Os jovens brasileiros, na sua maioria, estudam e trabalham. Ganham mal, mas a maioria possui renda própria. No entanto, uma parcela significativa - praticamente 20% - não consegue trabalho ou escola e estão presos em um círculo vicioso. A reportagem é de Lisandra Paraguassú e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 20-12-2007.
São aqueles que têm a pior renda e também menos anos de estudo. Quase 7 milhões de jovens que estão excluídos de tudo.
“São os totalmente excluídos, aqueles que entram em um círculo vicioso de não conseguir trabalho porque têm pouca escolaridade e não continuam estudando porque não têm renda”, analisou o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz.
A renda familiar per capita desses jovens completamente à margem não chega a R$ 260. Em média, têm 7,8 anos de estudo. Já os jovens brasileiros que trabalham e estudam têm a melhor renda - R$ 528,18 - e mais anos de estudo, 9,2.
O IDJ mostra, ainda, que caiu a renda média das famílias brasileiras que têm jovens de 15 a 24 anos. Entre 2003 e 2006, houve uma redução de 6%. Desde 2001, 15,7%.
Essa queda, no entanto, não afeta a população mais pobre. Nos 10% mais pobres da população, ao contrário, a renda subiu 78% desde 2003 - 109% desde 2001. “Isso marca uma diminuição na concentração de renda, um fato extremamente positivo para o País”, comemorou Waiselfisz.
Entre os jovens que possuem renda própria, no entanto, não houve grandes mudanças nesse período. Praticamente a metade deles tinha algum tipo de renda.
MAIS ESTUDO, MENOS RENDA
Mas as diferenças de gênero, que não existem mais na educação, aparecem com força nos salários. Entre os homens jovens, o salário médio era de R$ 442,10, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2006), utilizada pelo IDJ.
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