"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, junho 22, 2012

Mapeados imensos aquíferos de água doce no Saara e em toda África

recebido por e-mail - domingo, 10 de junho de 2012


Entre os medos espalhados por um falso ecologismo está o do fim da água doce e o de uma desertificação planetária. De acordo com a sua patranha propagandística, o mundo, inclusive a Amazônia, estariam a caminho de virar um imenso Saara, por culpa da ‘infausta’ obra do homem! 

Descendo, contudo, à realidade, recente mapa geológico elaborado por cientistas britânicos mostra que a África descansa sobre uma “descomunal reserva de água subterrânea” cujos maiores aquíferos ficariam no norte, quer dizer, debaixo do Saara, informou o diário “ABC” de Madri.

O volume total de água sob a superfície atingiria meio milhão de quilômetros cúbicos ou 500 quatrilhões de litros, quantidade suficiente para alimentar a cidade de São Paulo durante 4.453 anos sem levar em conta a reposição do aquífero. 
Água das Cataratas Victoria parece quase nada ao lado dos aquíferos mapeados
Água das Cataratas Victoria parece quase nada ao lado dos aquíferos mapeados
Tal volume equivale a vinte vezes as precipitações anuais em todo o continente africano e é cem vezes maior de tudo o que se conhece na superfície africana. 


Alguns poços já podem ser explorados com mínimo investimento, pois a água se encontra a apenas 25 metros de profundidade. 

A exceção é a Líbia, onde os aquíferos se encontram a partir de 250 metros. Neles seria necessária uma infraestrutura mais cara e complexa.

Cerca da metade dessas colossais reservas encontram-se na Líbia, na Argélia e no Chade, coincidindo com boa parte do deserto do Saara, explicou Alan MacDonald, o geólogo que liderou a investigação. 

“Estas grandes jazidas de água não só poderiam aliviar a situação de mais de 300 milhões de africanos que agora não dispõem de água potável, mas também melhorar a produtividade das plantações”, disse o especialista do instituto científico British Geological Survey
Download trabalho completo AQUI.
O trabalho final foi publicado com o título “Quantitative maps of groundwater resources in Africa” em “Environmental Research Letters”.
Ver PDF AQUI.

Participaram do trabalho especialistas do University College de Londres e se tratou da primeira investigação de todas as reservas de águas subterrâneas mapeadas do continente.

Os especialistas aproveitaram também os planos hidrológicos elaborados por diversos países e os resultados de 283 estudos regionais prévios. 
300 milhões de africanos poderão ter resolvido o problema da água
300 milhões de africanos poderão ter resolvida
a falta de água potável e para irrigação
No norte da África – a região desértica do continente – os depósitos de água têm uma altura de 75 metros e encontram-se protegidos por camadas rochosas de grande resistência, como o granito. 

Esses aquíferos não acumulam água de chuva filtrada através da terra, mas remontam a cerca de 5.000 anos, época em que o Saara era formado por hortos, com numerosos lagos e vegetação de savana. 

Os aquíferos do Saara não são os únicos na Africa. Os geólogos acharam grandes jazidas na costa da Mauritânia, do Senegal, da Gâmbia, em parte da Guiné-Bissau e do Congo, bem como na região partilhada entre Zâmbia, Angola, Namíbia e Botswana.
“No Chifre da África há aquíferos menores, mas em quantidade suficiente para o consumo humano e não seria caro explorá-los por meio de poços. Além do mais, não seria necessário investir no tratamento da água, porque sua qualidade é muito boa”, esclareceu MacDonald.

O especialista observou que embora esses sistemas possam sustentar 300 milhões de pessoas, seria prudente explorá-los com certos limites. “Na maioria da África as precipitações não são suficientes para recompor os aquíferos, por isso eu recomendaria não tirar uma quantidade de água maior que a recarregada a cada ano pela chuva”, acrescentou. 

Trata-se de um conselho de bom senso palmar, o qual falta ao ambientalismo catastrofista (que talvez finja não possuí-lo).
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quinta-feira, junho 21, 2012

Filme

recebido por e-mail - 21 jun 2012

Muito provavelmente pense que já tenha visto este filme com outros personagens, mas apenas para lembrar: o vilão de preto diz "venha para o lado negro da força".


