"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, dezembro 12, 2012

Lula e Rosemary Noronha

O escândalo envolvendo Rosemary Noronha e Lula está sendo ampliado para o lado particular.
Não vou entrar no mérito do escândalo, mas sim nos segredos da alcova.
De que é útil ao cidadão brasileiro saber se Lula tinha ou não um caso com Rosemary Noronha? Em que vai mudar essa situação? 
Se Rosemary tinha certos privilégios e com isso provocou o atual escândalo. Isso ocorreria tendo Lula um caso com ela ou não. 
Se ela tinha o "poder" de fazer o que fez. Esse poder seria advindo de sua relação próxima com Lula, que poderia ser da amizade. Então, o caso amoroso sendo comprovado em anda acrescenta à situação.
Muito pior é o caso de  Mirian Dutra que foi amante de FHC, era jornalista da Globo e foi "exilada" por 14 anos na Espanha. 
O que FHC deu em troca para a Globo transferir Mirian Dutra para a Espanha com um salário milionário em troca de fazer nada? Aí sim tem algo bem pesado.
Se forem para falar de Rosemary, lembrem de Mirian Dutra.

Espiral descendente: Não há saída da crise da dívida

resistir info - 12 dez 2012

por Claus Peter Ortlieb [*]
Espiral descendente. É cada vez mais claro que as medidas de austeridade prescritas para zona euro apenas agravam ainda mais a crise que pretendem combater. Em todas as economias nacionais caídas sob o controlo da "troika" do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia as medidas de poupança levaram à queda da procura interna. A recessão assim desencadeada ou agravada leva ao aumento do desemprego, o que exige maiores encargos sociais, diminuindo ao mesmo tempo o PIB e a receita fiscal. Como resultado agravam-se os indicadores da dívida nacional, tanto do stock de dívida como do novo endividamento, em percentagem do PIB mais reduzido. O que por sua vez é invocado pela "troika", que pelos seus critérios outra coisa não pode fazer senão apertar o torniquete e agravar as exigências de poupança, o que volta diminuir a procura interna e assim sucessivamente.


Esta espiral de poupança, recessão, mais poupança e recessão ainda mais acentuada já é conhecida desde a década de 1930, na Alemanha desde o caso dos decretos de emergência de Brüning [último chanceler de República de Weimar], mas também nos EUA, onde o governo do presidente Hoover seguiu um percurso semelhante. O resultado então obtido pode agora ser observado de novo nos países do sul da Europa em crise: uma taxa de desemprego de cerca de 25 por cento, com o desemprego juvenil a rondar os 50 por cento. Mas há uma diferença: enquanto na década de trinta os governos arruinaram as suas próprias economias, na zona euro esse trabalho é feito pelo governo alemão, com o resultado de que quase só a economia alemã cresce (ainda) um pouco, enquanto a zona do euro como um todo encolhe economicamente.


O keynesianismo, como se sabe, surgiu na década de trinta, como reacção à crise económica mundial de então e à política económica desse tempo que agravava a crise. Correspondentemente perplexos, os seus representantes, em particular o prémio Nobel Paul Krugman, estão contra a austeridade preconizada pela política alemã (ver o artigo de JustIn Monday em Konkret 8/12). A crescente "cegueira ideológica" dos políticos alemães parece a Krugman só poder ser explicada por sua fé "em que tempos difíceis têm de ser a punição necessária pelos excessos anteriores", ignorando ele, no entanto, que os tempos difíceis e os excessos aqui não dizem respeito necessariamente às mesmas pessoas. Como alternativa à política de austeridade são promovidos programas de estímulo económico: "Hoje, os governos precisam de gastar mais dinheiro e não menos, e durante o tempo necessário até que o sector privado esteja novamente em condições de aguentar a retoma". Fora da Europa, na verdade, está actualmente a ser prosseguida tal política económica, como é o caso do governo e da Reserva Federal dos EUA, assim como da China.


