisa e acompanha todas as operações de reestruturação societária das companhias abertas não só no que tange às questões de divulgação, como também “a operação propriamente dita, sua estrutura e condições estabelecidas”. Assim, fica claro que o órgão que regula o mercado de capitais no Brasil está de olho no desenrolar da incorporação.

    A CVM não comenta casos específicos, mas com relação à aquisição da BrT pela Oi esse aumento da provisão pode prejudicar os acionistas da BrT, que tomaram decisão de compra venda ou manutenção de suas posições com base na relação de troca anteriormente estabelecida. Além disso, os acionistas da própria Telemar também podem ser prejudicados porque a BrT seria adquirida com uma provisão muito maior do que aquela que a empresa anunciara.

    A nova relação de troca vai ser calculada pela Telemar e será submetida à aprovação dos acionistas da BrT. É certo que a Telemar vai tentar repassar todo o ônus no ajuste da relação de troca. Analistas de mercado acreditam que o repasse integral da nova provisão dificilmente será aceito passivamente pelos minoritários da BrT. Fontes da Oi relataram a este noticiário que na época em que a relação de troca foi estabelecida não puderam fazer uma due diligence rigorosa nas contas da BrT porque normas da Anatel não permitem que uma concessionária tenha acesso a informações da outra. A due diligence, vale lembrar, foi efetuada antes do decreto presidencial que alterou o Plano Geral de Outorgas (PGO) permitindo a incorporação, feita a toque de caixa no final de 2008.

    Origem do rombo

    Essa provisão extra encontrada pela auditoria refere-se a processos judiciais gerados pela aquisição de direitos de titulares dos antigos planos de expansão do Sistema Telebrás. A Brasil Telecom foi alvo de operações suspeitas com esses direitos, operadas por empresas que pertenciam ao Opportunity – antigo gestor da operadora. Essas empresas, Parcom e Forpart, compraram ações ou títulos que davam direito a ações fora da Bolsa, prática conhecida como garimpagem. De posse desses papéis, as empresas – que assim como a BrT também eram geridas e controladas pelo grupo Opportunity – entraram com processos judiciais contra a Brasil Telecom alegando basicamente que a demora na entrega das ações teria gerado uma diminuição injustificada nas participações a que teriam direito. E o que é ainda mais impressionante, propunham acordos para encerrar as ações que eram aceitos pelos dirigentes da BrT. Ou seja, criou-se um precedente que resultou em uma avalanche de processos em toda a região da BrT, mas especialmente no sul do País, por parte de outros detentores de ações adquiridas com os planos de expansão da antiga Telebrás.

    Os novos gestores da Brasil Telecom (Citigroup e fundos de pensão) denunciaram a prática em 2005 à CVM e o processo está sendo investigado até hoje. A argumentação dos novos gestores baseia-se no conflito de interesses que existia na relação do grupo Opportunity com a BrT, Parcom e Forpart.

    O grupo Opportunity, na condição de gestor da companhia, conhecia toda a estratégia de defesa e os pontos fracos da Brasil Telecom e, ao mesmo tempo, era quem buscava ressarcimento na Justiça. Em nenhum momento, o Opportunity se declarou impedido de deliberar sobre questões que envolviam interesses de outras empresas do grupo. Mais do que isso, de acordo com o aditamento à representação (processo RJ Nº 2005/9887) feita junto à CVM a procuração que constituía advogados para processar a Brasil Telecom foi assinada por Verônica Dantas que era diretora da Parcom e Forpart e, ao mesmo tempo, da Brasil Telecom Participações.



    Quer dizer que a Oi deu o drible da vaca nos acionistas minoritários, não é ?

    Foi um escândalo tão evidente que até a CVM resolveu apurar.

    O negócio da compra da Brasil Telecom e a formação da BrOi tinha um preço e as ações tinham um valor.

    De repente, descobre-se que a Brasil Telecom era um mico.

    Uma bomba atômica que o passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas, tinha deixado adormecida, lá.

    Como diz o Glasberg, o acionista comprou ou vendeu por um preço e, agora, os controladores da BrOi dizem, não: o negócio não vale mais isso, mas muito menos.

    Como fica o BNDES, que pegou dinheiro dos trabalhadores (do FAT) para financiar a “re-estruturação acionária” da Oi e pagar o cala-a-boca de US$ 1 bilhão a Daniel Dantas, como ficam as ações do BNDES na BrOi ?