Tráfico proíbe a venda de crack em favelas do Rio

ancelmo - Rio, 21 de junho de 2012


Boca de fumo na favela Mandela põe aviso de que vai proibir a venda de crack: é como uma farmácia anunciando que não vai vender mais remédios de tarja preta

O tráfico de drogas vai proibir a venda de crack nas favelas do Jacarezinho, Mandela e de Manguinhos. A informação foi publicada na coluna de Ancelmo Gois de hoje com a foto acima. A medida, decidida pela maior facção do tráfico no Rio, ocorre dois meses depois de lançado no Rio o programa "Crack, é possível vencer" -- do governo federal.
A ordem de proibir a venda de crack partiu de chefes do tráfico, que estão presos. A informação vinha circulando pelas comunidades, mas ontem pela primeira vez apareceu o cartaz anunciando a proibição, "em breve", ao lado da cracolândia da favela Mandela, na Rua Leopoldo Bulhões, na chamada Faixa de Gaza. Os traficantes ainda têm ali cerca de dez quilos de crack. Cada pedra custa R$ 10,00. Há informações de que os criminosos temem que a Força Nacional de Segurança ocupe aquelas favelas, como ocorreu na comunidade Santo Amaro, no Catete, onde está há um mês e já apreendeu 1.513 pedras.
-- Gostaria que essa decisão se espalhasse por todas as favelas do Rio porque o crack é uma droga devastadora e tem produzido só dor e sofrimento --  diz o líder do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, que desde 2009 faz trabalhos sociais na Mandela.
Durante muito tempo o crack era vendido apenas em São Paulo. Dizia a lenda que os traficantes do Rio não queriam produzir "zumbis". Dependentes de crack vivem nas imediações das bocas de fumo, atraindo a atenção da mídia e de operações do poder público. O tráfico no Rio alegava que a clientela de crack -- miserável -- traria problemas à venda de maconha e cocaína, mas capitulou após supostas alianças com a facção paulista, e começaram a oferecer o entorpecente vendido junto com a cocaína.
O combate ao crack virou uma questão de honra para o governo Dilma, que anunciou investimentos da ordem de R$ 4 bilhões no programa lançado em dezembro do ano passado. A grande dificuldade, segundo o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, é a falta de pessoal capacitado para lidar com os dependentes de crack em todo o país. No Rio o programa foi implantado em abril, com a participação do governo do estado e da prefeitura. Só no Estado do Rio, a previsão de verbas da União é de R$ 240 milhões.
De alguma forma a prioridade dada pelo governo ao combate ao crack chegou ao conhecimento dos chefes da maior facção criminosa, que vende a droga nas favelas. Um sinal de que o governo federal vai combater com firmeza o problema pode estar no envio da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) ao Rio, apesar do desinteresse inicial manifestado pelo governo do estado. No domingo fez um mês que integrantes da Força Nacional de Segurança -- a tropa de elite subordinada ao Ministério da Justiça -- ocuparam a comunidade de Santo Amaro, que ainda não foi pacificada, na Zona Sul do Rio. Em um mês de ocupação, a Força Nacional realizou na favela 6.929 abordagens e apreendeu 650 papelotes de cocaína, 1513 pedras de crack, 840 gramas de maconha. Além disso, foram recolhidas munições, explosivos e armas.

Durante 180 dias, serão realizadas ações de polícia ostensiva, judiciária, bombeiros e perícia, em apoio às Secretarias de Saúde, Assistência Social e de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, nas áreas onde serão desenvolvidas as ações de implantação do Programa Crack, é Possível Vencer.
Nas favelas de Manguinhos, traficantes foram informados que a área poderia ser ocupada pela Força Nacional se o crack não fosse retirado de lá. Isso pode ter motivado a decisão dos traficantes. A decisão agradou muitos moradores da favela Mandela. Eles são testemunhas diárias do estrago causado pelo crack na comunidade. No Jacarezinho é possível ver usuários de crack na entrada da favela, mesmo por quem passa no asfalto. As operações policiais têm sido recorrentes, mas o problema está longe de ser resolvido.
Há três anos fazendo trabalhos sociais na favela Mandela, o líder do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, afirma que tem visto a tragédia causada pelo crack na comunidade. Ele lembra que já teve que solicitar ajuda da Justiça para levar a um abrigo três crianças que eram abandonadas pelos pais, usuários de crack. A ONG Rio de Paz -- que nasceu envolvida cm a redução de homicídios -- tem um projeto social, que prevê a construção de uma padaria-escola e o apadrinhamento de crianças por famílias de classe média -- até a universidade.

Até parece brincadeira, mas provavelmente nessas comunidades o crack vai acabar. O  crack "complicou" a vida do tráfico carioca e os traficantes vão impor essa eliminação.

quarta-feira, junho 20, 2012

O Incrível Exército de Brancaleone

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 16 de junho de 2012.

Além de engolir a Comissão da Verdade, que é mais uma jogada para atingir a imagem da instituição militar, o EB agora embarca nessa direta intervenção da Comissão de Direitos Humanos da OEA.

(Jornalista Jorge Serrão)

- O “Nosso” Incrível Exército de Brancaleone

Fonte Coronel Francisco Vanderlei Teixeira de Oliveira, Tu75.

Na Baixa Idade Média, séculos XI a XIV, materializaram-se fatos que culminaram com a decadência do feudalismo. A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre França e Inglaterra arrasou várias regiões da Europa, a “peste negra” eliminou cerca de um terço da população européia, seguiu-se a destruição dos campos, plantações e rebanhos. O trinômio “guerra, peste e fome”, afetou de forma definitiva o feudalismo.

No contexto histórico acima o diretor Mario Monicelli produziu, em 1965, o clássico do cinema italiano “O Incrível Exército de Brancaleone”. Nele, retratou os costumes da cavalaria medieval através de uma demolidora e bem humorada sátira. A figura central do filme é Brancaleone, um cavaleiro atrapalhado que lidera um pequeno exército, perambulando pela Europa em busca de um feudo. A produção consegue ser hilária, mesmo retratando aspectos avassaladores da crise européia, e focaliza principalmente a decadência das relações sociais no mundo feudal.

A Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) será palco de uma cerimônia pública de colocação de uma placa para homenagear o cadete Márcio Lepoente da Silveira, falecido em 1990, e outros que perderam as suas vidas durante instrução de formação do futuro oficial do Exército Brasileiro. Ao que se sabe, ao longo dos tempos foram muito poucos os casos de acidentes com mortes. As medidas de segurança e as de socorro médico às vitimas de acidentes em instrução militar sempre foram tomadas dentro do que prescrevem os regulamentos militares e do que manda o bom senso. O respeito ao ser humano sempre prevaleceu dentro das escolas de formação e dos quartéis pelo Brasil afora. Todo acidente sofre apuração de eventuais responsabilidades através de Inquérito Policial Militar, com solução aos cuidados das Auditorias Militares e, por vezes, do Superior Tribunal Militar. Portanto, não caberia qualquer interferência externa naquilo que está rigorosamente prescrito nos Regulamentos e nas Leis que regem a atividade de formação e preparo da Força Terrestre, bem como no Código Penal Militar.

O cadete é o herói a lutar, na paz ou na guerra, para honrar as tradições da nossa terra. O seu lema é o amor ao Brasil e o amor a nossa Bandeira.