Mas a coisa não é tão simples como Krugman a apresenta: a política económica keynesiana pressupõe, na verdade, que o sector privado de algum modo será capaz de suportar a retoma, caso contrário seria abrir o famigerado poço sem fundo. Tal pressuposto, porém, há muito tempo que não existe: há mais de 30 anos que a economia mundial só é mantida em actividade através do endividamento (tanto público como privado). Por isso é que o keynesianismo falhou já na década de setenta, sendo que já então os programas de estímulo económico agora de novo exigidos, foram incapazes de dar o pontapé de saída para uma acumulação de capital auto-sustentável, levando apenas, pelo contrário, a uma taxa de inflação por vezes de dois dígitos.


Ele foi então substituído pelo neoliberalismo que, contra a sua própria doutrina monetarista, desenvolveu uma política tudo menos de massa monetária estável. Pelo contrário, a dívida pública continuou a aumentar (por exemplo, através dos excessos do keynesianismo armamentista do presidente Reagan dos EUA) e a desregulamentação do sector financeiro ampliou as possibilidades de criação de moeda creditícia. A deslocação de grandes quantidades de dinheiro do consumo de massas e da economia real para o sector financeiro também fez desaparecer a inflação, ou, mais precisamente, esta deslocou-se dos mercados de consumo para os mercados de acções e imobiliário (asset inflation: inflação de activos), com um efeito bastante oportuno: o índice Dow Jones, por exemplo, entre 1982 e 2000, deduzida a inflação, subiu para valores 7 vezes superiores, sem por isso representar valores reais correspondentemente maiores. Fenómenos semelhantes se verificaram nos mercados imobiliários, em que os aumentos dos preços das casas compradas a crédito foram tais que financiaram o consumo dos seus proprietários, até a bolha finalmente rebentar.


A conversa sobre o "capitalismo financeiramente induzido", que por um tempo dominou os discursos como um "novo modelo de regulação", vista à luz do dia significa apenas que a economia real tem sido financiada e mantida em actividade através do endividamento. Uma construção aqui ainda não vinda à baila é o circuito do deficit que, explicado de forma simplificada, funciona assim: A concede um empréstimo a B, que o utiliza para comprar bens produzidos por A, voltando assim o dinheiro a A, que o pode emprestar novamente a B. Tais operações há décadas que impulsionam a economia mundial, por exemplo, com a China no papel de A e os Estados Unidos no papel de B (circuito do deficit do Pacífico), ou – após a introdução do euro – com a Alemanha no papel de A e da parte sul da zona euro no papel de B (circuito do deficit da Europa).


O "capitalismo financeiramente induzido" tem de começar a falhar ou parar completamente quando os credores têm razão fundada para suspeitar que os devedores poderão não pagar as dívidas. Há 30 anos que isso se vem passando a nível local e, graças à extensão das cadeias de crédito entretanto construídas, assumiu pela primeira vez proporções globais com a queda de 2008. Para salvar o sistema financeiro do colapso total, os Estados, como devedores aparentemente infalíveis, tiveram e têm de assumir os custos. Além disso, só no ano seguinte de 2009, foram lançados programas públicos de estímulo da economia totalizando aproximadamente 3 biliões de dólares em todo o mundo. Assim se impediu uma depressão como a dos anos trinta (excepções, ver acima), mas não é possível iniciar assim uma acumulação real auto-sustentável, tal como já não era nas décadas anteriores.


A resposta que a revolução neoliberal deu à crise dos anos setenta consistiu no "mais gigantesco programa de estímulo económico financiado a crédito que já existiu", como constata o cientista social conservador Meinhard Miegel. Quem agora, como verdadeiro conservador, exige o fim dos "excessos" ignora ou esconde que foram esses "excessos" que mantiveram a economia mundial à tona durante mais de trinta anos. E quem inversamente apela a mais programas públicos de estímulo económico prefere ignorar que assim se mitigam de facto os efeitos da crise, mas a crise em si não pode ser vencida, pelo contrário, apenas se aumenta a dívida pública até ao dia em que nada mais funcione.


A pretensa alternativa entre política de austeridade, por um lado, e programas de estímulo económico, por outro, constitui na realidade uma situação-dilema, uma escolha entre peste e cólera, entre poupança ruinosa e falência estatal. Um olhar mais atento mostra que não se trata de uma escolha, dado que uma doença implica a outra, porque o Estado está dependente da valorização do capital com sucesso, para a qual por sua vez tem de criar as condições.