    Viraram pó ?

    E os fundos de pensão – Previ, Petros e Funcef -, que controlavam a Brasil Telecom e tinham participação na Oi, estavam nas duas pontas ?

    Eles não sabiam que o passador de bola tinha deixado uma bomba atômica lá dentro ?

    E a Oi, a empresa que sobrar da ex-BrOi ?

    Vai ter dinheiro para se expandir ?

    Para competir com o Slim ?

    E agora ?

    Não vai ninguém em cana ?

    Em tempo: amigo navegante liga para dizer que a CVM não fará mais acordos com o Opportunity.

    Não negociará mais soluções amigáveis para contornar as múltiplas irregularidades do Opportunity.

    Vamos chegar a um ponto extravagante: só quem faz acordo com o Opportuntiy é o BNDES.

    A BrOi é a P-36 do Governo Lula.

    Clique aqui para ler “BNDES deu dinheiro para BrOi comprar um mico”

    Veja as fotos o que o PiG(*) não mostra. O protesto dos moradores de São Paulo

    Conversa Afiada - 21/janeiro/2010 8:58

    Fotos do conflito de moradores da região do Grajaú, em São Paulo, enviadas ao Conversa Afiada pelo morador Rodrigo Andrade.

    São Paulo tem uma batalha campal por dia

    Ônibus queimado na região do Grajaú. Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030724

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030733

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030736

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030745

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030750

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030761

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030800

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030826

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030830

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030859

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030879

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    P1030885

    Foto do morador Rodrigo Andrade

    A editora do Conversa Afiada, Flávia D’Angelo, conversou, às 19h20, com Rodrigo Andrade, que é morador da região e membro do coletivo Passa-palavra, que deu o seguinte depoimento:

    “A comunidade protesta por acordos que foram prometidos pela Prefeitura de São Paulo e não foram cumpridos. Por conta das chuvas de ontem o córrego do Jardim Lucélia alagou. Não apareceu nenhum bombeiro ou civil para ajudar os moradores. A situação agora é de conflito e por aqui tem aproximadamente 500 pessoas. Temos aqui Polícia Militar e Tático, mas já esteve aqui a Tropa de Choque. A manifestação ocorre na Av. Belmira Marin na altura do número 4400. A prefeitura havia prometido também limpar o córrego, mas nem isso foi feito.”

    O Conversa Afiada reproduz o email do amigo navegante Danilo C.:

    > De: Danilo C.
    > Data: 20 de janeiro de 2010 18:47:40 BRST
    > Para: undisclosed-recipients:;
    > Assunto: FW: URGENTÍSSIMO: Moradores da região do Grajaú seguem mobilizados e em Choque com a Polícia
    >
    > FW:
    >
    > URGENTÍSSIMO: Moradores da região do Grajaú seguem mobilizados e em Choque com a Polícia
    >
    >
    > Nesse momento, centenas de moradores do Jd. Lucélia estão paralisando novamente a Av. Belmira Marin, reivindicando seu direito à moradia digna, e denunciando o descaso do poder público. Esses moradores tiveram suas casas inundadas na chuva de ontem, e perderam tudo o que tinham. Ontem à noite, revoltados, eles também paralisaram a avenida, sofrendo por isso repressão violenta por parte da polícia. A expectativa é que ocorra novo confronto.
    >
    >
    > Moradores da Favela XIX e XX também protestam!!!
    >
    > Também afetados pela enchente, moradores da Favela XIX e da Favela XX (Rio Bonito) também protestam. Depois de paralisar a Av. Teotônio Vilela, os manifestantes se dirigiram até a Subprefeitura da Capela do Socorro, exigindo uma reunião com o subprefeito Valdir Ferreira. Até agora os moradores não foram atendidos.
    >
    > Isto é mais uma amostra da terrível situação em que se encontram dezenas de comunidades da região, cujo sofrimento até então foi ignorado. Agora, com o povo erguendo a sua voz, veremos se este quadro permanecerá o mesmo.
    >
    >
    > Toda Solidariedade às famílias da Comunidade Jd. Lucélia, Favelas 19 e 20 e toda região do Grajaú
    >
    > Mais uma vez, as obras de drenagem que estão sendo feitas no Jd. Toca mostraram sua “serventia”. Com a chuva de ontem, ocorreu uma enchente nunca vista na área, afetando centenas de casas da comunidade vizinha, o Jd. Lucélia. Por horas os moradores que perderam tudo o que tinham esperaram em vão os bombeiros e outras formas de ajuda, temendo por suas vidas, e principalmente pela vida das crianças e idosos; revoltados com a situação, começaram um protesto, parando a Av. Belmira Marin com os móveis destruídos pela chuva. Aí sim o Estado apareceu, na figura de policiais que agrediram violentamente os manifestantes. Eis aí verdadeira face da “política pública” para a população pobre.
    >
    > Nesse exato momento, os moradores estão fazendo nova manifestação na Av. Belmira Marin, e a expectativa é que novamente haverá uma resposta violenta por parte da polícia. A luta do Jd. Lucélia é a mesma luta que a do Parque Cocaia I, Jd. Toca, Brejinho, Favelas 19 e 20 e de tantas outras comunidades da região, em busca de seu direito a uma moradia e uma vida digna.