A imposição do ato solene, que certamente será midiático, é parte do Acordo de Solução Amistosa celebrado entre o Estado Brasileiro e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). Essa instituição é a mesma que apregoa a revogação da Lei de Anistia brasileira, tentando desqualificar o que foi aprovado pelo nosso Congresso, sancionado pelo nosso Presidente e confirmado pelo nosso Supremo Tribunal Federal. Para agravar, a decisão do governo brasileiro em aceitar a homenagem pública, o ato de execução foi prontamente acatado pelo Comandante do Exército, que deve tê-la recebido através do nosso Ministro da Defesa, e repassado sem qualquer restrição ao Comandante da AMAN. Este, por sua vez, ainda terá a grande e ultima chance de mostrar que a formação na nossa tradicional Academia Militar se dá dentro de padrões de excelência equiparados às melhores Academias do mundo e que os excepcionais instrutores que fizeram e fazem parte do seleto quadro daquela Escola de Formação de Oficiais ainda merecem muito respeito. O lamentável nesse episódio grotesco é que mais uma ação desmoralizadora para o Exército Brasileiro se concretiza e os nossos chefes militares aceitam passivamente ser alvo dessa maquinação engendrada pelos articulistas dos direitos humanos do atual governo. Confirma-se outra obra da guerra psicológica para comprometer a imagem dessa digna Instituição, Guardiã Constitucional da soberania e da democracia do Brasil, que goza de todo o respeito da sociedade brasileira.

Resta-nos saber, somos ou não somos um País soberano?

Aceitar a interferência de organismos internacionais na condução do processo de formação dos nossos quadros de oficiais ou de praças não me parece ser o melhor caminho para o futuro da Nação. Acidentes de trabalho acontecem todos os dias em vários ramos de atividades e com muito mais frequência. A atividade militar, de formação ou operacional, com o risco maior que lhe é inerente, certamente estará sujeita a ocorrências com danos pessoais e até com perda de vidas. A conscientização sobre aspectos modernos de formação técnica e humanística devem seguir os princípios básicos que regem as necessidades operacionais das forças militares de qualquer país. No entanto, deixar que o clima de denuncia indicando que a formação e instrução militar se aproximam de ato de tortura nos levará ao imobilismo de ação e a queda do padrão de preparo dos nossos profissionais da guerra. O cadete ou o sargento que se candidatam aos cursos de formação estão totalmente cientes dos riscos a que se submeterão. Aceitam-nos de livre e espontânea vontade e podem “pedir para sair” a qualquer momento, sem nada dever ou dar satisfação. Não somos marionetes para ficarmos sujeitos aos gostos e contragostos dos interesses políticos de qualquer facção no poder. A nossa autonomia como força militar só se dará com a obtenção de equipamentos adequados, uma formação de elevado nível e condições de sustento familiar compatíveis com os dos países de primeiro mundo e com o do nosso almejado futuro. Mas a nossa Instituição tem muito a exigir de respeito pelo que representa para o Brasil.

Juramos dedicação integral ao serviço da Pátria, defendendo a sua Honra, Integridade e Instituições com o sacrifício da própria vida.

No tal acordo de Solução Amistosa fica evidenciada a pretensão da ingerência da OEA nos assuntos do Exército Brasileiro quando diz: “O Estado brasileiro se compromete a realizar estudo sobre a possibilidade de firmar convênio com o Instituto Interamericano de Direitos Humanos, cujo objetivo é assegurar, através do curso de capacitação, que a formação das praças e oficiais das Forças Armadas Brasileiras atenda aos padrões internacionais de proteção aos direitos humanos”. Ora bolas! Danem-se esses organismos internacionais! Mande a OEA com sua CIDH e seus acordos amistosos passarem nos hospitais, postos de saúde, presídios e delegacias de todos os estados brasileiros. Lá encontrarão provas cabais daquilo que reconhecemos como tortura e terrorismo ao mesmo tempo. Levem juntas as autoridades dos governos federal, estadual e municipal responsáveis por aqueles setores. Certamente encontrarão motivos para erguer um sem numero de monumentos e apor incontáveis placas em homenagem aos vitimados pela irresponsabilidade do poder público e dos nossos políticos. Poderiam até levar comboios do Exército a reboque para recolher os governantes presos para os quartéis. Lá eles terão hospitais e postos de saúde funcionando e xadrezes com segurança e higiene compatíveis com o respeito à dignidade do ser humano e poderão conhecer tudo o que existe de bom na nossa formação militar. Não é isso que estão buscando?

O povo só será verdadeiramente livre se a ele for dada educação de qualidade. Dê-lhe também saúde, segurança, habitação, emprego e tudo mais que o faça um ser humano digno.

As autoridades brasileiras continuam submissas aos interesses estrangeiros. Com isso demonstram o quanto somos frágeis e nos colocamos como país subdesenvolvido. Lamentavelmente, temos que conviver com a contaminação dos chefes militares com esse estado de submissão e de fraqueza generalizados. A desmoralização das Forças Armadas, com prioridade para o Exército Brasileiro, continuará sendo estampada de forma cada vez mais intensa. Precisamos dar um basta, de forma clara e definitiva, para os de dentro e os de fora do Brasil. Não se está buscando ou apregoando confronto armado ou revolução pela força, mas simplesmente um posicionamento firme e determinado no sentido de colocar em patamar elevado os nossos verdadeiros interesses, que são mais nobres do que se prega nos corredores sinistros dos vários órgãos de defesa dos “falsos” direitos humanos.

Quem muito se curva o fundo aparece... (dito popular).

Não queremos guerra, peste, fome e nem tampouco decadência.

Não queremos um líder atrapalhado perambulando com seu diminuto exército.

Não queremos que nos transformem num “Incrível Exército de Brancaleone”.

- Livro do Autor

O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Associação dos Amigos do Casarão da Várzea (AACV) – Colégio Militar de Porto Alegre.

Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:

http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB - RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

Blog: http://www.desafiandooriomar.blogspot.com

segunda-feira, junho 18, 2012

Forças Armadas do Brasil: treinados, armados e mal pagos

recebido por e-mail – 18 jun 2012

Os mais de 339 000 homens da Marinha, do Exército e da Aeronáutica viram seus salários serem achatados ao longo dos anos, o que criou distorções absurdas. Um comandante de porta-aviões, por exemplo, ganha menos que um gráfico do Senado Federal

Carolina Freitas e Gabriel Castro

Soldados do exército brasileiro

Soldados do Exército Brasileiro: muita responsabilidade, pouca remuneração (Orlando Brito)

Neste domingo, familiares de militares marcharam pela orla da Praia de Copacabana no Rio de Janeiro em um protesto por aumento salarial. A manifestação, batizada de “panelaço”, aproveitou a presença de autoridades do governo e representantes internacionais no Forte de Copacabana para a Conferência Rio+20 para dar visibilidade à causa. Dados levantados pelo site de VEJA mostram a discrepância salarial entre os militares – que somam um efetivo de 339 364 homens - e os demais servidores públicos federais. Um operador de máquina do Senado Federal, responsável por colocar em funcionamento as máquinas do serviço gráfico da Casa, por exemplo, recebe salário de 14 421,75 reais. A vaga, preenchida por concurso, exige apenas Ensino Fundamental completo. Enquanto isso, um capitão-de-mar-e-guerra, o quarto posto mais alto dentro da hierarquia da Marinha e responsável, por exemplo, por comandar um porta-aviões, recebe remuneração de 13 109,45 reais. Veja outras comparações salariais e quanto ganha quem comanda as tropas ao final desta reportagem.

Os militares da ativa são proibidos de se manifestar. Por isso, escalaram suas mulheres para ir às ruas. Ivone Luzardo preside a União Nacional das Esposas de Militares (Unemfa) e é uma das articuladoras do protesto deste domingo. Ela causou alvoroço em março ao subir a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília, de uso restrito da presidente. Tudo para chamar a atenção para as reivindicações salariais da categoria. Em maio, conseguiu entregar nas mãos da presidente um ofício com um pedido de audiência. Não obteve resposta. “O governo precisa separar a história da realidade”, afirma Ivone. “Os militares assumiram o poder nos anos 1960 porque ninguém queria um país comunista. Os que hoje estão no governo eram contra os militares na época. Criou-se um revanchismo.”