O capitalismo global não consegue livrar-se da crise de sobreacumulação que dura desde os anos setenta, pois, com o advento da microeletrónica e sua aplicação na produção, uma parte cada vez menor da força de trabalho global é suficiente para produzir para todos. Ora o "fim da sociedade do trabalho" a isso associado, ou seja, o desaparecimento do trabalho do processo de produção em si não seria nenhuma desgraça, pois a maioria de nós poderia finalmente imaginar algo melhor do que trabalhar no duro toda a vida. O problema deste desenvolvimento só surge porque o capitalismo, como é bem sabido, se baseia na exploração do trabalho, sendo que os lucros sérios do ponto de vista capitalista e continuados só podem ser gerados através da utilização do trabalho humano. E os lucros são, afinal de contas, o sentido e a finalidade da economia capitalista.


Nenhuma política económica de qualquer tipo se aproxima desta essência da crise. Elas teriam de privar-se da sua própria base e abolir o capitalismo. Uma vez que isso não parece constituir uma perspectiva realista, resta aos sujeitos do dinheiro apenas a opção de manter os efeitos negativos da crise o mais longe possível de si mesmos e fazê-los recair sobre os outros. O que isso significa, numa situação em que cada vez menos pessoas ainda podem ser utilizadas pelo capital e a população de regiões inteiras se torna supérflua deste ponto de vista, é o que demonstrou exemplarmente a política alemã da última década:


A história de sucesso com que foi recuperada a "competitividade internacional" supostamente perdida começa com o sector de baixos salários construído no decurso da Agenda 2010 e com a pressão que lhe está associada também sobre os salários dos níveis superiores. Na UE, a Alemanha foi o único país em que os salários reais caíram entre 2000 e 2008, em que o elevado aumento da produtividade já não foi repercutido nos empregados assalariados, tendo sido, pelo contrário, promovido o dumping salarial. Além disso, a participação da produção industrial no PIB é significativamente maior na Alemanha do que nos outros países e essa relação, justamente por causa dos custos de trabalho mais baixos, continuamente se desloca a favor da indústria alemã, porque as indústrias de muitos outros países e particularmente dos do sul da zona do euro não são competitivas nestas condições. Assim foi construído o circuito do deficit europeu já acima delineado. O desequilíbrio das balanças comerciais na zona monetária comum constitui a problemática da zona euro que vai para lá da crise económica mundial geral, até ao seu colapso, que continua a ser possível.


Tudo visto, é pouco provável que a política alemã seja alterada, pois com ela o capital nacional ganhou bastante bem no euro, e também o "modelo alemão de sucesso" naturalmente não deverá ser abandonado. Em vez disso, toda a UE tem agora de seguir este modelo. Isso é loucura, mesmo pelos critérios da lógica maluca do sistema, porque o modelo está baseado numa assimetria, ou seja, os deficits comerciais dos países do Sul da Europa em crise são o reverso da medalha dos excedentes da balança comercial alemã. Isto só tem sentido se o objectivo for tornar a zona euro "internacionalmente competitiva" na concorrência com a Índia e a China, o que naturalmente significaria rebaixá-la ao correspondente nível em termos de condições de vida e de trabalho. Na Grécia mostrou-se justamente o que isso significa.


Se todos seguem aqueles que ultimamente foram bem sucedidos, o curso subsequente da crise já está claro: uma vez que sucesso significa concorrência pela localização do investimento e estar entre os poucos que conseguem exportar os seus produtos, nesse local os custos têm de baixar, especialmente os custos destinados a luxos tais como cuidar dos doentes, dos idosos e de outros que não contribuem para o sucesso económico. A luta pela competitividade, portanto, só pode levar a uma espiral descendente que de resto há muito está em marcha.


É de pouco consolo saber que também os vencedores temporários desta concorrência dificilmente se poderão regozijar com a vitória: afinal quem comprará ainda os produtos às cada vez menos e menores ilhas de prosperidade capitalista?
[*] Da Universidade de Hamburgo.