    Clique aqui para ler “PM de SP reprime manifestação de moradores contra a falta de obras para conter enchentes”.

    Clique aqui para ler por que Serra foi duas vezes a São Luiz do Paraitinga e nenhuma ao Jardim Romano.

    Clique aqui para ver que os moradores do Jardim Romano chamaram o poste do Zé Alagão de safado.

    Zé Alagão aumenta passagens em sigilo e PM bate em manifestantes. Cenas que o PiG (*) esconde.

    Clique aqui para ler sobre outras duas manifestações – essas, contra a inépcia do Zé Alagão diante das enchentes – que o PiG também omitiu.

    (*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

    70% dos paulistanos insatisfeitos com a saúde pública

    Site do Azenha - Atualizado e Publicado em 20 de janeiro de 2010 às 21:57

    19/01/2010 - 11h01
    Mais de 70% dos paulistanos estão insatisfeitos com serviços de saúde

    Da Redação do UOL
    Em São Paulo

    Pesquisa feita pela Nossa São Paulo com cerca de 1,5 mil de paulistanos mostra que a maioria dos moradores da capital, ou mais de 70%, está descontente com os serviços de saúde que a cidade oferece.

    O tempo médio entre a marcação e a realização de exames e consultas lidera a lista de insatisfações, com índices de reprovação de 73% e 74%, respectivamente. Para conseguir uma consulta, o tempo médio referido pelos entrevistados é de 65 dias e, para a realização de exames, o período sobe para 77 dias.

    O tempo médio entre a marcação e a realização de procedimentos mais complexos como cirurgias e exames especializados também foi criticado por 73% dos entrevistados. A dificuldade para agendar consultas, retornos, exames e resultados foi apontada por 71%.

    A pesquisa indica que 75% dos entrevistados ou pessoas de suas famílias utilizaram algum serviço de saúde pública nos 12 meses anteriores a dezembro de 2009.

    Todas as categorias do serviço de saúde pública analisadas apresentaram queda na qualidade de janeiro de 2008 para dezembro de 2009. A satisfação quanto à distribuição gratuita de medicamentos caiu de 7,6 pontos para 7,2 pontos. Outros quesitos como prevenção a doenças e epidemias, serviços de ambulância, tratamentos de doenças, atendimento ambulatorial e de emergência também tiveram níveis menores em 2009.

    A distância de postos de saúde (referida por 42% dos entrevistados), pronto-socorros (52%) e hospitais (56%) também é um fator de descontentamento para moradores da capital.

    Apenas as campanhas de vacinação tiveram boa avaliação para os entrevistados e estão entre os dez aspectos com maior nível de satisfação em toda a pesquisa, com média de 6,8 pontos (em uma escala que vai de 0 -totalmente insatisfeito- a 10 -totalmente satisfeito).

    O que mais me impressiona é que mesmo com essa insatisfação, denúncias diversas de má gestão em revistas como Carta Capital, no site do Paulo Henrique Amorim e tantos outros, os Kassabs e Serras continuam sendo eleitos exatamente no maior colégio eleitoral do país. Quando a oposição é eleita como no caso a Marta, é uma gestão tão impopular que não consegue se reeleger. O que será que a oposição pensa (ou deveria estar pensando) numa situação dessas? Será que repensa suas linhas de ação ou vão continuar fazendo as mesmas besteiras de sempre?