Outro líder do movimento é o militar reformado Marcelo Machado. Ele presidente a Associação Nacional dos Militares do Brasil, fundada há um ano e com sede no Rio de Janeiro e em Brasília. “A insatisfação é geral. Enquanto os comandantes das Forças Armadas têm salário de ministro, nós ficamos a pão e água”, diz Machado. “Os colegas não podem se manifestar, mas, por ser reformado, tenho sorte de ninguém poder me punir.” O movimento vem ganhando força a ponto de as duas associações terem marcado para 30 de agosto o 1º Congresso Nacional da Família Militar.

Sob a condição de anonimato, pelo temor de represálias, militares da ativa e da reserva aceitaram conversar com a reportagem do site de VEJA. Eles narram uma rotina de dificuldades financeiras, endividamento e condições precárias para as famílias de militares que são transferidos de cidade. “Há militares com 25 anos de serviço em capitais que residem em quarteis, em alojamentos paupérrimos, com a família a 200 quilômetros de distância, onde podem pagar pelo aluguel”, relata um subtenente com 27 anos de Exército.

Arte mostra o contracheque de um militar

Um capitão do Exército da reserva aceitou mostrar seu contracheque (veja detalhes na ilustração ao lado). Ele tem 60% de seu soldo, de 5 340 reais, comprometido com empréstimos e financiamento imobiliário. Ao soldo somam-se gratificações pelo tempo de serviço e por especialização na profissão que dobram o valor da remuneração. Mesmo assim, ele chega ao final do mês com salário líquido de pouco mais de 3 000 reais depois de 37 anos de dedicação às Forças Armadas. “A vida militar é um sacerdócio, não um emprego. Tenho sangue verde-oliva”, diz o orgulhoso senhor de 57 anos. “Porém, acho injusto um capitão contar o dinheiro para poder trocar de carro enquanto um funcionário de nível médio do Senado anda de automóvel importado.”

Entre as reivindicações das associações de familiares está o pagamento imediato de um porcentual de 28,86%, concedido por lei aos servidores públicos em 1993, durante o governo Itamar Franco, mas nunca entregue aos militares. Em 2003, o Supremo Tribunal Federal editou uma súmula garantindo o pagamento às tropas. Em 2009, a Advocacia-Geral da União reconheceu a decisão. De acordo com o Ministério da Defesa, no entanto, o estudo para pagamento do reajuste está sob análise do Ministério do Planejamento. “A implementação de novos valores dependerá de análise do governo federal, observada a conjuntura econômico-financeira do país”, informou a Defesa. O ministério informou ainda que tem dialogado com o Planejamento “visando a melhoria da remuneração dos militares das Forças Armadas”. Não há, no entanto, previsão de quando pode haver uma resolução sobre o assunto.

Em 2011, a folha de pagamento das três Forças somou 46,56 bilhões de reais, sendo 17,54 bilhões de reais destinado ao pessoal ativo e 29,02 bilhões de reais para inativos e pensionistas.

Fuga da carreira militar - A pouca atratividade financeira da carreira tem feito minguar os quadros das Forças Armadas. Levantamento feito com base em dados do Diário Oficial da União mostra que, de janeiro de 2006 até maio de 2012, 1 215 militares deixaram a carreira. O Exército foi a força que mais perdeu pessoal, 551 homens, seguido pela Marinha, 405, e Aeronáutica, 229. Os detalhes estão no gráfico abaixo. O estudo foi organizado pela assessoria do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), porta-voz das tropas no Congresso. “Tem muitos oficiais saindo para ganhar mais em outras áreas. E o gasto que o governo tem para formar um militar é altíssimo”, afirma Bolsonaro. “O governo usa o pretexto da indisciplina para nos subjugar.” Continue a ler a reportagem aqui.

Arte mostra número de militares que pediram exoneração desde 2006

As associações de familiares procuraram um por um os parlamentares para pedir a eles apoio para pressionar o governo Dilma Rousseff a conceder aumento. Os apelos tiveram pouca reverberação no Congresso. Além de Bolsonaro, apenas o senador Roberto Requião (PMDB-PR) deu sinais de apoio à causa. Em audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Casa com o ministro da Defesa, Celso Amorim, Requião falou sobre a necessidade de valorizar a carreira militar e sugeriu o agendamento de um encontro na comissão, com a presença do ministro, para tratar do assunto. Até agora, nada está marcado, no entanto.

