Além do Bônus do Sul, de emissão conjunta, a Argentina e a Venezuela estão juntas na liderança do projeto para a criação do Banco do Sul, que seria um banco de desenvolvimento para os países da região. A idéia, para a qual já foram assinados acordos de intenção e conquistada a adesão da Bolívia, do Equador e, mais recentemente, do governo brasileiro, é somar parte das reservas de cada país para integralizar o capital do novo banco. A notícia é do jornal Valor, 14-03-2007.
Uma comissão criada formalmente na última visita oficial de Hugo Chávez a Buenos Aires, há duas semanas, foi encarregada de apresentar estudos sobre a viabilidade do Banco do Sul em 120 dias.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil prefere a reformulação e um reforço financeiro para as instituições já existentes na região como o Fundo para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) e a Corporação Andina de Fomento (CAF), além do próprio Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas que aceitava participar das discussões.
Acordo fechado em fevereiro levou o governo venezuelano a liberar empréstimo de US$ 135 milhões para resgatar a SanCor, uma cooperativa leiteira que estava à beira da falência por dívidas bancárias e prestes a ser vendida para a Adecoagro, do investidor George Soros. O empréstimo permitiu à SanCor recusar a oferta de compra e seguir sob controle dos produtores argentinos, como queria o presidente Nestor Kirchner quando negociou a ajuda de Chávez. O pagamento será feito com venda de leite à Venezuela.
A cooperação entre os dois países tem se intensificado também nas áreas empresarial e de infraestrutura. Há uma agenda na área energética, cujo projeto mais ambicioso é o Gasoduto do Sul, que liga os dois países, passando pelo Brasil, um empreendimento avaliado em US$ 20 bilhões, mas que até agora não saiu do papel. Um dos principais reflexos da aproximação entre a Argentina e a Venezuela é a corrente de comércio entre os países: passou de menos de US$ 150 milhões em 2003 para mais de US$ 700 milhões em 2006. Também há cooperação nas áreas empresarial e de infra-estrutura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário