"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, maio 10, 2012

Cem Anos CMPA

Estes versos são de uma payada de Olavo Loreto, pai de alunas (3º Ano e 7º Ano do CMPA), dentista e compositor de músicas tradicionalistas. Um homem de grande intelecto e perspicácia.

CEM ANOS: UM BOM COMEÇO


A este Velho Casarão
Da Várzea, que é sentinela
Da Pátria verde-amarela,
Minha humilde saudação,
Aconchego de galpão
E histórias compartilhadas
Nas centenárias arcadas
Que registram a passagem
Dos que firmaram a imagem
Desta escola consagrada.

Quando o sol de cada dia
Se ergue ao telhado leste,
De dourado te reveste
Com divina maestria,
Dando início `a algaravia
De tua essência juvenil
E a luz, num gesto sutil,
Aproveitando o ensejo,
Vai depositar um beijo
Na bandeira do Brasil.

Tu, que de há muito te erguias
Na várzea e na solidão,
Distante da multidão
Da Porto que amanhecia,
Imponente em nossos dias
De serena liberdade,
És parte desta cidade,
Pequena e também enorme,
Que vê nos teus uniformes
Um padrão de identidade.

Colégio dos Presidentes,
Esta é a marca que carregas,
Mas à sociedade entregas
-No passado e no presente-
Os cidadãos competentes
Dos mais diversos perfis,
Militares e civis,
Que são páginas da História
Com ilustres trajetórias
A engrandecer o país.

Marcharam por teus valores,
Ombro a ombro, lado a lado,
Estudantes e soldados,
Oficiais e professores,
Os amigos e gestores
Que te dão perenidade
No convívio e na amizade
Que só aumenta e persiste
Naquele que mais resiste,
Que é o Batalhão da Saudade.

Mais de cem anos na estrada
Do tempo tem tua estrutura
E, após tantas formaturas,
Após tantas alvoradas,
Permanece inalterada
Tua força, tua coragem,
Um emblema na paisagem
Que desfruta o privilégio
De ser história e colégio,
De ser caminho e mensagem.

Dois mil e doze é o ano,
Mês de março, vinte e dois,
Podemos festejar, pois,
O momento soberano;
Mais ainda, fazer planos
Para o tempo que virá,
Mas podemos gritar, já,
Neste teu aniversário,
No ano do Centenário:
SALVE O CMPA!

O que dizer, me pergunto,
Quando tempo e sentimento
Se fundem num elemento
Pra poderem seguir juntos.
Como tratar de um assunto
Que está além da lembrança,
Mas que é jovem na esperança
Do propósito que encerra:
Ser guardião de nossa terra,
Formando nossas crianças.

O que dizer, Casarão,
Trincheira do tempo antigo,
Que agora se faz abrigo
Dos rumos da educação.
Como expressar gratidão
Por algo que não tem preço,
Que da alma é o adereço
Mais fino e que não ilude:
O saber que a juventude
Encontra em teu endereço.

Em versos sem pretensões,
Sem estilo e sem beleza,
Registro com singeleza
O que nos vai nos corações,
E, em meio a tais emoções,
Meu veterano soldado,
Pelos serviços prestados
E pelo dever cumprido,
Eu te digo comovido:
Mil vezes, muito obrigado!

Olavo Loreto – fevereiro 2012

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