O original encontra-se em SPIRALE ABWÄRTS in www.exit-online.org , publicado em KONKRET, 11/2012. A versão em português está em http://o-beco.planetaclix.pt/claus-ortlieb12.htm

O Povo Grego caluniado

resistir info - 07 dez 2012

– "O KKE não faz promessas que não poderia cumprir".

por Miguel Urbano Rodrigues
Como responde o povo grego à política de submissão ao capital financeiro europeu praticado pelo governo reaccionário de Antonis Samara, política que arruína o país e mergulha na miséria milhões de famílias? Responde lutando com coragem exemplar.

No âmbito de uma campanha internacional de desinformação, a Grécia continua a ser caluniada. A imagem que os media europeus apresentam dos gregos é a de um povo endividado, de gente preguiçosa que vive à custa da ajuda dos países ricos da União Europeia.


O "mau exemplo grego" foi mais uma vez tema de manchetes nestes dias ao ser anunciada a aprovação de um novo empréstimo de 43,7 mil milhões de euros à pátria de Platão e Aristóteles. As forças políticas de direita, de Berlim a Paris, coincidem em previsões pessimistas sobre o futuro do país, afirmando que o governo de coligação de Atenas não cumpriu grande parte dos compromissos assumidos.


Alem do novo empréstimo, o Eurogrupo decidiu alargar o prazo de pagamento e baixou os juros da dívida.


A "ajuda" à Grécia é um acto de solidariedade? Não. O grande capital desconhece o sentimento da generosidade. Uma eventual bancarrota na Grécia poderia conduzir ao fim do euro, comprometendo a própria continuidade da União Europeia.


Os media ditos de referencia da UE omitem, obviamente, que uma parcela ponderável da divida grega resultou de empréstimos da banca alemã a Atenas vinculados à compra de armas germânicas (sobretudo submarinos e aviões de combate) de que o país não precisava. O dinheiro emprestado volta assim em grande parte à origem pelo funcionamento da engrenagem do capital.


O POVO RESISTE

Os mecanismos perversos da falsa ajuda não beneficiam o povo grego. A situação degrada-se a cada semana. A taxa de desemprego excede já os 24% e a divida global ultrapassa 145% do PIB.


Registe-se que uma das exigências do recente empréstimo é a redução da dívida em 40 mil milhões até 2020.


Como responde o povo grego à política de submissão ao capital financeiro europeu praticado pelo governo reaccionário de Antonis Samara, política que arruína o país e mergulha na miséria milhões de famílias?


Lutando com coragem exemplar. Mas não é apenas através de gigantescas manifestações de protesto e de greves gerais (mais de uma dezena) que paralisam o país. Atualmente uma percentagem considerável da população recusa-se a pagar os brutais impostos que a atingem. Em alguns bairros, os moradores, quando lhes cortam a eletricidade, resolvem o problema procedendo a ligações diretas. Em Atenas e outras cidades surgiram hortas improvisadas onde são cultivados legumes numa agricultura familiar de subsistência. Em bares e restaurantes cujos trabalhadores têm salários em atraso, o pessoal não cobra em certos casos as contas aos fregueses. A imaginação é também uma arma na resistência popular.


Neste panorama de lutas o Partido Comunista da Grécia (KKE) desempenha um papel fundamental. Fiel à sua ideologia – o marxismo-leninismo – foi duramente penalizado nas últimas eleições. Não fez concessões, recusou qualquer tipo de compromissos com as forças do capital e apontou a saída do euro e da União Europeia como exigência da História que responde ao interesse do povo grego. Pagou a factura da linguagem da verdade como partido comunista.


Muito diferente, antagónica, foi a atitude do Syriza, que se apresentou mascarado de partido revolucionário armado com soluções para a crise. O seu líder, Aléxis Tsripas, andou pelas capitais europeias para garantir a permanência no euro, recebeu o apoio da social-democracia continental. Até Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda português, se deslocou a Atenas para discursar num comício.


Não surpreendeu a grande votação que o Syriza obteve. Mas a máscara caiu rapidamente. Hoje Tsripas multiplica os contactos com os embaixadores dos grandes países capitalistas.


Na sua intervenção em Beirute no XIV Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, Aleka Papariga, secretária-geral do KKE, desmascarou com clareza o oportunismo e as tentações eleitorais:


"O KKE resistiu à grande pressão que exerceram sobre ele para participar num governo cujas posições programáticas teriam uma clara orientação de apoio ao desenvolvimento capitalista, com contradições que determinam de antemão a sua plena assimilação quando se converte em maioria governamental. Essa posição teve um preço, mas após as eleições não privou o partido da sua capacidade de mobilizar e organizar as massas populares. É um legado para o futuro de um movimento que evitará as armadilhas perigosas e os erros que podem eventualmente lesar os interesses populares e que por fim os esmagariam por um período tempo prolongado e crucial".


O KKE não faz promessas que não poderia cumprir. Num contexto de refluxo histórico em que a maioria dos partidos comunistas se social-democratizou, quase constitui uma excepção pela coerência, fidelidade aos princípios, e firmeza no combate como vanguarda proletária.

Vila Nova de Gaia, 29/Novembro/2012
 
O original encontra-se em http://www.odiario.info/?p=2697

Voto eletrônico: Hacker de 19 anos revela no Rio como fraudou eleição

viomundo - publicado em 11 de dezembro de 2012 às 19:57


Apio Gomes , portal do PDT, via Amilcar Brunazzo Filho

Um novo caminho para fraudar as eleições informatizadas brasileiras foi apresentado ontem (10/12) para as mais de 100 pessoas que lotaram durante três horas e meia o auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (SEAERJ), na Rua do Russel n° 1, no decorrer do seminário “A urna eletrônica é confiável?”, promovido pelos institutos de estudos políticos das seções fluminense do Partido da República (PR), o Instituto Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista (PDT), a Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini.
Acompanhado por um especialista em transmissão de dados, Reinaldo Mendonça, e de um delegado de polícia, Alexandre Neto, um jovem hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel por questões de segurança, mostrou como — através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados beneficiando candidatos em detrimento de outros – sem nada ser oficialmente detectado.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.
O depoimento do hacker – disposto a colaborar com as autoridades –  foi chocante até para os palestrantes convidados para o seminário, como a Dra. Maria Aparecida Cortiz, advogada que há dez anos representa o PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assuntos relacionados à urna eletrônica; o professor da Ciência da Computação da Universidade de Brasília, Pedro Antônio Dourado de Rezende, que estuda as fragilidades do voto eletrônico no Brasil, também há mais de dez anos; e o jornalista Osvaldo Maneschy, coordenador e organizador do livro Burla Eletrônica, escrito em 2002 ao término do primeiro seminário independente sobre o sistema eletrônico de votação em uso no país desde 1996.
Rangel, que está vivendo sob proteção policial e já prestou depoimento na Polícia Federal, declarou aos presentes que não atuava sozinho: fazia parte de pequeno grupo que – através de acessos privilegiados à rede de dados da Oi – alterava votações antes que elas fossem oficialmente computadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
A fraude, acrescentou, era feita em benefício de políticos com base eleitoral na Região dos Lagos – sendo um dos beneficiários diretos dela, ele o citou explicitamente, o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB). A deputada Clarissa Garotinho, que  também fazia parte da mesa, depois de dirigir algumas perguntas a Rangel  - afirmou que se informará mais sobre o assunto e não pretende deixar a denúncia de Rangel cair no vazio.
Fernando Peregrino, coordenador do seminário, por sua vez, cobrou providências:
“Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano, Rangel o está denunciando com todas as letras –  mas infelizmente até agora a Polícia Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece porque  ele atinge a essência da própria democracia no Brasil, o voto dos brasileiros” – argumentou Peregrino.
Por ordem de apresentação, falaram no seminário o presidente da FLB-AP, que fez um histórico do voto no Brasil desde a República Velha até os dias de hoje, passando pela tentativa de fraudar a eleição de Brizola no Rio de Janeiro em 1982 e a informatização total do processo, a partir do recadastramento eleitoral de 1986.
A Dra. Maria Aparecida Cortiz, por sua vez, relatou as dificuldades para fiscalizar o processo eleitoral por conta das barreiras criadas pela própria Justiça Eleitoral; citando, em seguida, casos concretos de fraudes ocorridas em diversas partes do país – todos abafados pela Justiça Eleitoral. Detalhou fatos ocorridos em Londrina (PR), em Guadalupe (PI), na Bahia e no Maranhão, entre outros.
Já o professor Pedro Rezende, especialista em Ciência da Computação, professor de criptografia da Universidade de Brasília (UnB), mostrou o trabalho permanente do TSE em “blindar” as urnas em uso no país, que na opinião deles são 100% seguras. Para Rezende, porém, elas são “ultrapassadas e inseguras”. Ele as comparou com sistemas de outros países, mais confiáveis,  especialmente as urnas eletrônicas de terceira geração usadas em algumas províncias argentinas, que além de imprimirem o voto, ainda registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula, criando uma dupla segurança.
Encerrando a parte acadêmica do seminário, falou o professor Luiz Felipe, da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que em 1992, no segundo Governo Brizola, implantou a Internet no Rio de Janeiro junto com o próprio Fernando Peregrino, que, na época, presidia a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). Luis Felipe reforçou a idéia de que é necessário aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro – hoje inseguro, na sua opinião.
O relato de Rangel – precedido pela exposição do especialista em redes de dados, Reinaldo, que mostrou como ocorre a fraude dentro da intranet, que a Justiça Eleitoral garante ser segura e inexpugnável – foi o ponto alto do seminário.
Peregrino informou que o seminário  será transformado em livro e tema de um documentário que com certeza dará origem a outros encontros sobre o mesmo assunto – ano que vem. Disse ainda estar disposto a levar a denuncia de Rangel as últimas conseqüências e já se considerava um militante pela transparência das eleições brasileiras: “Estamos aqui comprometidos com a trasnparência do sistema eletrônico de votação e com a democracia no Brasil”, concluiu. (OM)

