"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Chineses compram um terço de São Manoel


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

                                                                                   



Por Claudia Facchini | De São Paulo
 
No mesmo dia em que a chinesa State Grid, maior empresa de transmissão de energia elétrica do mundo, vencia o leilão para a construção da linha que ligará Belo Monte à região Sudeste, outra estatal de Pequim avançava no mercado brasileiro de geração de energia. A China Three Gorges (CTG), a maior empresa de geração de energia hídrica do mundo, anunciou na sexta-feira a aquisição de um terço da hidrelétrica de São Manoel, leiloada em dezembro do ano passado pelo governo federal.

Os dois negócios mostram o forte interesse de Pequim em se expandir no Brasil e em toda a América Latina. Os chineses têm acesso a um capital de baixo custo, o que permite às estatais do país oferecer taxas de retorno mais baixas para os projetos de infraestrutura, que demandam pesados investimentos.
A CWE, companhia controladas pela CTG, informou que, na quinta-feira, assinou um contrato para aquisição de 33,3% de São Manoel, uma hidrelétrica com capacidade instalada de 700 MW e que será construída na fronteira entre os Estados do Mato Grosso e Pará, no rio Teles Pires.

"A CWEI Brasil reembolsará os custos incorridos pela EDP Brasil e assumirá futuros compromissos de capital até o final da construção [da hidrelétrica], bem como riscos e benefícios do projeto na proporção da participação adquirida", informou a EDP Brasil em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários. A empresa é subsidiária do grupo português EDP, do qual a China Three Gorges também é acionista, com uma participação de 21,3%.

A EDP vendeu aos chineses metade de sua participação de 66,6% no consórcio Terra Nova, que venceu a licitação de São Manoel. Furnas, subsidiária da Eletrobras, já possuía um terço e manterá sua parte no empreendimento, leiloado há dois meses.

De acordo com a EDP, o financiamento do projeto considera dívidas de longo prazo com alavancagem estimada de até 66,6% do investimento, estimado em R$ 2,7 bilhões, sem considerar inflação e juros.

Valor Econômico

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