Promessas - Apesar de todos os entraves agora colocados pelo governo, um plano de reajustes para a categoria estava previsto na Estratégia de Defesa Nacional, lançada em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e, ainda, em uma carta da então candidata à Presidência Dilma Rousseff, de 2010. Diz o documento assinado por Dilma e entregue à época aos representantes das Forças Armadas: “Os índices de reajuste salarial conquistados nos últimos dois mandatos presidenciais são uma garantia de que continuaremos efetuando as merecidas reposições.” As tropas, unidas, continuam à espera.

Arte mostra salário de militares

Responsabilidades demais, remuneração de menos

A defasagem dos rendimentos dos militares fica mais evidente quando os salários são comparados aos de funcionários do Congresso Nacional, que estão entre os mais bem pagos do serviço público. Veja quatro exemplos dessa distroção

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Faixa salarial: até 5 000 reais

NAS FORÇAS ARMADAS

Cargo: Primeiro-sargento

Salário: 4 844 reais

Atribuições: Na Aeronáutica, uma das funções é coordenar o controle do tráfego aéreo em aeroportos

NO CONGRESSO NACIONAL

Não existem servidores efetivos nessa faixa salarial. Faxineiros e ascensoristas, terceirizados, são os únicos a receber valores abaixo de 5 000 reais

 

As promessas de aumento salarial feitas por Lula e endossadas por Dilma no início do mandato ainda não saíram das promessas. Se não era interesse da Presidenta dar o aumento poderia pelo menos ter assumido isso.

Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Midiática

recebido por e-mail - 15 jun 2012




O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.
2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.
6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

domingo, junho 17, 2012

Pepe Mujica

Jacques Gruman:

viomundo - publicado em 10 de junho de 2012 às 7:40

 

O Globo de hoje mostra foto do presidente do Uruguai, JoséPepe Mujica, cortando o cabelo em sua pequena chácara nos arredores de Montevidéu. De origem camponesa, Mujica é um exemplo de dignidade e coerência. Não traiu sua classe, rejeitou todas as benesses do cargo, não aumentou o patrimônio, manteve a suavidade (apesar das torturas monstruosas que sofreu durante a ditadura militar uruguaia)*. Viaja em aviões comerciais e vai para o trabalho num velho Fusca 1987. *Grifo meu

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Um exemplo a ser seguido no meio político mundial.  
Pepe Mujica é o presidente mais pobre do mundo .

Como prometido antes da eleição, o presidente do Uruguai José Pepe Mujica ainda mora em sua pequena fazenda em Rincon del Cerro, nos arredores de Montevidéu. A moradia não poderia deixar de ser modesta, já que o dirigente acaba de ser apontado como o presidente mais pobre do mundo.

Pepe recebe 12.500 dólares mensais por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário, ou seja, vive com 1.250 dólares ou 2.538 reais ou ainda 25.824 pesos uruguaios. O restante do dinheiro é distribuído entre pequenas empresas e ONGs que trabalham com habitação.


"Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com menos", diz o presidente.
Aos 77 anos, Mujica vive de forma simples, usando as mesmas roupas e desfrutando a companhia dos mesmos amigos de antes de chegar ao poder.

Além de sua casa, seu único patrimônio é um velho Volkswagen cor celeste avaliado em pouco mais de mil dólares. Como transporte oficial, usa apenas um Chevrolet Corsa. Sua esposa, a senadora Lucía Topolansky também doa a maior parte de seus rendimentos.
Sem contas bancárias ou dívidas, Mujica disse ao jornal El Mundo, da Espanha, que espera concluir seu mandato para descansar sossegado em Rincon del Cerro.

E por aqui o pessoal do Partideco ganha fortunas com consultorias, com os dólares na cueca e com o “Bolsa Ditadura”. Mas, é isso mesmo, os coitados sofreram muito, foram extremamente torturados (alguns talvez em Cuba). Esses deslizes devem ser explicados pelos traumas da “ditadura”.