Denúncia gravíssima. Apesar de se restringir à região dos Lagos, quem pode garantir que outros não fizeram o mesmo em outras partes do país. 
Assim, quem pode garantir que os atuais representantes (e outros anteriores) foram realmente os eleitos pelo povo? 

Lula: é mentira! Barbosa vai pra cima


conversa afiada - Publicado em 11/12/2012




Saiu no Globo:

Joaquim quer apurar denúncias; ministros do STF pregam cautela

BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, disse nesta terça-feira acreditar que as novas denúncias de Marcos Valério devem ser investigadas. Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o publicitário afirmou em depoimento à PGR em setembro que repassou dinheiro do mensalão para “despesas pessoais” de Lula. Ainda segundo o depoimento, o ex-presidente deu “ok” para os empréstimos feitos para o pagamento de parlamentares em troca de apoio político.

Lacônico, Barbosa respondeu rápido sobre o tema quando foi perguntado sobre a necessidade de investigação.

— Creio que sim – disse sobre a necessidade de apurar o caso, após sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que também preside.
(…)
 
 
Clique aqui para ler que os ministros do STF defendem investigação das denúncias de Valério.

E aqui a resposta da presidente Dilma sobre a “tentativa lamentável de atingir Lula”




E quando o Supremo vai julgar o mensalão dos tucanos?
E quando o STF vai legitimar a Satiagraha?
E quando o Supremo vai legitimar a Castelo de Areia?
Ou o Supremo tem partido?
Paulo Henrique Amorim

 O mensalão dos tucanos sai daqui a pouco, é uma questão de agenda. A Satiagraha e a Castelo de Areia, bom, essa o STF deveria acelerar como fez com o mensalão do partideco, é uma questão de suma importância.  Assim como a investigação das denuncias do Marcos Valério devem ser investigadas sim. Se Lula nada fez, nada tem a temer com a investigação, ponto. 
E hoje sai a bomba de que Cachoeira que se tornar o "garganta profunda" do Brasil. Imaginem essa situação.